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Dia: 10 de dezembro de 2021

Encontro Rede Clamor Brasil: Pensar juntos os próximos passos de uma Rede que ganha força

“Um passo importante para a consolidação da nossa Rede Clamor no Brasil”. Assim define o padre Agnaldo Junior, SJ, o encontro da Rede Clamor Brasil acontecido em São Paulo de 7 e 9 de dezembro de 2021. O encontro começou com uma troca de experiências com a Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), momento para partilhar o planejamento estratégico da Comissão para os próximos dois anos e apresentar o que é a Rede Clamor e os passos que está dando no Brasil, buscando como caminhar juntos, dados os objetivos comuns que fazem referência à migração, refugio e enfrentamento ao tráfico humano. O padre Agnaldo Junior considerou este primeiro momento como algo importante, de conhecimento mutuo e busca para 2022 iniciativas comuns. Após um momento de mística, a análise de conjuntura, desenvolvida pelo padre Alfredinho Gonçalves, no dia 8, foi oportunidade para apresentar quatro cenários que tem a ver com os desafios enfrentados no dia a dia na missão que a Rede Clamor Brasil desenvolve. A dimensão econômica e tudo o que gira em torno do capital financeiro; a dimensão social, com a situação crítica que hoje vive o Brasil, com grande crescimento da desigualdade social e da fome; a dimensão política, a Covid, o negacionismo, que tem impactado na perda de vida e gerado um abismo relacional entre famílias, amigos, impossibilitando falar de política; e a dimensão religiosa, marcada pelo profetismo do Papa Francisco, a única voz líder no mundo, mas que nem sempre é seguido na prática. Os passos dados pela Rede Clamor no Brasil foram apresentados pela irmã Rosita Milesi, um caminho que surgiu em 2019 e que foi abordado em vista das estratégias e planejamento para 2022. No encontro também foi apresentado o vivido em referência com a migração forçada na Assembleia Eclesial da América Latina e o Caribe. A professora Márcia Oliveira refletiu sobre os desafios que fazem referência à temática da migração apresentados na Assembleia. Junto com isso foi abordado o Estatuto da Rede Clamor Latino-américa e Caribe, que está sendo elaborado. O encontro teve um momento de partilha com a Rede Clamor local de São Paulo, que deu a conhecer o trabalho que as diferentes realidades que fazem parte da Rede realizam em diferentes âmbitos e locais da capital paulista, mostrando, segundo o padre Agnaldo Junior, “como na cidade onde estamos várias organizações atuando, é possível sentarmos à mesma mesa, nos conhecermos e também avançar juntos em temas de incidência, em temas de vazios de proteção, em temas de não invisibilizar os outros”. O planejamento estratégico foi o trabalho do último dia do encontro, “levantando ideias, iniciativas, atividades e ações que podemos realizar no próximo ano como Rede Clamor”, segundo o padre Agnaldo. Após recolher as reflexões surgidas no encontro foi momento para elaborar um calendário e propostas de atuação para 2022. O jesuíta ressalta que “concluímos o encontro com a sensação bastante positiva de termos superado as adversidades para fazer esse encontro de forma presencial, o que nos possibilitou um diálogo, um nos conhecermos pessoalmente, e também pensar juntos os próximos passos da Rede Clamor no Brasil”. Com o encontro, “a Rede ganha mais força”, insiste, em vista da dar seguimento à caminhada da Rede. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Comissões e organismos da CNBB clamam “Em defesa da Amazônia”

“Em defesa da Amazônia” é o título da Mensagem (ver aqui) que no Dia Internacional dos Direitos Humanos tem lançado a Comissão Ecologia Integral e Mineração, a Comissão Episcopal para a Amazônia, a REPAM-Brasil, o Conselho Indigenista Missionário – CIMI, a Comissão Pastoral da Terra – CPT e a Comissão Brasileira Justiça e Paz. O texto começa afirmando que “a Amazônia está sendo atacada de modo frontal, organizado, apoiado também por diversas autoridades políticas”, relatando o que está acontecendo com a descontrolada expansão do garimpo ilegal ao longo do Rio Madeira em Rondônia e Amazonas, e o apoio a diferentes projetos de garimpo em terras indígenas no município de São Gabriel da Cachoeira, apoiados pelo General Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional e secretário-executivo do Conselho de Defesa Nacional da Presidência da República. Junto com isso, a mensagem denuncia “a ameaça inconstitucional de entregar metade de uma Terra Indígena já demarcada e homologada para agricultores não indígenas. O Território Apyterewa (PA), da etnia Parakanã, foi invadido há tempo por devastadores da floresta, apoiados pelos políticos locais”. Segundo o texto, “a aliança de poder e desmatamento, formada por grileiros, garimpeiros, grandes mineradoras e, sobretudo, o agronegócio, vem se reforçando cada vez mais dentro do Congresso Nacional”. Prova disso são os três Projetos de Lei, considerados “muito perigosos para o futuro do País: o PL 191 propõe a liberação da mineração e do garimpo, bem como a construção de usinas hidrelétricas, em terras indígenas; o PL 2159 propõe a “flexibilização” do licenciamento ambiental, permitindo uma simples “licença por adesão de compromisso”, auto declaratória; e o PL 510, da chamada regularização fundiária, anistia os desmatamentos e invasões ilegais de terras feitas até 2014. Citando o Papa Francisco: “Os interesses colonizadores que, legal e ilegalmente, fizeram – e fazem – aumentar o corte de madeira e a indústria minerária e que foram expulsando e encurralando os povos indígenas, ribeirinhos e afrodescendentes, provocam um clamor que brada ao céu”, pedem unir-se a este clamor: “se cuidarmos da Amazônia com sabedoria e visão de futuro, ela cuidará de todos nós”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1