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Dia: 25 de março de 2021

Diocese de Parintins celebra Missa Crismal e Retiro do Clero, sob o olhar de São José

O clero da Diocese de Parintins encerrou nesta quinta-feira, 25 de março, seu Retiro, que desde o dia 22 reúne os sacerdotes que realizam sua missão na região do Baixo Amazonas. O pregador do Retiro, que aconteceu no Centro de Formação Dom Arcangelo Cerqua, foi Dom José Albuquerque, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus. Ao longo desse tempo de Retiro, neste ano em que a Igreja, por indicação do Papa Francisco, celebra o Ano de São José, os participantes tem rezado sobre a Paternidade Ministerial, inspirada na Carta Apostólica Patris corde, sendo um momento para aprofundar no ministério sacerdotal a partir da figura daquele que foi o pai de Jesus. Durante o Retiro, aproveitando a presença dos padres vindos dos municípios que fazem parte da Diocese, um costume presente em muitas dioceses e prelazias, a Catedral Nossa Senhora do Carmo acolhia a Missa dos Santos Óleos, momento em que além de ser abençoados os Óleos que serão usados nos sacramentos ao longo do próximo ano, os padres renovavam suas promessas sacerdotais. O bispo diocesano, Dom Giuliano Frigenni, que presidiu a celebração, na sua homilia, partindo da figura de São José, destacava a dimensão sagrada das diferentes ações do sacerdote, fazendo um chamado aos padres a que “façamos da nossa vida uma resposta de gratidão ao Amor de Deus que Cristo nos revelou”, ajudando o povo entender que ele “tem sido alcançado não pelo poder de Deus, mas pela ternura de Deus, pela humildade de Deus, pela paciência de Deus”.  O desafio para os sacerdotes, segundo o bispo, é “poder ter a mesma compaixão, a mesma ternura, através do dom do Espírito Santo”. Segundo Dom Giuliano, é importante destacar a unidade, que se faz presente na diversidade de cada um, que “não é um problema, é a grande riqueza da Igreja que deseja ser cada vez mais como uma mãe, que recebe as pessoas e as fortalece”. O bispo insistia ao clero sob a necessidade de ser servidores do povo de Deus, e ao povo sob a necessidade de entender que “a nossa fé cristã católica não divide a vida da religião, mas a religião entra na nossa vida e nos torna homens e mulheres não que falam de Deus, mas que falam com Deus, de um Deus que veio ao nosso encontro e entrou na história”. O bispo lembrava a importância do Papa Francisco, que “nos empurra o tempo todo a ir ao encontro das pessoas que perderam a alegria de ser cristão, a alegria do Evangelho, e nos empurra a reconhecer nos outros, mesmo aqueles que não são da nossa comunidade, irmãos da gente, até que tenham religiões diferentes, antes de condenar, ama-los e oferecer a alegria daquele que veio para reunir os dispersos filhos de Deus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Na Missa do Crisma, Dom Zenildo afirma que a missão “não é fácil, porém é gratificante realizar”

A paróquia Nossa Senhora de Nazaré e São José, na cidade de Nova Olinda, acolheu nesta quinta-feira, 25 de março, a Missa dos Santos Óleos da Prelazia de Borba, uma celebração que, segundo seu bispo, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, “reúne o presbitério, trata-se da unidade, da comunhão, momento significativo para a Igreja local”. Seguindo as leituras que a Liturgia da Palavra apresenta para a celebração da Missa do Crisma, o bispo local destacava que “a saída à situação do exilio está na comunidade que se reúne, louva, agradece e encontra esperança para lutar”. Dom Zenildo, diante do momento tão difícil na sociedade, no mundo inteiro, que estamos vivendo, fazia um chamado a “não perder a esperança, a confiança, o dinamismo missionário, o profetismo da evangelização”. O bispo da Prelazia de Borba, dizia para os sacerdotes presentes na celebração que “abraçamos a causa e a Cruz do sacerdócio, trazendo ao povo, oferecendo, o que vem do povo a Deus, testemunhando a esperança no meio do povo do Senhor”. Não podemos esquecer, seguindo o Evangelho de Lucas, que “Jesus traz para nós esse Espírito que dinamiza as comunidades”, insistia Dom Zenildo, para quem “os destinatários da evangelização são os pobres, os últimos, os esquecidos, algo que nos faz mais missionários e missionárias”. Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva destacava três elementos que se fazem presentes na celebração da Missa dos Santos Óleos: o cristológico, o eclesiológico e o sinodal. A cristologia, segundo o bispo “cristifica a evangelização, a nossa caminhada”, destacando que “Ele envia para anunciar que o Reino de Deus está próximo”, pois enquanto “o Evangelho fala da proximidade, o diabo da pandemia fala da distância, vai isolando as pessoas, machucando as pessoas”. Na celebração da Missa do Crisma, “a Igreja de Cristo que se faz presente na celebração, Igreja que tem a missão de evangelizar, que tem a missão de testemunhar, que tem a missão de planejar para depois avaliar”, em palavras de Dom Zenildo. Trata-se de uma “eclesiologia que tem que colocar em nosso coração a simplicidade, a humildade, mas a garra missionária, o dinamismo missionário, uma eclesiologia que nos fala de uma Igreja ministerial”. Numa Prelazia onde as dificuldades fazem parte da missão do dia a dia, o bispo dizia que “nosso trabalho é difícil, chegar nas últimas comunidades, visitar o povão tão isolado e abandonado em nossos interiores, lagos e igarapés, isso não é fácil, porém é gratificante realizar”. Ao refletir sobre a sinodalidade, Dom Zenildo afirmava que isso se traduz “numa Igreja que escuta, que conversa, que faz planejamento”. Segundo ele, “uma Igreja que, se é sinodal, ela vai ter um olhar para escutar as comunidades, as pastorais, os movimentos, vai dar prioridade aos conselhos pastorais, administrativos”. O bispo, que foi um dos padres sinodais no Sínodo para a Amazônia, lembrava que uma Igreja sinodal, é “uma Igreja que vai pensar naquilo que o Sínodo apontou, novos rumos, novos caminhos”. Segundo o bispo local, “a sinodalidade nos coloca nessa perspectiva do novo, novos ministérios, novos caminhos, novo jeito de evangelizar, temos que encontrar, sobretudo na Amazônia”. Junto com isso, ele destacava que “essa sinodalidade, ela vem valorizar muitos as comunidades, faz um chamado a fomentar em nossas comunidades o espírito que tinha nas primeiras comunidades, a partilha, a sede por aprender o novo”, trata-se de uma Igreja que tem que “acreditar no protagonismo dos leigos”. Depois do agradecimento do pároco local pela oportunidade de poder celebrar a Missa dos Santos Óleos na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré e São José, Dom Zenildo agradecia aos padres pela dedicação à missão na Prelazia de Borba, às irmãs da Vida Consagrada, às paróquias e comunidades que acompanhavam pelo rádio e pelas redes sociais, pedindo que o povo tenha cuidado com a saúde, e agradecendo à paróquia que acolheu a Missa do Crisma pelo empenho na preparação. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

300.000, será que só é um número?

  Cuidar da vida é cada mais urgente num tempo em que a morte tem se instalado no nosso cotidiano como algo que não nos questiona mais. Chegar nas 300.000 vítimas da pandemia da Covid-19 no Brasil, delas quase 8.400 em Manaus, o que faz da capital amazonense um dos locais mais gravemente atingido no Brasil e no mundo, com 4.000 óbitos por milhão de habitantes, tem que nos levar a nos perguntarmos muitas coisas. Não podemos esquecer que atrás de cada número se esconde um rosto, uma história, uma vida.   Não podemos esquecer aqueles e aquelas com quem a gente se encontrava no dia a dia, gente com quem a gente ria, chorava, disfrutava, se apoiava, partilhava a vida, gente da gente. Ao escrever passam na memória da gente rostos concretos de quem se foi, mas também de quem despedia aos que eram parte decisiva de sua vida. O sentimento é de dor, mas também de indignação, por ter chegado nesse ponto. Aos poucos fomos nos acostumando com uma realidade que tem nos conduzido a uma situação de sofrimento e morte. As decisões erradas foram se somando, provocando consequências cada vez mais graves. O que a gente tem feito para evitar tudo isso? Como temos nos posicionado e atuado diante de tudo o que temos vivenciado no último ano? Quase um ano atrás, no dia 27 de março de 2020, o Papa Francisco, na oração na Praça de São Pedro vazia, fazia um chamado a entender e assumir que todos estamos no mesmo barco, pedindo a união diante de uma pandemia que só estava começando. Mas muitos tem preferido olhar para o outro lado, colocar posicionamentos políticos acima do cuidado com a vida, ignorar a ciência e seguir ideias que poco se preocupavam com o cuidado da vida. O que a mais tem que acontecer para a gente agir firmemente diante de uma pandemia que está massacrando a vida de tantas pessoas, de tantas famílias? Como ajudar o povo entender que atrás dos números está a vida de pessoas? Como tomar consciência de que atrás dessa situação está um sistema social, político e econômico completamente falidos, que não se preocupa com o sofrimento do povo, sobretudo dos mais pobres? Dominados pelas mentiras, pela informação que muitas vezes mostra aquilo que é do interesse dos diferentes poderes, somos chamados a olhar para frente e juntos encontrarmos possíveis caminhos de solução. Diante da falta de atitude daqueles a quem foi confiado a toma de decisões no país, os diferentes atores sociais são desafiados a oferecer alternativas que façam possível uma reviravolta numa realidade de morte. Não podemos deixar que a falta de esperança tome conta da nossa sociedade, não podemos entrar numa dinâmica de morte que nos leve a aceitar essa realidade como algo que não tem mais jeito. A solução depende de todos nós, do nosso compromisso com a vida, do nosso empenho em buscar alternativas que ajudem a cuidar da vida, a providenciar vacina para todos, de maneira urgente. É tempo de nos unirmos, de superar as diferenças, de ter um sentimento de humanidade, de deixar para trás toda falta de empatia, tão presente no meio da gente nos últimos tempos. Nossa indiferença e falta de compromisso pelo cuidado se tornam as melhores aliadas de uma pandemia que já trouxe muita dor, sofrimento e morte. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

“Eis aqui a serva do Senhor”

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  25 DE MARÇO:  Anunciação do Senhor PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’ Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus”. (…) Maria, então, disse: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo retirou-se. (Lc 1,26-31.38) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A Palavra de Deus que acabamos de ler nos recorda “uma Pessoa da Santíssima Trindade inseriu-Se no universo criado, partilhando a própria sorte com ele até à cruz” (LS, 99). Por isso é que podemos dizer que desde o início do mundo, mas de modo peculiar a partir da encarnação de Cristo, Deus está presente em cada criatura, assumindo suas dores e cuidando de cada um, como também somos chamados a fazer. Em sintonia com a festa litúrgica de hoje, na qual recordamos o “sim” de Maria diante do anúncio do anjo Gabriel de que seria a mãe do Salvador, evocamos as mesmas palavras e desejos expressados pelos padres sinodais ao final do Sínodo sobre a Amazônia, enquanto caminhamos para a conclusão deste tempo quaresmal de preparação para a Páscoa: “Concluímos sob a proteção de Maria, Mãe da Amazônia, venerada com várias advogadas em toda a região. (…) Que Maria, Mãe da Amazônia, acompanhe nossa caminhada” (DF, 120). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A meta do caminho do universo situa-se na plenitude de Deus, que já foi alcançada por Cristo ressuscitado, fulcro da maturação universal. (Laudato Si’, 83) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ