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Dia: 12 de março de 2021

Comissão contra o Tráfico Humano da CNBB pede compromisso político e eclesial para enfrentar esse crime na pandemia

Lembrando as palavras do Papa Francisco, que faz um chamado a não afastar “o olhar à vista dos sofrimentos de seus irmãos e irmãs em humanidade, privados de liberdade e dignidade”, a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB e demais entidades que compõe o Fórum Ampliado, tem publicado uma carta pastoral onde denuncia o agravamento do Tráfico Humano neste tempo de pandemia. O texto analisa a realidade do Tráfico de Pessoas, “que atinge prioritariamente as pessoas mais vulneráveis”, uma realidade que tem aumentado com a pandemia da Covid-19, que “exacerbou e trouxe à tona as escandalosas desigualdades econômicas e sociais sistêmicas que estão entre as principais causas do tráfico humano”. A carta, assinada pelos bispos da Comissão, dentre eles Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo de Itacoatiara – AM, denuncia os novos modelos que os aliciadores/as criaram “neste contexto de isolamento social… especialmente por meio das modernas tecnologias de comunicação”. Também tem se dado conflitos nas fronteiras entre polícia e imigrantes, e também tem aumentado os casos de trabalho escravo, segundo o escrito. A Comissão solicita “que as autoridades brasileiras do campo político e eclesial se comprometam”, colocando uma série de pedidos. Tem sido pedido “fortalecer e/ou aprimorar os instrumentos legais… para impedir que traficantes de pessoas e aliciadores ajam impunemente durante a pandemia”; que a Igreja assuma “com prioridade o enfrentamento a estes crimes contra a vida humana”; vacina e Auxilio Emergencial “para reduzir as desigualdades sociais que lançam as pessoas na roda viva do tráfico de pessoas”.  

Oito anos de pontificado de Francisco, o Papa da Amazônia

Alguns podem considerar ousado o fato de considerar Francisco como o Papa da Amazônia, mas se torna algo evidente que a Amazônia sempre esteve presente no pensamento do atual pontífice, que neste sábado, 13 de março, completa 8 anos na Cátedra de Pedro. Nos primeiros meses do seu pontificado, no encontro que teve com o episcopado brasileiro no dia 27 de julho de 2013, com motivo da Jornada Mundial da Juventude, celebrada no Rio de Janeiro, ele falou sobre um ponto “que considero relevante para o caminho atual e futuro não só da Igreja no Brasil, mas também de toda a estrutura social: a Amazônia”. Em suas palavras destacava a importante presença da Igreja na Amazônia, que está “não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam”. O Papa Francisco sempre olhou para a Amazônia desde uma espiritualidade do cuidado, e daí ele destacava a presença “determinante no futuro daquela área” que a Igreja tem. No mesmo discurso, ele abordava outra questão muito presente no seu pensamento, os migrantes, dizendo que “penso no acolhimento que a Igreja na Amazônia oferece hoje aos imigrantes haitianos depois do terrível terremoto que devastou o seu país”. Ele lembrava do Documento de Aparecida, onde ele foi seu relator geral, coordenando assim os trabalhos de redação do documento, que incluía “o forte apelo ao respeito e à salvaguarda de toda a criação que Deus confiou ao homem, não para que a explorasse rudemente, mas para que tornasse ela um jardim”. Esses elementos serão recolhidos na encíclica Laudato Si´, publicada em 2015, que nos fala sobre o cuidado da casa comum. Trata-se de um texto onde a Amazônia aparece explicitamente só uma vez, mas onde o espírito amazônico perpassa todo o escrito. Foram os primeiros passos de algo que se concretizou naquilo que o próprio Papa Francisco definiu como o filho da Laudato Si´: o Sínodo para a Amazônia. O impacto do Sínodo para a Amazônia, que começou na sua única presença como Papa na Amazônia, na visita que ele fez a Puerto Maldonado, Peru, foi algo que ultrapassou as fronteiras da Igreja, colocando a Amazônia e a defesa do seu bioma e dos povos que a habitam, sobretudo os povos originários, no foco midiático mundial. De fato, estamos falando de um Sínodo que teve a cobertura integral de alguns dos meios de comunicação mais destacados do mundo. Isso provocou a reação daqueles que só enxergam a Amazônia como fonte de recursos, passando o trator por cima de tudo o que encontram pela frente, inclusive os povos que habitam a região. Alguns governos, dentre eles o brasileiro, fizeram de tudo para tentar impossibilitar a celebração do Sínodo e tirar o foco daquilo que sempre esteve no pensamento do Papa Francisco, o cuidado da Amazônia e de seus povos. Comemorar 8 anos de pontificado do Papa Francisco é motivo de alegria para muita gente, também para muitos que vivemos na Amazônia. Nele descobrimos a voz profética que denuncia uma economia que mata e que cada dia ameaça em maior medida a Amazônia e seus povos. Sejamos gratos com aquele que tem a Amazônia no seu pensamento, nas suas palavras e sobretudo no seu coração. Luis Miguel Modino – Editorial Rádio Rio Mar

Escutar a voz de Deus clamando por Ecologia Integral

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  12 DE MARÇO: Sexta-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Eis que ouço uma voz que não conheço, Aliviei as tuas costas de seu fardo. cestos pesados eu tirei de tuas mãos, Na angústia a mim clamaste, e te salvei. de uma nuvem trovejante te falei, e junto às águas de Meriba te provei. Ouve, meu povo, porque vou te advertir! Israel, ah! se quisesses me escutar. Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei. Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos. eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria’. (Sl 80, 6-11.14.17)    REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Seguir a voz e o projeto de Deus é certeza de fartura e de alívio do peso do fardo que carregamos, lembra o salmista. Mas, assim como o povo de Israel tantas vezes voltou as costas e não escutou o Senhor, também o nosso mundo de hoje, escravo do “consumo exacerbado”, como diz Francisco, “é, simultaneamente, o mundo que maltrata a vida em todas as suas formas” (LS 230), negando-se a viver uma nova ecologia integral. Diante disso, o Papa na Laudato Si’ nos apresenta o exemplo de santos como Teresa de Lisieux, que nos inspira a “por em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade”, uma vez que a Ecologia Integral “é feita também de simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo” (LS 230). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A Ecologia Integral conecta o exercício do cuidado da natureza com o da justiça para os mais pobres e desfavorecidos da terra, que são a opção preferida de Deus na história revelada. (Documento final do Sínodo para a Amazônia, 66) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

“O povo não pode pagar com a própria vida!”, denuncia o Pacto pela Vida e pelo Brasil

  As entidades signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, diante do agravamento da pandemia e das suas consequências, tem se pronunciado novamente numa nota. As entidades mostram “solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos”, e reconhecem a difícil situação que o Brasil está passando, afirmando que “não há tempo a perder”. A nota denuncia os “obscurantismos, discursos raivosos ou frases ofensivas. Basta de insensatez e irresponsabilidade”. Além disso afirma que “a ineficiência do Governo Federal, primeiro responsável pela tragédia que vivemos, é notória”, pedindo medidas aos governadores e prefeitos, ao Congresso Nacional e ao sistema judiciário, que garanta atendimento, vacinas, auxilio emergencial digno e direitos para a população. Os signatários do Pacto pela Vida e pelo Brasil, também se dirigem à imprensa, pedindo “atue livre e vigorosamente, de forma ética, cumprindo sua missão de transmitir informações confiáveis”. Também fazem “um apelo particular à juventude”, pedindo que “assuma o seu protagonismo histórico na defesa da vida e do país, desconstruindo o negacionismo que agencia a morte”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Morre vítima da Covid-19, aos 66 anos, dom Mauro Aparecido dos Santos, Arcebispo de Cascavel – PR

Faleceu nesta quinta-feira, 11 de março, vítima da Covid-19, dom Mauro Aparecido dos Santos, arcebispo de Cascavel – PR. Ele estava internado desde o dia 16 de fevereiro. Foi intubado no dia 19 de fevereiro, se recuperando bem, razão pela qual, os médicos retiraram a sedação no dia 27 de fevereiro. Na última terça-feira, 9 de março, seu estado de saúde se agravou, o que fez com que ele fosse novamente intubado, mas não resistiu.   Nascido em 9 de novembro de 1954 em Fartura – SP, foi ordenado sacerdote em 13 de maio de 1984, na diocese de Jacarezinho – PR. Em 14 de agosto de 1998, foi nomeado bispo Coadjutor de Campo Mourão (PR) pelo Papa João Paulo II tornando-se bispo titular em 21 de fevereiro de 1999, onde permaneceu até 31 de outubro de 2007, quando foi nomeado Arcebispo de Cascavel pelo papa Bento XVI. Dom Mauro é o quarto bispo brasileiro vítima da Covid-19, dois eméritos, o cardeal Eusébio Oscar Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, que faleceu no dia 13 de janeiro, e dom Aldo Pagotto, arcebispo emérito da Paraíba, que faleceu no dia 14 de abril. Também faleceu dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares – PE, no dia 18 de julho. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, emitiu uma nota de pesar, onde manifesta seus “sentimentos à família de dom Mauro, à arquidiocese de Cascavel e aos seus amigos”. O texto afirma que “em preces, suplicamos ao Pai Misericordioso que acolha este nosso irmão e faça brilhar para ele a luz eterna”. Fonte: CNBB