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Dia: 18 de novembro de 2021

Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe: novo jeito de fazer as coisas na Igreja

A poucos dias da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que será realizada de 21 a 28 de novembro, podemos dizer que estamos diante de um novo jeito de fazer as coisas na Igreja, de um claro exemplo de sinodalidade. Nunca na história da Igreja aconteceu uma assembleia em nível continental onde leigos e leigas, vida religiosa, sacerdotes e bispos, participem de um momento em que juntos, de igual para igual, possam discernir novos caminhos para a Igreja. Ainda mais, uma assembleia que acontece de modo presencial e virtual, mas que como foi enfatizado várias vezes, todos participam em igualdade de condições na hora de poder se expressar. Serão mais mil os participantes, e a grande novidade é que a maior porcentagem, 40 por cento dos assambleistas, são leigos e leigas. O Concilio Vaticano II insistiu numa Igreja Povo de Deus, constituída a partir do Batismo, e depois de mais de 50 anos nos deparamos com um evento eclesial onde isso quer se concretizar na prática. Sabemos que o desafio é grande, fruto de resistências tradicionalmente presentes na vida da Igreja, mas os caminhos que podem nascer são motivo de grande esperança. A sociedade, também a Igreja, ao longo da história tem se organizado de um modo piramidal. Passar desse modelo social e eclesial a um modelo circular, sinodal, onde a divisão seja substituída pela união, resulta um desafio. O ser humano tem dificuldade para se relacionar de igual para igual com quem é diferente, com quem pensa diferente. Custa entender que as diferenças oferecem possibilidades de enriquecimento pessoal, mas também comunitário. Pensamentos diferentes ajudam a chegar mais longe, a vislumbrar com maior facilidade novas possibilidades. Essa é uma reflexão que todos nós somos chamados a fazer, também como sociedade. Diante de polarizações que não levam a nada, que enfraquecem o tecido social e eclesial, somos chamados a fazer e assumir propostas e modos de fazer as coisas diferentes. Não podemos continuar incentivando divisões e enfrentamentos se queremos fazer realidade um futuro melhor. Essas novas práticas, cada dia mais urgentes e necessárias, se tornam um reto para o futuro da humanidade, para sermos sociedade e Igreja. Ou caminhamos juntos, ou a cada dia vamos sofrer as consequências da divisão e do enfrentamento. Juntos somos mais e podemos gerar perspectivas melhores, que ajudem a incentivar um nós coletivo e deixar para trás os egos que, mesmo pensando que nos fazem ser mais, na verdade nos tornam menores. É tempo de apostar pela unidade, pelo cuidado mutuo, pela felicidade para todos e todas. Superemos aquilo que nos afasta dos outros e reconheçamos tudo o que de positivo existe no outro. É tempo de caminhar juntos, de sinodalidade, de apostar em um novo jeito de fazer as coisas na Igreja e na sociedade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Articulação Brasileira promove 2º Encontro Nacional pela Economia de Francisco e Clara

  A Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara realiza nesta sexta-feira e sábado, 19 e 20 de novembro, o 2º Encontro Nacional pela Economia de Francisco e Clara. Até o momento já são mais de 600 pessoas inscritas de todo o Brasil para participar desse momento. Segundo os organizadores, o encontro foi pensado para vivenciar experiências da Economia de Francisco e Clara. Também pretende consolidar que em cada estado e cidade do país haja pessoas organizadas em construir o pacto do Papa Francisco para “realmar” a Economia. As atividades vão começar na noite da sexta-feira, das 20 às 22 horas, no horário de Brasília, momento em que depois da abertura e uma apresentação da memória coletiva, Dom Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), Eduardo Brasileiro, da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, e um representante dos Movimentos Populares vão refletir sobre a temática do dia, “Coletividade, Memória e Afeto”. Essa primeira jornada vai contar com as falas inspiradoras do jesuíta e economista francês, Pe. Gael Giraud, e de uma das políticas com mais longa carreira política no Brasil, Luiza Erundina. O primeiro dia vai ser encerrado com a Celebração das Luzes em Brumadinho (MG), local de um dos maiores crimes ambientais na história do Brasil, com a presença de Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG). No sábado 20 de novembro, das 10 às 12 horas, será abordado o tema “Potencializar o Território”, buscando a consolidação das Organizações Territoriais e a consolidação de encontros regionais. Também serão escutadas vozes da Economia de Francisco e Clara em cada região do país e serão apresentados os 10 princípios para se viver a Economia de Francisco e Clara. Na parte da tarde, a reflexão será sobre as práticas econômicas alternativas para a construção da Economia de Francisco e Clara. Dentre outras a Economia Solidária, os Bancos Comunitários e Moedas Sociais, o Cooperativismo auto gestionário, as Empresas recuperadas, o Trabalho dos catadores de material reciclável, a Convivência com o Semiárido, a Agroecologia e Soberania Alimentar, a economia agrourbana e Caritas. As falas inspiradoras contarão com a presença do economista e político equatoriano, Alberto Acosta, e da ex-ministra e ex-senadora, Marina Silva. Nessa sessão será abordada como concretizar as Casas de Francisco e Clara A noite do sábado será momento de esperançar, com as falas inspiradoras da líder indígena Sônia Guajajara e o teólogo Leonardo Boff, que abordarão a questão de como construir uma nova economia até 2030 e a construção brasileira da Economia de Francisco e Clara no mundo da pós pandemia. O encontro será encerrado com uma Celebração Ecumênica e a Carta compromisso da Economia de Francisco e Clara. Segundo a Ir. Michele Silva, da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara é motivo de alegria estar construindo desde há dois anos a Economia de Francisco e Clara no Brasil, o que “nos motiva a esperançar”. O encontro quer retomar “o caminho iniciado pelos jovens chamados pelo Papa Francisco a realmar a Economia, e de cada pessoa que acredita numa lógica econômica que esteja ao serviço da vida”. Trata-se, segundo a religiosa de “a partir da realidade pensar, debater e concretizar novas economias”. Ela conta a experiência da Amazônia Legal e do Regional Norte 1 da CNBB, onde “por meio da reflexão, da escuta, de ações para o cuidado da casa comum, o acesso à garantia dos direitos, à terra, trabalho e teto, e de transformação da lógica económica capitalista”. A Ir. Michele afirma que “procuramos construir a Economia de Francisco e Clara com o rosto amazônico, tecido pelas economias alternativas que já existem: solidária, das mulheres, indígena, ribeirinha, dos pescadores, e que precisam ser formatadas, subsidiadas para inspirar um novo estilo de vida e de consumo”. Ela insiste em que “acreditamos numa economia que gera vida, igualdade e sustentabilidade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1