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Dia: 7 de janeiro de 2023

Ir. Cidinha Fernandes: “Quando Deus se manifesta, rompe-se as fronteiras geográficas, culturais, os pobres são socorridos em suas necessidades”

No Domingo da Epifania a Ir. Cidinha Fernandes reflete sobre alguns convites que nos são feitos. A religiosa destaca que “na Primeira leitura, recebemos um convite: ‘levanta, acende as luzes porque a tua luz chegou’”. Uma luz que “dissipa as trevas que envolvem a terra, o Senhor se manifesta e os povos caminham à tua luz”. Segundo a irmã Catequista Franciscana, “a imagem descrita nos preenche o coração: ‘todos os povos se reuniram e vieram a ti, teus filhos vêm chegando de longe, com tuas filhas carregadas nos braços’, eles trazem riquezas e belezas do além-mar”. Somos convidados a cantar: “as nações de toda a terra, hão de adorar-vos ó Senhor!”, segundo nos diz o Salmo, onde “a comunidade orante vai descrevendo uma oferenda de donativos, finalizando com a libertação dos pobres, o atendimento do indigente e do infeliz”. Junto com isso, seguindo a carta de Paulo aos Efésios, somos chamados a descobrir que “a graça de Deus a nós concedida, da revelação do Mistério desde os nossos antepassados, até os profetas, apóstolos, e o bonito é que, os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, associados a mesma promessa em Jesus, por meio do Evangelho”.  Um Evangelho que convidar a contemplar “a busca dos reis magos pelo Rei dos Judeus, o Menino que acaba de nascer. Eles contam que viram sua estrela no Oriente e vieram adorá-lo, trazendo presentes: ouro, incenso e mirra. Herodes tenta descobrir onde está o Menino, mas os reis, avisados em sonho, retornam por outro Caminho”. Segundo a religiosa, “quando Deus se manifesta é lindo de se ver e de viver! Há uma reunião de todos os povos, rompe-se as fronteiras geográficas, culturais, os pobres são socorridos em suas necessidades. É uma celebração de novas e bonitas relações interculturais, numa nova perspectiva, a da doação, de levar presentes, oferenda e dons”. A Ir. Cidinha destaca que “quando oferecemos presentes o nosso ser se alegra, a vida vira uma festa, a festa de quem oferece e de quem recebe. É assim que somos convidadas a viver o nosso discipulado, tendo sensibilidade para ver e se deixar guiar pela estrela, oferecer o melhor de nós, os nossos dons, reunir todos os povos como irmãs e irmãos”. Finalmente, a religiosa fez ver que “os reis magos voltam por outro caminho, não se deixaram corromper, e, ao encontrar um Rei Menino, pobre, numa manjedoura, se permitirem um novo movimento”. Daí ela convidou “a oferecer nossas vidas a esse Menino Deus, a buscarmos novos caminhos. Não sejamos caminhantes de velhas estradas, mas, guiadas pela estrela, sigamos trilhas de vida, esperança, amor, reconciliação e encontro, vencendo toda treva e projeto de morte. Sejamos acendedoras de luzes, pessoas novas, porque Deus se manifesta também em nós!”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Ionilton: “Para nós que vamos fazer experiencia vocacional missionária, os confins da terra é a Amazônia”

Uma Eucaristia presidida por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira tem sido momento de envio dos 280 participantes da I Experiência Vocacional Missionária Nacional, que acontece na Arquidiocese de Manaus, na Diocese de Coari e na Prelazia de Itacoatiara de 5 a 17 de janeiro. O Bispo da Prelazia de Itacoatiara, seguindo as palavras do Salmo 147: “Ele envia suas ordens para a terra e a palavra que ele diz corre veloz”, pedia “que a Palavra de Deus, por meio de nós, corra veloz sempre e de modo especial nesta atividade vocacional missionária”. Uma Palavra que “se fez Carne e habitou entre nós”, uma Palavra de deus Encarnada “que veio para nos Libertar do pecado e de suas desastrosas consequências em nossas vidas como pessoas, como igreja e como sociedade”. Seguindo o Evangelho de Marcos, o Bispo fez ver que o texto “nos ajuda a perceber a consciência que João Batista tinha de que ele não era o mais importante. Que o mais importante era Jesus!”. Daí ele fez um chamado a “sempre ter esta consciência: eu não sou o mais importante; o mais importante é Jesus”, e ter isso presente nestes dias de Missão. Uma Missão que, “a partir de nossa vocação, é continuar a Missão de Jesus”. Isso aparece, lembrou o Bispo, na temática desta iniciativa: Como o Pai me enviou eu envio vocês (pés a caminho); recebam o Espírito Santo (enviados pelo Espírito). A Missão é única: “dar testemunho de Jesus”, insistiu Dom Ionilton, que recordou que Jesus disse: “Vocês receberão a força do alto para serem minhas testemunhas até os confins da terra”, o que se traduz “naquele lugar que a Igreja nos confia a missão”, afirmando que “nestes dias para nós que vamos fazer experiencia vocacional missionária, os confins da terra é a Amazônia”. Uma missão que segundo o Bispo da Prelazia de Itacoatiara tem que ser: intensa, andante, indo e vindo; universal, para todas as pessoas, vocês são irmãos; preferencial, dirigia-se especialmente aos “invisíveis”: indígenas, negros, migrantes, crianças, jovens, mulheres, pobres, enfermos, idosos, aqueles e aquelas que não poderão nos dar uma recompensa, que será dada pelo Pai; sinodal: caminhar com, ouvir, falar; profética: anunciar e denunciar; serviçal: estou no meio de vós como aquele que serve; samaritana: andava, via, parava, tinha compaixão, ajudava. Dom Ionilton colocou como inspiradores da missão o ardor missionário de Paulo, Maria e os Pastores, que “foram às pressas, enfrentaram desafios e realizaram a missão”. Ele lembrou as palavras do Papa Francisco na homilia da Noite do Natal, quando fez a proposta de refletir sobre a manjedoura, que nos fala de proximidade, pobreza e concretude. São Palavras que o Bispo diz poder aplicar à Missão. Proximidade, afirmando que “Jesus se fez próximo de nós na encarnação, no seu nascimento”, e que “na missão precisamos nos fazer próximos das pessoas”. Pobreza, pois “Jesus nasceu pobre, em um curral de animais, rejeitado pela cidade, foi envolvido em uma faixa de pano”, o que faz com que “na missão precisamos ser simples, sóbrios, humildes”. Concretude, na medida em que “Deus nos amou concretamente quando nos enviou seu Filho para nos salvar”, o que o levou a insistir em que “na missão precisamos amar de forma real, não apenas com palavras, mas em atos, concretamente”. Uma missão que acontece na Querida Amazônia, e que deve servir “para confirmar ou suscitar em nós o ardor missionário”, destacou Dom Ionilton. Segundo ele, “Cristo é missão, a Igreja é missão, nós somos missão”. Também ser oportunidade “para a gente crescer na consciência sobre a importância de se defender o bioma Amazônia, os povos indígenas, os ribeirinhos, os pescadores, os quilombolas, os pequenos os moradores das vilas e das cidades”. Uma oportunidade para repetir às pessoas que os missionários e missionárias irão encontrar, as palavras do Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio Almeida: “vocês existem e são valiosos para nós”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Participantes da I Experiência Vocacional Missionária Nacional: “Expectativa de poder enriquecer o processo formativo”

Múltiplos sotaques inundam o Seminário São José de Manaus, são as vozes dos participantes da I Experiência Vocacional Missionária Nacional. Seminaristas diocesanos e religiosos, padres, diáconos, bispos, religiosas, membros da Juventude Missionária prontos para se inserir ao longo de uma semana na vida das comunidades da Amazônia. Ao todo são 280 missionários e missionárias de 94 dioceses de todos os regionais que fazem parte da Igreja do Brasil e mais de uma dezena de congregações religiosas, acolhidos com alegria pela Igreja local, segundo afirmou Dom José Albuquerque de Araújo, Bispo eleito da Diocese de Parintins, que ressaltou a existência de diferentes amazônias e experiências eclesiais na região. Uma Experiência Vocacional Missionária que conta com o apoio das Pontifícias Obras Missionárias (POM Brasil), Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB), Arquidiocese de Manaus, Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Pontifícia União Missionária, Conselho Missionário de Seminaristas Nacional (COMISE) e a Juventude Missionária. Um momento importante dentro do processo de formação inicial dos futuros presbíteros, segundo o padre Antônio Niemec. O Secretário Nacional das POM Brasil vê esta experiência como um instrumento de discernimento no processo formativo. Uma oportunidade de encontrar na missão o sentido verdadeiro de sua vocação, enfatizou o padre Zenildo Lima. O Reitor do Seminário São José de Manaus insistiu em não ver esta atividade como um parêntese, um corte na vida do seminário. Os missionários e missionárias chegam numa Igreja nascida de um processo de evangelização onde a relação entre a Igreja e os colonizadores foi mudando, segundo a professora Elisângela Maciel, passando do colaboracionismo à denúncia. A professora chamou a descobrir, lembrando as palavras do Papa Francisco, que a Igreja está aqui para servir. Ela questionou sobre o pôr em prática dos documentos, o estar preparados para os desafios amazônicos, descobrir qual é o rosto amazônico, resolver o problema da falta de Eucaristia, superar o clericalismo e implantar a sinodalidade na Igreja. Na história da Igreja da Amazônia o encontro de Santarém em 1972 tem um lugar de destaque. Em 2022 a Igreja da Amazônia fez memória do vivido 50 anos atrás, constatando a necessidade de uma Igreja encarnada na realidade e uma evangelização libertadora, segundo Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira. Um documento que faz referência aos sonhos da Querida Amazônia, buscando construir uma Igreja com rosto amazônico, um chamado do Papa Francisco. Na cidade de Manaus e seu entorno se estima a presença de cerca de 40 mil indígenas de 38 povos diferentes, chegados de diferentes regiões do interior do Estado do Amazonas para morar nas periferias da grande metrópole da Amazônia, onde tentam manter suas culturas. Uma população que segundo o jovem indígena Eliomar Tukano chegou em Manaus por causa da violência provocada pelos exploradores da Amazônia, sonhando com emprego, educação… Povos que querem viver a missão desde a interculturalidade, pois não cabe mais o discurso de “vou evangelizar os povos originários”, segundo o jovem do povo Tukano. Eles dizem ter sua religião, mesmo aceitando os valores do cristianismo que ajudam em seu Bem Viver e pedem ser protagonistas do trabalho pastoral. A missão é algo que faz parte da vida de Dom Luiz Fernando Lisboa, missionário em Moçambique durante 20 anos, onde foi Bispo da Diocese de Pemba. O atual Bispo da Diocese de Cachoeiro do Itapemirim (ES) considera a missão protagonista e eixo transversal na Igreja, demandando uma maior abordagem da Missiologia na grade da formação teológica dos seminaristas, pois segundo ele, a missão é mãe da Teologia. O Bispo refletiu sobre a missão na Igreja do pós-Concílio Vaticano II, destacando a importância que ela tem na atual estrutura da Igreja, recolhida na Praedicate Evangelium, que quer conferir um novo vigor à ação pastoral da Igreja e uma estrutura mais missionária à Cúria, sendo criado um dicastério que está sob a responsabilidade direta do Papa. A missão tem mudado a visão do mundo de alguém que diz ter saído da África, mas a África não tem saído dele, um lugar onde ele diz ter aprendido a escutar. Por isso, convidou os participantes da Experiência Vocacional Missionária a se colocar a dispor da Igreja e se questionar onde Deus os quer enviar. Em relação com a espiritualidade missionária, Dom Esmeraldo Barreto Farias fez um chamado a vivê-la desde o encontro com Jesus, amando à Igreja lá onde cada um está. O Bispo de Araçuaí (MG) refletiu sobre as dificuldades para a vivência da espiritualidade missionária, dentre elas o relativismo prático, realizar a missão por obrigação ou em palavras do Papa Francisco o pragmatismo cinzento. Mas também destacou as motivações para o ardor missionário, como é o cultivar o espaço interior, rejeitar a tentação de uma espiritualidade intimista ou buscar uma espiritualidade encarnada. Elementos presentes no Programa Missionário Nacional, que conduz a missão da Igreja no Brasil. Missionários que percebem a I Experiência Vocacional Missionária como motivo de alegria que desperta “a expectativa de poder enriquecer o processo formativo”, segundo relata o seminarista Carlos Daniel da Diocese de Colatina (ES). Ele que faz parte da Comissão Nacional do COMISE destaca que “a proposta para os seminaristas que participam é encontrar o sentido verdadeiro da sua vocação, que é que no fundo, no fundo, todos nós somos chamados a ser missionários”. Ele espera nessa experiência vocacional missionária “me encontrar também como um missionário, antes de tudo, como um cristão batizado chamado para a missão”. Acompanhando aos seminaristas da Arquidiocese de Ribeirão Preto, o Padre Manoel diz ter chegado na Amazônia para “fazer uma experiência de reencontro, conhecer a realidade, conviver, ir a essa experiência mais profunda do Evangelho. Conhecer a experiência, conhecer o Evangelho e conhecer a realidade de cada comunidade, de cada povo”. Segundo ele, “o Evangelho é esse encontro sempre, e sobretudo fazer uma experiência até mesmo de levar para a própria comunidade essa abertura que é esse Encontro Nacional Vocacional Missionário, uma abertura que transforma e que ajuda a Igreja a ser transformada”. Gustavo Mariotto foi enviado pelo Instituto Missionário São José, e diz esperar “renovar a minha vocação, a…
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