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Dia: 22 de maio de 2021

Em Carta ao Papa, o CELAM compromete-se a assumir a sinodalidade, “o espírito e o estilo da nossa vida eclesial presente e futura”

O Conselho Episcopal Latino-americano, que encerrou a sua 38ª Assembleia Geral esta sexta-feira, escreveu três mensagens nas quais dá a conhecer o que viveu durante quatro dias de reunião virtual. As mensagens são às Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, ao Povo de Deus, que ainda não foi dado a conhecer, e ao Papa Francisco. Ao Santo Padre, o CELAM quer “apresentar a nova estrutura pastoral do CELAM que aprovámos“, o fruto de dois anos de trabalho. Na sua mensagem, assinada pela presidência do organismo, relaciona o contexto atual, “que expõe a forte inequidade que o nosso continente está experimentando”, algo presente na vida dos pastores, que dizem “colocar um ouvido no grito da terra e o clamor dos pobres com a consciência de que tudo está interligado, e o outro ouvido no Evangelho do Reino de Deus“. A carta reflete sobre a lógica do transbordamento, presente no pensamento do atual pontífice, algo que se manifesta na sinodalidade que o CELAM quer pôr em prática, especialmente com a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “um transbordamento missionário em saída permanente”. Nesta dinâmica sinodal, os bispos procuram “exercer um discernimento colegial e sinodal“, baseado na escuta da Palavra de Deus e do grito do povo. Tudo isto em busca de um horizonte que “inclui os quatro sonhos que o senhor quis despregar na exortação apostólica Querida Amazônia“. Finalmente, agradecem ao Papa Francisco, “pelo seu ministério e pelo seu magistério, particularmente neste tempo de pandemia que nos iluminou com o seu testemunho e a sua palavra”, a quem lhe asseguram as suas orações e pedem a sua bênção paterna. CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO PRESIDÊNCIA “Somos todos discípulos missionários em saída” Bogotá, D.C., 21 de maio de 2021 A Sua Santidade FRANCISCO Cidade do Vaticano Santo Padre: Na conclusão desta 38ª Assembleia Geral Ordinária do CELAM, que se realizou pela primeira vez presencialmente e virtualmente, gostaríamos de vos apresentar a nova estrutura pastoral do CELAM que aprovámos. Nós, os participantes, reconhecemos o imenso trabalho que tem sido feito durante dois anos sob a liderança da Presidência para cumprir o mandato dado pela Assembleia de Honduras em 2019. O nosso encontro teve lugar no contexto da pandemia da COVID-19, o que expõe a forte inequidade que o nosso continente está experimentando e que a acentuou, como se pode ver na taxa de pobreza per capita, que cresceu 12%. Como pastores do Povo de Deus, queremos colocar um ouvido no grito da terra e o clamor dos pobres com a consciência de que tudo está interligado, e o outro ouvido no Evangelho do Reino de Deus com a esperança de sairmos desta crise juntos e melhores, animados pelas suas palavras: “estamos todos na mesma barca”, “ninguém se salva sozinho”. Ao contemplarmos a situação dos nossos povos, confirmamos a experiência de que a realidade nos transborda e os desafios vencem-nos, mas confiamos que Deus nos surpreende, renova, fortalece e inspira-nos a transbordar de criatividade pastoral. Desejamos seguir a “lógica do transbordamento” que o senhor nos propõe (cf. QA 104-105). O transbordamento é uma novidade do Espírito Santo que abre a possibilidade de uma superação criativa dos conflitos e das polaridades. O senhor quis promover este tipo de “transbordamentos” dentro da Igreja, reavivando a antiga prática da sinodalidade. A ação discreta e harmoniosa do Espírito ultrapassa os nossos horizontes limitados e abre-nos ao excesso do amor gratuito de Deus, à sabedoria da cruz pascal, e ao dom da vida abundante para todos (cf. Jo 10:10) e leva-nos a um transbordamento missionário em saída permanente. Partilhamos o nosso apoio esperançoso à primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe: Aparecida, “Memória e Desafios”; com a participação de todos os setores do Povo de Deus, já lançada em janeiro passado, e que se encontra atualmente no processo de escuta. Percorremos este caminho como uma aprendizagem na prática da sinodalidade, que deve ser o talante e o estilo da nossa vida eclesial presente e futura. Na comunhão do Espírito, procuramos exercer um discernimento colegial e sinodal através a escuta atenta aos “gemidos inexprimíveis” do Espírito Santo (cf. Rom 8,26) e dos clamores do Povo de Deus. Como discípulos missionários estamos tentando escutar a Palavra de Deus, para sentir o clamor dos povos e ouvir os nossos irmãos e irmãs para respirar nas suas vozes a vontade de Deus que nos ama e nos chama (cf. Ap. 366, 454). O horizonte que propusemos a nós próprios inclui os quatro sonhos que o senhor quis despregar na exortação apostólica Querida Amazônia. Queremos ser uma Igreja que: anima o continente a lutar pelos direitos dos mais pobres e por uma sociedade mais justa (sonho social); preserva o seu património cultural num diálogo intercultural (sonho cultural); custodia sua beleza natural e o valor da vida (sonho ecológico); uma Igreja com comunidades cristãs capazes de lhe dar um rosto latino-americano e caribenho que dê um testemunho claro do Senhor Ressuscitado (sonho eclesial). Agradecemos-lhe pelo seu ministério e pelo seu magistério, particularmente neste tempo de pandemia que nos iluminou com o seu testemunho e a sua palavra. Juntamente consigo, unimo-nos em oração por tantos homens e mulheres que estão sofrendo a doença e confiá-los à Mãe de Misericórdia, e para aqueles que perderam entes queridos, com os quais nos unimos na comunhão dos santos. Asseguramos-lhe as nossas orações por si e pedimos a sua bênção paterna.     Dom Cabrejos Vidarte, O.F.M. Arcebispo de Trujillo, Peru Presidente   Card. Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo, Brasil Primeiro Vice-Presidente   Card. Leopoldo José Brenes Solórzano Arcebispo de Manágua, Nicarágua Segundo Vice-Presidente   Arcebispo Rogelio Cabrera López Arcebispo de Monterrey, México Presidente do Conselho para os Assuntos Económicos   Arcebispo Jorge Eduardo Lozano Arcebispo de San Juan de Cuyo, Argentina Secretário-Geral Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Sinodalidade: um processo construído aos poucos na América Latina

Todos sabíamos que o próximo Sínodo dos Bispos abordaria o tema da sinodalidade, o que muitos não imaginavam é a forma como o Papa Francisco decidiu realizá-la, com uma metodologia sem precedentes, pelo menos em instâncias do Vaticano, mas isso não surpreende aqueles que vivem a sua fé na América Latina. A sinodalidade não é uma invenção de Francisco, um homem de processos, é algo intrínseco à vida da Igreja, que nasceu naquela primeira comunidade de seguidores e seguidoras de Jesus onde houve a coragem de se sentar, ouvir uns aos outros, discernir e encontrar o caminho a seguir, algo nem sempre fácil para uma Igreja perseguida, onde ser cristão era muitas vezes pago com martírio e sempre com perseguição e exclusão social. Esta Igreja que escuta, que está interessada no que está acontecendo no mundo, na vida de homens e mulheres de cada momento histórico, foi retomada no Concílio Vaticano II. Assim, uma das Constituições que pode ser considerada fundamental no último Concílio, a que trata da Igreja no mundo de hoje, começa por dizer: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo“. As palavras de Gaudium et Spes, como todas as contidas nos documentos do Concílio, não ficaram por ouvir na América Latina, que pouco depois se reuniu em Medellín para encontrar uma forma de concretizar no continente as decisões do Concílio. O método de ver (ouvir), julgar (iluminar) e agir foi assumido como o caminho a seguir, estabelecendo assim elementos de uma sinodalidade que, sem ser explicitada em terminologia, foi vivida na prática, na vida das comunidades que fizeram da caminhada sinodal uma realidade, onde, sem a presença constante do clero, as decisões eram tomadas em conjunto, também pelas mulheres, porque as mulheres tiveram sempre um papel decisivo na vida destas comunidades, elas eram ouvidas no processo de tomada de decisões. Não podemos negar que esta forma de ser Igreja, sinodal, pouco a pouco se desvaneceu e permaneceu em segundo plano. A retomada pode ser datada em Aparecida, um documento construído sobre o batismo, onde é feito um apelo para ser discípulos missionários, uma condição própria de todos os batizados. As ideias de Aparecida irão inundando a vida da Igreja latino-americana, para mais tarde inundar a vida da Igreja universal. Em 2012 teve lugar o Sínodo sobre a Nova Evangelização para a Transmissão da Fé Cristã, onde muitos dos bispos latino-americanos levaram as ideias de Aparecida, o que pouco a pouco despertou questões nos outros padres sinodais. Destas reflexões surgirá a exortação pós-sinodal Evangelii Gaudium, já escrita pelo Papa Francisco, o relator geral de Aparecida, onde muitos veem refletidas as reflexões da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, incluindo as que foram postas de lado no Documento final aprovado pelo Vaticano. Estamos em 2013, e agora, com a chegada do Papa latino-americano, o Papa do fim do mundo, como ele próprio disse nas suas primeiras palavras na sede papal, a dinâmica eclesial está tomado novos rumos. É um Papa que insiste em escutar e que mostra que tem o interesse e o tempo para ouvir, para estar no meio do povo. Nunca esquecerei a procissão no início do Sínodo para a Amazónia, desde o interior da Basílica de São Pedro até à Sala do Sínodo. Ali Francisco estava, no meio do povo, sorrindo, feliz. Se um estranho chegasse, só saberia que era o Papa porque estava vestido de branco, mas ele era apenas mais um. Esse sínodo pode ser visto como um ensaio geral para o processo de renovação eclesial que começou há mais de 50 anos. A maioria dos que entraram na sala sinodal sabiam o que estava a ser cozinhado, muitos tinham participado num processo de escuta que tinha escrutinado cada canto da Amazónia, descobrindo assim “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje”, como nos disse Gaudium et Spes e Aparecida retoma. E não só isso, ali estavam eles, no meio dos bispos e cardeais, os indígenas e as mulheres, a quem o Papa ouvia com especial atenção sempre que falavam na sala sinodal e nos encontros informais durante os intervalos, nas quais ele continuava ouvindo, como sempre faz. Esta dinâmica de sinodalidade, de escuta como elemento indispensável para um bom discernimento, tem vindo a enraizar-se na vida da Igreja. Mais uma vez, foi no continente latino-americano onde foi dado mais um passo. Tem sido com a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, como anteriormente com a Conferência Eclesial da Amazônia, experiências sem precedentes, decorrentes do discernimento do primeiro Papa jesuíta, filho do mestre do discernimento. Francisco não quer elites nem ideologias na Igreja, ele quer ouvir e dialogar com parrésia para encontrar juntos o caminho a seguir. Estamos perante uma Igreja em que todos falam e ouvem, com base na categoria teológica do Povo de Deus. Ouvir as pessoas, mesmo aquelas que sempre estiveram em baixo ou nas margens, já não é algo opcional ou feito para o bem da galeria. É interessante ver como os povos indígenas dizem que no Documento Final do Sínodo e na Querida Amazónia veem o que disseram ao longo do processo de escuta do Sínodo para a Amazónia. A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe adoptou uma metodologia semelhante à do Sínodo para a Amazônia, algo que foi transferido para a Igreja universal. A Secretaria do Sínodo dos Bispos assumiu esta dinâmica para o próximo Sínodo, que tem como tema “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão“. Quer partir das igrejas particulares, da base, da escuta de todos, sem quaisquer escrúpulos ou restrições. “Um na escuta dos outros, e todos na escuta do Espírito Santo”, a fim de superar qualquer “tentação de uniformidade”, procurando “a unidade na pluralidade”. A grande reforma está em curso, uma reforma que durará no tempo, porque não é algo…
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O CELAM chama os bispos “a fomentar a comunhão, a colegialidade e a sinodalidade em todas as nossas igrejas”

Numa mensagem às Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, no final da 38ª Assembleia Geral do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), os participantes do encontro, celebrado virtualmente de 18 a 21 de maio, onde dizem ter refletido sobre a realidade na perspectiva do processo de Renovação e Reestruturação do CELAM, que tem sido aprovado pela assembleia, em vista de uma “proposta de uma abordagem pastoral, como uma Igreja sinodal em saída”. A assembleia, segundo a mensagem, tem sido momento para refletir sobre a Assembleia da América Latina e do Caribe e a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). O CELAM diz querer prestar um serviço “em chave de sinodalidade, colegialidade, conversão integral, com voz profética, visão integradora continental, articulando uma ‘rede de redes’, promovendo a descentralização e relevância, acolhendo e contribuindo para o Magistério da Igreja”. Desde o encontro com Jesus Cristo, o CELAM propõe “fomentar a comunhão, a colegialidade e a sinodalidade em todas as nossas igrejas e promova a opção preferencial pelos pobres e o cuidado da casa comum como sinais visíveis da presença do Reino de Deus no nosso meio”. Junto com isso destacam a importância da Palavra e de avançar “sem medo e com e com audácia ao longo dos novos caminhos que o Espírito nos apresenta”.   CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO PRESIDÊNCIA “Somos todos discípulos missionários em saída” MENSAGEM DOS PARTICIPANTES DA 38ª ASSEMBLEIA GERAL DO CELAM ÀS CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE “Eis que estou fazendo algo novo, não o reconheces?” Isaías, 43.19  Bogotá, D.C., 21 de maio de 2021  Sob o lema “Tecendo sonhos, renovando compromissos”, e num clima marcado pelas limitações e desafios colocados pela complexa situação sanitária e social que estamos hoje vivendo, de 18 a 21 de maio de 2021, realizámos a 38ª Assembleia Geral do CELAM. Nela, num espírito de comunhão e fraternidade, fizemos um “olhar contemplativo sobre a realidade da América Latina e do Caribe, com uma visão universal e de esperança, e em perspectiva para o ano 2031 – 2033”. Da mesma forma, iluminámos esta realidade desde os “fundamentos teológicos, eclesiológicos e pastorais do processo de Renovação e Reestruturação do CELAM”, e aprofundámos numa “proposta de uma abordagem pastoral, como uma Igreja sinodal em saída, para o desenvolvimento humano e integral das pessoas e comunidades”. Também tivemos a oportunidade de refletir sobre o progresso da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, Aparecida: “Memória e Desafios”; e sobre a Conferência Eclesial da Amazónia, Aparecida: “Memória e Desafios”, e sobre a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), instâncias de escuta, de diálogo e de renovado dinamismo evangelizador para as nossas igrejas.  Tudo isto, enquadrado no profundo desejo de responder ao mandato dado na 37ª Assembleia realizada nas Honduras em 2019, e para levar adiante o Processo de Renovação e Reestruturação do CELAM.  Hoje gostaríamos de vos apresentar o documento que orienta o início desta caminhada deste Projeto de Renovação e Reestruturação, onde nesta Assembleia Geral aprovámos a nova estrutura pastoral do CELAM. É o produto de um longo e intenso processo de discernimento que tem envolvido muitos e diversos agentes pastorais e instituições eclesiais, e que tem exigido numerosas consultas, através das quais realizámos um exercício concreto e operativo da sinodalidade eclesial e da colegialidade episcopal. Nele aparece a importância do serviço que o CELAM é chamado a prestar, nos próximos anos, às Conferências Episcopais e a todas as Igrejas particulares do continente, em chave de sinodalidade, colegialidade, conversão integral, com voz profética, visão integradora continental, articulando uma “rede de redes”, promovendo a descentralização e relevância, acolhendo e contribuindo para o Magistério da Igreja. O presente documento pretende ser um instrumento que provoca e favorece em todos os membros do Povo de Deus uma experiência pessoal e comunitária com Jesus Cristo, de tal forma que a alegria deste encontro possa fomentar a comunhão, a colegialidade e a sinodalidade em todas as nossas igrejas e promova a opção preferencial pelos pobres e o cuidado da casa comum como sinais visíveis da presença do Reino de Deus no nosso meio.  Para nós, como discípulos missionários de Jesus Cristo, configurados com os sentimentos do Bom Pastor, e pastores do Povo santo de Deus que peregrina entre os povos da América Latina e do Caribe, cabe-nos a nós assumir, animar e promover este Projeto de Renovação e Reestruturação do CELAM, com base numa leitura orante da Palavra e numa leitura crente, analítica, com base na realidade dos sinais dos tempos. Acompanhando os nossos povos e juntamente com eles, avancemos sem medo e com e com audácia ao longo dos novos caminhos que o Espírito nos apresenta!  Encorajamo-los a fazer parte deste projeto para o qual todos somos chamados. Que Santa Maria, Nossa Senhora de Guadalupe, a mulher do coração ardente, acompanhe-nos, e que São José, cujo ano celebramos, nos guie nesta tarefa. Dom Miguel Cabrejos Vidarte, O.F.M. Arcebispo de Trujillo, Peru Presidente   Card. Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo, Brasil Primeiro Vice-Presidente   Card. Leopoldo José Brenes Solórzano Arcebispo de Manágua, Nicarágua Segundo Vice-Presidente   Dom Rogelio Cabrera López Arcebispo de Monterrey, México Presidente do Conselho para os Assuntos Económicos   Dom Jorge Eduardo Lozano Arcebispo de San Juan de Cuyo, Argentina Secretário-Geral Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1