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Dia: 19 de março de 2021

Seminário São Jose de Manaus celebra sua festa com a presença de Dom Leonardo

Na manhã desta sexta-feira, dia 19 de março, o Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, presidiu a Missa Solene de São José no Seminário Arquidiocesano São José de Manaus. Neste ano, segundo o reitor, padre Zenildo Lima, “esta missa marcou o início das atividades formativas do seminário, uma vez que por ocasião da pandemia, foi adiado o início do ano e do semestre formativo”. Serão 61 os seminaristas das nove dioceses e prelazias do Regional Norte 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que vão fazer parte da comunidade do Seminário Arquidiocesano de Manaus ao longo deste ano 2021, o último dos quais tem chegado hoje, segundo o reitor, que no início da celebração fez leitura da carta em que Dom Leonardo Steiner convoca o Ano de São José na Arquidiocese de Manaus, que se estenderá até 19 de março de 2022. O texto recolhe a história da devoção a São José na cidade de Manaus, assim como as indicações pastorais que se podem extrair a partir da carta Patris Corde, sendo uma fonte de inspirações para a ação evangelizadora na Igreja de Manaus. Ao longo da cerimónia, o seminarista Mateus Marques, que está concluindo o curso de teologia neste ano, recebeu o ministério de acólito. Na sua homilia, a partir da figura de São José, Dom Leonardo fez referência às dinâmicas da acolhida, muito presentes na vida do seminário, assim como em toda a ação da Igreja, chamando a atenção para São José, como homem que ao atuar na liberdade, viveu a sua vida de castidade, uma expressão de profunda liberdade interior e uma disposição para amar daqueles que buscam o ministério presbiteral. O Arcebispo de Manaus também destacou São José como o homem do cuidado, lembrando das pessoas marginalizadas, que são presentes na história e na realidade da Arquidiocese e da sociedade como um todo. Dom Leonardo acolheu os 21 novos seminaristas que começam sua atividade formativa no Seminário São José neste ano. Neste ano haverá presença de seminaristas de 8 povos indígenas no Seminário: Baré, Dessano, Tukano (da região do Rio Negro), Kokama e Tikuna (do Salto Solimões), Macuxi (de Roraima), Maraguá e Mura (da Prelazia de Borba – região do Madeira). Alguns deles fizeram as preces dos fiéis em língua nhegatú, macuxi e tikuna. Após a celebração festiva aconteceu um café festivo, assim como atividades esportivas entre os seminaristas, e um almoço, marcando assim a manhã de atividades. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

121 entidades denunciam violência policial contra migrantes venezuelanos e trabalhadores humanitários em Pacaraima – RR

A situação vivida no dia 17 de março em Pacaraima, na fronteira entre Roraima e a Venezuela, onde as forças policiais, agindo de forma desproporcionada, entraram nas casas sem um mandado judicial e conduziram à força os responsáveis pelos locais para a delegacia, retendo indevidamente os seus aparelhos telefónicos, levou 121 organizações sociais e eclesiais a emitir uma nota pública (veja aqui) apelando por justiça e dignidade e contra a violência. A operação policial “desalojou mais de 70 pessoas, dentre as quais 21 mulheres, inclusive gestantes, e 40 crianças migrantes, da Casa São José, casa de acolhida gerida pelas Irmãs de São José e Pastoral do Migrante da Diocese de Roraima, bem como da Igreja Assembleia de Deus Águas Vivas”. É por isso que têm pedido que sejam tomadas medidas face às “sucessivas e gravíssimas violações aos direitos da população migrante e dos trabalhadores humanitários“.  A nota denuncia que o que está sendo feito não é um crime, mas um ato de humanidade, algo que é levado a cabo “porque o poder público não o faz ou o faz precária e limitadamente“. Os migrantes foram ameaçados de deportação, violando as leis internacionais, causando “grande medo na população migrante e refugiada, que, apavorada, acaba deixando de buscar serviços essenciais”.  Os signatários denunciam “com indignação reiterados ataques aos direitos da população migrante”, que estão sendo perseguidos pelas forças de segurança em Roraima, recordando “que o ato de migrar jamais pode ser caraterizado como ilegal, mas sim como um direito humano universal“. Ao mesmo tempo, afirmam que “a assistência social e humanitária prestada a migrantes em situação irregular por entidades da sociedade civil tampouco é ilegal“, o que deveria levar ao respeito pelas “organizações da sociedade civil e trabalhadores humanitários” nas suas atividades. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

São José, fonte de testemunho e espiritualidade do cuidado e do serviço

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  19 DE MARÇO: São José, esposo de Nossa Senhora PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado. (Mt 1,16.18-21.24)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ O Papa Francisco, na Laudato Si’, nos recorda que, ao lado de Maria, “na sagrada família de Nazaré, destaca-se a figura de São José. Com o seu trabalho e presença generosa, cuidou e defendeu Maria e Jesus e livrou-os da violência dos injustos, levando-os para o Egito. No Evangelho, aparece descrito como um homem justo, trabalhador, forte; mas, da sua figura, emana também uma grande ternura, própria não de quem é fraco mas de quem é verdadeiramente forte, atento à realidade para amar e servir humildemente. Por isso, foi declarado protetor da Igreja universal. Também ele nos pode ensinar a cuidar, pode motivar-nos a trabalhar com generosidade e ternura para proteger este mundo que Deus nos confiou” (LS, 242). Hoje, dia em que festejamos em nossas comunidades a figura do pai terreno de Jesus, repetimos as palavras conclusivas dos padres sinodais no Documento Final do Sínodo para a Amazônia: “A São José, fiel guardião de Maria e seu filho Jesus, consagramos nossa presença eclesial na Amazônia, Igreja com rosto amazônico e passeio missionário” (DF, 120). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Que os mais pobres não tenham necessidade de ir buscar fora da Igreja uma espiritualidade que dê resposta aos anseios da sua dimensão transcendente. (Querida Amazônia, 76) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

“Ungir aos que se desesperam de dor, de medo, diante da tragedia que atinge milhares de irmãos e irmãs”, pede Dom Edson Damiam em Missa do Crisma

  O clero da diocese de São Gabriel da Cachoeira participou de 15 a 18 de março do retiro anual, que tem sido encerrado com a celebração da Missa dos Santos Óleos. O padre Walterson José Vargas, que trabalha na diocese de Juazeiro – BA, ajudou os participantes, seguindo as reflexões do cardeal Martini, a partir das figuras de Jacó e Francisco de Assis. Segundo Dom Edson Damian, “os presbíteros fizeram um grande esforço”, destacando as meditações do pregador, onde “além de um conteúdo profundamente bíblico e existencial, o padre Walterson deu um testemunho de vida de como ele foi vivendo seu ministério”. O pregador considera que o retido “foram dias bons para rever nossa caminhada à luz da vida de Jacó e de Francisco”. Lembrando as reflexões que fizeram parte do retiro do clero da diocese de São Gabriel da Cachoeira, destacava “a vida de Jacó entremeada por essas duas noites, a noite do sonho da escada e a noite da luta com Deus, uma vida marcada por dificuldades grandes, por dificuldades de ver quais eram as coordenadas de Deus na vida dele”. Segundo o padre Walterson, “pouco a pouco, no sonho da escada, ele tomou consciência da presença de Deus na vida dele, como uma presença próxima, que o animava e que lhe dava forças para ir adiante, com a promessa de que estaria com ele, de que o protegeria”. Isso foi complementado com a reflexão sobre “a noite escura da luta com Deus”, acontecida antes do e reencontro com o irmão que queria mata-lo”. Essa reflexão “mostra como é nossa vida, que embora tenhamos uma experiência forte de Deus, não deixa de ser marcada por lutas fortes com Deus também”, segundo o pregador do retiro. Para ele, “o mais importante é a presença de Deus na nossa vida, que nunca nos abandona e o imperativo de confiar nele sempre, pôr nele toda nossa esperança e a nossa confiança”. Falando da vida de Francisco de Assis, o pregador destacou as meditações em torno aos estigmas e a perfeita alegria. Segundo ele, os estigmas representam na vida do santo de Assis, “essa marca da Cruz de Cristo na vida dele, de como ele carregou sempre essa lembrança do Cristo Crucificado e olhou sempre a Cristo como humilde, pobre, ao qual ele seguia com amor tão grande”, enfatizando que “as marcas nas mãos dele foram sinal perene desse compromisso com Cristo sofredor e de atravessar com Cristo todas as cruzes e todas as dificuldades”. Ao falar da verdadeira alegria, que o padre Walterson considera em continuidade com a anterior, “nós vimos como a verdadeira alegria, ela está na participação em toda a vida de Cristo, incluída a sua paixão. Suportar todos os sofrimentos, todas as lutas, junto com Cristo, carregar a Cruz com Cristo”. O pregador resumia os dias de retiro dizendo que “foi um momento de aprofundamento, de animação, deu para perceber que o clero se aprofundou bastante, participou com alegria, com muito silêncio, com muita oração”. Na Missa dos Santos Óleos, a Missa da Unidade, que antecipa a Quinta-feira Santa, tem participado a maioria dos presbíteros, algo difícil numa diocese onde as imensas distâncias e os escassos recursos fazem com que os padres se encontrem só duas vezes por ano. Na sua homilia, o bispo local partia da citação bíblica que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para anunciar o Evangelho aos pobres”, afirmando que no Batismo e na Crisma, “também nós fomos ungidos pelo mesmo Espírito que ungiu Jesus para anunciar a Boa Nova aos pobres”. Dom Edson Damian destacava a importância da celebração como momento em que “são abençoados os Santos Óleos para celebrar os sacramentos que nos salvam”, afirmando que “o Espírito que recebemos no Batismo, na Crisma, penetra em nós, permanece em nós e nos torna testemunhas do Evangelho”. Ele dizia aos presbíteros, que na celebração renovaram suas promessas sacerdotais, que “somos ungidos para ungir, somos ungidos para abençoar, ninguém se torna presbítero para si mesmo, mas para amar e servir a todos”. O bispo também refletia sobre o significado da Eucaristia na vida do presbítero, momento em que “ele é configurado com Cristo, para se conformar ao Cristo que doa a se mesmo inteiramente”. O presidente do Regional Norte 1 da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, enfatizava que “Amar e servir com Jesus é a missão que se torna ainda mais exigente em meio à tremenda e cruel pandemia que já ceifou a vida de quase 300 mil irmãos e irmãs brasileiros”. “Ungir, abençoar, aos que se desesperam de dor, de medo, diante da tragedia que atinge milhares de irmãos e irmãs é nossa missão nesse tempo”, segundo Dom Edson. Ele destacava a necessidade de ser uma Igreja hospital de campanha, um oásis de misericórdia, uma casa de acolhida e solidariedade. Também refletia sobre a importância da Campanha da Fraternidade e a imagem do Papa Francisco em Fratelli tutti que nos diz que estamos todos no mesmo barco, algo que cobra mais sentido no meio dos rios da Amazônia. O bispo fazia um chamado a “abrir-se para a solidariedade, para a fraternidade, para a partilha do que somos e temos”, afirmando que “os verdadeiros presbíteros são aqueles que arriscam a vida para cuidar da vida, para salvar a vida”, fazendo um convite a “renovar os compromissos sacerdotais e assumir a missão”, e a tomar consciência da necessidade de cuidar da mãe Terra. Dom Edson Damian destacava a importância do retiro e da Missa da Unidade, para “retornando às comunidades viver com fidelidade nossa doação, nossa entrega, nosso serviço para continuar a missão de Jesus”, insistindo em que há “tanta gente golpeada e ferida nessa pandemia que precisa do nosso amor, da nossa misericórdia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Caminhar juntos, uma urgência inadiável

  Caminhar juntos sempre foi um desafio, que hoje se tornou necessidade numa sociedade dividida, onde o confronto tem sido assumido como atitude pessoal e política. Na sua última encíclica, o Papa Francisco nos diz que “uma tragédia global como a pandemia do Covid-19 despertou, por algum tempo, a consciência de sermos uma comunidade mundial que viaja no mesmo barco, onde o mal de um prejudica a todos”, recolhendo uma ideia que ele mesmo partilhava na oração que aconteceu na Praza de São Pedro vazia, no dia 27 de março de 2020. A pandemia tem nos mostrado a necessidade de cuidar uns dos outros como algo que faz possível a vida em plenitude. Nossa falta de cuidado com nós mesmos, provoca o sofrimento dos outros, do mesmo modo que os outros, quando não se cuidam, podem fazer com que a gente sofra. As consequências disso tem se tornado evidentes no Brasil, que vive uma situação dantesca, beirando os três mil óbitos por dia, algo que infelizmente, muita gente não tem e não quer ter consciência do que realmente significa. A sociedade brasileira é desafiada cada vez mais a refletir sobre essa situação, a se questionar sobre as atitudes e responsabilidades que devem ser assumidas por todos e cada um, cada uma, de nós. Fazer de conta que o que está acontecendo é normal, que é o jeito, uma atitude que parece estar presente em muitos brasileiros e brasileiras, também naquele a quem foi confiado conduzir politicamente o país, só piora uma situação a cada dia mais caótica. O diálogo deve ser assumido como caminho a seguir, em vista de um discernimento que possa ajudar a superar as gravíssimas consequências da pandemia. Mas para isso somos desafiados a escutar, a partilhar pensamentos e sentimentos que ajudem a fazer realidade um sentimento comum de fraternidade e empatia pelo sofrimento do próximo. A Igreja católica tem feito insistentes chamados nesse sentido nos últimos meses. Por isso, gostaria de destacar hoje a importância da convocatória que a Arquidiocese de Manaus, através do seu arcebispo, Dom Leonardo Steiner, fazia na semana passada, ao convocar uma Assembleia Sinodal Arquidiocesana, onde será refletida a vida da Igreja de Manaus, mas também, e sobretudo, a vida do povo, especialmente daqueles que mais sofrem, tentando assim fazer vida as palavras do Papa Francisco na Querida Amazônia, onde sonha “com comunidades cristãs capazes de se devotar e de se encarnar na Amazônia”. A pandemia da Covid-19 tem mudado a vida cotidiana da gente, também na vivência da fé. Por isso é importante tomarmos consciência da atual situação que a gente vive e das circunstâncias que determinam hoje nossa realidade social. As exigências e apelos que hoje devem ser enfrentados em consequência da nova realidade que o mundo vive devem nos levar a uma reflexão comum, algo que Dom Leonardo expressa na convocatória da Assembleia Sinodal da Arquidiocese de Manaus, que deve ser um instrumento que ajude a responder aos novos desafios, nascidos de uma realidade a cada dia mais complexa e desafiadora. É tempo de caminhar juntos, de enxergar o outro desde uma atitude de fraternidade, de poder mostrar que o sofrimento do outro também nos atinge. Assumir o cuidado da gente e dos outros se tornou uma urgência inadiável, algo a ser feito já. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar