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Dia: 24 de junho de 2021

São João: festa da luz no meio de tanta escuridão

24 de junho é dia de festa grande no Nordeste brasileiro, uma tradição que os migrantes trouxeram para a Amazônia. A cultura popular é algo que marca a vida dos brasileiros e dentro dessa cultura, a religiosidade popular sempre teve seu espaço. No final das contas a alegria é algo constitutivo de Deus, acreditamos num Deus que alegra os nossos corações. A festa de São João está ligada ao costume de acender fogueiras, que segundo a tradição cristã foi o jeito como Isabel, segundo o combinado, anunciou para sua parenta Maria o nascimento do precursor. Ao longo da história, tem sido muitas as leituras feitas sobre o significado da fogueira, que acalenta e ilumina no meio do frio e da escuridão. O frio e a escuridão têm se instalado na vida da humanidade diante de tantos episódios de dor que estamos vivenciando. O obscurantismo foi colocado como norma de comportamento por aqueles que se tornaram agentes das trevas. Diante disso se faz necessário ser luz que ilumine e anuncie a vida, que se esforce para que essa vida possa persistir e se tornar presente no meio da humanidade. São João também é momento de encontro, de viver a familiaridade e a amizade, de partilhar a alegria da festa. Caminhar juntos se torna uma necessidade cada vez mais urgente diante dos tempos difíceis que estamos enfrentando. Na escuridão, uma mão amiga sempre nos fortalece e facilita continuar avançando. Em tempos de divisão e enfrentamento somos chamados a nos unir e testemunhar a união. O Papa Francisco faz um chamado à humanidade para viver em fraternidade e à Igreja para caminhar em sinodalidade. Os momentos de encontro nos ajudam a entender o sentido dessas atitudes e nos fazem sentir que desse jeito a vida é mais fácil, que juntos somos mais e chegamos mais longe. O encontro, a união, nos fortalecem e nos ajudam a superar as adversidades. São João Batista é a voz que grita no deserto, que prepara os caminhos do Senhor, que anunciou a chegada do Salvador. Seguindo seu exemplo, somos chamados a nos fazermos anunciadores da vida que vem de Deus, mesmo que muitos não queiram escutar essa mensagem. Sejamos essa fogueira que ilumina e acalenta os corações, esse fogo em torno do qual o povo se encontra e compartilha o que cada um é e tem. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Alcimar descansa para sempre na diocese que o viu nascer e que ele pastoreou por 24 anos

Dom Alcimar Caldas Magalhães, bispo emérito da diocese de Alto Solimões, falecido no último domingo, 20 de junho, descansa para sempre na região que o viu nascer e onde foi padre e depois bispo durante 24 anos. Após de três dias de homenagens, orações e celebrações, primeiro em Manaus, na Igreja de São Sebastião, junto com seus confrades capuchinhos, e nos dois últimos dias na Catedral de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro de Tabatinga, sede da diocese do Alto Solimões, tem sido sepultado na capela lateral construída na mesma catedral para seu sepultamento. Segundo Dom Adolfo Zon, o vivido nos dias 22 e 23 de junho na catedral de Tabatinga, tem sido “uma grande manifestação de agradecimento e de carinho do Povo Deus para com aquele que foi seu bispo durante 24 anos”. Foram muitas as homenagens recebidas por alguém que nasceu numa comunidade ribeirinha do município de Benjamin Constant, na mesma diocese do Alto Solimões. O povo das comunidades, gente simples que sempre tiveram a atenção de Dom Alcimar, quiseram se despedir de quem foi seu bispo, de quem defendeu seus direitos e providenciou projetos que pudessem ajudar a ter uma vida melhor, numa região onde as condições de vida nunca foram fáceis. Ao longo dos dois dias de velório em Tabatinga se fez presente, acompanhando o bispo local, Dom Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, que viajou junto com os restos mortais desde a capital amazonense. Ele presidiu umas das Eucaristias celebradas, como já tinha feito em Manaus, onde outra Eucaristia foi concelebrada por Dom José Albuquerque, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus, Dom Mário Pasqualotto, bispo auxiliar emérito da Arquidiocese de Manaus, e Dom Gutemberg Regis Freire, bispo emérito da Diocese de Coari.   A Eucaristia de exéquias, presidida por Dom Adolfo Zon, foi muito participada pelos fieis, segundo o bispo local, que também ressaltou que foi muito bem preparada pelos diversos grupos e pastorais da diocese. O bispo também destacou o trabalho da equipe de acolhida, que manteve organizado o velório, orientando as pessoas a seguir os procedimentos protocolados pela Anvisa de prevenção da Covid-19. Na homilia, Dom Adolfo insistiu em que “temos que fazer memória Dom Alcimar, não só ter uma recordação, não só lembrança”. O bispo da Diocese do Alto Solimões destacou a importância de fazer memória, “que é presença que continua realizando seu sonho de melhorar as condições de vida das pessoas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1