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Dia: 4 de setembro de 2022

Cardeal Steiner: “Títulos não nos fazem mais filhos e filhas de Deus”, afirma em acolhida da Igreja de Manaus

A sinodalidade sempre foi um distintivo da Igreja de Manaus, algo que Dom Leonardo Steiner, Arcebispo da capital do Amazonas desde janeiro de 2020, apoiou e incentivou. De fato, ele convocou uma Assembleia Sinodal Arquidiocesana, que neste domingo 4 de setembro entregou ao povo de Deus o Instrumento de Trabalho que será trabalhado na Assembleia Sinodal, programada para o mês de outubro. Foi nessa celebração na Catedral Nossa Senhora da Conceição que o “Cardeal da Amazônia“, um título que ele reconheceu gostar, pois entende seu cardinalato não como algo pessoal e sim em função do seu serviço na Igreja da região amazônica, à qual está tão ligado o Papa Francisco, foi acolhido pela Igreja de Manaus, um povo que não oculta sua alegria diante da uma nomeação que pela primeira vez na história tem um arcebispo de Manaus como protagonista. Uma celebração onde se fez presente o clero, a vida religiosa, os leigos e leigas que lideram a vida das paróquias, áreas missionárias, comunidades, pastorais e movimentos na Arquidiocese. No início da celebração o cardeal foi acolhido por uma religiosa, um presbítero e um leigo em representação do povo de Deus, pedindo que continuasse sendo voz da Igreja da Amazônia, agora junto ao Papa Francisco. Palavras acolhidas pelo novo cardeal com gratidão, que mais uma vez insistiu em que “eu entendo o cardinalato como serviço”. Ele lembrou sua família de 16 irmãos, destacando a figura do seu pai e sua mãe, pessoas de uma fé muito profunda, uma fé que agradece ter herdado no leite materno, uma fé que levou adiante através da sua vocação. Também lembrou e agradeceu por ter sido introduzido na espiritualidade de Francisco de Assis, “uma espiritualidade da gratuidade, do serviço”, que tem orientado sua vida. Do mesmo modo que ele falou para as autoridades no evento do sábado 3 de setembro, o Cardeal Steiner disse ser “muito grato por todas as manifestações de carinho, de afeto, que tenho recebido, mas o que me alegrou mesmo foi ouvir de várias pessoas que mais uma vez o Papa Francisco se lembrou de nós”. Algo que leva o Arcebispo de Manaus a querer ficar “junto aos pequenos e pobres, e ajudar a que nossa Igreja seja cada vez mais sinodal”, uma forma de ser Igreja que reconheceu presente na Igreja da Amazônia ao longo da história. Na homilia, Dom Leonardo começou fazendo um chamado a “sermos todos discípulos missionários, discípulas missionárias, povo de Deus”, indicando o que significa esse discipulado, que é “um aprender, um saber”. Isso significa, em palavras do cardeal, “ir com Ele para onde Ele o desejar, ir com Ele até a morte e morte de Cruz”. Ele insistiu em definir a Cruz como “uma tensão criativa, uma tensão libertadora”, chamando a assumir as tensões existências, as tensões da nossa cotidianidade, da nossa convivência, as nossas dúvidas de fé, não como frustração, mas como possibilidade, como chance a avançar sempre mais na fé. O cardeal refletiu sobre o que significa fazer a vontade do Pai, desde o dinamismo da liberdade e da gratuidade de Deus, afirmando que “fazer a vontade do Pai é estar na dinâmica amorosa do Pai”. No mês de setembro, Mês da Bíblia, convidou a “ela sempre mais seja presente na nossa evangelização, na nossa ação pastoral, nos nossos encontros, nas nossas reuniões, sempre a Palavra como centro, porque é Jesus”, uma palavra que é instrumento de encontro e força de uma presença, segundo o Arcebispo de Manaus. A Palavra foi quem guiou a caminhada sinodal na Arquidiocese de Manaus, segundo Dom Leonardo, que agradeceu a todos os que ajudaram na caminhada sinodal. Lembrando as palavras do Papa Francisco na missa com os novos cardeais no dia 30 de agostou, citou aqueles em que o Santo Padre disse que “a admiração é o caminho da salvação, e nos alertava para o perigo de nos sentirmos eminentes, a tenção de se sentir-se mais alto, de sentir-se eminentíssimo, de se sentir uma eminência”, que o Papa definiu como “o verme da mundanidade”. Nessa perspectiva, o novo cardeal afirmou que “títulos não nos fazem mais filhos e filhas de Deus”, pedindo que “Deus me dê a graça da simplicidade”. Tudo isso na perspectiva da Palavra, especialmente neste mês de setembro, pedindo “nos ajude a descobrir a grandeza e tomar a Cruz sobre os ombros e caminhar, no meio das dificuldades, mas especialmente no meio das alegrias”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

O Amazonas acolhe seu cardeal, uma nomeação com a qual “o Papa mais uma vez se lembrou da Amazônia”

Acolher como sociedade civil aquele que desde o momento de sua nomeação fui chamado de “Cardeal da Amazônia”, em palavras do padre Zenildo Lima, condutor do evento, foi o propósito do ato realizado na Catedral Nossa Senhora da Conceição no dia 3 de setembro. O reitor do Seminário São José, lembrando o Sínodo para a Amazônia, onde ele foi auditor, disse ver a nomeação cardinalícia como algo relacionado com o território amazônico, “por causa da sua importância estratégica, merece cuidados que passam por novos caminhos de evangelização e de ecologia integral”. Um momento de alegria, segundo Dom Luiz Soares Vieira, que definiu a Amazônia como “uma região que empolga, uma região de um povo que entusiasma, uma região de um povo que luta pela vida”. O Arcebispo emérito de Manaus, fazendo ver que a Amazônia é além da ecologia, afirmou que “a ecologia só se entende quando lá existem pessoas que estão convivendo com a natureza”. Se dirigindo ao novo cardeal, Dom Luiz Vieira insistiu em que “nós precisamos gostar dessa região, gostar de nosso povo, é um povo que nos ensina muita coisa”. Uma região onde o arcebispo emérito disse ter aprendido a “pensar no presente”, algo que segundo ele modificou completamente sua vida. Dom Luiz afirmou ter dado um pulo de alegria quando saiu a nomeação de Dom Leonardo Steiner, dado que “a Amazônia hoje é um tema de discussão nacional, um tema de discussão internacional”, insistindo em que a Amazônia tem que dizer o que deseja, o que quer, desde quem vive nela. Como conselheiro do Papa, o Arcebispo emérito de Manaus, disse que Dom Leonardo “vai ser a voz da nossa região amazônica no pastoreio universal da Igreja”, insistindo em que “a voz da Amazônia chega, graças a Deus e ao Papa Francisco, ao pastoreio universal da Igreja”, algo que vê como um momento bonito. Algo que tem que fazer com que “esta região vai ter um povo respeitado, vai ter um povo amado, vai ter uma voz que vai ter voz, para ser o povo que vence, o povo que constrói, o povo que sabe conviver com a natureza, o povo que sabe exigir que sejamos tratados com dignidade”, ainda mais depois de “muitos e muitos anos que nós fomos considerados colônia”. Uma região que já foi chamada de inferno verde, de paraíso, insistiu. Finalmente, Dom Luiz insistiu ao novo cardeal que agora assume um serviço. O prefeito da cidade, Davi Almeida, que disse viver sua fé na Igreja Adventista, reconheceu a importância da Igreja católica na vida da sociedade, uma Igreja que vive a fé na prática, uma Igreja que faz o bem sem olhar a quem, algo que ele disse ter experimentado na vida da sua família. Ele reconheceu e mostrou sua gratidão pelo trabalho que a Igreja católica faz, inclusive chegando ondo o governo não chega. O prefeito definiu como uma honra para o Amazonas a nomeação do novo cardeal, pedindo para ele que Deus o ilumine e proteja, e que “possa continuar esse trabalho fantástico que a Igreja católica desenvolve em todo o mundo especialmente aqui no Estado do Amazonas”. Também definiu como “um dia muito feliz, um dia muito importante, que nós estamos celebrando aqui mais um gesto que o Papa Francisco faz com a Amazônia”, o governador do Estado do Amazonas. Wilson Lima lembrou do Sínodo para a Amazônia e da relevância que teve o momento em que o Vaticano abriu suas portas para que governadores, prefeitos, pensadores da Amazônia estivessem discutindo a Amazônia dento do Vaticano, reconhecendo o papel do saudoso Dom Cláudio Hummes para que esse momento acontecesse, definindo o cardeal recentemente falecido como “essa voz no Vaticano em defesa da Amazônia”. O Governador definiu Dom Leonardo como “representante da Amazônia”, destacando a importância de a Amazônia ter essa voz junto ao Vaticano, junto à Igreja católica, junto ao Papa, porque o mundo todo conhece a palavra Amazônia, o mundo todo ouve falar da Amazônia. Uma palavra que é referida aos recursos naturais e preservação, segundo Wilson Lima, que afirmou a maior importância da proteção do cidadão, algo que disse ter visto no novo cardeal, que vê como mais uma voz junto ao Papa Francisco das populações indígenas, os negros, os ribeirinhos, os caboclos. Por isso, o governador desejou sucesso na missão e as bençãos de Deus para Dom Leonardo, colocando o Estado do Amazonas a disposição para “defender a nossa Amazônia”. Saudando os presentes e aqueles que acompanharam o evento através dos meios de comunicação, o novo cardeal reconheceu que sua alegria diante de sua nomeação não foi algo pessoal, e sim “ouvir de as pessoas dizerem, o Papa mais uma vez se lembrou da Amazônia”. O Arcebispo de Manaus afirmou que “o Brasil era conhecido um tempo pelo futebol e pelo samba. Hoje mundialmente quando se vai, se escuta sempre de novo Amazônia”, um tema sempre presente nas muitas entrevistas que teve que dar em Roma com motivo do consistório. Lembrando das palavras do Arcebispo emérito, ele definiu o povo da Amazônia como “um povo acolhedor, um povo fraterno, um povo de uma fé profunda”. O novo cardeal denunciou que “a violência que se encontra hoje na nossa região, ela não é daqui, ela vem de fora”. Alguém que se sente em casa na Amazônia, disse que “o Papa Francisco pensou na Amazônia ao nomear um bispo cardeal”, afirmando ser o cardeal da Pan-Amazônia, que inclui nove países. Dom Leonardo disse ir fazer “todo o esforço para que a nossa Igreja de Manaus continue sempre a ser uma Igreja profundamente missionária, com uma presença contínua, para que nossa Igreja esteja junto aos nossos pobres, para que todas as pessoas que têm necessidade possam ser acolhidas, independentemente da religião, de raça, de cor, independente também de nação”. Finalmente, Dom Leonardo lembrou das palavras do Papa Francisco na missa do dia 30 de agosto, onde ele dizia que “deveríamos ser pessoas que admiram, admirar Deus presente no meio de nós, admirar as ações de Deus, sermos…
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