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Dia: 10 de março de 2021

Igreja no Brasil participa da mobilização em defesa da vida das mulheres organizada pelo CELAM

  A Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência e a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um conjunto de organizações da Igreja no Brasil se somam à Campanha Continental da Igreja Católica Latino-americana contra o tráfico de pessoas e se comprometem na defesa da vida das mulheres. Num mundo onde há quem pense que tudo é comprado e vendido, a Igreja da América Latina e do Caribe, através da Rede CLAMOR, lançou, no Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas 2021,  a Campanha Continental contra o Tráfico de Pessoas 2021, que tem como lema “A vida não é uma mercadoria, trata-se de pessoas”. O arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mensagem divulgada no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, chamou a atenção  para as graves violências e o feminicídio que fazem vítimas as mulheres e devem ser enfrentadas com urgência e determinação. Mobilização pela vida das mulheres Participam também desta mobilização a Cáritas Brasileira, o Serviço Pastoral dos Migrantes, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz, o Instituto de Migrações e Direitos Humanos, a Pastoral da Mulher Marginalizada e a Pastoral Carcerária. A mobilização alerta para as várias formas de violência contra as mulheres que se agravam com a pandemia de Covid-19. Segundo a campanha, as mulheres continuam migrando forçadamente em busca de melhores condições de vida para suas famílias e são as maiores vitimas do tráfico humano. No compromisso de proteger as mulheres vítimas,  a campanha reafirma o acompanhamento às sobreviventes das diversas violências. Na página do Facebook, no endereço abaixo, é possível ter acesso aos materiais para disseminar as mensagens da campanha. Fonte: https://www.cnbb.org.br/igreja-no-brasil-se-soma-a-mobilizacao-puxada-pelo-celam-na-defesa-da-vida-das-mulheres/

A criação nos revela o carinho de Deus pelo seu povo.

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  10 DE MARÇO: Quarta-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.   Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. ele faz cair a neve como a lã e espalha a geada como cinza.   Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos. (Sl 147,12-13.15-16.19-20)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Na Laudato Si’ lemos que “o divino e o humano se encontram no menor detalhe da túnica sem costura da criação de Deus, mesmo no último grão de poeira do nosso planeta” (LS, 9). Por isso rendemos louvores ao Criador, que tudo fez por amor, já que nenhum outro povo recebeu Dele tanto carinho, como reza o salmista. Eis por que toda a Criação nos remete a Deus e, por sua vez, os sacramentos que Ele nos deixou “são uma plenificação da Criação, na qual a natureza é elevada para ser lugar e instrumento da graça, para ‘abraçar o mundo num plano diferente’” (Querida Amazônia, 81).  Somos capazes de encontrar Deus em cada criatura, nos tornando defensores e cuidadores da vida em todos os sentidos, pois que cada uma delas é sacramento vivo do Criador? AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA O rosto amazônico é o de uma Igreja com uma clara opção pelos (e com os) pobres e pelo cuidado da criação. (Instrumetum laboris do Sínodo para a Amazônia, 109) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Missa de 7º Dia de Dom Sérgio Castriani, “testemunha da Palavra sem som, sem voz”

  A Igreja de Manaus se encontrou na noite desta terça-feira, 9 de março, para celebrar a Missa de Sétimo Dia do seu Arcebispo Emérito, Dom Sérgio Eduardo Castriani, uma “celebração de ação de graças”, segundo Dom Leonardo Steiner, que comentando o Evangelho de João e o Livro do Profeta Isaias, tendo também como referência o lema episcopal de Dom Sérgio, centrou sua homilia na Palavra. Dom Leonardo afirmava que “Dom Sérgio recebeu a Palavra, e ela o enviou, o enviou como pai e pastor”, refletindo sobre como através da Palavra, Dom Sérgio aproximou Deus ao povo nos sacramentos, insistindo em que “a Palavra o fez e deixou ser pastor”. O arcebispo definia seu predecessor como “o missionário tomado pela Palavra”, e dizia que “a Palavra nele se fez carne, e se tornou com o passar dos anos, especialmente na doença visível, testemunha da palavra sem som, sem voz”. Dom Leonardo dizia que “sumiu o som, sumiu a voz, mas permaneceu a Palavra, percutia e ensinava a Palavra com seus gestos, com a sua presença”. O Arcebispo de Manaus lembrava as palavras do Profeta Isaías, “fiz dele uma testemunha para os povos, um guia e mestre para as nações”. Também lembrava que “Dom Sérgio aprendeu a duras penas que os pensamentos de Deus não eram os seus, que os seus caminhos, não eram o caminho de Deus”, fazendo assim referência à limitude que Dom Sérgio teve que aceitar diante da doença, que o fez renunciar com 65 anos de idade ao seu ministério episcopal. Dom Leonardo insistia em que “a Palavra falava nele sem palavras”, em que “ele foi missionário da Palavra e a Palavra o missionava”, pedindo que “possamos também nós ser Palavra anuncio, Palavra testemunho, e em tudo realizar a vontade do nosso Pai Celeste”. O final da celebração foi momento para que diferentes representantes da Igreja e da sociedade de Manaus fizessem sua homenagem e mostrassem sua gratidão àquele que foi seu Arcebispo ao longo de quase sete anos. O laicato o definia como “alguém incansável em sua missionariedade, sempre estava junto do seu povo”, como aquele que estava “ajudando, motivando, orientando ao caminho do seguimento de Jesus Cristo”. A Vida Religiosa destacava que “sua vida de Pastor é um testemunho para todas aquelas e aqueles que abraçam a consagração como vocação e entrega de vida na missão”, afirmando que em função da missão, Dom Sérgio foi “presença misericordiosa nos lugares mais distantes e no meio aos mais vulneráveis”. Uma jurista, que faz parte do grupo que todos os meses se encontrava com Dom Sérgio Castriani em sua casa, um momento que definia como “um diálogo fraterno”, destacava “a sua acolhida e sabedoria, que mesmo não tendo formação jurídica, suas ponderações eram frutos do grande conhecimento intelectual e de sua intensa comunhão com Deus”. Os povos indígenas agradeciam que ele “nos disse que precisamos falar de fato aquilo que nós vivemos, falar aquilo que nós sentimos”, fazendo referência ao momento de escuta do Sínodo em que “ele ficou do nosso lado”. Algo que ele também fez quando chegou em Manaus, “no momento em que nós estávamos fortalecendo o movimento indígena”, sempre ajudando “a chamar a atenção a uma realidade presente aqui”. Os indígenas agradeciam sua sensibilidade e escuta, “por caminhar conosco lado a lado, por ficar feliz com as conquistas, por estar junto na luta por direitos”. Na homenagem dos diáconos permanentes era destacado sua presença na sua missão e na vida das suas famílias, enfatizando “seu apoio, confiança e respeito, sempre dispensados a cada um de nós a às nossas famílias”. Também os padres expressavam seu “sentimento de estima e de gratidão a Deus por ter dado Dom Sérgio Castriani como pastor e guia de nossa Igreja particular”. Ele era definido como “homem simples e de grande saber, destacou-se como grande expoente missionário da Amazônia, aonde escolheu viver seus dias, doando-se e defendendo seus povos e nossa cultura com apropriados e convincentes posicionamentos”. Quem foi seu arcebispo é visto pelos padres de Manaus como “alguém sempre disposto a escutar e acolher a todos”, e também como “alguém que participava de maneira particular de nossos sofrimentos pessoais e nunca deixava que nos sentíssemos sós”. Também foram lidas as mensagens do Bispo da Prelazia de Tefé, Dom Fernando Barbosa, ausente por rações de saúde. Uma Igreja que Dom Sérgio “sempre tanto amou”, e onde “sempre se fez presente, mesmo na distância geográfica, através do carinho que todos tinham por ele”, e aproveitava a menor oportunidade para regressar. Uma Igreja onde, segundo a mensagem, “Dom Sérgio aprendeu a viver de forma tão singela e doada, e despiu-se de sua cultura”, assumindo seu ser missionário que vai ao encontro do irmão que necessita. Do mesmo modo, a comunidade judaica do Amazonas enviou sua mensagem, onde rogava ao Altíssimo “que receba a sua bondosa alma no Jardim do Eden, ao lado dos justos, na morada dos bem-aventurados”. Finalmente, era lida a mensagem do Papa Francisco, onde afirmava que Dom Sérgio Castriani deixou “recordação de uma existência de vida, adesão coerente e generosa a sua vocação como pai atento às necessidades do próximo e pastor fiel ao Evangelho e à Igreja”.   Também no final da celebração, acontecia um gesto bonito da parte da Arquidiocese de Manaus e de seu arcebispo, Dom Leonardo Steiner. Foi no momento em que o Arcebispo de Manaus entregava ao Pe. Mellon, coordenador de pastoral da Prelazia de Tefé, que representava seu bispo, o báculo, a mitra e a cruz pectoral de Dom Sérgio, que vão ficar naquela Igreja onde Dom Sérgio deixou seu coração, lá onde ele foi bispo durante 14 anos. Mais uma lembrança para uma Igreja que caminhou com alguém que sempre foi ao encontro do seu povo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1