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Dia: 31 de julho de 2021

Projeto Ajuri: Caricia da Igreja nas comunidades mais distantes e vulneráveis da Amazônia em tempo de Covid-19

  O Projeto Ajuri pela Vida na Amazônia, que está sendo encerrado em sua primeira etapa, foi criado pela Caritas Brasileira para reduzir os riscos de infecção da Covid-19 em comunidades vulneráveis no estado do Amazonas, Brasil. Tem sido 129 comunidades de 11 municípios, nas dioceses de Parintins e Coari e as prelazias de Tefé e Itacoatira, beneficiando 5 mil famílias, o que representa umas 25 mil pessoas. O projeto tem ajudado na construção de cisternas de captação de água, Kits de Higiene Pessoal, Kits de Desinfecção para Uso Doméstico, Materiais de Promoção da Higiene, e Impressão de Adesivos para Estações de Lavagem das Mãos. Também fazia parte do projeto a aquisição de Kit EPI para Cuidadores Domésticos, Materiais de RCCE, Spots de Rádio/TV, Publicações nas Redes Sociais e Carros de som. Valquíria Lima, da Articulação da Caritas Brasileira, insistiu em “valorizar o papel de todos os que participam do projeto, todos e todas são importantes, todos os trabalhos desenvolvidos precisam ser valorizados, o trabalho de cada pessoa permitiu a gente chegar até aqui”. Ela destacou que “se a gente está indo para a etapa 2 é fruto do trabalho coletivo”. Desde o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, seu secretário executivo Francisco Lima, agradeceu a todos os colaboradores do Projeto Ajuri, em nome dos bispos, mas sobretudo em nome daqueles que receberam o Ajuri. Ele destacava que o projeto fez presente a Igreja do Regional nas comunidades mais distantes e que não tem assistência, destacando que foi uma oportunidade para ter acesso aos cuidados e às informações. Por isso, seu agradecimento aos agentes que estiveram na ponta. Finalmente, ele fez um chamado a refletir sobre os protocolos que muitas vezes inviabilizam desenvolver o trabalho. São muitas as famílias beneficiadas que agradecem pelo apoio do Projeto Ajuri, que tem ajudado a ser mais conscientes sobre os cuidados preventivos com a Covid-19, sendo realizadas ações com reconhecimento, valorização e respeito aos diferentes costumes e culturas locais com medidas para promoção da autoestima e o acolhimento, em momentos críticos de isolamento, distanciamento social e de muitas vidas ceifadas. Estamos falando de comunidades onde as ações do poder público não chega. O projeto enfrentou diferentes desafios, alguns educadores foram contagiados pela Covid-19 e diferentes motivos atrasaram o início e desenvolvimento do projeto, dentre eles o fechamento dos portos por conta de decretos municipais proibindo atracar as embarcações, e também o aumento dos casos de Covid-19. Junto com isso, também foi um desafio os deslocamentos de famílias inteiras, deixando suas comunidades temporariamente, devido às mudanças climáticas que provocam secas e estiagens prolongadas nas regiões gerando situações de miséria e fome. Não pode ser esquecido o desafio da logística, uma realidade muito presente na Amazônia, que dificulto os acessos, comunicação e a devolutiva de informações com maior agilidade e em menor espaço de tempo, pela não cobertura de internet. Também foi uma realidade muito presente a falta de assistência pelo poder público local às famílias infectadas. O projeto Ajuri tem sido uma oportunidade de fortalecimento da Caritas nas dioceses e prelazias que participaram do projeto, “ajudando a se fazer presente como Igreja em lugares onde a Igreja não chega”, segundo Márcia Maria de Souza Miranda. A articuladora da Caritas Regional Norte 1 relata o desafio financeiro da Igreja da Amazônia. Segundo ela, “a Igreja é presença de esperança na vida do povo que vive muito distante”, relatando as experiências vividas pelos educadores, que chegaram a viajar por 24 horas para chegar em algumas comunidades. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Aos 4 anos de Bispo de Itacoatiara, Dom Ionilton expressa “Um canto de ação de graças a Deus Trindade”

No dia 30 de julho, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira completava 4 anos como bispo na Prelazia de Itacoatiara. Diante disso, ele escreveu um texto (ver aqui) onde diz que “do meu coração brota sempre um canto de ação de graças a Deus Trindade”. Dom Ionilton agradece pela sua família e pela família Religiosa Vocacionista; pelo chamado a ser bispo e pelos Bispos do Regional Norte 1 da CNBB; pelo acolhimento, carinho, amizade e comunhão do povo da prelazia; pelas pessoas com quem partilha a alegria de servir aos excluídos e marginalizados; pelas muitas atividades realizadas; pelos benfeitores econômicos. Nas suas palavras, o bispo de Itacoatiara, “reafirmo e peço a Deus a graça de viver o lema de meu ministério como bispo da Igreja: ‘Estou no meio de vós como aquele que serve’ (Lc 22, 27b)”. Ele diz ter consciência “de que fui chamado a servir a todas as pessoas que fazem parte da Igreja, mas, também, sou consciente que devo servir especialmente aos pobres, aos abandonados, aos que vivem nas periferias geográficas e existenciais, como fez Jesus e como fez a Igreja primitiva”. Junto com isso mostra seu compromisso com a Amazônia, com seu bioma e seus povos. O bispo pede perdão pelos seus pecados e que não esqueçam de rezar por ele, “para que eu possa servir sempre mais e melhor a vocês, pois tenho consciência de que sem a graça de Deus não posso ser fiel à missão recebida”. Finalmente, pede também pela Prelazia de Itacoatiara, colocando as características que ele espera tenha. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Leonardo publica novas orientações pastorais para a Arquidiocese de Manaus

  O arcebispo de Manaus publicou nesta sexta-feira, 30 de julho, um comunicado onde dá a conhecer as novas orientações a serem seguidas na Arquidiocese. Dom Leonardo Steiner agradece “a todas as comunidades que seguiram as orientações e determinações enviadas para o tempo de pandemia”. O arcebispo mostra sua “gratidão aos presbíteros e diáconos pela solicitude nesse tempo; muito obrigado aos consagradas e consagrados pela presença de ânimo e misericórdia. Deus abençoe às irmãs e aos irmãos que serviram e estiveram ao lado dos mais necessitados. Vivemos momentos difíceis, mas de profunda comunhão. Agradecemos a todos os que foram presença de solidariedade e de misericórdia. Como Igreja fomos e somos testemunhas do cuidado e do consolo”. Dom Leonardo afirma que “no mês de agosto retomamos as nossas atividades e nossos encontros, conforme consulta realizada na reunião do clero do mês de junho”, insistindo em que “o pároco com o conselho da Paroquia, com o conselho da Área Missionária, deverá analisar a conveniência do retorno das atividades, levando em consideração a realidade da pandemia local”. Ele lembra que “o tempo ainda é de cuidado, por isso as celebrações, as procissões, as manifestações com grande número de pessoas, necessitarão de uma averiguação oportuna”. Diante disso pede que “permaneçamos atentos quanto às recomendações sanitárias e os devidos cuidados”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Cláudio Hummes: “Que busquemos alcançar uma participação eclesial, caminhar por novos caminhos”

“Estarmos muito atentos à missão muito especial que temos na Amazônia“, uma necessidade que o Cardeal Claudio Hummes insistiu no início da Assembleia Ordinária da Conferência Eclesial da Amazónia (CEAMA), que se realizou virtualmente neste 30 de julho. Um dos representantes do episcopado brasileiro na CEAMA é Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus. Segundo o presidente da CEAMA, o Papa Francisco convida-nos a pôr em prática, e isto depende sobretudo dos bispos, a levar a sério a missão que temos depois do Sínodo para a Amazónia, um processo em busca da grande reforma da Igreja. Foi por isso que pediu a todos para se perguntarem se alguma coisa realmente mudou nas dioceses, vicariatos e prelazias, e se as pessoas estão conscientes desta mudança. Para o presidente da CEAMA, é necessário ser uma rede, e não trabalhar isoladamente, que a rede não fique numa ideia. O Cardeal Hummes salientou a necessidade de estarmos conscientes de que estamos num processo de reforma que o Papa Francisco propôs à Igreja. Neste caminho da CEAMA, a Assembleia Ordinária, que se realiza três vezes por ano, pretendia nesta ocasião ser uma oportunidade para fazer avançar o processo de formulação de um plano pastoral para a Amazônia, de acordo com o Cardeal. Por esta razão, apelou a “não ficar em formalidades, mas também a procurar coisas reais que façam avançar o processo”. A Assembleia foi um momento para informar sobre os passos dados na primeira metade de 2021 e para avançar na construção do Plano Pastoral como um todo, bem como para contribuir para a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Segundo o padre Alfredo Ferro, este plano pastoral está dividido em seis pontos, que resumem os objetivos estratégicos da CEAMA: escuta-visibilização-intercâmbio; dinamização da prática pastoral numa chave sinodal; comunicação; formação; diálogo e alianças; e consolidação da CEAMA. O secretário executivo da CEAMA apresentou os principais compromissos, baseados nas conversões e sonhos presentes no Documento Final do Sínodo e em Querida Amazônia, que abordam as dimensões sócio-políticas, culturais, ecológicas, pastorais-eclesiais e sinodais. Os objetivos estratégicos são concretizados em planos pastorais, experiências, que nascem do concreto, do específico, algo a ser realizado pelas diferentes instituições que compõem esta rede: Celam, CEAMA, REPAM, CLAR e Cáritas. Os participantes na Assembleia salientaram a necessidade de elaborar um Plano Pastoral que complemente os planos pastorais de cada Igreja particular, para ajudar a novidade que a CEAMA representa a crescer e contribuir para a Igreja universal no processo de renovação que Laudato Si e Fratelli tutti nos indicam. Neste sentido, há elementos que nasceram da reflexão sinodal e que não podem ser esquecidos, tais como a ministerialidade, o rito amazónico, o acesso à Eucaristia ou o diaconato. A CEAMA representa uma novidade do Espírito, que é tecer caminhos, algo que somos chamados a comunicar ao mundo. É também importante que as diferentes comissões possam avançar, que mais pessoas se envolvam nelas, para que se tornem eclesiais e não sejam reduzidas a um pequeno grupo, que haja uma maior articulação com as conferências episcopais e as dioceses, e que compreendamos que estamos perante uma oportunidade de aprender juntos a sinodalidade, de pensar o geral a partir do local e vice-versa. Neste sentido, foi salientada a importância de incluir pessoas do território na reflexão das comissões e de promover a reflexão teológica, de fazer dela um plano eclesial, e não apenas episcopal, da relação entre as diferentes instituições, de escutar, trocar e tornar visíveis como elementos importantes para chegar a esta Igreja renovada numa chave sinodal, de ser uma Igreja ministerial com a participação de mulheres nos ministérios, de formar agentes pastorais e seminaristas para criar esta Igreja com um rosto amazónico. A Amazónia é um lugar onde se destaca a importância da pedagogia do pequeno, onde é semeada e germina pouco a pouco. Por esta razão, é essencial que não peçamos frutos antes que as sementes germinem. Para isso, é necessário sensibilizar para os conteúdos que estão surgindo, com a nova forma de trabalhar, avançando em ideias que mais tarde podem ser uma contribuição para além da Amazônia, pensando no Sínodo dos Bispos. Os participantes discutiram as contribuições para o Plano Pastoral da Igreja Amazônica, sublinhando que é importante reconhecer as prioridades e responder a elas como Igreja, procurando linhas e ações comuns a partir da comunhão, tendo em conta as tradições comuns. Neste sentido, a CEAMA é chamada a reunir aspectos comuns dos planos pastorais diocesanos e oferecer elementos comuns, linhas e não ações concretas, que possam ser resgatadas localmente, vivendo assim o princípio da subsidiariedade. Dar linhas e não planos estruturados, gerando modelos de ação que podem ser replicados em outras áreas. Na Igreja da Amazônia é necessário promover os leigos, aos quais devem ser oferecidos processos de formação, como uma presença eclesial reconhecida, para preencher o vazio pastoral, especialmente nas periferias. Isto porque é necessário abordar situações que exigem uma resposta, como a celebração dos sacramentos nas comunidades, sem a presença do ministro ordenado, dando maior valor à Palavra de Deus. É uma questão de superar os esquemas clericais. No Plano Pastoral da CEAMA, que deve promover uma estrutura eclesial baseada numa Igreja Povo de Deus, deve procurar-se um critério social que conduza à defesa da Amazónia, do bioma e dos seus povos, do desejo de o apropriar por interesses económicos, resgatando o conhecimento das culturas ancestrais. Sabendo que não é fácil iniciar novos caminhos, a CEAMA não pode esquecer que este Plano Pastoral de Conjunto é fruto do mandato do Papa, que vê a Amazônia como um lugar de novos caminhos, uma ideia que vem de Aparecida. A Igreja amazônica tem diferentes elementos para contribuir para a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que se realizará de 21 a 28 de novembro e que até 30 de agosto está realizando seu processo de escuta. Entre os elementos destacados estão a promoção do protagonismo dos leigos e das mulheres, através de equipes missionárias; evangelização ligada ao território e à questão da ecologia integral; formação…
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