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Dia: 31 de maio de 2021

Ordenado o primeiro diácono permanente na Prelazia de Borba

Novo Aripuanã acolheu na noite deste domingo, Solenidade da Santíssima Trindade, a ordenação diaconal de Domingos Sávio Saldanha Colares. O novo diácono, de 53 anos de idade, casado e pai de três filhos, é o primeiro a ser ordenado na Prelazia de Borba, e escolheu como lema “Eu estou no meio de vós como aquele que serve”. Nascido em Novo Aripuanã, o novo diácono, ordenado por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, na quadra da paróquia Nossa Senhora da Conceição, foi formado na escola diaconal da Prelazia de Borba “Dom Adriano Veigle”, o bispo que batizou e crismou o novo diácono. Na celebração fizeram-se presentes um bom número das comunidades e das lideranças locais, segundo Dom Zenildo. O bispo destaca que “foi uma celebração típica daqui, algo muito bem preparado. Com a graça de Deus, foi uma celebração vocacional, uma promoção vocacional para a Igreja, para a Prelazia de Borba, para a Igreja na Amazônia”. Segundo o bispo da Prelazia de Borba tem outros que serão ordenados no decorrer deste ano, que foram formados junto com o diácono recém ordenado. “Deus seja louvado pelo sim e por esta celebração bonita”, afirmava Dom Zenildo. Junto com isso, o bispo destaca a presença na prelazia do superior provincial dos Orionitas, da Provincia Nossa Senhora de Fátima – Brasil Norte, padre Josumar dos Santos, junto o padre Francisco de Assis Silva Alfenas, conselheiro provincial, que estudam a possibilidade de abrir uma comunidade em Novo Aripuanã. Também as irmãs de Jesus Bom Pastor, que segundo Dom Zenildo, “estão aqui marcando presença e sondando a abertura de uma missão nesta região”. O bispo diz que “nós temos um coração agradecido e estamos louvando a Deus por tantas iniciativas abençoadas para nossa Igreja local”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“Nós queremos continuar sendo essa Igreja que não quer se calar”, afirma Dom Ionilton na apresentação do Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2020

Seguindo um costume que faz parte da caminhada da Comissão Pastoral da Terra (CPT) desde seu nascimento em 1975, era apresentado virtualmente nesta segunda-feira, 31 de maio, o Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2020. A apresentação começou, como acontece no caderno, um documento de 284 páginas, com uma homenagem a Dom André de Witte, presidente da CPT, falecido no dia 25 de abril, e a Dom Pedro Casaldáliga, um dos fundadores da instituição, falecido em 2020. Junto com eles, também foram lembrados os agentes da CPT falecidos em2020, muitos deles da pandemia da Covid-19. A pandemia determinou a vida da humanidade durante o ano 2020, também os conflitos no campo, que no Brasil atingiram quase um milhão de pessoas. 2020 tem sido o ano com maior número de conflitos no campo brasileiro, com 2.054 conflitos, um 8% a mais em relação com 2019. Mas além dos números, o Caderno de Conflitos, ele registra histórias, e junto com isso mostra a violência contra a biodiversidade, que também é detentora de direitos. O Brasil vive uma realidade marcada pelo retorno da fome, pela miséria e violência no campo, algo que está sendo referendado pelo poder público e pelo judiciário. Estamos diante de um aumento da violência contra as mulheres, mas também de um aumento das resistências, da solidariedade, onde os povos do campo tem sido exemplo de partilha diante da fome, mas também na defesa do meio ambiente, servindo como exemplo disso a proposta do Movimento Sem Terra (MST) de plantar 10 milhões de árvores. O Caderno de Conflitos 2020 é mais um episódio de uma história de denúncias que vem desde 1975, segundo Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, presidente da CPT após o falecimento de Dom André. O bispo da Prelazia de Itacoatiara mostrava a importância do que significa o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino e do relato histórico do trabalho da CPT nesse campo, algo que é muito valorizado pelo mundo acadêmico, como foi constatado no webinar de lançamento. Não podemos esquecer que a CPT é a única entidade a realizar tão ampla pesquisa em nível nacional, se tornando a grande fonte de pesquisa das instituições de ensino e da imprensa. Esse trabalho desenvolvido no Caderno de Conflitos tem como fundamento seis dimensões: teológica, ética, política, pedagógica, histórica e científica. Segundo Dom Ionilton, “os bispos tem procurado acompanhar bem de perto e tem feito manifestações, foram duas notas recentes dos bispos da Amazônia” sobre o Projeto de Lei 510 e a Carta ao Povo brasileiro no encontro dos Bispos da Amazônia, “onde nós reafirmamos esse nosso compromisso com essa luta”, afirmava o presidente da CPT. Ele lembrava uma frase da última mensagem: “Assistimos um governo que vira as costas a estes clamores, opta pela militarização em seus quadros, semeia estratégias de criminalização de lideranças e provoca conflito entre os pequenos”. O bispo de Itacoatiara destaca a ação na Amazônia da CPT, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), as Pastorais do Campo, as Pastorais da Mobilidade Humana, a Carita, que ele define como “atividades em que a Igreja se faz presente”. Mesmo assim, Dom Ionilton insistia em que “tanto na instituição como na Igreja Povo de Deus, ainda temos muito que avançar, ainda tem também muita resistência entre nós, ainda tem gente que não entende a nossa presença e ação neste campo de ação evangelizadora, a defesa da Terra, dos territórios, das águas e dos povos que habitam a Amazônia”. Por isso, o bispo insistia em que “Nós queremos continuar sendo essa Igreja que não quer se calar”. Segundo o presidente da CPT, “a defesa da vida é o que mais interessa e nós temos que continuar fazendo isso”. Por isso destacava a importância do lançamento como momento em que “nós trazemos à luz esses dados”, que “vai ajudar à população brasileira e do mundo inteiro a tomar conhecimento de uma realidade que infelizmente fica muito ainda no escondimento, porque a grande mídia não tem interesse em ficar desvelando isso”, fazendo assim um chamado a “trazer à luz do dia essas informações  que com certeza vão muito contribuir para reforçar a luta e a defesa da terra, dos territórios, das águas e dos povos”. Dom Walmor Oliveira de Azevedo destacava que “a Comissão Pastoral da Terra, de modo corajoso e profético, tem caminhado ao lado dos pobres”. Segundo o presidente da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, o Caderno de Conflitos “ajuda o nosso país a enxergar a grave realidade dos trabalhadores do campo, das águas e das florestas brasileiras”. Ele insiste em que “sem uma política eficaz voltada para os mais vulneráveis, e que reafirme a função social da propriedade e do trabalho, prevalecem os conflitos”. O arcebispo de Belo Horizonte denunciava que “a ausência do Estado gera um caos, leva a graves danos ambientais provocados pela falta de gestão no campo, com a ocupação irregular de território por grileiros, derrubando árvores, comprometendo mananciais e rios, com impactos na fauna e na flora”. O presidente da CNBB exigia “uma adequada política de assentamentos, com gestão assertiva é imprescindível para minimizar os conflitos no campo e os danos ambientais”, lembrando o pedido da CNBB para não houver despejos em tempo de pandemia, trabalhando “para que os mais pobres, os perseguidos, tenham voz e sejam ouvidos”. Para Dom Walmor, “não há indiferença em relação aos pobres, há economia que mata, gerando miséria no campo e em todos os lugares com a degradação ambiental, caminho para muitos adoecimentos”. Por isso fazia um chamado a que “a nossa Igreja seja sempre sinal de esperança para a vida dos pobres, ajudando o mundo a ser mais justo, solidário e fraterno”, mostrando seu apoio a cada evangelizador da CPT. Na apresentação do caderno, realizada desde diferentes perspectivas por Paulo César Moreira, Patrícia Chaves e Sônia Guajajara, a gente destaca que os conflitos no campo no Brasil em 2020 estão focalizados na Amazônia (62,4% do total) e tem como principais vítimas os povos indígenas (42 %). Estamos diante de “dados que nos trazem muita…
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