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Dia: 27 de fevereiro de 2021

Dom Fernando Barbosa agradece “pelo olhar generoso e caridoso” com os municípios da Prelazia de Tefé

  A Campanha “Amazonas e Roraima contam com sua Solidariedade” tem ajudado as pessoas mais vulneráveis a superar muitos momentos de dor e sofrimento nas últimas semanas. Umas das igrejas particulares que recebeu essa ajuda foi a Prelazia de Tefé. Diante disso, Dom Fernando Barbosa, bispo da Prelazia de Tefé, tem escrito uma carta de agradecimento, onde afirma “como é gratificante encontrar na caminhada benfeitores que contribuem na missão de ajudar os irmãos (as) mais vulneráveis”. O prelado reconhece que estamos vivendo dias marcados pela dor, mas ele fica com os sinais de amor e esperança, os sinais do Reino. Dom Fernando destaca que “vidas estão sendo salvas pela união das diversas mãos que desejam fazer o bem”. Ele agradece “pelo olhar generoso e caridoso com os municípios que formam nossa Prelazia de Tefé, pelas doações dos materiais que estão ajudando a salvar tantas vidas”. Seu agradecimento especial é para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Norte 1 na pessoa de Dom Leonardo Ulrich Steiner, ao secretário executivo do Regional diácono Francisco Andrade, a Cáritas do Regional Norte 1 e a Cáritas da Prelazia de Tefé. Neste tempo de quaresma, que nos convida “a viver de forma mais profunda a prática da caridade e oração”, é visto pelo bispo como momento para “entender que Deus nos quer como irmãos e irmãs que ao ver o sofrimento uns dos outros isso nos inquiete, e transforme essa inquietação em ações que ajudem a mudar a realidade dolorosa que aflige e agoniza a vida”. Dom Fernando Barbosa encerra suas palavras pedindo que a bondade de todos seja retribuída em bençãos de Deus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ser perfeito na misericórdia e no cuidado da nossa mãe e irmã Terra

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  27 DE FEVEREIRO: Sábado da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos.   Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.’ (Mt 5,43-48) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ O apelo de Jesus à perfeição deve nos fazer sempre mais misericordiosos, pois esse é traço característico do Pai, que o Filho nos apresenta. Entretanto hoje, mais do que nunca, essa misericórdia à qual somos chamados deve se estender também aos “gemidos da irmã Terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo” (LS, 53). Assim, além da conversão pessoal, temos que deixar acontecer em nós e nas estruturas da sociedade a conversão ecológica, tornando-nos “os instrumentos de Deus Pai para que o nosso planeta seja o que Ele sonhou ao criá-lo e corresponda ao seu projeto de paz, beleza e plenitude” (LS, 53). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Ouvir o clamor da “Mãe Terra”, agredida e gravemente ferida. (Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, 146) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Dom Rafael Cob pede a Deus “a força e a sabedoria para defender os direitos destas terras amazónicas”

  A situação que a região Pan-Amazónica está vivendo como consequência da segunda onda da Covid-19 na região, provocou o posicionamento de diferentes organizações: Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica – COICA, Fórum Social Pan-Amazónico – FOSPA, Rede Eclesial Pan-Amazónica – REPAM, e a Assembleia Mundial pela Amazônia. Juntos organizaram o evento “O Grito da Floresta: Vozes da Amazónia“, que reúne virtualmente, os dias 26 e 27 de fevereiro participantes de diferentes países da região, bem como de outros países do mundo. No seu discurso, o vice-presidente da REPAM pediu a Deus “que nos desse a força e sabedoria para defender os direitos destas terras amazónicas“. Dom Rafael Cob, que afirmou que “sabemos que cada um de nós não pode fazê-lo sozinho”, sublinhou que “unidos alcançaremos os objetivos que propomos para criar uma fraternidade onde todos nos sentimos irmãos, onde Deus Criador, que nos deu este maravilhoso Planeta, sabe como cuidar dele, como defendê-lo e como amá-lo”. O bispo do Vicariato de Puyo, na Amazónia equatoriana, recordou o que foi dito no Sínodo Amazónico, onde ele foi padre sinodal. Aí afirmou-se que “a Igreja quer ser aliada dos povos amazónicos, acompanhá-los e também estar com eles na defesa dos direitos da nossa natureza e dos povos que vivem na Amazónia”. O bispo pediu “que o Senhor possa continuar a abençoar-nos e a dar-nos a sua força e que todos nós, unidos também ao Papa Francisco, que nos ilumina com a sua palavra e o seu exemplo, possamos deixar pegadas para que aqueles que vierem depois de nós possam verdadeiramente construir um mundo melhor, um mundo onde reine a paz, onde reine a justiça, onde se faça progresso global com aquela ecologia integral de que o nosso planeta precisa hoje”. Dom Rafael Cob concluiu o seu discurso dizendo “que Deus Pai, Criador deste universo e das nossas vidas, continue a ajudar-nos com o sopro do seu poder e que cada um de nós viva essa comunhão e essa harmonia que Deus Criador nos deu para vivermos como povos fraternos“. O evento foi um momento para “exigir que a humanidade ouça a nossa voz”, segundo José Gregório Díaz Mirabal. O coordenador da COICA pediu que, face à crise estrutural que o planeta atravessa, “nos ajudem a exigir os direitos da natureza, dos povos“. Nas suas palavras denunciou as invasões que os territórios dos povos originários e comunidades tradicionais estão sofrendo e exigiu soluções para a crise de saúde que a Amazónia está atravessando neste momento. Estas palavras foram endossadas por German Niño, que disse que “sentimos o nosso apelo a preservar a vida natural e as diversas culturas da Amazónia“. O representante do FOSPA insistiu que “o bater do coração da Amazónia é o bater do coração da civilização atual”, apelando para “poder falar de forma integral na diversidade“. Niño apelou ao mundo para “abrir os seus ouvidos, olhos e portas para poder sentir a importância deste processo”. Na sua opinião, “a Amazónia tem que ser defendida em todo o planeta, deve deixar de ser vista como um reservatório de matérias-primas para o mundo”. No encontro virtual, foram apresentadas diferentes realidades, tais como o trabalho que a REPAM tem vindo realizando no monitoramento dos casos e mortes como consequência do Covid-19 na Pan-Amazónia há quase um ano, apesar das dificuldades encontradas nos organismos públicos, que nem sempre são claros nas suas informações. Também o trabalho que a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB tem feito no mesmo sentido, denunciando a grave realidade que se vive no país com mais casos e mortes na região. A pandemia também demonstrou a falta de infraestruturas na Amazónia, os conflitos e ameaças, que não pararam na pandemia, algo que se manifesta em diferentes realidades que ameaçam a vida na região. De fato, o tratamento da pandemia em alguns países da região, especialmente no Brasil, pode ser considerado um genocídio, como afirmou o cientista Antônio Nóbrega, que denunciou “a falta de humanidade e perversidade na situação atual“. Muitas pessoas começam a perceber a realidade, disse ele, defendendo a necessidade de estudar com os sábios indígenas, reconhecendo a importância da sua sabedoria milenar. Diferentes líderes indígenas mostraram a realidade que se vive na Amazónia, denunciando o impacto do agronegócio e dos incêndios, estradas, petróleo, infraestruturas, barragens, hidroelétricas, algo que afeta especialmente os povos em isolamento voluntário, e que está custando a vida de muitas pessoas, incluindo defensores e defensoras dos direitos humanos, cada vez mais ameaçados numa região onde os efeitos das mudanças climáticas estão a levá-la a um ponto sem retorno. Diferentes elementos e situações que foram recolhidos num manifesto que o coordenador geral da COICA deu a conhecer. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1