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Dia: 8 de março de 2021

Louvando a Deus pelo rosto feminino da criação

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  8 DE MARÇO: Segunda-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus!   A minh’alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?   Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada!   Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!   (Sl 41,2.3; Sl 42,3.4 REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Neste Dia Internacional da Mulher, queremos louvar o “Deus da minha alegria”, como diz o salmo, pela força e o dom que são as mulheres na sociedade e na Igreja, como recorda o Papa Francisco, destacando o papel delas na evangelização da Amazónia, onde “há comunidades que se mantiveram e transmitiram a fé durante longo tempo, mesmo decênios, sem que algum sacerdote passasse por lá. Isto foi possível graças à presença de mulheres fortes e generosas, que batizaram, catequizaram, ensinaram a rezar, foram missionárias, certamente chamadas e impelidas pelo Espírito Santo. Durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente” (QA, 99).   Que Maria, “a mãe que cuidou de Jesus” e que agora “cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido” interceda por todas as mulheres, vítimas de tantas formas de violência e preconceito, nos ajudando “a contemplar este mundo com um olhar mais sapiente” (LS, 241). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A sabedoria dos povos ancestrais afirma que a Mãe Terra tem um rosto feminino. (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 101) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Mulheres que ajudam a construir o Reino de Deus na Igreja e nas periferias do mundo

No dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, somos chamados a refletir sobre o papel das mulheres na sociedade e na Igreja. Olhar para o passado para poder analisar o presente e poder construir o futuro, um futuro melhor, sustentado em princípios que mostram aquilo que Deus quer. Falar de mulheres nos leva a pensar em rostos concretos, que simbolizam lutas comuns, que ajudam a construir o Reino de Deus. A Igreja brasileira, a Igreja da Amazônia tem dado passos ao longo dos últimos anos, nem sempre para frente, mas mesmo aqueles que pontualmente representaram um retrocesso, a longo prazo, ajudaram a construir o futuro evitando cair nos erros do passado. Laura, Joelma, Rosita, Roselei, são nomes atrás dos quais aparecem representadas as lutas de muitas mulheres para que a Igreja e a sociedade sejam cada mais imagem do Deus da Vida, sinal de Boa Notícia, de Evangelho, sinal do Reino de Deus. Elas são presença feminina no meio dos povos indígenas, no mundo da comunicação, entre os migrantes e refugiados, ao lado das vítimas do abuso e exploração sexual. Fruto do seu trabalho como agente do Conselho Indigenista Missionário, a Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, tem dedicado os últimos anos a acompanhar a vida do povo Karipuna, no estado de Rondônia. Ela, que também é indígena, foi escolhida como representante dos povos originários na Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, onde “nós mulheres, temos muito a contribuir”, pois segundo a religiosa “nós somos chamadas a ser essa presença e essa voz de mulher na Conferência Eclesial da Amazônia”, da qual fazem parte as Igrejas do nosso Regional Norte 1. A religiosa Catequista Franciscana vê essa presença como “uma grande responsabilidade, pois estar presente numa instituição como esta, é uma responsabilidade no sentido de que a gente está levando a presença e a voz de muitas outras mulheres que habitam o território amazônico. São avós, mães, filhas e da Vida Consagrada, que estão presentes vivendo nesse imenso bioma, nessa imensa região amazônica”. Trata-se de “mulheres que lideram famílias e comunidades inteiras, que promovem a defesa da vida e que aspiram a um espaço também maior nos espaços da Igreja”. A Ir. Laura insiste em que “nós mulheres merecemos isso, precisamos agir, falar, e não devemos permanecer invisibilizadas nesses espaços”. Daí, ela espera “que isso nos ajude a abrir nossa mente, nosso coração, e estejamos abertas e abertos às transformações que estão ocorrendo no mundo e na Igreja”. Como indígena, destaca a importância da presença dos povos originários na CEAMA, como algo que pode “ajudar a oferecer uma visão de vida, de luta, das cosmovisões, a partir de dentro dos povos originários e das comunidades amazônicas”. Estar na CEAMA é oportunidade para “trazer presente tudo aquilo que nos faz sofrer e que ameaça a vida das pessoas e desse bioma”, para “defender os seus territórios, defender a Amazônia, o ecossistema e os povos que aqui habitam, defender a nossa casa comum para que as gerações futuras possam ter vida”. Por isso insiste em que “a Igreja seja amiga e aliada dos povos da Amazônia e da Amazônia como um todo, para que dessa forma nos comprometamos com o cuidado da casa comum”. Fazer comunicação na Amazônia é “um desafio muito grande, porque quando a gente pensa essa região, ela é enorme, as distâncias são uma dificuldade que nós encontramos para poder chegar onde as coisas acontecem”. As palavras de Joelma Viana nos ajudam a descobrir que na comunicação amazônica, “a gente consegue estar mais próximo das pessoas, ouvindo, pisando o chão que eles pisam, compartilhando as suas vivências”, sempre na busca de uma comunicação diferenciada. A radialista insiste em que “quando a gente faz a comunicação a partir da Igreja, nessa região amazônica, a gente não está só para ouvir, só para recolher os depoimentos. É necessário estar próximo, compartilhando esses momentos, vivenciando esses momentos, partilhando cada um desses momentos e aprendendo juntos”. Na Amazônia, “essa comunicação acaba tendo um sentido muito maior, um sentido de comungar da vida do outro”, comungar com a vida dos povos da região. Esses desafios próprios da comunicação amazônica, aumentam quando ela é feita pelas mulheres, segundo Joelma Viana. Ela insiste em que o trabalho que é feito por mulheres, ele é diferente, pois as mulheres, “elas são sensíveis e conseguem fazer um acolhimento. E nós tentamos fazer isso, um acolhimento das pessoas que estão próximas da gente”. Na Igreja da Amazônia, as mulheres que fazem comunicação ainda se deparam com que “muita gente não acredita no trabalho que é feito por mulheres” afirma Joelma. Ela que tem um papel destacado na Rede de Notícias da Amazônia, que desde Santarém, no Estado do Pará, engloba várias rádios católicas da região, dentre elas várias no Regional Norte 1, afirma que “quando a gente olha o cenário da própria região e do próprio Brasil, a gente vai ter poucas mulheres à frente desse ramo dentro da Igreja. A gente vê mais homens no processo do que mulheres”. Diante disso, ela insiste na necessidade de ter maior presença das mulheres. Nesse avanço, Joelma destaca a importância do Papa Francisco, que “a partir do Sínodo da Amazônia, e agora também do próximo sínodo, que tem mulheres sendo representadas, acaba fortalecendo ainda mais esse trabalho que a gente vem desenvolvendo nessa região, que é tão desafiadora, mas ao mesmo tempo é tão instigante”. Isso faz com as mulheres, insiste a radialista, “nós nos sentimos o tempo todo motivadas a estar presente, a estar compartilhando aquilo que aprendemos no nosso dia a dia”. As mulheres refugiadas, as mulheres migrantes, as mulheres apátridas, “elas são mulheres persistentes, são resilientes, são de uma devoção à sua vocação de mulher e mãe, que impressiona”. Quem assim fala é a irmã Rosita Milesi, alguém que dedica sua vida a cuidar daqueles e daquelas que a sociedade despreza e explora. Nessas mulheres, a religiosa scalabriniana vê a presença de alguém que supera “com esforço, com dedicação, com carinho, com amor imensurável, todas…
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