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Dia: 1 de julho de 2021

Dom Leonardo abençoa o Barco Hospital São João XXIII: “presença misericordiosa de Deus no meio de nós”

Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, abençoou nesta quinta-feira, 1º de julho, o Barco Hospital São João XXIII. Trata-se do terceiro barco hospital que vai surcar os rios da Amazônia, após o Barco Hospital Papa Francisco, que desde 2019 atende à população do Estado do Pará, e o Barco Hospital São João Paulo II, comprado em outubro de 2020 e que vai acompanhar as comunidades da Região do Baixo Amazonas. O novo barco, um navio de 4 pisos, vai atender as comunidades do Rio Negro e do Rio Solimões, e, segundo Dom Leonardo, “haverá de curar também os enfermos, mas não apenas os enfermos do corpo, mas também os enfermos no espírito, na alma”. O arcebispo de Manaus lembrou que “Jesus sempre que cura alguém diz os teus pecados são perdoados, ele quer curar a pessoa por inteira”. O arcebispo insistiu em “que esse barco hospital seja essa presença misericordiosa de Deus no meio de nós, em Jesus, e que cada enfermo, cada enferma que entrar nesse barco hospital seja recebido como se recebêssemos Jesus, e cuidemos de Jesus nesses nossos irmãos e irmãs”. A celebração de benção contou com a presença de Dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos, bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e Dom Bernardo Johannes Bahlmann, bispo de Óbidos e presidente do Regional Norte 2 da CNBB, onde trabalham os outros dois barcos hospitais. Junto com eles se fez presente Jorsinei Dourado do Nascimento, procurador do Ministério Público do Trabalho do Estado do Amazonas, uma das entidades parceiras. Segundo ele, “o projeto do Barco Hospital São João XXIII, ele faz parte de um trabalho também do Ministério Público do Trabalho, na medida em que foram revestidos valores de processos judiciais em que o Ministério Público atuou, em que empresas foram condenadas, e estes recursos que devem ser revestidos obrigatoriamente em projetos que beneficiam à sociedade amazonense”. Segundo o procurador, os recursos, “eles estão sendo canalizados para esse projeto do barco, que tem uma finalidade social clara e evidente, na medida em que entregará, quando ele estiver completamente pronto para operar nas comunidades ribeirinhas, um serviço de saúde pública, e que vai atingir as pessoas que mais necessitam, que são as comunidades ribeirinhas e as comunidades indígenas”. Jorsenei Dourado do Nascimento, insiste nessa dificuldade de ter acesso da população dessas comunidades, “seja por questão logística, seja por questão de costume, até mesmo da precariedade do serviço de saúde no interior, as pessoas não conseguem ter acesso, e vão ter com o barco”. Também participaram do evento os frades da Associação Lar de São Francisco da Providência de Deus, que administram os barcos hospitais Papa Francisco e São João Paulo II. O novo barco hospital, que depois de um trabalho de reabilitação e adaptação tem previsto começar os trabalhos médicos no início de 2022, vai atender a população, desde o serviço mais básico até serviços mais complexos, como cirurgias. Com o novo barco, essas pessoas irão ser atendidas em suas comunidades por profissionais de saúde. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A pior friagem é aquela que congela os corações

A friagem no Brasil, inclusive no Norte do país, se tornou notícia nas últimas horas, e isso deve nos levar a nos questionarmos sobre o perigo desse frio tomar conta dos nossos corações e que eles fiquem congelados. Um coração congelado não reage diante das situações, fica impassível, não expressa sentimentos, e acaba morrendo. Quando o coração da gente esfria, a gente deixa de ser humano. Perder a humanidade, algo cada vez mais presente na sociedade atual, se tornou uma realidade preocupante. A humanidade é a condição que nos leva a nos preocuparmos com o sofrimento dos outros, que nos faz reagir diante das injustiças, que nos leva a lutar por direitos para todos e todas, mas especialmente para os mais fracos, para os pequenos, para aqueles que não contam. Nesta semana, Dom Joel Portella Amado se perguntava: “Se nós não somos um país que pode confiar sequer na garantia e na proteção dada pela sua lei maior, onde é que nós vamos?” Ele fazia esse questionamento no acampamento da Esplanada dos Ministérios, onde os povos indígenas lutam por defender os direitos garantidos na Constituição Federal, e o primeiro direito é à terra, que para os povos originários é Mãe e não objeto de lucro e exploração desmedida. Diante de uma luta que se prolonga durante semanas, muitos de nós fazemos de conta que não está acontecendo nada. Inclusive deixamos ser manipulados por meios de comunicação que na tentativa de favorecer interesses políticos e econômicos distorcem informações, colocando as vítimas como culpados. O que fazer para aquecer os nossos corações? Como mostrar empatia por aqueles que são vítimas de projetos de morte? Qual é o lado que a gente escolhe? Como deixar de estar sempre acima do muro e tomar postura pelas vítimas? Como evitar continuar sendo manipulados por aqueles que estão ao serviço do poder e não do povo? Quando a gente se questiona e tenta responder às perguntas, a gente vai aquecendo o coração, vai criando sentimentos de empatia, que evitam viver como se nada estivesse acontecendo em volta da gente, ou como se nada do que acontece nos atingisse. Não podemos nos somar a discursos dominantes que justificam mortes cruéis, seja quem for o ajustiçado. Quando a gente não conhece a realidade na sua totalidade, quando os verdadeiros culpados ficam protegidos por um sistema que tem lado, nos tornamos aliados daqueles que se colocam como donos da lei, inclusive da lei suprema que é a vida, da qual ninguém pode dispor. Um dos grandes desafios é defender a vida, e isso a gente o consegue quando a gente tem sentimentos, quando o coração está aquecido. A friagem sempre tem que ser passageira, sobretudo aquela que pode nos esfriar o coração para sempre. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar