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Dia: 5 de abril de 2022

Nova Secretaria do Regional é apresentada em encontro com as pastorais do Regional

Com os representantes das pastorais, movimentos e organismos que fazem parte do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, aconteceu na tarde desta terça-feira, 5 de abril de 2022, o encontro onde foi apresentada a nova equipe do Regional. Dom Tadeu Canavarros, vice-presidente do Regional Norte 1, agradeceu a presença de cada um e cada uma, apresentando a nova equipe, formada pela Ir. Rose Bertoldo, secretária executiva, Eduardo Soares, auxiliar administrativo, e Maria Raimunda, assistente de serviços gerais. Uma equipe chamada, segundo o bispo auxiliar de Manaus, a continuar construindo o rosto desta Igreja na Amazônia. O padre Zenildo Lima, que já foi secretário executivo do Regional Norte1, explicou a caminhada do Regional Norte1, filial da CNBB Nacional. O reitor do Seminário São José de Manaus, explicitou as peculiaridades do nosso Regional, fazendo um recorrido pela história do Regional e as figuras dos secretários e secretárias executivos, destacando os aportes de cada um e cada uma. Ele definiu o secretário como aquele que articula a comunhão entre as igrejas particulares e as pastorais seguindo o plano de evangelização e as diretrizes do Regional. Após se apresentar os coordenadores e coordenadoras presentes, a nova secretária, afirmou que “Deus vai fazendo seus caminhos”, dizendo se sentir “muito pequena para o tamanho do Regional”. A Ir. Rose Bertoldo se colocou “nessa disposição de caminhar juntos, de aprender, dar continuidade ao trabalho que vinha sendo realizado pelo anterior secretário, o diácono Francisco Lima”. A Ir. Rose Bertoldo insistiu na importância desse grupo que ajuda na caminhada pastoral do Regional e na construção coletiva dos momentos importantes na caminhada do Regional, como é a Assembleia, os seminários e encontros que o Regional realiza ao longo do ano. Um grupo marcado pelo protagonismo das mulheres, que aos poucos vai se fortalecendo, algo nem sempre fácil em um Regional condicionado pelas distâncias, segundo indicou o padre Zenildo Lima. Nesse sentido, ele lembrava a predominância feminina na Igreja da Amazônia, algo colocado com intensidade no Sínodo para a Amazônia. Ao longo da reunião foi explicado como funciona a sustentabilidade do Regional nas despesas ordinárias e nos encontros das pastorais, organismos e movimentos, com os aportes das dioceses e prelazias e os projetos que chegam de fora, também com os aportes das coletas estipuladas pela CNBB ao longo do ano, algo que aos poucos vai aumentando. A Ir. Rose Bertoldo chamou a dar corpo às diretrizes do Regional, colocar em prática as diretrizes, o Documento Final do Sínodo para a Amazônia e a Querida Amazônia, na dinâmica da sinodalidade. Nesse sentido, lembrou os Seminários sobre Trafico Humano e das Pastorais Sociais, que serão realizados de 15 a 19 de junho. Também foi lembrado a Assembleia do Regional que será realizada de 19 a 23 setembro. Foi destacada a importância de se preocupar como Regional com a articulação das temáticas que fazem referência a fé e cidadania. A secretária se colocou a disposição para participar na medida das possibilidades dos encontros das pastorais, organismos e movimentos em nível regional, algo que aos poucos está sendo retomado. Nesse sentido, as pastorais foram apresentando o que está sendo realizado e planejado para este ano de 2022, relatando as luzes e as lutas que fazem parte da vida do povo e da Igreja do Regional Norte1.   A secretária executiva do Regional insistiu em “fazer circular essas atividades e a gente ter uma comunhão entre as pastorais, organismos e movimentos”. Ela disse sonhar com não ser grupos aparte, lembrando que a sinodalidade nos ensina muito. Também refletiu sobre se questionar o que cada um pode contribuir com outras pastorais, destacando que “não dá para não fazer um trabalho em rede”. Finalmente Dom Tadeu Canavarros agradeceu novamente a presença dos representantes das pastorais, organismos e movimentos, insistindo em que “possamos juntos avançar mais neste caminho da Amazônia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

50 anos de Santarém: “Renovar, reencarnar, atualizar, essa obra missionária inserida na história da Amazônia”

De 24 a 30 de maio de 1972, o Seminário São Pio X de Santarém acolheu um encontro que muitos consideram decisivo, marcando as linhas prioritárias pastorais da Amazônia, recolhidas no Documento de Santarém. De 6 a 9 de junho de 2022, no mesmo local vai acontecer um novo encontro, apresentado em coletiva de imprensa neste 5 de abril. Um encontro que, em palavras de Dom Irineu Roman, é visto como “um tempo oportuno para a Igreja na Amazônia fortalecer o espírito de unidade e colegialidade, expressão da caminhada sinodal que estamos vivenciando”. Segundo o Arcebispo de Santarém, estamos diante de uma oportunidade para “a Igreja experimentar uma nova missão na encarnação na realidade e uma ação libertadora”, lembrando as palavras do Papa Paulo VI, onde dizia que “Cristo aponta para a Amazônia”, algo que chama à “responsabilidade comum diante dos grandes problemas e à opção preferencial pelos pobres”. O encontro que vai acontecer no mês de junho é visto por Dom Irineu Roman como momento para “renovar, reencarnar, atualizar, essa obra missionária inserida na história da Amazônia”, lançada 50 anos atrás. Um encontro que deve ser realizado em espírito sinodal, vivendo assim “uma experiencia de fraternidade e de fortalecimento de nossa caminhada eclesial na Amazônia”. “Celebrar 50 anos e revisitar este encontro que foi tão importante para nossa Querida Amazônia”, afirmou Dom Leonardo Ulrich Steiner. O Arcebispo de Manaus fez memória de como a “preocupação dos bispos reunidos fez com que se pensara numa Igreja encarnada e uma evangelização libertadora, duas linhas que ainda norteiam nossa evangelização na Amazônia”, o que deve levar a “revisitar esse documento inspirador”. Dom Leonardo vê o acontecido em Santarém 50 anos atrás como “o início do fruto que colhemos com o Sínodo”, de uma caminhada onde se discutiram as questões até chegar ao Sínodo que hoje nos orienta. De fato, muitos dos elementos do Documentos estão presentes no Sínodo, inclusive nos sonhos do Papa Francisco. Daí, o Arcebispo de Manaus lançou um convite: “Nos deixemos impregnar por aquele espírito que guiou os nossos irmãos e irmãs naquela ocasião, para podermos continuar a sermos testemunhas de Jesus, podermos continuar a sermos testemunhas do Reino de Deus, e buscarmos ser uma presença de esperança para a Amazônia, especialmente para os povos originários, mas também para o meio ambiente tão agredido nos últimos tempos”, insistindo na necessidade de “caminharmos com ousadia e coragem na nossa ação evangelizadora na Amazônia”. Santarém foi “um sopro do Vaticano II e de Medellín, que forçaram a Igreja da Amazônia a tomar decisões que nortearam os rumos da Igreja”, segundo Dom Roque Paloschi. Foi um momento que “dá os rumos para uma Igreja povo de Deus, valorizando os leigos e leigas, uma Igreja em saída, uma Igreja missionária”, segundo o Arcebispo de Porto Velho. Ele chamou a entender que “revisitar Santarém é agradecer e louvar a Deus pelos passos que a Igreja conseguiu dar”. Destacando “a importância de uma Igreja profética que não tem medo de defender a vida”, que se fez presente em Santarém 50 anos atrás, ele lembrou que no encontro surge o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que atualmente ele preside e que também está completando 50 anos, e em seguida surge a Comissão Pastoral da Terra (CPT), “o que mostra a sensibilidade da Igreja e de seus pastores com o povo de Deus, para dar respostas concretas a realidades tão sofridas”. Uma oportunidade para “uma tomada de decisão muito profunda da Igreja na Amazônia em favor dos povos da Amazônia, em defesa da questão ambiental”, é um elemento que define o encontro de Santarém em 1972, segundo Márcia de Oliveira. A assessora da REPAM-Brasil destaca que “já nascia 50 anos atrás sementes de uma ecologia integral que hoje estamos cultivando na missão, no trabalho, na atuação da Igreja em toda a Amazônia”. “Santarém traz para o debate da Igreja novos lugares de fala, novos lugares de participação, novos territórios, novos avanços para a Igreja nos grandes desafios que a Igreja passa a assumir naquele momento”, segundo a socióloga. Ela insistiu em que “em Santarém se reposiciona uma Igreja dos pobres, uma Igreja com rosto dos camponeses, com rosto dos povos indígenas, com rosto das mulheres, com rosto das periferias”. Santarém nos mostra “uma Igreja que se compromete com a causa dos pobres da Amazônia”, vendo naquele encontro “um momento importante que reconhece o protagonismo dos povos indígenas na defesa da Amazônia”. O encontro de junho será oportunidade para aprofundar os desafios surgidos 50 anos atrás, “porque os problemas também se multiplicaram, os desafios estão aí presentes”, segundo o Arcebispo de Santarém, quem também destacou elementos positivos, que geram esperança. No encontro terão que aparecer algumas questões muito preocupantes para a Amazônia, como é a questão do garimpo e o mercúrio, que cada vez atinge mais pessoas na Amazônia, algo que “vai matando as pessoas devagar”, afirmou Dom Leonardo Steiner. Santarém foi um encontro que ajudou estreitar os laços entre a Igreja da Amazônia e a Igreja do resto do Brasil, aumentando o número de missionários na região, segundo o Arcebispo de Manaus, algo que marcou a vida da Igreja nos últimos 50 anos, insistindo em que “a caminhada da Igreja na Amazônia fez bem para a Igreja no Brasil”, ajudando em uma caminhada de esperança, fecunda, profética. Uma caminhada extraordinária que sempre tem estado muito presente no coração do Papa Francisco. Em relação com os povos originários, Dom Leonardo insistiu em que “há necessidade de nós aprofundarmos a nossa relação”, em dar cada vez mais voz a eles, em não ter receio de a Igreja estar presente em meio desses povos. Não podemos esquecer que “os territórios indígenas são as áreas mais bem preservadas do Brasil”, insistiu Dom Roque Paloschi, que também destacou que “a nossa fé não está desligada da vida”, e que “não é possível como cristãos caminhar por caminhos de morte e destruição, onde se alimenta o ódio”. Em relação com isso, Márcia de Oliveira chamou a atenção sobre a descolonização das práticas pastorais…
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