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Dia: 23 de março de 2021

Dom Leonardo inaugura Casa do Migrante, “sinal da presença do Reino de Deus no meio de nós”

Acolher os migrantes e refugiados tem sido uma prioridade para a Igreja de Manaus, que neste dia 23 de março, dava um passo a mais com a inauguração da Casa de Acolhida Beato João Batista Scalabrini, um espaço que tem sido reformado no último ano e que será coordenado padre Marco Antônio Alves Ribeiro, religioso scalabriniano, junto com a Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Manaus. O espaço, que foi abençoado por Dom Leonardo Ulrich Steiner, é fruto de um projeto do Consulado do Japão em Manaus, que contou com a mediação da Caritas Arquidiocesana. O padre José Alcimar Souza de Araújo, destacava a importância de ter uma casa com mais cómodos e com maior aconchego de acolhida daqueles que estão chegando, algo que também era enfatizado pelo diácono Afonso de Oliveira Brito. O espaço hoje inaugurado está destinado principalmente a migrantes venezuelanos em trânsito. Manaus é um dos lugares com maior número de migrantes venezuelanos no Brasil, que na maioria entram no país através da fronteira de Pacaraima. Muitos deles estão a caminho para outros lugares do Brasil. Tanto o Diretor Vice-presidente como o Diretor Executivo da Caritas Arquidiocesana de Manaus, agradeciam ao governo japonês pela ajuda, que oferece a possibilidade de acolher os migrantes e refugiados. “A Igreja católica tem sido a instituição religiosa mais preocupada e atuante na questão da migração em Manaus”, afirmava o padre Alcimar Araújo, algo que começou com a chegada dos haitianos, mais de dez anos atrás, a quem só a Igreja católica ajudou. Nos últimos anos tem acontecido a chegada dos venezuelanos, com um número muito maior, que tem contado com a parceria de outras instituições. O Vice-presidente da Caritas insistia em que “é muito importante que estejamos unidos nesse trabalho”, o que faz possível “que os migrantes que chegam no Brasil tenham a possibilidade de serem acolhidos e também serem encaminhados para soluções duradouras”. Dom Leonardo Steiner afirmava que “essa casa é uma casa muito importante, uma casa desejada”. O arcebispo de Manaus, ao abençoar o espaço, destacou que a benção pretende fazer possível “que esse espaço seja um espaço de acolhimento, mas também o espaço da inserção social”. O arcebispo insistia em não esquecer de dizer “aos nossos irmãos, que estão peregrinando em busca de casas de inserção social, não esqueçamos de dizer a eles que o Reino de Deus está próximo”. Para Dom Leonardo, “esta casa é um pouco sinal da presença do Reino de Deus no meio de nós. Quando nós nos colocamos sempre ao serviço do acolhimento, somos sempre sinais do Reino de Deus”. Em representação do Consulado do Japão se fez presente Heiko Nakamura, Consul Geral Adjunta em Manaus. Ela destacava a parceria de várias instituições para poder minimizar os sofrimentos dos migrantes. Segundo a diplomata, “o apoio aos refugiados venezuelanos é uma questão importante, pela qual as diversas entidades devem unir suas forças”. O projeto, financiado pelo governo japonês, responde, segundo Nakamura, “ao desejo do povo japonês de participar do esforço de solucionar as necessidades básicas em países amigos”. Ela disse esperar que “a Casa do Migrante continue apoiando por longos anos famílias, mulheres, homens e crianças, que necessitem proteção, dando-lhes apoio para que possam estabelecer uma vida digna e estável”. Catarina Sampaio, que representou o escritório da ACNHUR em Manaus, que é uma das entidades parceiras do projeto, agradecia às instituições que tem ajudado para fazer realidade a Casa do Migrante, destacando que “seu trabalho com a comunidade refugiada e migrante é extremamente importante para que essas pessoas acertem direitos e serviços aqui no Brasil, um país modelo na recepção de pessoas que precisam urgentemente de proteção internacional”. Padre Marco Antônio Alves Ribeiro, também agradeceu às instituições parceiras da Casa, sobretudo porque permite aos religiosos sclabrinianos “poder estarmos aqui exercendo nosso carisma, que é o cuidado do migrante”. A través de uma mensagem, o padre Valdecir Molinari, que foi um dos grandes impulsores da casa e que recentemente foi destinado a uma nova missão, pedia “que Deus abençoe todos aqueles que acreditam na importância de continuar lutando para que todos os migrantes tenham a oportunidade de ser bem acolhidos”. O religioso scalabriniano disse ter “certeza de que essa obra, ela vai proporcionar alegria para muitos que passarão por essa casa e sentirão o quanto são queridos e amados”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Da Amazônia vem o clamor das novas e futuras gerações

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  23 DE MARÇO: Terça-feira da 5ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, e chegue até vós o meu clamor! De mim não oculteis a vossa face no dia em que estou angustiado! Inclinai o vosso ouvido para mim, ao invocar-vos atendei-me sem demora! As nações respeitarão o vosso nome, e os reis de toda a terra, a vossa glória; quando o Senhor reconstruir Jerusalém e aparecer com gloriosa majestade, ele ouvirá a oração dos oprimidos e não desprezará a sua prece. Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a Deus. Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do alto céu, para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os condenados. (Sl 101,2-3.16-21) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Para o salmista, devemos deixar para as futuras gerações o ensinamento de que o Senhor olhou a terra do alto do céu e escutou o gemido dos cativos e dos condenados à morte. Da mesma forma, ensina o Papa Francisco, temos um compromisso para os que vierem depois de nós, com relação ao uso dos bens naturais: “Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras” (LS, 67). O meio ambiente, portanto, deve ser “patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos” (LS, 95). Negar isso seria negar a possiblidade de existência aos outros, ensina a Laudato Si’.  AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA O desmatamento amazônico impedirá que se conte com tais riquezas, empobrecendo as próximas gerações. (Instrumentum laboris do Sínodo para a Amazônia, 86) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ