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Dia: 21 de junho de 2021

Dom Leonardo agradece a Deus por Dom Alcimar, “um missionário que procurou viver simples e pobre, como vive o seu povo”

Dom Leonardo Steiner presidia nesta segunda-feira uma missa de corpo presente pelo sufrágio de Dom Alcimar Caldas Magalhães, bispo emérito da diocese do Alto Solimões, falecido ontem, 20 de junho em Manaus. A celebração aconteceu na Igreja de São Sebastião, no centro da capital amazonense.   Tem sido um momento para “recordar o bem que ele fez, mas o bem que ele foi para a Igreja, como capuchinho que foi, sempre a disposição do Povo de Deus”, segundo o arcebispo de Manaus dizia no início da celebração. Também um momento para “louvar a Deus por esta presença, por esta ação de Deus no meio de nós”. Dom Leonardo definia o bispo falecido como alguém que “se sentia ligado à Amazônia, à Igreja da Amazônia, com tantas iniciativas, e por isso, nós queremos louvar e agradecer a Deus, agradecer a Deus por ter tentado ser coerente com o Evangelho, por ter sido religioso coerente, por ter sido um padre coerente, mas por ter sido também um bispo coerente”. Na sua homilia, o metropolita refletia dizendo que “buscar a outra margem é a tarefa da nossa vida, buscar a outra margem nos é dado e nos é oferecido por Jesus”. Segundo o arcebispo de Manaus, “todos os que buscam a outra margem não fazem sem conflito, sem dificuldade, porque na medida em que vamos buscando a outra margem, vamos percebendo, e temos a percepção cada vez mais nítida da nossa fragilidade. E porque percebemos a nossa fragilidade, percebemos devagar a presença de Jesus que nunca nos abandona, Ele sempre está conosco”. Lembrando o momento em que Dom Alcimar, sendo um adolescente, saiu quase fugido de casa porque desejava ser frade, Dom Leonardo Steiner se referia ao bispo emérito do Alto Solimões como alguém que “além das fraquezas ou dificuldades, ele buscou viver o Evangelho, ele buscou seguir Jesus, ele foi o anunciador da presença de Jesus, ele não deixou jamais de se dar, se doar”. Esse fato era visto pelo arcebispo como algo que “é tão extraordinário, quando nós pensamos que a essência do Evangelho é a misericórdia, a misericórdia, essa doação, esse cuidado”. Para Dom Leonardo, diante da morte de Dom Alcimar Caldas Magalhães, “temos muito para agradecer hoje a Deus, porque ele agora é criatura nova, está transformado em Deus”. O arcebispo de Manaus concretizava suas palavras, dizendo que “hoje queremos agradecer a Deus por esse grande missionário, um missionário que sempre esteve preocupado com as suas comunidades, um missionário que sempre esteve preocupado com a formação dos leigos, um missionário que sempre esteve preocupado com estar presente em meio do seu povo, um missionário que procurou viver simples e pobre, como vive o seu povo”. Junto com isso o definia como “esse missionário despojado, esse missionário com olhar de futuro, um olhar para o bem das pessoas, das comunidades”. Dom Alcimar foi “um homem que soube estar presente, que soube estar ao lado, que soube apoiar, esse verdadeiro irmão que estava sempre preocupado em ajudar os outros, em promover os outros, em integrar os outros, um verdadeiro irmão”, segundo Dom Leonardo. Junto com isso, destacava outro elemento muito presente na vida franciscana, afirmando que “como verdadeiro frade, amigo da natureza, de todas as criaturas, jamais deixou de medir esforços para que Deus fosse visibilizado em todas as criaturas”. É por isso, que o arcebispo fazia um convite para que “esse nosso irmão nos inspire a sermos frades que estão ao lado do povo, vivermos na simplicidade, que nosso irmão nos ajude a viver a nossa fé, a vivermos a travessia, não temermos os momentos mais difíceis”. Nesse sentido, Dom Leonardo lembrava que “ele teve muitos, mas não deixou de estar ao lado do povo nos momentos mais difíceis”. No final da celebração, antes de fazer um momento de oração, o arcebispo de Manaus destacava que “Dom Alcimar tinha uma leveza, era muito crítico, mas ele tinha uma positividade franciscana”. Lembrando dos momentos em que se encontraram, ele lembrava dele como alguém que “sempre tinha na chegada um sorriso, sabia fazer as observações dele, mas tinha sempre uma positividade, que é a positividade de Jesus”. Mesmo no meio às muitas dificuldades que ele teve que enfrentar, segundo Dom Leonardo, “nunca perdeu essa percepção da gratuidade franciscana”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Corpo de Dom Alcimar será velado nesta segunda-feira na Igreja de São Sebastião de Manaus

A Custódia dos Capuchinhos do Amazonas e Roraima, que agradece pelas manifestações de solidariedade e orações, comunicou que o velório e missa do corpo presente de Dom Alcimar Caldas Magalhães ocorrerá nesta segunda-feira, 21 de junho, na paróquia de São Sebastião de Manaus. O corpo do bispo emérito da diocese do Alto Solimões será velado a partir das 9 horas e a missa de corpo presente, presidida por Dom Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, será celebrada às 18 horas, seguindo os protocolos sanitários orientados pela ANVISA. Na terça-feira, 22 de junho, o corpo de Dom Alcimar será trasladado a Tabatinga, onde acontecerão as homenagens, o velório, a celebração das exéquias e o sepultamento.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Regional Norte 1 mostra condolências pela morte de Dom Alcimar, que com “o semblante feliz transmitia a todos otimismo e esperança”

O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota de pesar pelo falecimento de Dom Alcimar Caldas Magalhães, bispo emérito do Alto Solimões. O presidente do Regional Norte 1, Dom Edson Damian manifesta “condolências e solidariedade ao Dom Adolfo Zon Pereira, SX, aos presbíteros, aos irmãos e irmãs da vida consagrada e aos cristãos leigos e leigas pela perda do pastor que esteve à frente da diocese durante 24 anos”. A note lembra de Dom Alcimar como “um bispo profundamente humano e de coração franciscano”. Homem alegre, “com o sorriso nos lábios e o semblante feliz transmitia a todos otimismo e esperança”. Dom Edson Damian, seguindo as palavras da Evangelii Nuntiandi, faz referência ao dinamismo evangelizador do bispo falecido, destacando a importância de anunciar o Evangelho com alegria, uma atitude presente em Dom Alcimar. Dom Edson Damian citando as palavras do Evangelho de Mateus, lembra de Dom Alcimar como o “servo bom e fiel“, pedindo para suplicar a Deus “para que cesse o quanto antes a cruel pandemia que já ceifou mais de 500.000 vidas de nossos irmãs e irmãos brasileiros”. E junto com isso, “que o Brasil reencontre novamente o caminho do respeito aos diretos humanos e dos valores da democracia, da justiça social, da concórdia e da paz”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Ionilton chama a “passar da margem da política por ódio para a margem da política como prática da cidadania”

“O Senhor nos responde sempre a partir de onde nós estamos”, uma ideia com que Dom Ionilton Lisboa de Oliveira começava sua reflexão neste 12º domingo do Tempo Comum. Lembrando da resposta a Jó, o bispo da Prelazia de Itacoatiara afirmava que “hoje, Ele nos responde no meio da tempestade da pandemia da Covid-19, da pandemia ética, da pandemia política”. Por isso, Dom Ionilton fazia um chamado a “aprender com Deus a dar resposta a partir de nossa realidade: Covid-19, desemprego, fome, enchente, falta de água potável, descaso com saúde por parte de quem tem a obrigação de cuidar dela”. O bispo, seguindo as palavras do Salmo, apresentava um Deus “que ouve nosso grito e nos liberta”, insistindo em que “nosso Deus é um Deus Libertador”. Estamos diante de um Deus a quem a gente agradece pelo seu amor, o que deve nos levar a que “rezemos sempre agradecendo ao Senhor por seu amor”, segundo o bispo de Itacoatiara. Ao elo das palavras de Paulo aos Coríntios, que faz um chamado a sermos criaturas novas, Dom Ionilton disse que a gente faz realidade isso, “Cuidando da natureza, nossa Casa Comum; valorizando a vida, assumindo a Campanha É tempo de cuidar para servir aos pobres; acolhendo os migrantes; trabalhando pela saúde, pela vacina para todas as pessoas e o mais rápido possível para salvar vidas; solidarizando-nos com os que lutam pela dignidade da pessoa humana e denunciam as injustiças, a corrupção, as notícias falsas, os projetos de lei que promovem a morte, a doença e o sofrimento dos povos indígenas, dos negros, dos ribeirinhos, dos pescadores, dos pequenos agricultores”. O bispo de Itacoatiara, diante do convite de Jesus aos discípulos a ir para a outra margem, ele se perguntava “qual margem nós estamos e para qual margem Jesus nos chama para ir?” Ele mesmo respondia, insistindo na necessidade de passar “da margem da indiferença para a margem da solidariedade; da margem da concentração de bens para a margem da partilha; da margem do consumismo para a margem da sobriedade; da margem do individualismo para a margem da valorização da comunidade; da margem de uma religiosidade de aparência, farisaica, para a margem de uma prática religiosa encarnada na realidade; da margem da politicagem, que busca usar a política para tirar proveito pessoal para a margem da política melhor que promove o bem comum; da margem da política por paixão ou por ódio para a margem da vivência da política como prática da cidadania e da busca das políticas públicas; da margem do apoio à cultura das armas para a margem da cultura da paz”. Diante da cena relatada no Evangelho de Marcos, onde os discípulos são surpreendidos pela tempestade, Dom Ionilton afirmou que “Jesus está conosco, mas isto não nos livra das tempestades, faz com que tenhamos coragem para enfrentá-las e vencê-las”. Junto com isso, ele disse que “Jesus só entra em ação quando não temos mais outra saída”. O bispo refletiu sobre realidades presentes na vida da Igreja e da sociedade, como é a 36ª Semana do Migrante, refletindo sobre a necessidade do Serviço Pastoral dos Migrantes na Prelazia de Itacoatiara, e sobre os processos de migração na Amazônia, tanto interna como internacional, lembrando a ligação dos processos migratórios com o tráfico de pessoas. Também lembrou da oração elaborada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em consequência das 500 mil mortes pela Covid-19 no Brasil, rezando a oração elaborada pela CNBB para este dia. Na sua homilia lembrou da difícil situação enfrentada por muitas pessoas na prelazia, diante da fome e falta de água potável diante da pandemia e as enchentes, lembrando que mediante a campanha Puxirum pela Vida estão sendo recolhidos alimentos e água nas secretarias das paróquias ou na secretaria da Cúria. O bispo também lembrou da Carta enviada ao Congresso pelo Conselho Permanente da CNBB, “pedindo a retirada de pauta dos Projetos de Leis (2633/2020 e 1730/2021 da Câmara e 510/2021 do Senado) que se aprovados forem prejudicarão e muito o meio ambiente, os povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores, seringueiros, pequenos agricultores, assentados da reforma agrária, pois vai favorecer o uso de terras públicas por pessoas físicas ou jurídicas, sem as regras de controle que existem hoje através da Lei nº 11.952/2009”. Finalmente lembrava a troca da coordenação da Pastoral da Criança na Prelazia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1