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Dia: 27 de maio de 2021

A REPAM lança a Cesta Amazónica, uma contribuição para “construir uma Igreja com rosto amazónico”

A Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, acaba de lançar a Cesta Amazónica, um compêndio de guias, itinerários e conteúdos de temas importantes que partem da realidade amazónica e pretendem ajudar a conhece-la e, ao mesmo tempo, adquirir conhecimentos que podem ajudar no trabalho de acompanhamento dos povos e dos processos na região. Na sequência da proposta do Sínodo para a Amazónia, de construir uma Igreja com rosto amazónico, uma Igreja inserida no seu território, a Cesta Amazônica oferece subsídios para aprofundar o conhecimento, visão, teoria e tudo o que possa colaborar neste caminho. Trata-se, em atenção aos seus povos, de realizar este trabalho na Amazônia, com novos horizontes e conteúdos formativos aprofundados que nos ajudam a gerar vida. Estamos perante uma caixa de ferramentas, como mostra o vídeo que foi lançado para explicar do que se trata, “que é disponibilizado aos agentes pastorais de toda a Pan-Amazônia e que procura ser um contributo para a sua ação pastoral e também para o papel que desempenham na sociedade”. Os objetivos desta Cesta Amazónica são “estabelecer relações entre os agentes pastorais e as suas comunidades para construir uma Igreja presente, próxima das necessidades da realidade, a partir da perspectiva integral do território Pan-Amazônico, face a estes desafios”. Além disso, pretende ajudar na “construção ou atualização de planos pastorais“, e finalmente “procura adaptar-se aos contextos e necessidades da realidade”. A Metodologia baseia-se na educação popular e faz uso de documentos valiosos já existentes na história da Igreja na região. São materiais construídos por diferentes colaboradores do Eixo de Formação e Métodos Pastorais da REPAM, que, na medida do possível, se baseiam na vida das comunidades amazônicas. A cesta segue o método de reflexão presente na Igreja latino-americana: Contemplar (momento de oração e reflexão à luz de textos e histórias sagradas); Ver (leitura de textos, ideias e conceitos para localizar a realidade); Julgar ou Discernir (espaço de intercâmbio, partilha e discussão construtiva, através de perguntas. Assimilação do conteúdo revisto e geração de conhecimento crítico); Agir (construção de compromissos claros e concretos); Celebrar (expressão simbólica da fé encarnada para animar a nossa experiência onde assumimos e reconhecemos que Deus nos acompanha nesta missão). A partir daí, foram elaborados 31 módulos, organizados em 9 temas diferentes: Território, Espiritualidade, Organização, Água, Biodiversidade, Evangelii Gaudium, Pastoral Itinerante, Doutrina Social da Igreja e Megaprojetos e atividades predatórias. Elementos como a língua materna, educação tradicional no território, leis para proteger o território, desterritorialização, ecossistemas, saúde, espiritualidade como fonte de vida, mitos e ritos, simbologias e pinturas, canções, lugares e tempos sagrados, sabedoria ancestral, sonhos como revelações de Deus, resistência, família, transmissão oral, governo, leis comunitárias, líderes e relacionamento com outros povos, entre outros elementos, são abordados. Todos estes conteúdos e respostas a perguntas podem ser encontrados no website da REPAM: www.redamazonica.org Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Trindade, comunhão, unidade na diversidade

Unidade na diversidade, isso é o que define a Santíssima Trindade, a festa que vamos celebrar no próximo domingo, 30 de maio. Essa mesma unidade na diversidade é um elemento que está presente na sinodalidade, o modo de ser Igreja que o Papa Francisco está nos propondo, uma reflexão que vai estar presente na vida da Igreja católica nos próximos anos. Na última sexta-feira, 21 de maio, o Santo Padre convocava oficialmente o Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade, que será aberto no próximo mês de outubro e que vai ter sua assembleia sinodal em outubro de 2023. Ao longo de dois anos somos chamados a entrar no caminho da comunhão, um desafio secular na vida da humanidade. Podemos caminhar juntos, que é o que significa sinodalidade, mesmo sabendo que somos diferentes? Estamos dispostos a entrar nessa dinâmica de comunhão? Podemos dizer que essa é uma necessidade cada vez mais urgente, ainda mais numa sociedade cada vez mais dividida e enfrentada? Ninguém pode obviar que a divisão é instrumento de dominação de um povo que esquece os inimigos comuns e se enfrenta por questões que não ajudam a superar as ameaças que se cernem sobre o a totalidade. Essa é uma dinâmica instigada em espaços de poder político, econômico, inclusive religioso, que deve ser ignorada, na tentativa de fazer realidade essa vida em comunhão. Quem se diz cristão, a gente que se diz católico, deveria fomentar essa vida em comunhão, essa dinâmica sinodal, esse empenho em caminhar juntos, como modo de vida cotidiano. Assumir esse modelo faz com que a gente possa se tornar testemunho para a convivência social. Num país cada vez mais próximo dos 500 mil mortos pela Covid-19, muitos deles consequência da falta de sentimentos comuns, de empatia pelos outros, somos chamados a refletir e assumir a urgência dessa atitude. Deus não é uma ideia, ele não é algo que fica no campo do pensamento, acreditamos num Deus encarnado, presente na vida da humanidade, que acompanha e orienta o decorrer da história. Não acreditamos num Deus que fica acima e sim num Deus que fica no meio da gente, que inclusive assume ser o último, o menor de todos. A comunhão se faz mais fácil quando a gente se reconhece pequeno, limitado, quando a gente experimenta a necessidade do outro para alcançar a plenitude. Não deixemos que aquilo que a gente celebra fique como algo que não mexe com a vida da gente. Acreditar em Deus é traze-lo para o dia a dia, deixar que Ele se faça presente em nosso modo de reagir diante de tudo o que acontece, das decisões que tomamos. É tempo de comunhão, de caminhar juntos, de entender que juntos somos mais e que o testemunho dos outros nos abre à possibilidade de sermos melhores. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar