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Dia: 13 de novembro de 2021

Assembleia São Gabriel da Cachoeira: Partilha da caminhada e desejo de assumir a sinodalidade

A Diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou de 9 a 11 de novembro a Assembleia Diocesana de Pastoral, com a presença dos padres, uma irmã de cada comunidade religiosa e o coordenador ou coordenadora do Conselho Paroquial. Mais ou menos 50 participantes representando as 11 paróquias da Diocese. O bispo diocesano destaca o clima de grande alegria e disposição para participar depois deste longo período de isolamento social. A  Assembleia começou avaliando o Plano Diocesano de Pastoral, elaborado a final de 2019, depois do Sínodo para a Amazônia. Segundo Dom Edson Damian, duas atividades mereceram destaque, o inicio da Escola de Formação Teológica para Leigos e Leigas, com 90 participantes, nas duas últimas semanas de julho. Na última quinzena do próximo mês de janeiro será o segundo módulo do curso. Também foi partilhada a maneira como cada paróquia está realizando as itinerância, passando da visita rápida para celebrar os sacramentos para uma presença mais prolongada junto às comunidades, uma ideia presente nas reflexões do Sínodo para a Amazônia. Segundo o bispo, cada paróquia organizou uma pequena equipe itinerante para acompanhar o padre e realizar reuniões e encontros de formação com as comunidades. Os participantes da Assembleia receberam as Orientações para a Ação Evangelizadora para o Regional Norte 1 da CNBB, elaboradas na última assembleia do Regional. Dom Edson destaca a alegria provocada pelas opções que a Igreja da Amazônia vem assumindo, desde o Documento de Santarém até a Querida Amazônia, elementos presentes nas Diretrizes do Regional. A mesma coisa com o Sínodo sobre a Sinodalidade: Comunhão, Participação e Missão, que “representa a mais abrangente consulta de nossa Igreja ao povo santo e fiel de Deus”. Dom Edson destacou a importância de escutar as pessoas que estão às margens, aquelas pessoas que se afastaram das nossas comunidades, e com as diferentes instâncias da sociedade. As comunidades receberam o material para realizar o processo de escuta, algo que foi experimentado durante o Sínodo para a Amazônia, e que faz com que os leigos e leigas se sintam felizes, porque serão ouvidos e poderão dar a sua opinião. Segundo o bispo de São Gabriel da Cachoeira, “o Sínodo é o acontecimento mais importante depois do Concílio Vaticano II. Pela primeira vez, em dois mil anos de história da Igreja, um Sínodo é chamado a envolver todo o Povo de Deus”. Na Assembleia foi refletido sobre os perigos que o Papa Francisco colocou na abertura do Sínodo: o formalismo, que seja um Sínodo de fachada; o intelectualismo, com reflexões fora da realidade; o Sínodo como um grupo de estudo, com reflexões cultas, mas alheias aos problemas da Igreja e os sofrimentos da humanidade; o imobilismo, que nos leva a dizer que sempre se fez assim, buscando soluções velhas para problemas novos. A Missa de encerramento foi a abertura do Sínodo na Diocese de São Gabriel da Cachoeira. O bispo destaca como algo importante a visita na Assembleia de uma das defensoras públicas da Região do Rio Negro, informando sobre as demandas judiciais que são atendidas na defensoria, informando também sobre omissões em outras instituições públicas. Dom Edson destaca a importância do Sínodo como momento de reforma da Igreja, desde a conversão das pessoas, mas também desde a reforma das estruturas para atender as necessidades do povo. Ser uma Igreja em saída, hospital de campanha, que vai ao encontro dos últimos, dos excluídos, daqueles que estão morrendo de fome, dos descartados, dos esquecidos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Pré-assembleia eclesial: preparativos finais para “uma nova forma eclesial de proceder”

Quase 450 dos mais de 1.000 participantes da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que acontecerá de 21 a 28 de novembro próximo, participaram da primeira de duas pré-assembleias na sexta-feira, 12 de novembro, que foi realizada virtualmente através da plataforma zoom e foi transmitida, como será o caso da maior parte da Assembleia, no canal YouTube e na página do Facebook do Celam e da Assembleia Eclesial. Depois de um momento de oração, que recordou o caminho percorrido e mostrou que somos um povo de Deus sinodal, em saída para as periferias existenciais, que dá vida, e que é importante estar muito aberto à novidade do Espírito, Dom Miguel Cabrejos saudou os participantes e agradeceu a Deus por todo o processo, que não termina e não deve terminar. Para o presidente do Celam, o Espírito de Deus é um elemento chave em todo o trabalho realizado. Estamos diante de “uma nova forma eclesial de proceder“, segundo o Arcebispo de Trujillo, seguindo o modelo da Igreja Povo de Deus que nos foi legado pela Lumen Gentium. Essa é a fonte, segundo Dom Miguel Cabrejos, da hermenêutica para uma Igreja como Povo de Deus, lembrando o que está contido na Evangelii Gaudium, que considera que o sujeito da evangelização é um povo a caminho para Deus e transcende todas as instâncias institucionais necessárias. A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe implica uma ressignificação das identidades eclesiais e de sua forma de participação na Igreja, afirmou o prelado peruano. Segundo ele, “o horizonte permanece aberto para relações que nos levarão a um grande nós eclesial”. Neste sentido, ele enfatizou que na América Latina foi feito um discernimento de colegialidade à luz da sinodalidade, algo único e novo, o que é um desafio. Dom Jorge Lozano lembrou que na Assembleia Geral do Celam realizada em maio de 2019 em Tegucigalpa, foi decidido solicitar uma VI Assembleia Geral do Episcopado da América Latina e Caribe. Quando foi apresentado ao Santo Padre, ele destacou a conveniência de um evento do Povo de Deus, que retomaria as discussões de Aparecida, algo em que ele mesmo insistiu em sua mensagem enviada em 24 de janeiro, por ocasião do lançamento da Assembleia Eclesial. O processo de Assembleia passou por quatro etapas, segundo o Pe. David Jasso: preparação, escuta, síntese narrativa, discernimento comunitário e sinodal. O secretário adjunto do Celam insistiu na necessidade de escuta, diálogo e encontro eclesial, como elementos para descobrir o que Deus nos pede e para podermos responder juntos. Um elemento importante neste momento do processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe é o Documento de Discernimento. Segundo Dom José Luis Azuaje, é fruto de um longo discernimento comunitário, que reúne ideias e reflexões de vários tipos, com o objetivo de perturbar e provocar novas reflexões. O objetivo é evitar a burocracia, insistindo que se trata de um documento para a vida de nosso povo. Segundo o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, é uma questão de discernimento para ver o que Deus pede a seu povo latino-americano, de Aparecida, de uma Igreja sinodal, em saída, em busca de desenvolvimento e de uma ecologia integral. A partir daí, ele destacou alguns elementos importantes no Documento, como a fidelidade à escuta de todo o Povo de Deus, sabendo que é um documento escrito em diferentes contextos e realidades culturais. O valor do documento é que ele é um instrumento para gerar reflexão, um documento eclesial, de todo o Povo de Deus, afirma o Arcebispo de Maracaibo. Por esta razão, ele enfatiza que não se trata de um documento com soluções, mas de um documento para levantar aspectos de nossos povos em busca de orientações e diretrizes pastorais. É um documento no qual todos nós somos participantes do que existe, há a presença da teologia, do sentido pastoral, antropológico e cultural. O prelado insistiu que somos todos membros da assembleia, e enfatizou a necessidade de uma atitude de oração, de confiança em Deus, de reflexão, de discernimento. Trata-se de um discernimento orante de como Deus está tocando nossos corações a partir dos sinais dos tempos, disse a Irmã Birgit Weiler. A religiosa chamou para ler o Documento com uma abertura ao Espírito, a fim de nos perguntarmos como ser discípulos missionários saindo à luz destes sinais. Estes são sinais presentes na sociedade e na Igreja, fruto do processo de escuta, buscando um processo de conversão para poder responder a estes sinais. Ao apresentar o programa, Dom Miguel Cabrejos enfatizou que, acima e além dos diferentes momentos, é fundamental participar sob o Espírito de Deus. Isto é o que nos permitirá deixar-nos surpreender, como salientou o Padre David Jasso, destacando cinco verbos: recordar, escutar, discernir, responder e celebrar. O padre mexicano insistiu, citando Episcopalis Communio, que o processo sinodal tem seu ponto de partida e seu ponto de chegada no Povo de Deus. Ao mesmo tempo, ele lembrou a importância de participar da Assembleia com o Documento de Aparecida e a Palavra de Deus na mente e no coração. Antes da Assembleia Eclesial, o fundamental, segundo Mauricio López, é entrar do “eu”, a fim de passar necessariamente para o “você” e para o “nós” N´ele. Na metodologia, ele enfatizou a importância do método de conversação espiritual. Ao mesmo tempo, ele insistiu que os membros da assembleia são representantes da vida de muitas pessoas, o que deveria fazê-los ter em mente que o sujeito que discerne é a Igreja na América Latina, e a necessidade de criar o sujeito comunitário, que é algo exigente. Sem dúvida, um primeiro passo para um momento sem precedentes na vida da Igreja, que se prepara para se reunir de diferentes maneiras, mas em condições de igualdade, a partir de 21 de novembro. Antes disso, a segunda e última pré-assembleia acontecerá na próxima sexta-feira, 19 de novembro, às 17 horas, horário da Colômbia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1