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Dia: 24 de julho de 2021

O laicato da Prelazia de Tefé reflete sobre seu ministério enquanto membros da Igreja

A importância do laicato na Igreja da Amazônia é decisiva. São muitos os homens e mulheres que tem se tornado presença eclesial na vida do povo, nas comunidades ribeirinhas, indígenas, nas periferias das cidades, sendo catequistas e assumindo diferentes ministérios e serviços. Na Prelazia de Tefé não é diferente, trata-se de uma Igreja de comunidades, que ao longo dos anos tem se organizado para ser presença evangelizadora na região do Meio Solimões. Nos últimos dias, a Prelazia de Tefé tem realizado o Encontro de Pastoral, dividido em grupos, dada a pandemia da Covid-19 que impede reunir grande número de pessoas. Neste sábado, os leigos e leigas da Prelazia se encontraram para refletir sobre as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Sinodalidade, as CEBs e a Escola de Formação, pontos abordados na quinta-feira pelo clero e a vida religiosa. Junto com isso abordaram questões próprias da organização do laicato em nível de Prelazia. Em referência às Diretrizes Gerais da CNBB, refletindo sobre a imagem da casa, presente no documento dos bispos do Brasil, Jorge Luiz Pinto, diz que “eu considero muito o envolvimento da família”. Segundo ele, “quando se pensa na casa, se pensa na família, pensando na família se pensa no contexto sagrado, e construir as diretrizes da Igreja a partir desse contexto da casa, da família, é construir um caminho levando em conta as vocações familiares”. Ele, que é ministro da Palavra na paróquia de Santo Antônio de e coordenador do Conselho de Leigos, destaca que no seu ponto de vista, “isso para Igreja é o essencial, construir as diretrizes da Igreja de dentro para fora. Essa Igreja em saída que o Papa fala, mas não só em saída para outros lugares, mas buscar de fato outras vocações que estão permeando a vida”. Para viver a sinodalidade, caminhar juntos como Igreja, uma das dificuldades é encontrar lideranças, “pessoas que estejam dispostas ao serviço das pastorais, desde a gratuidade para nossa missão como leigos”, segundo Oneide Lima de Castro. Ela, que faz parte da paróquia de Alvarães fala sobre a realidade das comunidades ribeirinhas, onde “a gente sente muitas vezes as dificuldades financeiras”. Segundo ela, “nossa paróquia não dispõe de recursos financeiros para chegar nessas comunidades, que são longínquas”, dificuldades que aumentam no tempo da seca, em que as despesas são maiores. Ela resume as dificuldades, na zona urbana, na questão das lideranças, “nós temos poucas pessoas para fazer esse trabalho da Igreja em saída, esse caminhar junto, ter mais pessoas dispostas a caminhar junto”. Oneide destaca que mesmo diante das dificuldades a Igreja se empenha em incentivar esse caminho, insistindo na importância do encontro como momento em que “eu posso me aprofundar nos documentos e ir cativando as pessoas para exercer um trabalho que possa ser mais produtivo na comunidade, dentro da paróquia”. Já Antônio Nascimento reflete sobre uma dificuldade presente na Prelazia de Tefé, que segundo ele “é a invisibilidade do papel do leigo. Às vezes a gente não se percebe enquanto leigo dentro da própria Igreja, nos seus serviços ministeriais”. Segundo ele, “é muito mais fácil você se significar como coordenador de pastoral, da catequese, da Pastoral da Saúde ou uma outra pastoral, mas essa identidade do leigo, a gente sente essa dificuldade”. Ele, que faz parte da coordenação do laicato, destaca a necessidade de “um trabalho de formação que o leigo possa perceber seu papel, seu ministério enquanto membro da Igreja laical”. “A Igreja, ela tem um traço muito forte do leigo e da leiga”, segundo Antônio, da comunidade São João Batista, na paróquia de Bom Jesus de Tefé. Ele insiste na necessidade de formação “para melhorar o serviço do laicato, um trabalho de vivência, de caminhada, de convivência em família, a gente não perder nossas raízes como cristãos”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Caritas, comunicação e Economia de Francisco e Clara centram o debate no Encontro de Pastoral da Prelazia de Tefé

O Encontro de Pastoral da Prelazia de Tefé, que acontece de 21 a 25 de julho, celebrou nesta sexta-feira, 23 de julho, a assembleia da Caritas da Prelazia de Tefé com a participação das instituições que fazem parte da Caritas e alguns convidados. Os trabalhos foram conduzidos pela presidenta da Caritas da Prelazia de Tefé, Francisca Andrade e o coordenador de pastoral da prelazia, padre Mellon A. Waïbena. A Caritas Brasileira, fundada em 1956 por Dom Helder Câmara, é uma rede de solidariedade, um compromisso com as causas sociais junto às pessoas em vulnerabilidade. Não podemos esquecer que o Papa Francisco define a Caritas como a caricia de Deus na Igreja. Segundo a presidenta da Caritas da Prelazia de Tefé, todos somos Caritas. Ela lembrava a missão da Caritas: “Testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo toda forma de vida e participando da construção solidária da sociedade do Bem Viver, sinal do Reino de Deus, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social”. Junto com isso apresentava as diretrizes e orientações estratégicas. A Caritas Brasileira se faz presente em diferentes níveis, regional, nas dioceses e prelazias e nas paróquias, sempre desde a perspectiva de ser serviço de solidariedade da comunidade. Daí a importância dos encaminhamentos para responder à realidade: organizar, estruturar e dialogar. Para isso se faz necessário trabalhar em rede desde a realidade, na perspectiva da sustentabilidade. A Caritas da Prelazia de Tefé tem realizado um grande trabalho durante a pandemia, principalmente a través do Projeto Ajuri amazônico, que acompanha duas mil famílias em 6 municípios da Prelazia. Trata-se de levar esperança para a população, fazendo aquilo que o poder público não faz. Desde a Caritas da Prelazia de Tefé estão sendo acompanhados diferentes projetos de economia solidária e geração de renda. Durante a Assembleia da Caritas foi apresentado o trabalho que faz a Rede um Grito pela Vida, que acompanha o trabalho que está sendo feito, principalmente pela Vida Religiosa, no combate do Tráfico de pessoas e o enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes, uma realidade presente na Amazônia e que o Regional Norte 1 assumiu como uma das suas prioridades. A eleição da nova diretoria, que deveria ter acontecido na assembleia, foi adiada, segundo a orientação de Dom Fernando Barbosa dos Santos, administrador da prelazia, até a chegada do novo bispo, momento em que deve ser convocada uma nova assembleia eletiva. O encontro foi momento para refletir sobre a comunicação na Prelazia. A Pastoral da Comunicação está dando passos na articulação desse trabalho nas paroquias e na Prelazia. Mesmo diante das dificuldades, incrementadas numa região onde o acesso à internet nem sempre é fácil, a reflexão tem ajudado a entender a importância de investir numa pastoral que a pandemia da Covid-19 tem mostrado sua importância na caminhada da Igreja. Aos poucos, vai se tomando consciência disso e descobrindo a necessidade de investir em formação, algo que a Rádio Rural de Tefé, a rádio da Prelazia, que com 58 anos é a mais antiga da região, está programando para os próximos messes. No final do dia, a irmã Michele Silva, que faz parte da Articulação Brasileira de Francisco e Clara, apresentava o que é esta iniciativa do Papa Francisco na tentativa de re-almar a economia. Após apresentar como está sendo realizado o trabalho em nível mundial e brasileiro, a religiosa mostrava os passos que estão sendo dados na articulação na Amazônia Legal e no Regional Norte 1. Experiências que podem ser consideradas expressões da Economia de Francisco e Clara já estão acontecendo, inclusive na Prelazia de Tefé. A irmã Michele relatava algumas experiências nesse sentido dentro da Prelazia, algo que também foi partilhado pelos participantes do encontro, que relatavam algumas experiências que estão sendo desenvolvidas nesse sentido, destacando a importância de valorizar aquilo que a gente tem. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1