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Dia: 19 de abril de 2021

Dom Roque Paloschi: “Essa concepção perversa de governar tem causado uma destruição inestimável”

Um cenário de retrocesso, essa é a situação que vivem os povos indígenas no Brasil, segundo o presidente do Conselho Indigenista Missionário – CIMI, que se manifesta no “agravamento das violações de direitos humanos dos Povos Indígenas, principalmente no que se refere a regularização dos seus territórios”. Neste 19 de abril em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, que tem realizado um ato de protesto em Brasília, as palavras de Dom Roque Paloschi na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, realizada de 12 a 16 de abril, cobram ainda maior relevância. Diante da pandemia, o CIMI teve que se retirar das aldeias, “para preservar as vidas dos nossos irmãos indígenas”, segundo o bispo. Já são mais de mil indígenas vitimados pela Covid-19 e mais de 50 mil infectados. Muitas dessas vítimas tem sido os mais velhos, “verdadeiras bibliotecas vivas”. Além da pandemia, “os indígenas enfrentam a omissão e a falta de diálogo do atual governo”, segundo Dom Roque Paloschi, denunciando os constantes ataques aos povos indígenas. “Nas falas e nas ações do presidente da República com relação aos indígenas destacam-se a ignorância, o preconceito, a discriminação, a violência”, insiste o presidente do CIMI, citando diferentes manifestações e decisões do presidente Bolsonaro provando isso. Diante das invasões das terras indígenas, o arcebispo de Porto Velho denuncia que “essa concepção perversa de governar tem causado uma destruição inestimável, impactando a vida dos povos indígenas e a proteção do meio ambiente”. Exemplos disso acontece em diferentes pontos do Brasil, principalmente na Amazônia, onde o garimpo ilegal e o agronegócio, com o apoio do governo brasileiro, estão provocando graves consequências. São diferentes projetos de lei que o governo tem aprovado nos últimos messes nesse sentido. Ao mesmo tempo, o judiciário, através do Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal “muitas ações têm sido deferidas em favor dos povos indígenas”. Desde o CIMI, “agradecemos imensamente o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que tem sido muito importante na defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil”, disse seu presidente na 58ª Assembleia Geral da CNBB. Neste dia em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, o CIMI assume ainda com mais força os desafios “na continuidade do apoio aos irmãos indígenas, mas o compromisso da missão e a solidariedade têm prevalecido”. São muitas as ações desenvolvidas pelo Conselho Indigenista Missionário que “têm ajudado a salvar vidas em todas as aldeias no Brasil”. Confira as palavras de Dom Roque na 58ª Assembleia da CNBB. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Povos Indígenas do Javari chamam “a fazer uma reflexão sobre o destino do nosso planeta”

“Nós povos originários, não podemos comemorar a morte dos nossos Líderes que já se foram nesta data”, são as palavras com as quais a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, abre uma nota lançada neste 19 de abril em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas. Num cenário de morte, incrementado pela pandemia da Covid-19, os povos indígenas do Vale do Javari, que divide o Brasil do Peru, na Diocese de Alto Solimões, onde existem vários povos em isolamento voluntário ou em contato inicial, denunciam que estão sendo empurrados ao precipício. Isso se faz visível em que “os rios, floresta e todo território originário estão sendo alterado”. Diante da morte dos povos indígenas, a nota afirma que “nosso inimigo revira a terra em nome do ‘progresso’ nitidamente ganancioso, nocivo e austero. Eliminatório!”. Isso é algo que os povos da floresta, tradicionalmente guiados pelo Bem Viver, dizem não compreender, “essa busca alucinante por riqueza, que chega ao ponto de destruir seu próprio chão”. Diante disso, sua proposta é que 19 de abril seja um dia de Resistência, que quer ser uma “homenagem às centenas de Lideranças que já foram caladas, e um dia os nossos filhos e filhas, irão dar continuidade e assim será até o último índio”. A situação atual é consequência de um governo que já advertiu suas intenções “nenhum centímetro de terra seria demarcado para índio“. Essas palavras foram proferidas pelo atual presidente da República na campanha eleitoral. Se trata de “uma maneira de eliminarmos, aliás, a maneira mais cruel e violenta”, enfatizam os povos indígenas do Vale do Javari. Mesmo assim, eles insistem em que “nós continuaremos na Luta!”. Diante dos planos de aniquilar os povos indígenas, “forjados nos porões da covardia”, os povos rezam “pela preservação do planeta”. Junto com isso, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari incentiva “nossos jovens que a nossa existência depende da preservação do território, pois um índio sem-terra, floresta e rios é uma pessoa sem identidade”. A mensagem é um convite “a fazer uma reflexão sobre o destino do nosso planeta, pois a cada árvore derrubada, é um copo d’água à menos que podemos oferecer aos nossos filhos”, fazendo um chamado “para combater esse ‘progresso devastador´”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1