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Dia: 15 de abril de 2021

Dom Leonardo: “Mostrar a presença de Jesus, que não aparece somente no momento celebrativo, mas também no momento da solidariedade e da caridade”

A pandemia da Covid-19 está tendo consequências muitos graves para o Brasil. Os números oficiais dizem que já são mais de 13,6 milhões de casos e mais de 362 mil falecidos. Se trata de um momento complicado, que segundo o Papa Francisco, em sua mensagem ao povo brasileiro, através dos seus bispos, reunidos na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, “este amado país enfrenta uma das provações mais difíceis da sua história”. A pandemia no Brasil tem atingido a todos, “não ter sido contaminado, não significa estar ileso, porque de uma ou outra forma todos nós já fomos afetados profundamente”, dizia Dom Joaquim Mol na coletiva de imprensa desta quinta-feira. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB vê o momento atual como “um grande drama”. Isso tem despertado inúmeras mostras de solidariedade da parte da Igreja católica no Brasil, que vê como o desemprego vai aumentando, as pessoas vão se empobrecendo cada vez mais. Nesse contexto, a Igreja, renovando seu compromisso com a pessoa humana e a defesa da vida, tem ficado do lado daqueles que sofrem as consequências sociais da pandemia. Tem sido muitas as iniciativas de socorro às pessoas. Desde um ano atrás, a Igreja brasileira lanço a Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar”, que no último domingo lançava sua segunda fase. Uma das cidades mais atingidas pela pandemia da Covid-19 no mundo tem sido Manaus, onde já faleceram, segundo números oficiais, quase 4.000 pessoas por milhão de habitantes. O último ano tem sido um tempo extremamente difícil, segundo Dom Leonardo Steiner, quem relatava os fatos acontecidos numa arquidiocese onde ele chegou poucas semanas antes do início da pandemia, um lugar onde ele diz gostar muito de estar, mas que a pandemia não o deixou conhecer. Na primeira onda existiu muita falta de informação por parte do poder público, o que motivou que o povo não levasse a sério a gravidade da situação. Neste tempo muitas pessoas morreram em casa, diante da falta de leitos hospitalares. Mas o momento mais grave foi vivido na segunda onda, onde a falta de oxigênio se tornou notícia mundial. Dom Leonardo lembrava do vídeo gravado no dia 15 de janeiro, que viralizou nas redes sociais, ultrapassando as fronteiras do Brasil, onde o arcebispo implorava, “pelo amor de Deus, nos enviem oxigênio”. A Campanha da Arquidiocese e do Regional Norte 1 da CNBB fez possível uma corrente de solidariedade que fez chegar no Estado do Amazonas, grande quantidade de cilindros de oxigênio, BIPAPS, concentradores, mini ursinas, cestas básicas, tendo a possibilidade de ajudar mais de 80 mil pessoas. Foram ajudas que chegaram do Brasil e do exterior, muitas vezes o óbolo da viúva. Isso fez possível que a Igreja de Manaus chegasse em muitas comunidades indígenas, acompanhasse o povo da rua, a quem ainda hoje distribui 300 quentinhas por dia, os migrantes, os catadores, dando assim um grande testemunho de caridade, de solidariedade, escuta, sem importar a religião, segundo Dom Leonardo. No outro extremo do país, em Florianópolis, a primeira onda, segundo seu arcebispo, não teve efeitos muito graves, especialmente no interior do Estado de Santa Catarina. As consequências mais graves têm chegado com a segunda onda, que triplicou o número de contágios e óbitos. Isso tem mostrado, segundo Dom Wilson Tadeu Jönck, a precariedade do sistema de saúde. O arcebispo também destaca o envolvimento da Igreja diante da pandemia, indo ao encontro dos necessitados, querendo se irmanar com todas as situações de dor. Ele destaca a grande solidariedade do povo e o trabalho da ação social e da Caritas. A Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar”, iniciada no Domingo de Páscoa, 12 de abril de 2020 é “uma página Pascal”, segundo Dom Mário Antônio da Silva. O presidente da Caritas Brasileira destaca essa Ação quer “ouvir o clamor das famílias necessitadas, o clamor das famílias que não tem alimento, que não tem trabalho, que não tem moradia boa, o clamor das famílias que estão em luto, que estão em pranto, que estão em sofrimento, que estão com seus pacientes nos hospitais”. Se quer socorrer as pessoas vulneráveis, moradores de rua, desempregados, migrantes. São pessoas que como recolhem os números, tem sido atendidas a través das comunidades, dioceses, paróquias, Caritas… Uma ação conjunta de toda a Igreja do Brasil, que também deve contar com o apoio dos jornalistas, como pedia o segundo vice-presidente da CNBB àqueles que acompanhavam a coletiva de imprensa. Ele lembrava que em 2021 a Ação Solidária Emergencial quer ajudar no enfrentamento da fome, num país onde 15% das famílias do Norte e Nordeste passam fome, 6% no Sul e Sudeste. Dom Mário enfatizava que “a fome mata, a fome doe”. No agir da Igreja do Brasil neste tempo de pandemia, afirmava Dom Leonardo Steiner, tem estado presente o incentivo da Leitura da Palavra de Deus, o incentivo da oração do terço, a presença nos cemitérios, a plantação de árvores no Dia dos Finados, a Escuta das pessoas a través do telefone, as cestas básicas. Se trata de mostrar “a presença de Jesus, que não aparece somente no momento celebrativo, mas também no momento da solidariedade e da caridade”, segundo o arcebispo de Manaus. O respeito e reconhecimento aos dados da ciência tem pautado a Ação Solidária da Igreja no Brasil, segundo Dom Mário Antônio. Junto com isso, a Ação tem procurado despertar nas pessoas a necessidade de cuidados, importantíssimos e indispensáveis para evitar a expansão do vírus. O presidente da Caritas pedia que os políticos eleitos “se empenhassem de braços abertos, à luz da ciência, no reconhecimento daquilo que é eficaz e funciona para o bem da população”. Junto com isso, o Brasil se enfrenta ao problema do negacionismo, que faz parte da polaridade cada vez mais presente na sociedade e que não ajuda ninguém, segundo Dom Wilson Tadeu Jönck. Diante disso, o arcebispo de Florianópolis fazia um chamado à Igreja a que “procure esclarecer quanto é possível e sobretudo levar a sério que essa doença…
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O Papa Francisco chama a Igreja brasileira a “ser um instrumento de reconciliação”

  Uma mensagem, onde o Papa Francisco começa brincando sobre o “portunhol”, enviou esta quinta-feira, 15 de abril, o Santo Padre ao povo brasileiro através dos seus bispos, reunidos na sua 58ª Assembleia Plenária, de 12 a 16 de abril, de uma forma completamente virtual. Nas suas palavras, o Papa reconhece que “este amado país enfrenta uma das provações mais difíceis da sua história”. Por esta razão, quer “expressar a minha proximidade às centenas de milhares de famílias que choram a perda de um ente querido”. Ele lembra da grande variedade dos que morreram, e “em particular dos Bispos que morreram vítimas de Covid”. Para os falecidos ele pede “descanso eterno e que possa dar conforto aos corações tristes dos familiares, que muitas vezes nem sequer foram capazes de dizer adeus aos seus entes queridos”, algo que ele vê como “uma das maiores tristezas”. À luz da proclamação da Páscoa, o Papa Francisco faz um apelo à esperança, insistindo que “não podemos desistir!”, recordando as palavras da Sequência do Domingo de Páscoa. “A nossa fé em Cristo Ressuscitado mostra-nos que podemos superar este momento trágico”, diz o Papa, que chama, da esperança, a “erguer-se’, da caridade, “a chorar com aqueles que choram e a dar uma mão, especialmente aos mais necessitados, para que possam voltar a sorrir”, a “despojar-nos”, um convite que ele fazia especialmente aos bispos. Uma vez mais, como tem sido o tom durante toda a pandemia, ele apela à unidade como forma de supera-la. Por esta razão, insiste que “a Conferência Episcopal deve ser uma neste momento, porque o povo sofredor é um só”. Referindo-se à imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi encontrada quebrada, recordou o seu discurso ao Episcopado brasileiro a 27 de julho de 2013, e daí fez um apelo para “ser um instrumento de reconciliação, ser um instrumento de unidade” como “a missão da Igreja no Brasil”. Para tal, é necessário, segundo o Papa Francisco, “pôr de lado divisões, desacordos” e encontrar-se naquilo que é essencial: Cristo. Esta unidade é vista pelo Santo Padre como uma forma de “inspirar não só os fiéis católicos, mas também outros cristãos, e outros homens e mulheres de boa vontade, a todos os níveis da sociedade, mesmo a nível institucional e governamental, podem inspirá-los a trabalhar em conjunto para superar não só o coronavírus, mas também outro vírus, que há muito infecta a humanidade: o vírus da indiferença, que nasce do egoísmo e gera injustiça social”. Recordando através de diferentes citações bíblicas que o Senhor acompanha a Igreja e é a fonte da unidade, expressou o seu desejo de que “esta Assembleia Geral possa dar frutos de unidade e reconciliação para todo o povo brasileiro, e na Conferência Episcopal. Unidade não é uniformidade, mas é harmonia, essa unidade harmoniosa que só o Espírito Santo dá”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Assembleia da CNBB: estar on-line para enxergar o sofrimento do povo

Uma Igreja atenta a tudo o que acontece na vida do povo, que tenta ter uma palavra que ajuda a superar o sofrimento e construir novos caminhos de vida para o futuro. Nesta semana, de 12 a 16 de abril, está acontecendo a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Desta vez, a grande novidade é que está sendo 100% virtual. O grande desafio da nossa Igreja é estar on-line, atentos a tantas situações que provocam dor e sofrimento, especialmente nos mais pobres, naqueles que a sociedade descarta. A pandemia da Covid-19, tem mostrado que no Brasil existem muitas pandemias, muitas situações de morte, que devem ser superadas. O empenho daqueles que nos dizemos cristãos tem que ser decisivo nessa luta para fazer realidade o Reino de Deus, um mundo melhor para todos e todas. Somos desafiados a nos envolvermos na construção da sociedade do futuro, que de modo nenhum pode voltar àquilo que é chamado de normalidade, de velha normalidade. O futuro tem que ser construído a partir de novas visões, sustentadas em sentimentos de fraternidade, que não compactuam com tudo aquilo que é sinal de morte, de falta de respeito pela Vida, pelos ser humano, pela Natureza, por tudo o que habita nosso planeta Terra. Como falava Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, aqui no Amazonas, na coletiva de imprensa desta terça-feira, com motivo da Assembleia Geral da CNBB, seguindo as palavras do Papa Francisco, “a humanidade é pisoteada por esse vírus e por tantos outros vírus que nós ajudamos a crescer”. Ele relatava elementos que mostram a situação que o Brasil e a Amazônia vivem em consequência da pandemia. Não podemos esquecer que estamos vivendo nos últimos meses o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil. Isso não pode nos deixar indiferentes, agora é momento de solidariedade, mas depois deve ser tempo de manifestação de indignação, dizia Dom Ionilton, lembrando que o Papa Francisco nos chama a não nos deixar anestesiar nossa consciência social. A fé é compromisso, nos diz uma música que a gente canta nas celebrações, o que tem que nos levar a cuidar dos direitos humanos, das políticas públicas, a conhecer, assimilar e praticar a Doutrina Social da Igreja, a ser uma Igreja em saída que vai ao encontro daqueles que estão jogados na beira do caminho. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1, Editorial Rádio Rio Mar

Dom Giuliano e Dom Zenildo destacam a importância de uma Assembleia que “reforça a nossa missão, alimenta a nossa esperança”

Seguindo nosso olhar sobre a 58ª Assembleia Geral da CNBB, a través dos bispos do nosso Regional Norte 1, neste terceiro dia, conhecemos as impressões de Dom Giuliano Frigenni, bispo de Parintins, e de Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. Eles nos contam o acontecido no encontro virtual dos bispos do Brasil, reunidos de 12 a 16 de abril, nesta quarta-feira. Dom Giuliano Frigenni destacava dos aspectos que ele considera importantíssimos, “a revisão do nosso Estatuto desde o Direito Canônico e a ligação profunda com a nossa vida como CNBB”. Segundo o bispo de Parintins, “tivemos a graça de escutar observações muito oportunas, ligadas à identidade da nossa Conferência Episcopal”. Ele enfatizava “a fidelidade ao mandato que o Papa deu a cada um de nós bispos de trabalhar na nossa diocese sempre em sintonia com os outros bispos, com a própria Conferência Episcopal, neste clima belíssimo de sinodalidade”. O bispo, que já participava há 21 anos da CNBB, diz ver que “este é um caminho de vários anos”. A segunda parte, segundo Dom Giuliano, “foi uma avaliação muito séria, muito bem feita, sobre a Campanha da Fraternidade 2021, que deu tantos problemas a través das redes sociais”. Ele destaca entre as observações que foram feitas, que o Texto Base da Campanha da Fraternidade “não é um documento da CNBB, mas é um instrumento de trabalho”. O bispo de Parintins destaca a importância da caminhada ecumênica, que “começou com uma grande força no Concilio Vaticano II, 55 anos atrás, seria um crime ir contra esta beleza, que é a experiência eclesial da Igreja católica, que tem uma responsabilidade, de um lado com a sociedade, veja a Campanha da Fraternidade, que passa da caridade para uma ação social, seja em relação às outras igrejas com um gesto de conversão, de diálogo e de fraternidade”. Para o bispo trata-se não de teorias e sim de “carne viva, corações sangrando pela unidade da Igreja, pela nossa missão de pastores, bispos”. Ele advertia sobre o aviso realizado por alguns bispos, “que tem forças dentro da Igreja que querem como uma separação, querem criar divisões que não estão nem no coração do Papa, nem no nosso coração”. Segundo Dom Giuliano, “foi uma manhã extremamente rica de colaboração de todos os bispos”. Já Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, começava dizendo que “é diferente, porque se trata de uma assembleia que está sendo virtual, onde não tem a possibilidade da convivência, mas reforça a comunicação, reforça a unidade, reforça a comunhão entre nós”. O bispo da Prelazia de Borba destacava nos trabalhos da tarde deste terceiro dia da 58ª Assembleia Geral da CNBB, três elementos. “O primeiro o retorno ao Tema Central, a Palavra habitou entre nós”, dizia o bispo, que destacava a importância de voltar à Palavra de Deus, “que é a grande Luz para nossa caminhada, para nossas comunidades”. Essa volta, segundo Dom Zenildo, “vem reforçar a formação das lideranças, o dinamismo que as comunidades podem ter a partir da Palavra de Deus”. Para o bispo da Prelazia de Borba, “as comunidades missionárias e as comunidades eclesiais de base, alimentando-se da Palavra de Deus, isso nos lembra os grupos de reflexão, isso nos lembra os círculos bíblicos”. Estamos diante de uma temática, segundo Dom Zenildo, que “está nos envolvendo, nos motivando, que dá continuidade às Diretrizes, e ilumina a caminhada da Igreja, reforçando assim a nossa missão de evangelizar”. Também destacou como ponto importante a ação emergencial “Tempo de Cuidar”, que envolve a CNBB, Caritas e CRB. Se trata de um trabalho, segundo o bispo, “para responder a dor do povo, a necessidade do povo, sobretudo encontrar meios de ajudar os pobres”. Dom Zenildo diz que “isso me fez lembrar uma mística que nos leva à solidariedade, uma Igreja solidária”, destacando a solidariedade do povo do Regional Norte 1 e na Amazônia, algo que vale para a Igreja no Brasil. Outro elemento apresentado, segundo o bispo, são os organismos do Povo de Deus, “instituições que caminham com um olhar voltado para a sinodalidade”.    Dom Zenildo afirma que “enquanto participante desta assembleia, eu fico rejuvenescido e vejo que ela acontece num tempo difícil, num tempo de sofrimento, de pandemia, mas ao mesmo tempo, ela reforça a nossa missão, alimenta a nossa esperança e acontece para iluminar com algumas temáticas os nossos planos, nossas diretrizes”. Ele disse querer deixar uma mensagem de esperança para o Povo de Deus, voltada para o que escreveu o Papa Francisco, “não deixem roubar a vossa esperança”, lembrando também as palavras de São Paulo, que diz, “Nada deve nos separar do Amor de Deus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1