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Dia: 25 de fevereiro de 2021

Vacinar-se não é uma opção, é um ato de amor à vida

A vacina contra a Covid-19 tem se tornado tema de conversa nas últimas semanas. Ser vacinado é aspiração de muitos, mas também é motivo de briga e enfrentamento, uma atitude cada vez mais presente na sociedade mundial e brasileira, onde tem gente que parece que acorda só para brigar e espalhar negatividade. No último domingo, nosso arcebispo, Dom Leonardo Steiner, no final da missa celebrada na Catedral de Manaus, dizia que “a vacina é o único meio que nós temos de superar esse momento pandémico, a vacina é a única saída”. Só assim vamos poder superar as graves consequências que a pandemia está provocando no Amazonas, sobretudo em Manaus. Os números oficiais nos dizem que já são mais de 309 mil contagiados no Estado do Amazonas, que a morte tem se instalado como uma realidade próxima da vida do povo. No Amazonas, até 23 de fevereiro, faleceram 10.573 pessoas vítimas da Covid-19, delas 7.479 em Manaus. A situação mais grave está sendo vivenciada em 2021, com a segunda onda da doença, que tirou a vida de 5.288 amazonenses e 4.099 manauaras, em menos de dois meses. São números assustadores, porque a morte do povo sempre é algo que mexe com a gente. Quando não é assim, quando tem gente que diz que é isso mesmo, que não tem outro jeito, é porque estamos diante de gente sem empatia, sem sentimento, diante de gente que não é gente. É aí que a gente tem que dizer que vacinar-se não é uma opção, é um ato de amor à vida. Isso se você é gente, isso se você se preocupa com a vida, se dá valor àquilo que deve ser mais apreciado pelo ser humano, a vida própria e a vida dos outros. Somos desafiados a cobrar do poder público um processo de vacinação rápido e para todos, algo que não está acontecendo, pois a cada dia muda a conversa, mais uma prova de que a gente está nas mãos de gente sem capacidade de se organizar para cuidar da vida do povo. Mas também somos desafiados a cobrar daqueles que não querem receber a vacina, para que eles assumam a necessidade de ser vacinados. As vezes são pessoas próximas, inclusive pessoas com que a gente convive. Faze-los ver que a vacina não é uma opção, que ela é uma obrigação para quem se diz cidadão. Numa sociedade onde as fake news tomaram conta da vida do povo, onde tem gente que acredita mais em conversa de WhatsApp do que em posicionamento de cientistas que passaram anos estudando, nós somos desafiados a nos posicionarmos e deixar claro qual dever ser o caminho a seguir. E o caminho a seguir é claro: “vamos cuidar, vamos colaborar, mas na primeira oportunidade que cada um, cada uma tiver, deixe-se vacinar, procure vacinar”, que nos dizia Dom Leonardo no último domingo. A gente não pode se confiar, a situação ainda é grave. Se a segunda onda chegou em Manaus e teve consequências tão graves foi pela falta de cuidado do poder público e da população. Agora a gente tem mais uma arma para vencer a guerra contra a Covid-19. A vacina, na medida em que seja tomada por todos, vai se tornar caminho para superar um cenário de doença e de morte. Não podemos olhar para o outro lado, não podemos pensar que isso não é com a gente. Mais uma vez, podemos dizer que o caminho a seguir é claro, vacinar-se não é uma opção, é um ato de amor à vida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Prelazia de Itacoatiara realiza formação sobre a CFE, “um presente de Deus para a Igreja do Brasil”

  A Prelazia de Itacoatiara organizava nesta quarta-feira, 24 de fevereiro, um encontro formativo sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 (pode assistir aqui a live), que tem como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. A assessoria foi realizada por Marilza Schuina, padre Zenildo Lima e Dom José Albuquerque. Ao apresentar o ver, Marilza Schuina afirmava que “a diferença, ela não pode nos impedir de conversar”, um elemento importante na hora de abordar o diálogo, que deve ser desenvolvido com as pessoas e as instituições. Ela analisava aquilo que a gente vê pelo caminho, aquilo que a gente conversa, tendo em conta que a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, marcada pela pandemia, tem como elo condutor o caminho dos discípulos de Emaús. A partir dai se faz necessário procurar saídas, encaminhamentos, que sejam coerentes com a Boa Nova do Evangelho. O Brasil vive uma crise do Estado-nação, uma crise da democracia, um acirramento do ódio e um aumento das violências, que se faz presente de diferentes formas e tem aumentado na pandemia. O estado brasileiro está cada vez dominado pelo mercado, produzindo separação entre as pessoas, o que leva a questionar como falar de fraternidade. Isso demanda respostas que ajudem a evitar que as pessoas sejam descartadas para a manutenção de um poder segregador. Nessa conjuntura, Marilza Schuina se questionava onde estão as igrejas nesse contexto e o que cada um pode fazer, buscando construir pontes e não muros, estabelecer redes, ajudar a repensar o humano. No julgar, o padre Zenildo Lima começava se questionando sobre o que nos impacta. Segundo ele, a conversa muda, como aconteceu com os discípulos de Emaús, quando Jesus nos ajuda a reinterpretar, a fazer memória, sabendo que ele não suscita inimizades e perseguições, impulsiona a uma nova vida, não julga mais transforma, inaugura novas relações. Em suas palavras, o reitor do Seminário São José de Manaus, analisava as primeiras comunidades cristãs desde o contexto da comunidade de Éfeso, que vivia situações conflitivas, mas que na carta a eles escrita por Paulo se propõe a unidade a partir da centralidade da pessoa de Jesus. Nesse contexto, a paz é alcançada “quando estas situações de negação da vida, elas forem transformadas em plenitude de vida para cada homem e para cada mulher”. Desde a carta ao Efésios, o padre Zenildo refletia sobre o conceito de universalidade, entendido como uma unidade que consegue concentrar em se a diversidade. Desde aí se parte para uma nova humanidade, vista no Texto Base como ação do Espírito de Deus, que “nos ajuda a tirar a poeira ou a rigidez das nossas estruturas institucionais”. Ele refletia sobre alguns elementos que considera importantes, como é a consciência que todos somos filhos, os elementos da identidade cristã, dentre os quais destaca o diálogo, insistindo em que as atitudes de intolerância, elas não estão enraizadas naquilo que é fundamental de uma experiência religiosa. Finalmente, Dom José Albuquerque começava dizendo que “a Campanha da Fraternidade para a Igreja é uma benção, é uma realidade que já está consolidada”, insistindo em que “a Campanha da Fraternidade é uma ação do Espírito, um presente de Deus para a Igreja do Brasil”. Não podemos esquecer que já são quase 60 anos de caminhada. Na terceira parada do caminho, no agir, ele enfatizava a importância da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021, que já é a quinta. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, nas famílias brasileiras se fazem presentes diferentes experiências cristãs. No campo do ecumenismo somos chamados a evitar uma discussão que é fundada em preconceitos, em distorções, segundo Dom José, que destacava a importância do diálogo, tema da campanha de 2021. O desafio é ter um relacionamento mais fraterno entre as diferentes Igrejas, afirmava o bispo auxiliar de Manaus, dando um testemunho de amor, “porque não existe maior escândalo do que a divisão entre nós, entre os cristãos”. Segundo Dom José, a terceira parada do Texto Base, “ela nos aponta para as boas práticas que existem”, algo que não está muito implantado na Região Norte do Brasil. Nesse sentido, ele pedia que “o amor aos mais pobres, de fato nos uma mais”, que se procurem encontros que visem o bem da sociedade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1   

Não deixemos ser destruída a nossa casa comum, obra da criação de Deus

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  25 DE FEVEREIRO: Quinta-feira da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me. Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.   Estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. Completai em mim a obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos! (Sl 137, 1-3.7c-8) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Contemplando o mundo criado por Deus – a nossa casa comum – não podemos deixar de louvar e agradecer pela beleza da criação, como faziam as primeiras comunidades cristãs: “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos!” (Ap 15, 3). Contudo, muitas vezes, em muitas épocas e em diferentes lugares, o ser humano não soube e não sabe ainda respeitar a Criação divina, mas quer simplesmente explorar seus recursos e, finalmente, destruí-la. Junto a isso, está a exploração e destruição da própria dignidade e da pessoa humana, como vemos acontecer na Amazônia em relação aos povos indígenas, às comunidades tradicionais, que sofrem um verdadeiro genocídio e etnocídio. Diante desse quadro, pedimos ao Senhor que não deixe ficar inacabada a obra de suas mãos, como reza o salmista, nem tão pouco ser destruída, pois sabemos que “se Deus pôde criar o universo a partir do nada, também pode intervir neste mundo e vencer qualquer forma de mal.” (LS 74). Que neste tempo de Quaresma, que prefigura a vitória de Cristo sobre a morte e o mal, possamos fortalecer a nossa esperança cristã de que “o destino da criação inteira passa pelo mistério de Cristo, que nela está presente desde a origem” (LS 99), pois afinal “todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele” (Cl 1, 16). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Deus criou o mundo, inscrevendo nele uma ordem e um dinamismo que o ser humano não tem o direito de ignorar” (Laudato Si’, 221) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ