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Dia: 2 de março de 2022

Caritas Alto Solimões e Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Tríplice Fronteira planejam ações para 2022

A Diocese do Alto Solimões realizou de 26 a 28 de fevereiro a Assembleia da Caritas Diocesana, que teve como tema: “Economia de Francisco e Clara” e como lema: “O trabalho dignifica”. Segundo Marcia Maria de Souza Miranda, articuladora da Caritas Regional Norte 1, “foram três dias de reencontro, aprendizado e planejamento das ações para 2022”, contando com a assessoria da Ir. Michele Silva. Segundo a articuladora da Caritas Regional Norte 1, “a Caritas diocesana pretende aprofundar o conhecimento na área de ação da economia solidária, através do fortalecimento dos grupos e investindo na promoção humana”. Após a reflexão ao longo da Assembleia, onde fizeram-se presentes 50 agentes Caritas, entre padres, leigos, religiosos e religiosas, representantes das oito paroquias da diocese, surgiram propostas de planejamento, que devem repercutir no trabalho que é realizado nas bases. Em continuidade com a Assembleia da Caritas, no dia 1º de março, a Rede de Enfrentamento ao Tráfico De Pessoas da Tríplice Fronteira se reuniu em uma roda de conversa. Participaram 35 pessoas dos três países: Colômbia, Peru e Brasil, e teve também como assessora a Ir. Michele Silva da Rede um Grito pela Vida, contando com a presença de Marcia Maria de Souza Miranda, que é membro do Conselho Estadual de Proteção a Crianças e Adolescentes. Foi ocasião de diálogo e de rearticulação da Rede na Fronteira, depois de dois anos de pandemia. Segundo Verónica Rubi, foi “um momento para partilhar a realidade e situações que fazem parte da vida do povo, situações de tráfico de Pessoas, de violência, de desaparecimento de pessoas, de morte”. A articuladora da Rede de Enfrentamento ao Tráfico De Pessoas da Tríplice Fronteira, afirmou que “partindo do diálogo buscamos formas de enfrentar aquilo que está acontecendo, em base da prevenção e da visibilidade do tráfico de Pessoas”. O retorno das aulas presenciais é uma oportunidade para retomar o trabalho de prevenção nas escolas, segundo Verônica, que diz estar planejando um seminário de formação para final de julho, onde quer se dar a conhecer o trabalho da rede e avançar na parceria com instituições da Tríplice Fronteira. Verónica Rubi destaca que no encontro participaram pessoas da Paróquia Santos Anjos de Tabatinga, que estão se somando ao trabalho da Rede, da qual fazem parte missionários e missionárias leigos, padres, religiosos e religiosas, sensíveis com esta causa e dispostos a fortalecer esta rede de vida. Também se fez presente Dom Adolfo Zon, bispo da Diocese de Alto Solimões. Em resumo, a articuladora da Rede de Enfrentamento ao Tráfico De Pessoas da Tríplice Fronteira insiste em que foi um espaço para “retomar o contato, reconhecer novos rostos que querem se unir nesta rede e planificar os passos nos próximos meses, sobretudo naquilo que faz referência à prevenção”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo na abertura da CF: “Uma educação que nos leva a sermos mais pessoas, mais humanos”

  Promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil à luz da fé cristã, buscando caminhos de humanismo integral e solidário. Esse é o objetivo da Campanha da Fraternidade 2022, que como aconteceu em muitas cidades do Brasil, tem realizado sua abertura na Arquidiocese de Manaus, em uma celebração presidida por Dom Leonardo Stenier, e que contou com a presença dos bispos auxiliares, Dom José Albuquerque e Dom Tadeu Canavarros, assim como representantes do clero, da Vida Religiosa e das pastorais e movimentos da Arquidiocese. A celebração aconteceu no Instituto de Educação do Amazonas, instituição de ensino que acompanha a vida da capital do Amazonas há 130 anos, onde foi colocado o papel da educação como “serviço indispensável à vida”. Dom Leonardo iniciou suas palavras lembrando o convite do Papa Francisco ao jejum e a oração nesta Quarta-feira de Cinzas, pedindo pela Paz na Ucrânia, insistindo na importância de educar para a Paz. A celebração foi momento para denunciar tudo aquilo que está dificultando a educação no Brasil, chamando os presentes a refletir e pedir perdão pela indiferença diante disso. Dom Leonardo chamou a assumir o espírito da Quaresma, “caminharmos com Jesus que sofrem Jesus das dores, Jesus Crucificado”, insistindo em que todo caminho conduz à Ressurreição, à vida nova em Jesus. O arcebispo definiu a Quaresma como tempo de transformação, de conversão, de jejum, de esmola, de oração, como um tempo para refletir sobre a educação, que “é tão importante na nossa vida”, como algo que “vai nos introduzindo na vida”, que nos ajuda a ir descobrindo “valores que dão direção à nossa vida”, a ir percebendo “quais são dimensões maiores e necessárias para podermos viver e viver com dignidade, justiça, amor e paz”. Dom Leonardo também fez referência à educação na fé, a despertar para relações profundas, necessárias, relações realizadoras. O arcebispo destacou que “toda educação deseja ser o caminho da dignificação, da transformação, o caminho da fraternidade, do amor, da justiça e da paz”. Por isso, chamou as comunidades e as escolas a refletir a Campanha da Fraternidade, a gerar espaços para “uma educação humana, não apenas informativa, mas transformativa, uma educação que nos leva a sermos mais pessoas, mais humanos”. Ele chamou a refletir sobre o descuido que hoje acontece com a educação, especialmente a educação pública. Às escolas católicas, o arcebispo as chamou a promover uma educação não apenas na fé, mas na cidadania. Finalmente, Dom Leonardo lembrou da Mensagem do Papa Francisco com motivo da Campanha da Fraternidade, onde ele lembrou da importância da educação. Uma oportunidade para descobrir a educação como instrumento de elevação da pessoa, a pessoa que se sente de novo dignificada, inserida e não condenada à morte, segundo o arcebispo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Papa Francisco chama os brasileiros a “uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral”

O Papa Francisco enviou nesta Quarta-feira de Cinzas uma mensagem à Igreja do Brasil refletindo sobre a importância da Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema: “Fraternidade e Educação”. Na mensagem, o Santo Padre convida a refletir a relação entre Fraternidade e Educação, que ele considera “fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a ‘cultura do descarte’ – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação”. O Santo Padre adverte sobre a “urgência em adotar ações transformadoras no âmbito educativo a fim de que tenhamos uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral”. O Papa Francisco lembra suas palavras no convite para um Pacto Educativo Global, onde diz que “Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”. Em suas palavras, o Papa chama a “reconhecer e valorizar a importante missão da Igreja no âmbito educativo”, algo que deve ir unido com a “responsabilidade dos governos na tarefa de auxiliar as famílias na educação dos filhos, garantindo a todos o acesso à escola”. Nesse sentido, ele insiste em que: “As religiões sempre tiveram uma relação estreita com a educação, acompanhando as atividades religiosas com as educativas, escolares e acadêmicas. Como no passado, também hoje queremos, com a sabedoria e a humanidade das nossas tradições religiosas, ser estímulo para uma renovada ação educativa que possa fazer crescer no mundo a fraternidade universal”. Que a educação “torne-se causa de grande esperança em cada comunidade eclesial e de efetiva renovação nas escolas e universidades católicas”, é o desejo do Papa Francisco para a Igreja do Brasil nesta Quaresma, “tendo como modelo de seu projeto pedagógico a Cristo, transmitam a sabedoria educando com amor, tornando-se assim modelos desta formação integral para as demais instituições educativas”. Também insiste na verdadeira conversão que deve nascer da reflexão proposta pela Igreja do Brasil para esta Quaresma, e ao mesmo tempo, “que as sementes lançadas ao longo deste caminho encontrem nos corações dos fiéis a boa terra onde possam frutificar em ações concretas a favor de uma educação integral e de qualidade”. Finalmente, confia a Campanha da Fraternidade aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, dando a Bênção Apostólica “a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham por uma educação mais fraterna”, encerrando sua mensagem com seu já conhecido pedido que “continuem a rezar por mim”. Texto íntegro da Mensagem: Queridos irmãos e irmãs do Brasil!   Ao iniciarmos a caminhada quaresmal de conversão rumo à celebração do Mistério Pascal de Cristo, nos dispomos a ouvir o chamado de Deus que deseja conduzir-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, ao encontro pessoal e renovador com o Ressuscitado, em quem temos a verdadeira vida e do qual devemos ser fiéis testemunhas. Para auxiliar os fiéis nesse percurso de encontro, a Igreja no Brasil propõe à reflexão de todos, na Campanha da Fraternidade deste ano, o importante tema da relação entre “Fraternidade e Educação”, fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a “cultura do descarte” – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação. Efetivamente, ao olhar para a sociedade hodierna, percebe-se de maneira muito clara a urgência em adotar ações transformadoras no âmbito educativo a fim de que tenhamos uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral, como recordado no convite para um Pacto Educativo Global: “Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna” (Mensagem, 12/09/19). Ao mesmo tempo que se reconhece e valoriza a responsabilidade dos governos na tarefa de auxiliar as famílias na educação dos filhos, garantindo a todos o acesso à escola, deve-se igualmente reconhecer e valorizar a importante missão da Igreja no âmbito educativo: “As religiões sempre tiveram uma relação estreita com a educação, acompanhando as atividades religiosas com as educativas, escolares e acadêmicas. Como no passado, também hoje queremos, com a sabedoria e a humanidade das nossas tradições religiosas, ser estímulo para uma renovada ação educativa que possa fazer crescer no mundo a fraternidade universal” (Discurso, 5/10/21). Desejo de todo o coração que a escolha do tema “Fraternidade e Educação” torne-se causa de grande esperança em cada comunidade eclesial e de efetiva renovação nas escolas e universidades católicas, a fim de que, tendo como modelo de seu projeto pedagógico a Cristo, transmitam a sabedoria educando com amor, tornando-se assim modelos desta formação integral para as demais instituições educativas. Desejo igualmente, queridos irmãos e irmãs, que o itinerário quaresmal, iluminado pela reflexão proposta, seja ocasião de verdadeira conversão e que as sementes lançadas ao longo deste caminho encontrem nos corações dos fiéis a boa terra onde possam frutificar em ações concretas a favor de uma educação integral e de qualidade. Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham por uma educação mais fraterna, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim. Roma, São João de Latrão, 10 de janeiro de 2022. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1