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Dia: 11 de fevereiro de 2021

Dom Mário Antônio agradece “o esforço e generosidade de todos os bispos do nosso Regional Norte 1”

O bispo de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, agradeceu numa nota pelo material recebido no dia 09 de fevereiro de 2021, “08 BIPAPs e 03 concetradores de oxigênio, frutos da ação generosa do Papa Francisco e da Campanha de Solidariedade lançada pelo nosso Regional”. Os equipos foram entregues ao Hospital Geral de Roraima.   Na nota, Dom Mário Antônio agradece “o esforço e generosidade de todos os bispos do nosso Regional Norte 1 e rogamos a Deus que nos mantenha firmes na fé e solícitos na caridade para que possamos responder de forma criativa aos desafios de nosso tempo”.  

Um ano de Querida Amazônia: São atuais os sonhos de Francisco?

O dia 12 de Fevereiro marca um ano desde a apresentação da Querida Amazónia, a exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazónia. Nesta ocasião, o Padre Adelson Araujo dos Santos, S.J., participante na assembleia sinodal como perito e um dos que apresentaram a Querida Amazónia na Sala Stampa do Vaticano a 12 de Fevereiro de 2020, oferece-nos uma reflexão sobre a actualidade dos sonhos do Papa Francisco. Padre Adelson nasceu em Manaus e é actualmente professor de Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma.  Eis o texto: Na comemoração do 1º ano de aniversário de lançamento da exortação apostólica pós-sinodal “Querida Amazônia”, escrita pelo Papa Francisco e apresentada oficialmente ao público no dia 12 de fevereiro de 2020, podemos nos perguntar de que modo é possível avaliar o impacto deste documento no interior da Igreja Católica e fora dela, na sociedade em geral. Para responder a esta pergunta, temos que recordar brevemente do que tratou o Santo Padre em sua exortação, na qual estão presentes as suas conclusões pessoais de tudo o que foi discutido e proposto no sínodo especial sobre a Amazônia, por ele mesmo convocado no dia 15 de outubro de 2017 e realizado em Roma de 06 e a 27 de outubro de 2019, sob o título: “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. Basicamente, o texto de “Querida Amazônia” nos revela quatro grandes sonhos do Papa em relação àquela vasta região e em relação à Igreja, chamada a ser presença evangelizadora entre os povos amazônicos. Cabe-nos perguntar, portanto, se um ano depois de revelados, estes sonhos se mostram verdadeiramente inspiradores para que possamos ver, julgar e agir corretamente em relação à Amazônia, apontando para o que se precisa mudar e, ao mesmo tempo, confirmando as novas iniciativas e práticas geradas a partir do sínodo. Em resumo, após um ano da sua publicação podemos nos perguntar o que faz desta exortação um indispensável ponto de referência para a construção de um planeta viável e de uma Igreja verdadeiramente evangélica, a partir da Amazônia. Ora, do ponto de vista teológico e espiritual, cremos que se examinarmos cada um dos sonhos compartilhados por Francisco em “Querida Amazônia”, iremos facilmente constatar o caráter profético dos mesmos, bem como o quanto foram eles teologicamente inspirados e bem fundamentados, não obstante alguns insistam em negar isso. De fato, por desinformação ou explícita intenção de atacar o Papa por meio da difusão de notícias falsas – fake news –, tem se usado as redes sociais para propagar que Francisco se preocupa mais com árvores que com vidas humanas, que seu discurso é vazio de Deus e de espiritualidade, pois se concentra só no ecológico, que esquece outras agressões à vida como a do aborto e só recorda a agressão à Amazônia, etc. Ora, antes de mais nada, está claro que tais acusações carecem de qualquer fundamentação teológica e histórica, porquanto está mais do que comprovado que o Papa atual não é o primeiro a se manifestar contra as agressões cometidas, seja ao meio ambiente em geral, seja em relação aos povos e florestas amazônicos. Basta lembrar que já São João Paulo II, quando papa, em visita ao Brasil, declarava com palavras contundentes o compromisso da Igreja para com a luta desses povos e denunciava a violência sofrida pelas populações indígenas: “A história de vossos povos conheceu, e conhece ainda, sombras dolorosas, sinais de morte, muitos sofrimentos e conflitos marcados pelo mal […] A Igreja, queridos irmãos índios, tem estado e continuará a estar sempre a seu lado, para defender a dignidade de seres humanos, para defender o direito a ter uma vida própria e tranquila, no respeito aos valores positivos das suas tradições, costumes e culturas […] Tenho recebido, com grande dor, as notícias que me chegam sobre violações desses direitos, motivadas pela ganância e por interesses escusos, com graves repercussões sobre a vida, a saúde e a sobrevivência de alguns grupos indígenas”[1]. Por outro lado, o papa Bento XVI, ao visitar o Brasil em 2007, citando o hino nacional brasileiro, conclamava: “’Nossos bosques têm mais vida’: não deixeis que se apague esta chama de esperança que o vosso Hino Nacional põe em vossos lábios. A devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação que a sociedade vem solicitando”[2]. Portanto, é claríssima a falta de fundamentação das críticas que se fazem às palavras do Papa Francisco em sua exortação “Querida Amazônia”, porquanto as mesmas seguem a mesma linha já assumida antes pelos seus antecessores. Além disso, do ponto de vista teológico, somente a ignorância ou má fé intelectual pode fazer com que alguém não encontre na exortação de Francisco a sua preocupação em falar a partir da Palavra de Deus, deixando claro que a mensagem de “Querida Amazônia” não parte de um puro ecologismo, mas se pauta na pessoa de Cristo, que “redimiu o ser humano inteiro e deseja recompor em cada um a sua capacidade de se relacionar com os outros”[3].  Com palavras profundamente teológicas e espirituais, o Papa ensina que do Coração de Cristo brota a caridade divina e que está no centro da mensagem do Evangelho a “busca da justiça que é inseparavelmente um canto de fraternidade e solidariedade, um estímulo à cultura do encontro”[4]. Contudo, o Papa é muito consciente de que nem todos dentro da Igreja estiveram e estão abertos a este ensinamento, que aliás não vem dele, mas de Cristo. De fato, na sua exortação “Querida Amazônia” ele reconhece que na história da Igreja muitas vezes “o joio se misturou com o trigo”, pois nem sempre os que deveriam levar a Boa Nova aos povos, isto, todos nós batizados, “estiveram do lado dos oprimidos”[5], deixando-se corromper pelo poder. Com muita humildade e coragem, Francisco reconhece o fato de que mesmo dentro da Igreja, alguns “tenham feito parte das redes de corrupção, por vezes chegando ao ponto de aceitar manter silêncio em troca de ajudas econômicas”[6]. Retomando…
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Hospital Geral de Roraima recebe BIPAPs e concentradores de oxigênio da Campanha do Regional Norte1

Na tarde desta quarta-feira (10) foi realizada a entrega de 11 equipamentos para o tratamento de pacientes com Covid-19 que estão internados no Hospital Geral de Roraima (HGR). A entrega de oito BIPAPs, que são equipamentos que funcionam como respiradores, e três concentradores de oxigênio, foi feita por Dom Mário Antônio e representantes da Diocese de Roraima. Ele explicou que esses insumos foram comprados pela Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que representa os estados do Amazonas e Roraima. “Este é o resultado de uma campanha suscitada semanas atrás, onde foram arrecadados recursos para a compra desses aparelhos, com a ajuda do papa Francisco e das dioceses, paróquias e comunidades“, ponderou o Bispo. Dom Mário Antônio ressaltou que o gesto de solidariedade veio neste momento tão necessitado de cuidado com a vida das pessoas. A entrega foi feita à diretora geral do HGR, doutora Débora Maia. Ela destacou que a doação veio em momento apropriado, uma vez que os casos de Covid-19 estão aumentando no Estado. Roraima registra 76.327 casos confirmados de corona vírus e 924 óbitos pela doença, conforme o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) dessa terça-feira (9). “Essa doação chegou em um momento muito importante, pois estamos no auge da onda, onde estão tendo muitas internações e esses equipamentos são extremamente essenciais neste estágio da doença. Os nossos fisioterapeutas ficarão muito felizes, pois vão conseguir atender mais pacientes ao mesmo tempo. Isso muda o destino desses pacientes”, avaliou a doutora. O padre Paulo Motta, que está internado no HGR em recuperação da Covid-19, agradeceu as orações pela sua saúde, bem como a doação dos equipamentos destinados ao tratamento respiratório. “A gente tem acompanhado cada um e cada uma com as nossas orações. Muito obrigado e continuemos nesta sintonia com Deus e com o próximo“, declarou. Fonte(s): Rádio Monte Roraima FMs.

Diante dos problemas, a corda sempre quebra do lado mais fraco

  As consequências da pandemia da Covid-19 é algo que vai além da crise sanitária. Ao alto número de doentes e de mortes, uma situação que nas últimas semanas tem provocado muita dor e sofrimento em Manaus, se unem outras realidades que também estão gerando preocupação em muita gente. Todos nós sabemos que diante dos problemas, a corda sempre quebra do lado mais fraco. Digo isso após ver como nesta semana a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel, formalizava a demissão de 10 mil trabalhadores “devido às medidas restritivas”. O Papa Francisco, na encíclica Fratelli tutti, publicada no último mês de outubro, ele diz que “é indispensável uma política económica ativa, visando ‘promover uma economia que favoreça a diversificação produtiva e a criatividade empresarial’, para ser possível aumentar os postos de trabalho em vez de os reduzir”. Ele faz essa referência no ponto onde aborda a questão do neoliberalismo. O argumento defendido pelo Papa Francisco é que “o mercado, por si só, não resolve tudo, embora às vezes nos queiram fazer crer neste dogma de fé neoliberal”. O texto de Fratelli tutti nos diz que esse é um “pensamento pobre, repetitivo, que propõe sempre as mesmas receitas perante qualquer desafio que surja”. O Papa afirma que “a suposta redistribuição não resolve a desigualdade, sendo, esta, fonte de novas formas de violência que ameaçam o tecido social”. Situações como a que está acontecendo com a Abrasel, também presentes em outros setores sociais e econômicos no Brasil, em consequência da pandemia da Covid-19 e das políticas econômicas neoliberais, cada vez mais impulsionadas pelo poder público, tem que nos levar a refletir. Estamos diante de uma realidade que a cada dia que passa está se complicando e que daqui a pouco pode gerar uma bomba muito maior. As situações que estamos vivenciando mostram as consequências de um sistema político e econômico onde o Estado se desentende, se tornando omisso. Quando isso acontece, quem paga a conta é a camada mais pobre da população, como está acontecendo com os funcionários dos bares e restaurantes. Os empresários reclamam diante dos decretos de lock down, mas nada falam de cobrar soluções do Governo Federal e Estadual, que nada fazem para resolver o problema. Tão importante quanto reivindicar é a forma em que a reivindicação é realizada. Nunca podemos esquecer que o bem comum deve ser prioridade. Nesse sentido, o Papa Francisco, também na Fratelli tutti, nos lembra que “a grandeza política mostra-se quando, em momentos difíceis, se trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum a longo prazo. O poder político tem muita dificuldade em assumir este dever num projeto de nação”. É por isso que ele defende “uma economia integrada num projeto político, social, cultural e popular que vise o bem comum” e uma política que “busca o bem comum”. É tempo de pensar em todos, de viver a fraternidade nas relações com os outros, de fazer tudo o que estiver ao alcance de todos para que a corda não quebre do lado mais fraco. Luis Miguel Modino, assessor de Comunicação CNBB Regional Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar