Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Dia: 6 de janeiro de 2022

35º Curso de Verão do CESEEP: “Reconstruir a Vida e a Sociedade com Saúde para Todas as Pessoas”

O Curso de Verão do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), tem se tornado uma referência no Brasil. Em 2022 acontecerá em modo online, “para não colocar em risco a vida de voluntários e participantes”, a 35ª edição, de 6 a 15 de janeiro, com o tema “Reconstruir a Vida e a Sociedade com Saúde para Todas as Pessoas”, e mais uma vez com a coordenação do padre Oscar Beozzo e Cecília Bernardete Franco.   Diante dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19, o 35º Curso de Verão pretende descobrir e compartilhar “as saídas construídas por comunidades, movimentos sociais, ambientais, culturais e políticos, entidades científicas e pessoas conscientes e comprometidas, aqui e ao redor do mundo”.   Segundo os organizadores do Curso, “a situação é complexa, difícil, por vezes desesperadora, como vivenciam dolorosamente nossas famílias e instituições e como apontam os estudos e vozes abalizadas”. Recolhendo as palavras da Mensagem da 58ª. Assembleia Geral da conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao povo brasileiro, em 16 de abril de 2021, “o Brasil experimenta o aprofundamento de uma grave crise sanitária, econômica, ética, social e política, intensificada pela pandemia, que nos desafia, expondo a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. Embora todos sofram com a pandemia, suas consequências são mais devastadoras na vida dos pobres e fragilizados”.   Nesta conjuntura, marcada pela crise global, são destacados três aspectos, que serão tratados pelo Curso de Verão nos próximos três anos: Saúde, tema abordado neste ano, tentando responder à pandemia e à morte; Educação, em 2023, frente ao obscurantismo e ao negacionismo; Trabalho, em 2024, frente à fome e ao desemprego.   O propósito, se afirma desde o Curso de Verão, “é de se construir nova sociedade, com saúde, educação e trabalho para todas as pessoas, dentro de um projeto ambientalmente sustentável, economicamente justo e socialmente igualitário, acolhedor da rica diversidade étnica, cultural, linguística e religiosa de nosso país, no respeito às diferenças todas e no socorro imediato aos mais vulneráveis”.   Para isso colocam os povos originários como fonte de aprendizado, afirmando que “eles trazem do seu passado e de sua resistência milenar um modo diferente de se organizar e de conviver harmonicamente entre si e com a natureza”, insistindo em que “temos muito o que aprender com eles e com a sabedoria popular”.   O curso vai iniciar analisando “a realidade e os fundamentos que justificam escolhas entre distintos projetos de sociedade”. Num segundo momento, partindo da Bíblia e os conhecimentos das tradições de religiões não cristãs, serão discernidos “compromissos frente às mudanças necessárias, para que todas as pessoas vivam dignamente”. O 35º Curso de Verão será oportunidade para “a troca de experiências concretas de pessoas, grupos, comunidades e igrejas, sobre as formas de sobrevivência em relação à saúde neste tempo de pandemia”. Como é tradição no Curso de Verão, “a metodologia do curso seguirá os princípios da Educação Popular, com destaque para a troca de saberes e de experiências como ponto de partida; para o aprofundamento de conteúdos e compromisso ao retornar às práticas locais”. Junto com isso, o Curso de Verão “tem como pilares estruturantes o ecumenismo e o diálogo inter-religioso, a arte, o cuidado com as pessoas e com nossa Casa comum e o mutirão”. Junto com a apresentação de conteúdos, haverá momentos de vivência de mística e de arte, bem como a possibilidade de reflexão dos conteúdos em pequenos grupos, nas Rodas de Conversa. Também será dedicado um tempo para a partilha de projetos e experiências acerca de diferentes maneiras de se cuidar da saúde. Se trata de um curso oferecido a lideranças de comunidades e movimentos sociais, com prioridade para jovens e leigos, e propõe que as pessoas se organizem em seus locais de origem, para acompanhar o curso em grupos, de modo que os temas e experiências sejam acessíveis ao maior número possível de pessoas das comunidades, grupos religiosos e movimentos sociais. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A exemplo dos Santos Reis, o que oferecer ao Menino Deus e à sociedade?

6 de janeiro é a festa dos Santos Reis, fazendo memória daqueles Magos do Oriente que seguindo a estrela chegaram em Belém e ofereceram seus presentes ao Menino Deus. Deixaram tudo para seguir aquele sinal e chegar para adorar aquele que seus conterrâneos tinham ignorado. Se alguém perguntasse para nós o que ofereceríamos como presente ao Menino Deus, com certeza muitos de nós encheríamos a boca falando sobre muitas coisas boas, dizendo que a gente ama muito a Deus e a Jesus. Diante disso, penso nas palavras da Primeira Carta de João, “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê”. O desejo de oferecer ao Menino Deus tem que nos levar a sentir a necessidade de oferecer à sociedade da qual a gente faz parte, onde Ele continua se encarnando hoje, de oferecer aos mais pobres e vulneráveis, imagem daquele que nasceu no presépio, na periferia, no meio dos excluídos. A religião nunca pode ser um instrumento para se evadir da realidade concreta que faz parte da nossa vida, e sim um motivo para enxergar e nos comprometer com aqueles que são presença do Deus encarnado no meio de nós. O que a sociedade brasileira precisa de nós neste momento da história? Uma pergunta que deve ser respondida por cada um e cada uma de nós, pessoalmente, mas também uma pergunta que deve ser respondida como Igreja, como sociedade. Somos chamados a construir um mundo melhor para todos e todas a partir daquilo que a gente tem de melhor, sem guardar para nós as nossas capacidades. O individualismo, o ódio ao diferente, a falta de empatia com aqueles que sofrem, atitudes cada vez mais presentes na sociedade, também no Brasil, devem ser enfrentados como comunidade que se preocupa com um futuro cheio de incertezas. Para isso é imprescindível o envolvimento por completo de todos e todas. Não é suficiente nos envolvermos pela metade, guardarmos para nós uma parte daquilo que a gente pode e deve dar. A sociedade precisa de pessoas comprometidas com o bem comum, com mudanças sociais cada vez mais urgentes e necessárias, com elementos que façam possível superar desigualdades históricas que favorecem situações que provocam situações que nos afastam e nos enfrentam. Mas para isso devemos colocar ao dispor dos outros o que temos de mais precioso, nossa solidariedade, nosso compromisso com os pobres, com os vulneráveis, com as vítimas de todo tipo de violência, nosso compromisso com a democracia e a defesa dos direitos humanos. Refletir sobre isso se torna um desafio num ano em que o Brasil deve enfrentar processos sociais e políticos que vão marcar o futuro a médio e longo prazo. A sociedade precisa encontrar caminhos de futuro, e para isso o nosso envolvimento se torna decisivo. Não tenha medo de se comprometer e fazer realidade um mundo melhor. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar