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Dia: 8 de abril de 2022

Prelazia de Borba celebra Missa dos Santos Óleos: “Momento de unidade, de comunhão e participação”

Seguindo a tradição da Prelazia Apostólica de Borba, onde a Missa dos Santos Óleos acontece cada ano em forma de rodizio numa paróquia diferente, no dia 7 de abril de 2022 foi celebrada na paróquia São Joaquim e Sant´Ana da cidade de Autazes, com a participação do povo de Deus: clero, Vida Religiosa, lideranças leigas, seminaristas, acolhidos pelo bispo no início da celebração. Se trata de uma celebração onde são abençoados os óleos “que vão ser usados durante o ano nos sacramentos, na unção do povo de Deus”, lembrou Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. Também é uma celebração onde os sacerdotes renovam suas promessas, “eles renovam a missão, a obediência e o amor à Igreja”, destacou o bispo da Prelazia de Borba, que vê a Missa dos Santos Óleos como “um momento grandioso, bonito de unidade, de comunhão e participação”. Dom Zenildo lembrou na homilia do Congresso Bíblico celebrado recentemente, “que motivou, animou e nos deu uma certeza, nós temos uma força que vem da Palavra, que deve ser anunciada, a Palavra que cria, recria, a Palavra de Deus que precisa ser celebrada”. Dentro da sinodalidade, presente na Igreja, também na Prelazia de Borba, o bispo a vê como aquilo que “nos faz irmãos e irmãs, que tem coragem de sentar um do lado do outro para escutar os apelos, as necessidades e as perspectivas pastorais daqui para frente”, uma Igreja que pensa que o caminho se faz juntos. Uma Prelazia de Borba reunida pelo amor e pela fé, para viver um momento eclesial importante e bem visível. Chamada, segundo o bispo, a viver a sinodalidade a partir da Palavra, mas também a ficar com o essencial a partir da esperança, a encontrar rumos, estradas, caminhos, a levar a benção de Deus para a vida cotidiana. À luz do capítulo 4 do Evangelho de Lucas, proclamado na celebração, Dom Zenildo chamou a tornar como próprio o projeto de vida de Jesus, no meio de tantos problemas e desafios, e a partir da Palavra realizar um anúncio profético, um anúncio da esperança, um anúncio que vai libertar e não manipular, e não escravizar. O bispo convidou a na Amazônia, no Rio Madeira e outros rios que fazem parte da Prelazia de Borba, “dar uma resposta eclesial, dar uma resposta de unção para esses problemas”. O bispo da Prelazia de Borba chamou os padres a rezar com o povo e pelo povo, lembrando sua missão assumida “por amor à causa, por amor à Igreja, por amor ao povo”, como ungidos para curar os corações abatidos, as ovelhas feridas, machucadas, deprimidas. Uma cura que se faz pela escuta, pela atenção, pela oração. Finalmente, Dom Zenildo insistiu em que “não podemos abrir mão de uma Igreja ministerial, uma Igreja missionária, uma Igreja sinodal”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Missão na Tríplice Fronteira: “Viemos mais pra acrescentar do que para mudar”

O convento dos capuchinhos de Benjamim Constant, no lado brasileiro da Tríplice Fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru, acolheu nesta semana mais um encontro transfronteiriço dos missionários e missionárias que trabalham nessa região da Amazônia, onde se encontram a Diocese do Alto Solimões (Brasil), o Vicariato de Letícia (Colômbia) e o Vicariato de São José do Amazonas (Peru). O Documento Final do Sínodo para a Amazônia aborda a questão das estruturas sinodais regionais na Igreja Amazônica, fazendo um chamado a “articular espaços sinodais e gerar redes de apoio solidário”. Por isso, é visto como algo urgente “superar as fronteiras que a geografia impõe e construir pontes que unam”, algo que já aparece no documento de Aparecida 15 anos atrás. Movidos pelo desejo de encontrar-se e partilhar suas experiências de vida e evangelização, mais de 30 missionários e missionárias se reuniram, superando as dificuldades que na Igreja da Amazônia representam as distâncias e as dificuldades de comunicação e transporte. Leigos e leigas, padres, religiosos e religiosas se fizeram presentes, mostrando a diversidade missionária presente na região. Pessoas de diferentes idades, tinha missionários com 22 anos e com 81 anos de idade, mas também com diferente tempo de missão na região, uma semana na fronteira e 24 anos de presença. Os participantes destacaram a acolhida muito fraterna, “vislumbrada no sorriso de tantos que sentem na pele os gritos do povo e da natureza amazônicas clamando por vida, justiça, paz e cuidado amoroso e esperançoso, mas sabem que não estão sozinhos porque o Senhor da vida os acompanha. Gente que veio e soube ficar nesse mundo de água, céu e terra como missão de criaturas em busca do seu Criador. Lutadores da justiça ecológica nas fronteiras da querida Amazônia, anunciamos a fraternidade e a amizade social, denunciando a necropolitica”.  Como missionários e missionárias na Tríplice Fronteira, o encontro quis mostrar que “nosso grito é pela vida escondida nessas fronteiras, a dignidade humana, a sustentabilidade, a misericórdia, o amor de Cristo que não mata, mas morre de amor por nós”, insistiram os participantes do encontro, destacando que “afinal somos tudo e todos irmãos”. O capítulo IV da encíclica Fratelli tutti ajudou nas dinâmicas realizadas ao longo do encontro, querendo assim refletir sobre a importância de um coração aberto ao mundo inteiro. Nessa perspectiva, os missionários e missionárias falaram dos sinais de encarnação do seu agir missionário, insistindo no convite a serem pontes e não muros, uma atitude mais do que necessária nas regiões de fronteira.  O encontro foi momento para refletir sobre o fato de que “embora precisemos primeiro dar o pão a quem tem fome e depois o Evangelho, nossa prática pastoral não pode se deter no assistencialismo”, segundo os participantes. Nesse sentido, foi colocado em destaque que “viemos mais para acrescentar do que para mudar”, destacando que “o desafio do missionário é saber equilibrar o dar e o receber na missão”. Também apareceu com insistência o sentimento que os missionários e missionárias tem de ser um sinal de sinodalidade na fronteira. O encontro foi momento para escolher a nova coordenação, agradecendo àqueles que prestaram esse serviço nesses últimos anos. O capuchinho frei Manoel, a leiga marista Mayra, a irmã Dorinha do Peru e o padre Carlos da diocese do Alto Solimões formam a nova coordenação. O próximo encontro, marcado para o dia 24 de agosto em Atalaia do Norte, será oportunidade para refletir sobre a sinodalidade e a missionariedade, escutando os saberes e a ancestralidade dos povos originários, sobretudo dos indígenas isolados, numa região onde se encontra o maior número de povos indígenas nessa situação. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1