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Dia: 8 de novembro de 2021

Frutos da presença da Igreja no meio do Povo Indígena

O Sínodo para Amazônia veio a impulsar e confirmar a presença missionária junto aos povos indígenas, estar com eles, viver em suas comunidades, abraçar suas lutas, celebrar suas festas, ser presença que acompanha, que encoraja, que fortalece pelo fato de estar no meio deles. “Uma Igreja de rostos amazónicos requer a presença estável de responsáveis leigos, maduros e dotados de autoridade… Os desafios da Amazónia exigem da Igreja um esforço especial para conseguir uma presença capilar que só é possível com um incisivo protagonismo dos leigos” (QA 94). Quando os leigos e leigas conhecem, vivem e testemunham o Evangelho, o Reino se faz presente. Cada um se reconhece amado e chamado por Deus, descobre seu dom dentro da Comunidade e com disponibilidade participa responsavelmente assumindo os serviços que são necessários em função dos irmãos.  Faz um ano, que começou uma nova experiência de missão, com a presença missionária estável na Comunidade Indígena Ticuna de Umariaçú I, na Diocese do Alto Solimões. Nunca antes tinha havido missionários morando com eles, foi necessário construir uma casa, numa terra que o cacique e seu conselho doaram. Passar da pastoral da visita à pastoral da presença foi um desejo gestado lentamente, rezado, conversado e especialmente sustentado na relação de carinho e respeito estabelecida entre a Igreja e o Povo Ticuna. Viver com eles na comunidade tem o presente da cotidianidade, como oportunidade para conhecer e amar sua realidade, seus ritos, suas formas de comportamento frente à vida, a doença, as dificuldades e a morte. É outra cultura, por isso, como missionários estamos chamados a tirar nossas sandálias para acompanhar cuidadosamente a vida do povo, reconhecendo as sementes do Verbo presentes no meio deles.    Em quanto à vida da Igreja, é gratificante perceber que quanto mais conhecem Jesus, seus ensinamentos e as verdades de nossa fé, mais cresce neles o desejo de participação na vida da Comunidade Cristã e seus diversos serviços.  O tempo de pandemia, no qual foi solicitado para eles permanecer na comunidade, foi propicio para formar os Celebrantes da Palavra e assim eles presidirem as celebrações dominicais. Também se formaram quatro coros, dois de jovens, um de mães e outro de pais, que são escalados por cada domingo para animar a celebração litúrgica. Neste último domingo 7 de novembro, com a presença de Dom Adolfo Zon Pereira, bispo diocesano, na Comunidade de Umariaçú I, foram enviados um grupo de seis coroinhas para o serviço do altar e apresentados dez novos catequistas para crianças, os quais trabalharão todos os sábados com mais de cem crianças. “É necessário aceitar corajosamente a novidade do Espírito capaz de criar sempre algo de novo com o tesouro inesgotável de Jesus Cristo, porque a inculturação empenha a Igreja num caminho difícil, mas necessário… Não tenhamos medo, não cortemos as assas ao Espírito Santo” (QA 69). Meu nome é Verônica Rubí, sou missionária leiga ad gentes, argentina de nacionalidade, da Diocese de Mar del Plata, Licenciada em Serviço Social de profissão e Marista de espiritualidade. Há mais de 7 anos que partilho a vida e a fé no coração da Amazônia, na tríplice fronteira Brasil- Peru- Colômbia, aqui conheci o Povo Indígena Ticuna, eles me evangelizam.   Verónica Rubí, Missionária leiga na Diocese do Alto Solimões

Diocese de Coari, uma Igreja Sinodal, marca novos caminhos para a Evangelização

A Diocese de Coari realizou de 5 a 7 de novembro sua 6ª Assembleia Diocesana de Pastoral, que aconteceu na Casa de Retiro Santo Afonso, na sede da diocese. Tanto a abertura como o encerramento foram com uma Eucaristia presidida pelo bispo diocesano, Dom Marcos Piatek. A 6ª Assembleia Diocesana da Diocese de Coari teve como tema: “Numa Igreja Sinodal, construindo juntos novos caminhos para a Evangelização“, segundo explicou o bispo diocesano na abertura dos trabalhos, refletindo sobre o papel missionário da Igreja, que está centrado na evangelização. Nas suas palavras foi explicando o propósito da assembleia, onde no primeiro dia foi momento para as paróquias partilhar sua caminhada pastoral. A assembleia, que contou com a assessoria do padre Zenildo Lima, reitor do Seminário São José de Manaus, onde são formados os seminaristas do Regional Norte 1 da CNBB, dentre eles os seminaristas da Diocese de Coari, foi explanando o tema central, questionando a Caminhada da Igreja a partir da proposta sinodal, uma dimensão importante na Igreja da Amazônia, especialmente depois do Sínodo para a Amazônia, onde o padre Zenildo foi auditor. Se referindo ao Sínodo sobre a Sinodalidade, que o Papa Francisco deu inicio no dia 10 de outubro deste ano no Vaticano e posteriormente foi realizada a abertura em todas as igrejas particulares do mundo no dia 17 de outubro, abordou as palavras chave que devem nortear o processo de escuta, que está dando os primeiros passos: Comunhão, Participação e Missão. A Diocese de Coari, num contexto de pandemia, que tem provocado numerosos desafios, mas também grandes criatividades, procurou durante a 6ª Assembleia Diocesana novos caminhos para a Evangelização a partir de Jesus Cristo e em comunhão com as Diretrizes da Ação Evangelizadora do Regional Norte 1 e da Igreja do Brasil. Partindo desse contexto foi construído o projeto de Evangelização diocesano. Para isso foi questionado sobre os caminhos ou diretrizes que precisam ser incorporados à atuação da Igreja para que a mesma possa promover uma participação real de todo povo de Deus. Tendo como horizonte o Sínodo sobre a Sinodalidade, os participantes da Assembleia foram expressando seus sentimentos e ideias para esse processo de consulta. A partir desse debate foram sendo elaboradas as propostas que têm sido recolhidas no Plano de Pastoral da Diocese, aprovado na 6ª Assembleia Diocesana de Pastoral. Tudo isso, que tem sido fruto de uma construção sinodal, que busca novos caminhos para a evangelização, será o fundamento da caminhada das paroquias, comunidades, pastorais e movimentos que fazem parte da Diocese de Coari. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1