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Dia: 18 de fevereiro de 2021

REPAM lança Mensagem de Solidariedade diante da alarmante situação da Covid-19 na Pan-Amazônia

  A situação que tem sido vivida na região Pan-Amazónica nas últimas semanas em relação à pandemia de Covid-19 é catastrófica. Diante desta realidade, a Rede Eclesial Pan-Amazónica – REPAM, lançou este 18 de fevereiro uma “Mensagem de Solidariedade aos povos amazônicos“. A nota, assinada pela presidência da REPAM, diz que “observamos nos últimos meses um aumento alarmante do número de contágios e mortes causadas pela Covid19 em toda a Pan-Amazônia”. Esta é uma consequência, segundo a mensagem, das “carências do sistema sanitário“, concretizadas na “falta de vagas nos hospitais, de oxigênio e de equipamentos de proteção“, que está tendo como consequência a pobreza e as desigualdades sociais. A situação em Manaus e no Estado do Amazonas, onde até agora quase 5.000 pessoas morreram oficialmente este ano, é motivo para denunciar “a ausência de políticas eficientes de saúde pública“. A mensagem inclui o mapeamento que a REPAM tem vindo a fazer desde 17 de março de 2020, que no seu último relatório semanal atingiu 2.025.223 de casos confirmados e 50.364 mortes devido ao coronavírus em toda a Pan-Amazônia, uma situação que se agravou radicalmente nos últimos dois meses. A mensagem reconhece “o esforço e dedicação da Igreja Católica presente na Amazônia em ações emergenciais de ajuda humanitária, visando contribuir para paliar os efeitos da segunda onda da pandemia”, algo em que o Papa Francisco participou com “suas orações, solidariedade e proximidade“, bem como muita gente “que está oferecendo trabalho e recursos financeiros para cuidar do próximo”. A REPAM destaca o trabalho conjunto com a Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica (COICA), a que se juntaram “na realização da campanha “O Grito da Selva – Vozes da Amazônia”, que será lançada nos próximos dias, com o objetivo de fortalecer a luta dos povos indígenas pelo direito à saúde integral”. É por isso que pedem aos governos “não meçam esforços para a compra e destinação das vacinas para a região amazônica“, seguindo o pedido do Papa Francisco. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dialogo: caminho de entendimento e fraternidade

  Dialogar, um desafio cada vez maior em uma sociedade enfrentada. Todos os anos, durante o tempo da Quaresma, a Igreja católica organiza a Campanha da Fraternidade, algo que começou nos primeiros anos da década de 1960. Desde o ano 2000, mais ou menos a cada 5 anos, a Campanha da Fraternidade é Ecuménica, convocando a participação de diferentes Igrejas. A última vez que isso aconteceu foi em 2016, ano em que foi refletido sobre o cuidado da Casa Comum. Em 2021, a Campanha da Fraternidade será de novo ecuménica, tendo como tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor”. Podemos dizer que as Igrejas cristãs são chamadas a dar um testemunho que possa ajudar a sociedade brasileira a ter consciência da necessidade de derrubar os muros do ódio e construir pontes de amor e paz. Tempo de Quaresma é tempo de conversão e a cada dia se faz mais necessário superar as polarizações e violências tão presentes na nossa sociedade, e nos adentrarmos no caminho do diálogo. Isso deve acontecer permanentemente, cada um de nós tem que se perguntar o que está nos impedindo dialogar, escutar o outro, aprender a amar o outro, também quem pensa diferente, superando toda atitude preconceituosa. O diálogo, o encontro com o outro, nos ajuda a superar medos e situações complicadas. A pandemia tem provocado graves feridas na nossa sociedade, que só serão curadas na medida em que desde o diálogo saibamos encontrar caminhos comuns, que nos ajudem a superar a insegurança que tem se instalado no meio de nós, a preencher os vazios que tem ficado diante da partida de tantas pessoas próximas. Não podemos continuar apostando em uma sociedade que gera desigualdades, que provoca a rejeição do diferente, racismo, exclusão, que eleva os muros históricos, sempre presentes na sociedade brasileira, onde muitos se negam a dialogar, querendo impor sua visão da vida e do mundo. Isso nos afasta de toda possibilidade de diálogo, incrementando a insatisfação e o ódio contra o diferente. O que eu posso fazer, o que eu tenho que fazer para assumir o diálogo como uma atitude sempre presente na minha vida? Em que esse diálogo pode ajudar em minha vida familiar, em minha vida laboral, em minha vida social? Quais os passos que eu devo fazer para entrar nessa dinâmica do diálogo? Nosso sentimento espiritual, nosso sentimento religioso, deve ser sempre uma ajuda em nosso avanço no caminho do diálogo. Nossa espiritualidade deve nos levar a melhorar nossa conduta, a buscar a compreensão mútua, a derrubar todo muro que nos separar dos outros, a criar vínculos duradouros que afiançam nossa vida em princípios que nos ajudam a fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. Precisamos de paz e isso só vai ser uma realidade a partir do diálogo que gera entendimento e promove a vida plena, superando todo sentimento de inimizade e ódio, respeitando e acolhendo a diversidade em vista do crescimento comum, algo que se torna mais fácil na medida em que assumimos a cooperação mútua. É momento de construir um tempo novo, uma nova realidade, baseada no diálogo como caminho de entendimento e fraternidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Regional Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Hoje te proponho a vida e a felicidade

40 Dias navengando com a Laudato Si´na Querida Amazônia   18 DE FEVEREIRO: Quinta-feira depois das Cinzas PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém.   OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Moisés falou ao povo dizendo: Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Se obedeceres aos preceitos do Senhor teu Deus, que eu hoje te ordeno, amando ao Senhor teu Deus, seguindo seus caminhos e guardando seus mandamentos, suas leis e seus decretos, viverás e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará… Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes, amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz e apegando-te a ele, pois ele é a tua vida e prolonga os teus dias. (Dt 30, 15-16.20) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Neste início de Quaresma, tempo forte de renovação e conversão, deixemo-nos contagiar pela alegria de S. Francisco de Assis, “santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia, amado também por muitos que não são cristãos”, como nos recorda o Papa Francisco, justamente pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Francisco foi um místico e um peregrino que soube viver na simplicidade e “numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo” (LS 10). Ele apostou em um projeto de vida e de felicidade que o fez livre e irmão de todas as criaturas.  Hoje queremos louvar ao Senhor por este exemplo de verdadeira santidade, que não se separa do mundo, nem se desinteressa pelos dramas e dores da humanidade, mas os assume como se fossem seus próprios dramas e suas prórias dores. Diante da crise cultural e ecológica que vivemos, o exemplo de São Francisco nos estimula a uma mudança de hábitos e de estilo de vida, pois sabemos que “não basta o progresso atual e a mera acumulação de objetos ou prazeres para dar sentido e alegria ao coração humano” (LS, 209). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.    FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Os povos indígenas da Amazónia expressam a autêntica qualidade de vida […] no seu modo comunitário de conceber a existência, na capacidade de encontrar alegria e plenitude numa vida austera e simples, bem como no cuidado responsável da natureza. (Querida Amazônia, 71)