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Dia: 21 de novembro de 2021

Papa Francisco aos participantes da Assembleia Eclesial: escutar a Deus, mutuamente e aos pobres e esquecidos

“Impulsar uma Igreja em saída sinodal, reavivar o espírito da V Conferência Geral do Episcopado que, em Aparecida em 2017, nos convocou a sermos discípulos missionários”. É assim que o Papa Francisco vê a Assembleia Eclesial da América Latina que iniciou neste domingo 21 de novembro. Agradecendo a presença daqueles que participam da Assembleia, que define como “uma nova expressão do rosto latino-americano e caribenho da nossa Igreja, em sintonia com o processo preparatória da XVI Assembleia geral do Sínodo dos Bispos”. Na sua breve reflexão, o Santo Padre remete aos “pontos chave que vertebram e orientam a sinodalidad: comunhão, participação e missão”. O Papa Francisco reflete em base a duas palavras: escuta e desborde. Ele, falando da escuta, insiste em que “o dinamismo das assembleias eclesiais está no processo de escuta, diálogo e discernimento”. Isso é fruto do intercambio, que “facilita ‘escutar’ a voz de Dios até escutar com Ele o clamor do povo, e escutar o povo até respirar nele a vontade à qual Deus nos chama”. O Santo Padre pede aos membros da Assembleia, se escutar mutuamente e escutar os clamores dos mais pobres e esquecidos. Falando do desborde, o Papa Francisco reflete sobre o discernimento comunitário, que leva a “poder encontrar juntos a vontade de Deus”, superando divisões e polarizações. Partindo do “desborde” do amor criativo de seu Espírito, Deus “nos impulsa a sair sem medo ao encontro dos outros”, a ser uma Igreja “mais evangelizadora e missionária”, insiste o Papa.   Mensagem do Papa Francisco   Aos participantes na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, Cidade do México, 21 a 28 de novembro de 2021   Saúdo cordialmente aos participantes na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que será realizada de 21 a 28 de novembro na Cidade do México com o desejo de impulsar uma Igreja em saída sinodal, reavivar o espírito da V Conferência Geral do Episcopado que, em Aparecida em 2017, nos convocou a sermos discípulos missionários, e animar a esperança, vislumbrando no horizonte o Jubileu Guadalupano em 2031 e o Jubileu da Redenção em 2033. Agradeço-lhes sua presença nesta Assembleia, que é uma nova expressão do rosto latino-americano e caribenho da nossa Igreja, em sintonia com o processo preparatória da XVI Assembleia geral do Sínodo dos Bispos que tem como tema: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Em base a estes pontos chave que vertebram e orientam a sinodalidad – comunhão, participação e missão – gostaria refletir brevemente sobre duas palavras para que as tenham em conta de modo especial neste caminho que estão fazendo juntos. A primeira palavra é “escuta”. O dinamismo das assembleias eclesiais está no processo de escuta, diálogo e discernimento. Numa assembleia, o intercambio facilita “escutar” a voz de Dios até escutar com Ele o clamor do povo, e escutar o povo ate respirar nele a vontade à qual Deus nos chama. Peço-lhes que procurem se escutar mutuamente e escutar os clamores de nossos irmãos e irmãs mais pobres e esquecidos. A segunda palavra é “desborde”. O discernimento comunitário precisa de muita oração e diálogo para poder encontrar juntos a vontade de Deus, e também precisa encontrar caminhos superadores que evitem que as diferenças se tornem divisões e polarizações. Neste processo, peço ao Senhor que vossa Assembleia seja expressão do “desborde” do amor criativo de seu Espírito, que nos impulsa a sair sem medo ao encontro dos outros, e que anima a Igreja para que, por um processo de conversão pastoral, seja cada vez mais evangelizadora e missionária. Queridos irmãos e irmãs, lhes animo a viver estes dias acolhendo com gratidão e alegria este chamado ao desborde do Espírito no Povo fiel de Deus que peregrina na América Latina e no Caribe. Que Jesus lhes bendiga e a Virgem Santa lhes cuide com sua proteção maternal. E, por favor, não esqueçam de rezar por mim. Fraternalmente                                                              Francisco   Roma, São João de Latrão, 15 de outubro de 2021. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Miguel Cabrejos: Na Assembleia Eclesial “estamos unimos na diversidade de ministérios e carismas”.

Na Solenidade de Cristo Rei, aos pés de Maria de Guadalupe, a Igreja da América Latina e do Caribe se reuniu para a abertura da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Em uma Eucaristia presidida por Dom Miguel Cabrejos, presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), ele disse que os participantes da Assembleia, mais de mil, incluindo os presentes na Cidade do México e os que participam virtualmente, estavam lá para dar “graças a Deus por esta nova experiência de viver, sentir e participar da Igreja”. Em sua homilia, o Arcebispo de Trujillo disse que a Assembleia Eclesial vem depois de “um longo caminho percorrido juntos, escutando a todos, sentindo como é belo ser membro do Corpo Místico de Cristo, protagonistas e corresponsáveis pela evangelização como discípulos missionários”. Ele pediu a Deus “que abra nossos corações para nos deixar guiar em espírito de escuta, sinodalidade e unidade eclesial, e para descobrir o que Ele quer nos dizer como o povo de Deus a caminho“. Chamando a todos a fazer a vontade de Deus, ele disse que “a verdadeira grandeza está em nos deixarmos iluminar pela Luz da Verdade, em descobrir a ação de Deus na história, em aderir o projeto de Jesus Cristo e em ter a verdade como norma suprema de comportamento”. O prelado peruano comparou esta Assembleia com a Conferência de Medellín, que ele definiu como “a ‘recepção criativa’ do Concílio Vaticano II, em um contexto marcado pela pobreza e exclusão”. Da mesma forma, ele disse que via esta Assembleia Eclesial como um momento “para ‘reviver Aparecida’, que reafirmou a renovação do Concílio, e procura contribuir para uma ‘segunda recepção’ do Vaticano II no novo contexto em que vivemos“. Segundo Dom Miguel Cabrejos, é uma Assembleia histórica, “porque, em vez de realizar a VI Conferência Geral dos Bispos, o Papa Francisco propôs esta Assembleia Eclesial, composta por representantes de todo o Povo de Deus“. Estamos testemunhando “a passagem de uma assembleia na qual apenas bispos participaram para uma assembleia plenamente eclesial”, insistiu o presidente do Celam. O arcebispo peruano destacou que na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “estamos unidos na diversidade de ministérios e carismas”. Juntamente com isto, “inaugura um novo organismo sinodal em nível continental, que coloca a colegialidade episcopal no coração da sinodalidade eclesial, expressão do vínculo entre o Bispo e o Povo de Deus em sua Igreja local, e da concepção da Igreja universal como uma ‘Igreja das Igrejas locais’, presidida em unidade pelo Bispo da Igreja de Roma, com Pedro e sob Pedro”. É um novo Pentecostes, no qual também está presente “Nossa Mãe, Maria de Tepeyac, que representa todas as invocações que sustentam a vida e a identidade de nossos povos da América Latina e do Caribe”. Ele invocou “sua fiel e poderosa intercessão, para que ela nos mostre o rosto e o olhar de Cristo neste tempo de encontro físico e virtual”. Ele também pediu a Maria de Guadalupe “para nos mostrar o caminho que Deus deseja para sua Igreja em nossa região“, e a docilidade “para assumir um processo de conversão permanente, em comunhão com o Concílio Vaticano II e o Papa Francisco, no caminho para o Sínodo sobre a Sinodalidade, e o que as exigências pastorais significam para o Jubileu do evento Guadalupano (2031) e o da Redenção (2033)”. Ele lhe ofereceu o caminho percorrido desde Aparecida, que, recordando as palavras do Papa Francisco, “ainda tem muito a oferecer”. Dom Miguel Cabrejos disse que queria, “na difícil unidade na diversidade, responder e acompanhar todo o povo de Deus em uma hora profundamente complexa e difícil“, insistindo em não esquecer que, nos vulneráveis, “Cristo continua a ser crucificado neles”. À luz do Evangelho do dia, ele denunciou a ruptura da comunhão e da fraternidade, que está presente “na desigualdade; na violência generalizada; nos falsos testemunhos de líderes que abandonam o sentido do serviço de suas responsabilidades; na crise sem precedentes de nossa casa comum, onde os favoritos do Senhor são os mais afetados”. Além disso, ele se sentiu desafiado pela dor das mulheres, “que sofreram abuso ou exclusão sistemática”, bem como pelos migrantes, que muitas vezes são rejeitados. Para a Assembleia que começa, o presidente do Celam pediu “o dom da escuta, aquilo que nos leva a deixar nossas posições particulares reduzidas e nos aproxima de nossos irmãos e irmãs para buscar a Deus em comum e em comunhão“. Ele também pediu para seguir o exemplo de São João Diego, “para abrir nossos corações à interculturalidade, sem medo ou dúvida”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1