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Dia: 22 de novembro de 2021

Dom Odilo Scherer: Assembleia Eclesial, ver “onde o Espírito de Deus nos conduz”

A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe quer dar a conhecer o que está acontecendo a cada momento neste evento histórico e inédito. Além das transmissões ao vivo de quase todo o programa, haverá uma coletiva de imprensa diária, com a presença de um bispo, um padre, uma religiosa e uma leiaga ou leigo dentre os presentes na Casa Lago, sede da Conferência Episcopal Mexicana. No primeiro dia de trabalho, estiveram presentes o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo e primeiro vice-presidente do Celam, a mexicana Irmã María Dolores Palencia, da Comissão de Conteúdo do Celam, o Padre Leo Pérez, OMI, diretor da coleta para América Latina da Conferência Episcopal Americana, e a jovem costa-riquenha Elena Matamoros, da Equipe de Pastoral Juvenil da América Latina e Caribe.  “Um momento que vai na direção da sinodalidade da Igreja, que o Papa Francisco chama a toda a Igreja como caminho para o Sínodo de 2023”. Foi assim que o Cardeal Scherer definiu a Assembleia Eclesial, que está ocorrendo de uma forma que é a primeira da história, representando todos os ministérios do Povo de Deus, em comunhão. O Arcebispo de São Paulo salientou a importância da escuta no processo, para que a realidade e a missão da Igreja em todo o continente possam ser discutidas. Tudo isso em um caminho aberto, na expectativa de ver “onde o Espírito de Deus nos conduz”. Metade dos católicos nos Estados Unidos são de ascendência hispânica, como o Pe. Leo Pérez assinalou. Isto a torna “uma Igreja mais rica em tradições e línguas, em religiosidade popular“, o que deve levar à unidade entre a Igreja americana e a Igreja na América Latina e no Caribe. A Irmã Maria Dolores Palencia vive este momento de graça, que ela já havia vivido quando participou da Conferência de Aparecida. Todo o processo da Assembleia nos últimos meses é “aquele grão de mostarda que foi semeado em Aparecida, que está crescendo como uma árvore mais exuberante“. É uma assembleia que “nos coloca em uma situação de abertura, de saída, de esperança, de aventura”, chamando-nos a nos deixar conduzir pelo Espírito para escutar tudo o que as comunidades da América Latina e do Caribe contribuíram, mas também para “escutar as realidades crucificadas do nosso mundo”. Ela também o vê como “uma oportunidade de retomar profundamente nosso compromisso batismal e de trazer uma palavra de esperança”. “Um tempo de graça que nos chamou a todos juntos, de coração aberto, cheios de alegria, cheios de esperança”, vivido durante os últimos meses, disse Ligia Elena Matamoros. A jovem recordou as palavras do Papa Francisco nas quais ele diz que “se não queremos nos perder num mar vazio de palavras, devemos sempre olhar para os rostos dos jovens, das mulheres e dos pobres“, insistindo que os jovens esperam que sua voz seja ouvida e levada em conta neste processo. Em resposta às perguntas dos jornalistas, foram levantadas diferentes questões, como a divisão na Igreja, resultado de ideologias nascidas de escolhas políticas, que não querem dialogar. Neste sentido, o Padre Leo Pérez vê a grandeza desta Assembleia como um momento para ouvir e viver a sinodalidade. Segundo o Cardeal Scherer, é uma questão de enfrentar os desafios atuais para evangelizar, que é o que é a Assembleia Eclesial. Em suas palavras, ele lembrou a experiência de Aparecida, que refletiu sobre as diferentes maneiras de encontrar Deus que a Igreja deve realizar. A Pastoral da Juventude da América Latina quis promover o espaço e a participação dos jovens no processo da Assembleia, o que os encheu de esperança, já que seus desejos aparecem no Documento para o discernimento. Mas também, quando solicitada por jornalistas, Ligia Elena Matamoros insistiu na necessidade de “ver os jovens nos espaços onde as coisas são planejadas, onde as decisões são tomadas“, porque ali “eles estão ausentes e são necessários”. Ela também vê como um motivo de esperança para a América Latina e o Caribe a diversidade dos participantes, o que leva a corações abertos. Somos todos Igreja, algo enfatizado pela Irmã Maria Dolores Palencia, que vê a necessidade de uma missão a ser realizada de acordo com as novas situações e novas realidades, hoje marcadas pela pandemia. A Irmã pediu que o que vai ser vivido durante a Assembleia seja vivido e que todos participem do processo, insistindo mais uma vez na importância de escutar. Ela também enfatizou a necessidade de não carregar ideias preconcebidas, uma conversão para entrar no desconhecido. Junto com isto, dialogar com o diferente e com os diferentes, com a diversidade, aceitar que somos complementares e que, embora diferentes, podemos caminhar juntos. Sobre o papel da mulher, a religiosa mexicana afirmou que desde Aparecida houve progresso, “não todo o progresso que gostaríamos, mas houve progresso“. Um desses avanços tem sido no campo da teologia, onde a presença das mulheres tem avançado muito. Ela pediu para “ouvir a sabedoria das mulheres do povo, simples”, que estão na base, mulheres que fizeram o caminho a partir de seus próprios lugares. “É um ritmo lento, mas estamos dando passos e passos adiante” no papel da mulher, algo que deve ser realizado em diálogo, em escuta, no Povo de Deus. Ao abordar os desafios do processo de escuta, Ligia Elena destacou que um deles seria “garantir que no futuro os processos de escuta sejam ouvidos muito mais vozes, para que a reflexão, o processo de discernimento seja muito mais rico e nos permita encontrar melhores caminhos”. O Cardeal Scherer salientou “continuar a escutar em todos os níveis”, e que isto deveria ser feito em todas as esferas da Igreja e da sociedade civil. Maria Dolores Palencia colocou como um desafio, “que este não seja um ponto de chegada, mas um ponto de partida, e que este seja uma continuidade e que chegue a todo o Povo de Deus”, enfatizando a necessidade de diálogo e escuta. Não ter respostas prontas é outro desafio, segundo o Padre Leo Pérez, algo que ele vê como uma tendência do clericalismo, chamando a…
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Fidel Oñoro: “A Escritura nos tira do analfabetismo espiritual”.

A reflexão teológica bíblica é um elemento importante no caminho da Igreja, pois é o fundamento da vida pastoral. Nesta perspectiva, o Padre Fidel Oñoro refletiu no primeiro dia de trabalho da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, no qual se faz um chamado a dispor o coração para discernir em comum nesta Assembleia Eclesial, tendo como referência o texto bíblico que nos convida a ouvir a Palavra de Deus e a cumpri-la. Sua reflexão sobre “A centralidade de Jesus Cristo e sua Palavra em nossa ação pastoral” teve como ponto de partida uma série de perguntas que ele respondeu durante toda a apresentação: “Por que estamos aqui? O que é que convoca e marca esta Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, sempre em comunhão com toda a Igreja? Por que tudo o que temos existe? Por que existe uma Palavra de Deus? Por que existe uma Igreja? Por que somos chamados? Por que falamos de missão? Por que estamos empenhados no discernimento comunitário? De onde vem? Qual é a fonte? Qual é a proposta fundamental?”. “Estamos aqui porque existe um projeto, um projeto que nos precede. Este maravilhoso projeto é a vontade divina“, disse o biblista colombiano. Este projeto consiste “no fato de que Deus nos chama para compartilhar sua vida e sua felicidade”. Deus nos chama para estar com ele, para conversar com ele, para viver sua vida, para trabalhar com ele”. O desafio é saber ler o plano de Deus, porque é do plano de salvação de Deus que tudo é lido. Um plano de salvação sem o qual “a Igreja não existiria”. Segundo o Padre Oñoro, a teologia tem sua razão de ser em “criar um diálogo entre esta experiência de fé e cultura, culturas“. A teologia moral em que “somos chamados a uma forma de viver de acordo com o plano de salvação de Deus e esse estilo nos dá identidade”. A liturgia nesse “plano de salvação de Deus deve ser celebrada como uma memória viva”. A pastoral no fato de que “a missão da Igreja é dar-lhe concretude em todos os níveis do ser humano, no indivíduo e na comunidade da pessoa”. Centrando-se no cuidado pastoral, o religioso Eudista afirmou que “o pastor na Bíblia é antes de tudo Deus”, que “conduz seu povo ao longo do caminho do deserto”. Por esta razão, ele insistiu que “o trabalho pastoral é sempre um exercício de caminho, em êxodo“, onde “a escuta é sempre traduzida em um caminho”. Assim se traduzem os caminhos de Deus, um Deus que se torna um caminheiro, que se encarna em Jesus, que é a Palavra, que escuta os gritos dos esquecidos, que causa um impacto, que também provoca gritos de alegria. Ser discípulo implica saber ler a cruz, pois “aquele que aprende a ler a cruz a partir da experiência do Ressuscitado é aquele que pode proclamar Jesus Cristo“. Da cruz olhamos a história de uma maneira nova, é uma gramática, “nos dá um olhar e um programa”. A Escritura está situada em um horizonte vital, que retoma o plano salvífico de Deus, que “abre janelas de observação e compreensão mais profunda”, que “nos tira do analfabetismo espiritual”. Com ele, disse Fidel Oñoro, “lemos os códigos da intervenção criativa, libertadora e sempre construtiva de Deus em nossa história“, mas também “temos luz para perceber os caminhos do Espírito dentro das tribulações que vivemos”. O biblista insistiu que “somos uma Igreja apaixonada por Jesus, que não joga pelo poder, que sabe que só tem força e capacidade transformadora na história quando se torna humilde e autêntica, quando se torna serva sem pedir nada em troca”. Os discípulos são chamados a sentir com Jesus, também a escutar, uma atitude fundamental durante a Assembleia, a escutar a Palavra e a realidade, buscando “uma ação pastoral mais vigorosa“. Um primado da Palavra no qual a Igreja na América Latina e no Caribe sempre foi pioneira, insistiu Oñoro. Partindo da Palavra, a fim de “fazer circular o Evangelho por todas as veias da Igreja”. “Somente escutando a Palavra podemos perceber o que Deus nos diz e nos pede, podemos descobrir nossa missão e aquilo a que somos chamados”, segundo o biblista, que sublinhou que “escutar, meditar, deixar a Palavra entrar em nós, permite-nos agir em harmonia com sua vontade”, a vontade de Deus. Daí surgirão novas direções, caminhos de felicidade, entendendo que “a Igreja que escuta é a Igreja em um caminho exodal, desinstalada, peregrina, aprendiz, sempre discípula, agradecida, escutando a vida que quer nascer, escutando o que bate dentro das pessoas, das coisas, mas acima de tudo a Deus”. Somos colocados nas mãos da Palavra para que ela possa nos orientar, e ele nos convidou a pedir a Deus “um coração que saiba escutar“. Oñoro terminou com as palavras do Papa Francisco na Evangelii Gaudium: “Não é o mesmo tentar construir o mundo com o Evangelho que construí-lo apenas com a razão”, algo que ele convidou os membros da assembleia “a fazer durante esta semana”.

Encontro Vocacional Alto Solimões: “Eu os destinei para ir e produzir frutos…”

Depois de ter acontecido um encontro vocacional no mês de junho 2021, para os jovens que expressaram iniciar um discernimento sobre a vida presbiteral, é o momento de concretizar com eles mesmos se ainda querem continuar com esse processo de acompanhamento, nesta ocasião de uma maneira mais aprofundada. Nos dias 19 e 20 de novembro de 2021 foi realizada uma Convivência Vocacional em Tabatinga-AM. Participaram 9 jovens que vêm de Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Belém do Solimões e da cidade que foi sede desta atividade. Também estavam presentes dois jovens que já estão terminando o seu processo de experiência no Centro Vocacional São João Maria Vianney de São Paulo de Olivença. As temáticas abordadas foram: o discernimento e a escolha vocacional, o testemunho e a partilha de experiências com os Padres Diocesanos (Pedro Amaral e Otaviano Gondos) e o Bispo Dom Adolfo Zon, as motivações pessoais para continuar no processo que a Diocese do Alto Solimões oferece na formação e a elaboração de uma carta onde cada jovem pudesse expressar o seu desejo de viver a experiência no Centro Vocacional durante o ano 2022. Assessoraram esta atividade o Pe. Mariano Mihai e o Ir. Jhonmar Sánchez. Contou-se também com o apoio das Irmãs Ursulinas de São Carlos e das Irmãs da Congregação de Nossa Senhora, na animação dos momentos de oração. Os jovens sentem um profundo apelo por servir a Deus na sua própria terra, reconhecem os grandes desafios que se apresentam nesta Igreja local e se dispõem com generosidade a seguir respondendo “aqui estou…”. Finalmente, animou-se aos jovens para continuar percebendo os sinais do Senhor nas suas vidas, pois Ele sempre lhes ama, chama e envia. Sabemos que o Ressuscitado não abandona a sua Igreja, e tornará fecundo o nosso empenho pastoral em prol das vocações em nossa querida Diocese. Maria, mãe da Igreja e modelo das vocações, interceda por nós! Pastoral Vocacional Diocese do Alto Solimões