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Dia: 26 de fevereiro de 2021

Destruir a criação de Deus é destruir-nos a nós mesmos

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  26 DE FEVEREIRO: Sexta-feira da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Mas vós andais dizendo: ‘A conduta do Senhor não é correta`.Ouvi, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta? Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá. (Ez 18,25-28) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Citando o Patriarca Bartolomeu, o Papa Franscisco nos convoca a fazermos nosso exame de consciência, arrependendo-nos do modo como maltratamos o planeta, promovendo danos ecológicos que desfiguram e destroem o ambiente. Somos convidados a reconhecer os nossos pecados contra a criação, por que “quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar… tudo isso é pecado […] um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus” (LS 8).   Nesse tempo de preparação para a Páscoa – passagem para uma vida nova em Cristo – pensemos no que já fizemos e no que podemos ainda fazer para que a justiça do Reino de Deus prevaleça e a nossa casa comum tenha vida em abundância. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Ouvir a Amazônia, no espírito do discípulo e à luz da Palavra de Deus e da Tradição, leva-nos a uma profunda conversão de nossos esquemas e estruturas a Cristo e seu Evangelho” (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 5) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Três missionários chegam em São Gabriel da Cachoeira, mais um fruto do Sínodo da Amazônia

  O Sínodo para Amazônia ajudou a tomar consciência da necessidade do trabalho missionário na região amazônica. O Papa Francisco lançou um forte apelo nesse sentido, algo que aos poucos vai dando frutos. Na última quarta-feira, 24 de fevereiro, chegavam em São Gabriel da Cachoeira – AM, três padres que trabalharão como missionários na diocese mais indígena do Brasil, num lugar bem recôndito, onde as distâncias dificultam a vida do dia a dia e a missão da Igreja. Eles têm sido recebidos pela diocese “de braços e corações abertos”, segundo seu bispo. Dom Edson Damian destaca que “é interessante ver como Deus foi agindo na vida de cada um deles”, de Alair Alexandre da Silva, padre do clero da Arquidiocese de Vitória – ES, de Lucio André Pereira, padre da Diocese de Registro – SP, e o padre Luís Carlos Araújo Moraes, Missionário do Sagrado Coração, congregação que está presente na Diocese de São Gabriel da Cachoeira desde há 23 anos. Os três chegam com sus motivações e tem criado suas expectativas. Todos eles sentiram esse chamado missionário há tempo, alguns desde o seminário, como afirma o padre Alair. Ele conhecia a Amazônia em suas visitas na Prelazia de Labrea, Igreja irmã da Arquidiocese de Vitória. Sua chegada em São Gabriel da Cachoeira, “um lugar onde eu nunca estive, um lugar onde eu não conhecia, nunca tinha passado pela minha cabeça poder estar ao serviço desta Igreja”, foi fruto de uma sugestão do Arcebispo de Vitória, dom Dario Campos, quem já conhecia São Gabriel. O padre Alair, que recebeu o convite do arcebispo como uma notícia que “caiu no coração com uma grande alegria”, chega com vontade de “conhecer as comunidades ribeirinhas, conhecer os povos indígenas, e aprender com todo esse povo, aprender a viver a vida de uma outra forma, aprender a viver a fé de uma outra forma, junto a esse povo”. Ele diz chegar, “não para trazer conhecimento, porque não é essa pretensão, mas aprender com todo esse povo”, e assim “poder crescer no meu ministério servindo ao povo mais simples, ao povo mais pobre, uma Igreja voltada para a missão, uma Igreja onde se preocupa realmente com aqueles que mais necessitam”. Ele, que vem de uma realidade e uma Igreja completamente diferente, insiste em seu propósito de “aprender cada vez mais e estar, como diz o Papa Francisco, entre os mais simples, entre os mais pobres, buscando viver a simplicidade, buscando viver com humildade, ao serviço de Deus e também desse povo nosso tão querido, mas também tão sofrido ao longo deste país, pelos desmandos dos governos que não se preocupam tanto com quem deveriam se preocupar”. Para sua nova missão, o padre Alair pede “que Deus possa nos ajudar, nos fortalecer, para poder continuar nesta caminhada, e assim prestarmos serviço a Deus e a esta Igreja aqui às margens do Rio Negro”. Como parte do Projeto Igrejas Irmãs entre os Regionais Sul 1 e Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que já completou 25 anos, chega o padre Lucio André Pereira, que diz ter sido motivado pelo Sínodo da Amazônia e o convite do Papa Francisco de padres que tenham um coração despojado para a missão, para ajudar à Igreja da Amazônia. É por isso, que ele se coloca “ao serviço da Igreja de São Gabriel em tudo aquilo que ela precisar, ir ao encontro do povo, sentir a alegria, mas também sentir junto a tristeza”. O padre da Diocese de Registro tem a expectativa de “poder se alimentar da fé deste povo e junto deles alimentar esta fé”. Ele lembra de suas palavras na missa de envio, onde ele disse que “eu trabalhei de garçom, trabalhei de servente de pedreiro, trabalhei ajudando meu pai a puxar o calão da rede, na pesca, na praia”. A partir desses trabalhos, surgem suas expectativas, “ser um padre garçom que sirva a mesa do Evangelho, que sirva a mesa das pessoas como Cristo Ressuscitado, Vivo, que fortalece a vida. Também ser o servente de pedreiro que vai enchendo e mantendo a caixa de massa cheia para que o tijolinho da esperança, da alegria, seja sempre assentado. E aquele que vem para ajudar a puxar o calão da rede, junto com Dom Edson, junto com os padres missionários e missionárias, que aqui já estão. Minha expectativa é realmente se colocar ao serviço desta Igreja”. As motivações do padre Luís Carlos Araújo Moraes, MSC, tem a ver com o carisma da sua congregação, que lhe chama a “de alguma forma poder contribuir a partir daquilo que reza o meu carisma, que é o carisma da misericórdia, da compaixão, da acolhida, da escuta, do respeito, pelas pessoas, pelas realidades, pelas culturas”. O religioso, que diz ser a primeira vez que vai trabalhar numa realidade tão específica, São Gabriel da Cachoeira é tido como o município mais indígena do Brasil, vê isso como “uma riqueza muito grande”, afirmando “poder me orgulhar nesta realidade que, por outro lado me leva a mergulhar nas minhas origens indígenas, no meu ser brasileiro”. Ele, que também se diz tocado pelo pedido do Papa Francisco para uma maior sensibilidade com os povos amazônicos, também quer, a partir daquilo que ele é, com suas riquezas e limites, “ser esse coração de Deus para as pessoas, na proximidade, na escuta, no serviço gratuito”. Movido pelo Evangelho, do qual quer ser expressão, o religioso quer “poder aprender, soltar a minha experiência anterior para abrir a minha mente, o meu coração para aprender algo novo, para beber dessa fonte que aqui está”, uma fonte desconhecida que espera o ajude a poder crescer, a poder olhar um horizonte novo, se sentido diante de “uma folha em branco para escrever uma nova história, um novo momento, com as pessoas deste lugar”. Ao falar sobre as expectativas, ele espera ser um “com todas as pessoas que de alguma maneira entregam as suas vidas a serviço desta diocese”. O missionário espera poder “ser mais um para somar, entrar nessa…
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