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Dia: 28 de fevereiro de 2021

Dom Leonardo Steiner: “A economia, ela não é mais humana, ela é do mercado, e o mercado não tem coração”

A Economia de Francisco e Clara é um chamado do Papa Francisco a repensar o atual sistema económico, a mudar a economia atual e atribuir uma alma à economia do amanhã. Isso tem repercussões em todos os cantos do Planeta, também na Amazônia. É por isso, que neste sábado, 27 de fevereiro, era convocado o 1º Encontro regional da Amazônia Legal para refletir sobre essa questão. Estamos frente a uma economia de morte, segundo Eduardo Brasileiro, que apresentava a economia de Francisco e Clara como “uma ligação entre instituições, conectando pontos de luta, de resistência, de alternativas para este mundo”. Segundo o sociólogo, existe “a necessidade de buscar, de integrar tudo o que está sendo proposto em diversos âmbitos, em práticas, a necessidade de olhar para lugares de inspiração”. Estamos diante da oportunidade de buscar novos modelos de economia, de educação, de busca por terra, teto e trabalho, feito desde uma integralidade. Segundo Brasileiro, Assis deve ser entendido “como lugar que mostra que podem ser corrigidos os caminhos que estamos tomando”, e Francisco e Clara tem que ser vistos “como exemplo de fraternidade, que supera a economia da desigualdade, da injustiça”. Ao levar para a Amazônia a Economia de Francisco e Clara, Eduardo, que faz parte da Articulação Brasileira, insiste em faze-lo “a partir de seus povos, da cidadania e da florestania”. Ele propõe uma mudança de lógica, “uma lógica da economia solidária frente à lógica do mercado, do capital financeiro”, colocando alguns exemplos que mostram que isso é possível. Isso tem que nos levar a superar a necropolitica e assumir uma política que muda a sociabilidade, a assumir o modelo de distribuição que o Papa Francisco fala, que hoje está marcado pela desigualdade que agride a mãe Terra e os mais pobres. Também somos desafiados a assumir que somos interdependentes e terradependentes. Eduardo também refletia sobre a espiritualidade económica, sobre uma economia voltada para a vida, afirmando que “a economia tem que começar na partilha do pão”. Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, começava afirmando a necessidade de “retomar a economia dos povos originários, que não é desde o lucro e sim desde a relação, porque é partilha, é cuidado”. O desafio é uma economia a serviço de todos, “uma economia que tem a ver com fraternidade”. Segundo o arcebispo de Manaus, “vivemos hoje uma injustiça econômica, a desestruturação das relações por causa de economia”, afirmando que nos encontramos numa “verdadeira desfraternidade”.  Ele fazia um chamado a “permanecer na escuta da realidade a partir do sentido de ser pessoa”, enfatizando que “estamos falando de uma economia de pessoas, não de objetos, estamos falando de imagem e semelhança de Deus”. Falar de economia, segundo o arcebispo de Manaus, é falar de “ser casa, que é o que abriga, aquilo que se faz necessário para o cuidado e o cultivo da nossa casa comum”, que ele não entende como estrutura e sim “as relações que estabelecem com todos os seres”. Dom Leonardo fazia uma análise da etimologia da palavra economia, insistindo na dimensão dos indivíduos que convivem e das relações que cuidam da distribuição, não só das coisas, também do cuidado das diferentes questões que fazem parte da vida. Segundo o arcebispo, “a economia expressa um modo de ser nós”, que nos leva ao cuidado da totalidade das pessoas e do seu mundo. O Papa Francisco pretende, segundo Dom Leonardo, mostrar “o valor da economia na deseconomia em que vivemos”, superando o modo de entendermos hoje a economia como mercado, como lucro, insistindo na necessidade de “retornarmos ao modo de ser do homem, que é cuidar”. Para o arcebispo de Manaus, “discutir a economia significa pensar a nós mesmos, na nossa humanidade, para não nos tornarmos desumanos”, uma questão importante hoje, em que “a economia, ela não é mais humana, ela é do mercado, e o mercado não tem coração”. O arcebispo de Manaus, que é franciscano, refletia sobre a forma de entender a vida de Francisco e Clara, que guiaram sua vida pela gratuidade, que indica não troca, não cálculo. Em relação à Amazônia, ele refletia sobre a cobiça que existe sobre todo o que a Amazônia contém, enfatizando que “tudo isso tira a gratuidade da Amazônia e a gratuidade dos povos originários”. Segundo Dom Leonardo, “da gratuidade nasce a fraternidade”, realizando uma igualdade que não seja puro nivelamento e uniformização. “Em Francisco e Clara tudo é irmão e irmã, permanecendo na sua diferença de ser”, afirma o arcebispo. Dom Leonardo se perguntava por que há tanto pobre no mundo hoje, e ele mesmo respondia que “porque não há misericórdia, porque a economia deixou de ser economia no seu sentido etimológico”. O arcebispo afirmava que “a força histórica do cristianismo não vem do poder, mas sim da autoridade do não poder, do amor, dos pobres”. Nesse sentido, se questionava se não estamos traindo o Evangelho quanto à questão económica, “porque elegemos o poder e a força como nossa autoridade, e não o cuidado”. Ao falar de Querida Amazônia, Dom Leonardo dizia que nela “o Papa Francisco nos oferece um novo horizonte para a economia na Amazônia”, nos apresentando a “economia como cuidar da casa comum”. Segundo ele, “os quatro sonhos são quatro dimensões que nos oferecem a totalidade do modo de ser de quem vive na Amazônia”, que nos ajuda a nos darmos conta da importância de tudo e de todos. Cada uma das dimensões está mostrando a totalidade, o que somos como pessoas e a casa que nos deixa ser pessoas. Na Amazônia somos tomados pela admiração e pelo cuidado, insistindo em que “enquanto não mudar para a admiração e o cuidado, só se vê lucro”. Por isso se faz necessário deixar de lado a dominação, a destruição, o lucro, o mercado, a escravidão, a expulsão e a morte. A economia baseada no mercado, não vê as belezas da Amazônia e dos povos que nela habitam, “é uma economia que mata”, enfatiza Dom Leonardo Steiner, e “a economia que temos hoje em relação à Amazônia mata, perdemos a…
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Em Jesus, Deus confirma a sua presença entre nós e na nossa casa comum

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  28 DE FEVEREIRO: 2° Domingo da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo: Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: ‘Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.’ Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: ‘Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!’ (Mc 9,2-7)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ No mistério da Transfiguração de Jesus, vemos como o Pai confirma a sua presença entre nós por meio do seu Filho muito amado. Da mesma forma, no mistério da Eucaristia, vemos que “no apogeu do mistério da Encarnação, o Senhor quer chegar ao nosso íntimo através dum pedaço de matéria. (…) [Ela] une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação” (LS 236). Somos chamados a superar, portanto, qualquer forma de dualismo, que separa totalmente o céu e a terra, pois Ele está no meio de nós! O Papa Francisco nos ensina que tudo isso deve ser para nós “fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira” (LS 236), em louvor e reverência à presença Dele em toda a natureza e na nossa mãe e irmã Terra. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Que, em cada Eucaristia, se eleve também tanta maravilha para a glória do Pai. (Querida Amazônia, 111) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Arquidiocese de Manaus pede orações pela saúde de Dom Sérgio, internado na UTI

  A Arquidiocese de Manaus acaba de informar na noite deste sábado, 27 de fevereiro, sobre o quadro de saúde de Dom Sérgio Castriani, CSSp, pedindo unir-se na oração pela sua saúde. Internado na manhã da sexta-feira, 26 de fevereiro, em virtude de uma infecção urinária, o arcebispo emérito de Manaus, na noite de sexta-feira para sábado sofreu um infarto, sendo levado para a UTI, onde se encontra sedado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1