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Dia: 18 de março de 2022

Arquidiocese de Manaus inaugura Mausoléu no cemitério do Tarumã

No encerramento do retiro do clero, que aconteceu de 14 a 17 de março, assessorado por Eugênio Rixen, bispo emérito da Diocese de Goiás, com o tema “Espiritualidade quaresmal dentro do espírito do Vaticano II e da sinodalidade”, que contou com a participação de 70 padres, e teve a Palavra de Deus como eixo fundamental, foi inaugurado o Mausoléu da Arquidiocese de Manaus. Em uma celebração eucarística, presidida por Dom Leonardo Ulrich Steiner foi abençoado um projeto sonhado há alguns anos, e que se tornou realidade no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. A obra foi realizada com recursos doados por um benfeitor anônimo. Segundo informa a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Manaus, o espaço será um local de descanso, onde repousarão os corpos dos padres falecidos, onde se pode rezar e recordar a vida de sacerdotes que doaram a vida no serviço nesta Igreja de Manaus. Segundo Dom Leonardo, faz algum tempo que os padres observaram a necessidade de ter um local para enterrar membros falecidos de seu clero, sendo não apenas um espaço para deixar os corpos dos nossos padres, mas também um lugar de memória e homenagens. Em sua homilia, Dom Leonardo destacou a importância em sempre recordar a vida daqueles que já partiram, que já estão na presença de Deus, e que este será um espaço para este fim. Ao novo mausoléu serão transferidos os restos mortais de padres que foram sepultados em outros locais para concentrar ali a memória dos sacerdotes que se doaram ao serviço na Igreja católica de Manaus. Na celebração foram recordados alguns dos padres já falecidos que fizeram parte do clero da Arquidiocese de Manaus. A benção do Mausoléu foi realizada pelo arcebispo metropolitano no final da celebração, momento em que foi entronizada a imagem da Imaculada Conceição, padroeira da Arquidiocese, e os padres presentes foram convidados a depositar flores e velas aos pés de Nossa Senhora. Representando a Prefeitura de Manaus, o secretário da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (SEMULSP), Sabá Reis, entregou ao arcebispo uma certidão de propriedade do espaço, atendendo em definitivo à solicitação deste espaço que, conforme informações da SEMULSP, foi projetado pelos garis e construído pelos coveiros da SEMULSP. O novo Mausoléu da Arquidiocese de Manaus conta com oito gavetas e 33 ossuários, sendo considerado um monumento para visitação. De acordo com o secretário da SEMULSP, o espaço atende a solicitação da Arquidiocese e servirá para homenagear os religiosos que trabalharam intensamente na região metropolitana de Manaus. Com informações de Ana Paula Gioia Lourenço – Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Manaus

Santarém: Evangelizar desde a concretude da realidade

Ler o Evangelho, que deve ser considerado fonte de todo processo evangelizador, nos faz entender a metodologia de Jesus no anúncio da Boa Nova. Ele sempre parte de realidade concreta, da vida do povo, da cultura e da linguagem do povo simples, que em volta dele entende suas palavras e descobre nelas uma fonte de vida. O Documento de Santarém, que está completando 50 anos em 2022, também tem a realidade, neste caso amazônica, como ponto de partida no processo evangelizador da Igreja da Amazônia, afirmando a importância dos valores dos povos amazônicos, mas também as limitações e perigos.   Nessa perspectiva, no momento de elaborar as Linhas Prioritárias, atendendo a essa realidade Amazônica, “a Igreja da Amazônia opta por quatro prioridades e por quatro séries de serviços pastorais, à luz destas duas diretrizes básicas: Encarnação na realidade e Evangelização libertadora”. Nesse sentido, a encarnação na realidade é vista como “anterior e subjacente a toda Pastoral como programa ou ação, e supõe uma vontade permanente de conversão ao verbo Encarnado”. Se faz uma exigência, insiste o Documento de Santarém, “um total entrosamento com a realidade concreta do homem e do lugar”, algo que se realiza pelo conhecimento e pela convivência com o povo, na simplicidade e na amizade do dia a dia. Na realidade concreta vai se testemunhando o Evangelho, se fazendo concretude uma evangelização libertadora, sem dicotomias, que possibilita a toma de consciência. Algo que se torna visível nas comunidades, que o Documento de Santarém chama de Comunidades Cristãs de Base, chamadas a ser “como fermento no meio da massa”.  Por isso o texto insiste, dependendo da realidade de cada comunidade, em que “o processo varia de lugar para lugar de acordo com a circunstância situacional da comunidade”. Santarém insiste em que “a Pastoral deve ser de acordo com o ambiente”, tendo em conta a realidade e as situações e problemáticas que fazem parte da vida do povo. A partir daí vai se configurando os programas e serviços evangelizadores, em todos os níveis. Do mesmo modo que Jesus, quando percorria os caminhos da Galileia, apontava para o povo, para a realidade, Santarém nos lembrava as palavras do Papa Paulo VI que disse que “Cristo aponta para a Amazônia”. Hoje, a Igreja católica continua apontando para a Amazônia, algo que ficou ainda mais claro com o Sínodo Especial para a Região Pan-Amazônica. No início da Exortação pós sinodal Querida Amazônia, falando sobre o sentido da Exortação, o Papa Francisco insiste no propósito de “oferecer um breve quadro de reflexão que encarne na realidade amazónica uma síntese de algumas grandes preocupações já manifestadas por mim em documentos anteriores, que ajude e oriente para uma recepção harmoniosa, criativa e frutuosa de todo o caminho sinodal”. O Santo Padre sempre insiste nos processos, que mais uma vez podemos dizer começaram muito tempo atrás. Citando Laudato Si´, onde o Papa Francisco afirma que “a constante distração nos tira a coragem de advertir a realidade dum mundo limitado e finito”, ele afirma na Querida Amazônia que “muitas vezes deixamos que a consciência se torne insensível”, algo que deve nos levar a refletir sobre a importância da concretude da realidade no trabalho evangelizador. Isso demanda avançar no caminho da inculturação, algo que a Igreja da Amazônia vem fazendo desde Santarém, buscando entender que “Deus operou de várias maneiras, porque a Igreja possui um rosto pluriforme, vista ‘não só da perspectiva espacial (…), mas também da sua realidade temporal’”, segundo recolhe a Querida Amazônia. Por isso, vamos continuar sonhando, buscando “avançar por caminhos concretos que permitam transformar a realidade da Amazónia e libertá-la dos males que a afligem”, que nos diz Querida Amazônia. No final das contas, o Evangelho tem que nos levar a fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1