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Dia: 10 de fevereiro de 2022

Dom Ionilton: “Continuamos tentando levar adiante os 4 grandes sonhos do Papa Francisco”

A pandemia da Covid-19, que estourou pouco depois da publicação da exortação pós-sinodal Querida Amazônia, que está completando dois anos, é vista por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira como um fator decisivo para afirmar que “nós aqui na Prelazia de Itacoatiara, não conseguimos avançar muito”. Segundo o bispo, as diferentes crises provocadas pela pandemia, que na Prelazia de Itacoatiara já causou mais de 500 mortes, e fez com que “tiveram que ser suspendidas todas nossas atividades presenciais”, pode ser visto como um dos motivos que tem provocado. Diante dessa realidade, Dom Ionilton afirma que “nós trabalhamos através das redes sociais, fizermos várias lives de formação sobre o Documento Final, sobre Querida Amazônia, usamos bastante nas nossas homilias, reflexões, encontros e também através dos programas de rádio que a Prelazia tem durante a semana e também aos domingos”. Junto com isso, o bispo da Prelazia de Itacoatiara destaca que “também a Prelazia esteve sempre em sintonia com a caminhada do Regional Norte1 nas suas reflexões e estudos com os bispos da Amazônia brasileira, que estiveram reunidos virtualmente para analisar há pouco tempo a caminhada pós-sinodal nesses dois anos do Sínodo”. Em verdade, afirma Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, “a gente tem uma certa dificuldade ainda, existe uma certa resistência por parte de muitas pessoas, por parte de alguns irmãos do clero e também por parte de algumas pessoas da caminhada laical, que apesar de tudo o que foi feito no pre-sínodo, ainda permanecem muito resistentes às principais propostas que foram sugeridas, discutidas, aprovadas e confirmadas pelo Papa Francisco na Querida Amazônia”. Nessa conjuntura, o bispo insiste em que “nós continuamos aqui tentando levar adiante esses 4 grandes sonhos do Papa Francisco, que são os sonhos do Sínodo: o sonho social, o sonho cultural, o sonho ecológico e o sonho eclesial”. Para isso, “nós organizamos, a partir de uma proposta da REPAM, um grupo que se chama multiplicadores do Sínodo, tem um padre, tem uma religiosa, tem leigos, e fazem um esforço danado para tentar criar essa sensibilização de envolver a questão do Sínodo na liturgia, na catequese, nas atividades de festa de padroeiro, e assim por diante, mas ainda é um processo bastante lento”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Vítimas do tráfico humano, cuida-las é minha obrigação

Cuidar dos outros, especialmente dos mais fracos e vulneráveis é um elemento que deveria estar presente em cada ser humano, mas esse cuidado tem que ser uma obrigação na vida dos cristãos. Quem não cuida, quem não ama, algo que pode ser definido como a atitude fundamental do Deus de Jesus Cristo, não é discípulo, não é cristão. Desde 2015, uma data instituída pelo Papa Francisco, que tem no cuidado das vítimas do tráfico de pessoas uma das suas prioridades, no dia 8 de fevereiro acontece o Dia Mundial de Oração contra o Tráfico de Pessoas. Na festa de Santa Josefina Bakhita, alguém que sofreu as consequências do trafico humano, a Igreja deixa claro que tem lado, o lado das vítimas. As mais ameaçadas pelo crime do trafico humano são as mulheres e as crianças, representando 72% das vítimas. Podemos dizer que as crianças e as mulheres são as mais suscetíveis a exploração de trabalho precário e abusos. Estamos diante de uma realidade antiga, mas que a pandemia da Covid-19 aumentou. O desemprego, a fome, a violência doméstica, dentre outras, são situações que aumentam a vulnerabilidade e, em consequência, a possibilidade de cair nas redes do tráfico de pessoas. Durante muito tempo, o tráfico de pessoas foi uma realidade esquecida, também pela Igreja católica. Aos poucos, e aí a gente tem que reconhecer a importância do impulso do Papa Francisco, a Igreja vai assumindo essa causa como própria. No Brasil, o primeiro passo decisivo foi dado pela Vida Religiosa, criando a Rede um Grito pela Vida, que em 2022 comemora 15 anos de caminhada e de cuidado com a vida de mulheres, adolescentes e crianças. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil também se fez consciente da importância de combater esse crime e criou a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfretamento ao Tráfico Humano (CEPEETH), promovendo essas temáticas na vida da Igreja do Brasil. O tema para 2022 é “A Força do Cuidado – Mulheres, Economia, Tráfico de Pessoas”, algo que tem levado o Papa Francisco a afirmar que “por tudo isso, uma economia sem tráfico de pessoas é uma economia corajosa – é preciso coragem. A coragem de conjugar o lucro legítimo com a promoção do emprego e de condições dignas de trabalho. Em tempos de grande crise, como o atual, essa coragem é ainda mais necessária”.  Ninguém pode ser tratado como mercadoria, e isso é algo que deve ser assumido por uma sociedade onde o lucro se tornou algo que marca a maioria das relações. Por isso é inadiável a reflexão, oração e mobilização para conhecer, debater e enfrentar a realidade de milhares de pessoas submetidas a trabalhos análogos a escravidão e outras formas de exploração. Trata-se de cuidar, das pessoas, especialmente das vítimas, da casa comum, da vida. Isso não é tarefa dos outros, é minha missão, minha obrigação, meu desafio que devo enfrentar cada dia. Cuidar nos faz humanos, mas também divinos, semelhantes daquele que cuida e ama sem medida, também da gente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Abertura do Ano Letivo no Seminário Sant’Ana em Coari

No dia 08 de fevereiro de 2022, com a solene celebração eucarística presidido por Dom Marcos Piatek, iniciaram as atividades formativas no seminário Sant’Ana da Diocese de Coari. Da solene liturgia participaram o Pe. Josinaldo Plácido, reitor do nosso seminário, o Pe. Mariano, formador da Diocese do Alto Solimões, as irmãs da Sagrada Família e os 09 seminaristas – formandos. Um deles vem da Diocese do Alto Solimões onde Dom Adolfo Zon é bispo. Acolher os jovens no nosso seminário propedêutico vindos das Igrejas vizinhas é uma iniciativa que tem algum tempo e até agora deu certo. Dom Marcos acolheu os seminaristas e na sua homilia lembrou a importância da formação no processo do discernimento vocacional. Fazendo referência ao rei Salomão da primeira leitura disse, que o rei Salomão era um homem sábio, um bom administrador, um construtor, inclusive do templo, um homem famoso. Infelizmente, no final de vida, se desviou do caminho de Deus, caindo na idolatria. A falta da primazia de Deus o levou à decadência. Esse fato mostra a importância da permanente construção da nossa adesão a Deus e da formação do ser humano. Referindo-se ao evangelho do dia o bispo lembrou a importância de uma profunda experiencia de Deus na nossa caminhada vocacional. Não são suficientes apenas os atos externos de piedade como lembrou Jesus que disse aos fariseus: esse povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim (Mc 7,6). Daí a importância do coração e da verdadeira vida espiritual. Só a formação integral vai tornar um jovem, futuro presbítero “rei, profeta e sacerdote”. O Papa Francisco na “Querida Amazônia” lembra a importância do clero autóctone, da pastoral vocacional e da necessidade de ministros que possam compreender a partir de dentro a sensibilidade e as culturas amazônicas. Esta formação deve ser eminentemente pastoral e favorecer o crescimento da misericórdia sacerdotal” (QA 86-90). Nossa gratidão a todos aqueles que rezam e que colabora com a obra vocacional, inclusive materialmente. Rezemos pelos nossos presbíteros e pelas vocações sacerdotais! Diocese de Coari