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Dia: 25 de janeiro de 2023

Diocese de Roraima acolhe Dom Evaristo e lhe convida a “continuar conosco a celebração do mistério da vida”

A Diocese de Roraima emitiu uma nota de acolhida ao seu 10º Bispo, Dom Evaristo Spengler, onde seu administrador diocesano, Padre. Lúcio Nicolletto diz se alegrar “em comunhão com toda a nossa Igreja diocesana ao acolhê-lo no meio de nós com as palavras do Evangelho: ‘Bendito aquele que vem em nome do Senhor!’”. Sobre a Diocese de Roraima, a nota afirma que “somos um povo marcado pela beleza das criaturas do céu e da terra, dos nossos igarapés e buritizais, pelos nossos lavrados, serras e rios: somos povo da Amazônia! Somos um povo marcado pela multietnicidade, pela beleza da miscigenação de raças, línguas, tradições e culturas que nos deixam entrever em cada dimensão de nossa vida cultural, social e eclesial a necessidade da convivência com o diferente como paradigma de crescimento integral, como eixo norteador do nosso esforço para sermos um só coração e uma só alma!”. Junto com isso é destacado que “somos um povo marcado pela necessidade do encontro com o estrangeiro que há mais de cinco anos está batendo à porta de nossas casas, comunidades e instituições pedindo acolhida, proteção, promoção e integração para restaurar aquela dignidade que o poder opressor arrancou e esmagou em nome de logicas de interesses particulares. Somos um povo que busca caminhos de integração entre pessoas que vivem frequentemente o triste fardo de mudanças ou transferência para outros estados do Brasil em busca de trabalho ou oportunidades de vida melhores”. Em relação aos povos indígenas, a nota denuncia que eles são “ainda pouco ou nada respeitados, conhecidos e valorizados como verdadeiros guardiões da nossa casa comum”. O texto faz referência ao calvário do Povo Yanomami, “infinitas vezes denunciado ao longo de anos também pela Igreja católica de Roraima, mas regularmente desconsiderado, temos prova desse compromisso urgente com a vida que precisamos assumir como inadiável”. Um povo que “precisa crescer sempre mais na consciência de uma fé que seja fruto de uma opção fundamental por Cristo e pelo seu Reino na evangélica opção pelos mais pobres, excluídos e marginalizados”, destaca a nota de uma diocese que diz ter consciência “de que precisamos crescer no compromisso de sermos uma Igreja que quer se fazer carne e quer armar a sua tenda nesse recanto da região amazônica sabendo que só assim poderemos anunciar a Boa nova do Evangelho de Cristo como fonte de sentido e de libertação para todos os povos”. Nesse sentido é ressaltado que “nossa diversidade sociocultural é um convite e um compromisso para trabalharmos em comunhão em defesa da Vida em todas as suas dimensões, mormente quando é ameaçada pelos impactos causados por um equivocado conceito de progresso que confunde desenvolvimento com crescimento meramente econômico, multiplicação de riqueza material, expansão indiscriminada do agronegócio, deixando de promover, muitas vezes, a justiça social e o bem-estar de todos e para todos, assim como reza o Documento pelos 50 anos do Encontro de Santarém”. Finalmente fazem um convite a Dom Evaristo para caminhar com sua nova diocese, “e assim poderá experimentar a reconfortante presença de Cristo Jesus que caminha certamente com o povo de Roraima, rumo ao reino definitivo, lutando conosco para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária! Venha dom Evaristo, e sinta a alegria da presença de tantos batizados e batizadas que vivem seu sacerdócio batismal como fonte de alegria e de compromisso na mesma missão evangelizadora! Venha caminhar conosco, caríssimo dom Evaristo! Aqui em Roraima certamente encontrará o afago de inúmeros abraços acolhedores de missionários e missionarias que querem somar com o clero e o laicato dessa diocese para continuar sendo fermento bom na massa de nossa humanidade. Venha, dom Evaristo para continuar conosco a celebração do mistério da vida repartindo para nós o pão da vida e como Francisco e Clara de Assis, ensinar que a vida é comunhão e missão para que todos tenham vida e vida em abundância!”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Evaristo Spengler novo Bispo de Roraima. Regional Norte1 o acolhe com imensa alegria

O Papa Francisco nomeou neste 25 de janeiro de 2023 a Dom Evaristo Pascoal Spengler, OFM, como novo Bispo da Diocese de Roraima. Nascido em Gaspar (SC), no dia 29 de março de 1959, era até agora Bispo da Prelazia do Marajó no Pará. Com pós-graduação em Teologia Bíblica pelo Studium Biblicum Franciscanum, em Jerusalém, Dom Evaristo realizou sua profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 1982. Foi ordenado diácono em 21 de novembro de 1982 e presbítero, no dia 19 de maio de 1984. Foi nomeado Bispo da Prelazia do Marajó pelo Papa Francisco em 1º de junho de 2016, sendo ordenado Bispo por seu confrade Dom Leonardo Ulrich Steiner, atual Cardeal Arcebispo de Manaus, em 6 de agosto de 2016. O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em nota da presidência, disse acolhê-lo “com imensa alegria para ser o novo Bispo da Diocese de Roraima”. A nota lembra que “como pastor da Igreja do Marajó, o senhor abraçou com tal generosidade e coragem sua missão na nossa querida Amazônia, que nós o elegemos para ser Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica, REPAM-Brasil”. O texto faz referência à situação que está vivendo o Povo Yanomami na Diocese de Roraima, destacando a recente mensagem da REPAM-Brasil, onde o novo Bispo da diocese “revelou o amplo conhecimento que possui sobre a tragédia humanitária que enfrenta o Povo Yanomami, provocada pelo garimpo ilegal, pelo desmatamento, pela poluição das águas, sinais da perversidade provocada pela ausência de políticas públicas e pela negligência planejada com os modos de vida e com a cultura dos povos indígenas”. A presidência do Regional Norte1 da CNBB anima o novo Bispo da Diocese de Roraima a que “não tenha medo, a missão que o espera é exigente e desafiadora, mas o Senhor que o chama, também o acompanhará sempre com a sua graça e a força do seu Espírito”. Finalmente, antes de pedir a intercessão de Nossa Senhora do Carmo, Padroeira da Diocese de Roraima, pela missão que a Igreja está lhe confiando, os Bispos do Regional Norte1 afirmam que “pode estar certo de que contará sempre com a acolhida fraterna, a solidariedade permanente e as preces constantes de seus irmãos no ministério episcopal”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Mário Antônio da Silva: “Existem muitos discursos de defesa da vida, mas pouca prática em defesa da vida fragilizada”

Durante quase seis anos, de 2016 a 2022, o atual Arcebispo de Cuiabá foi Bispo da Diocese de Roraima, afirmando que viveu esse tempo desde o aprendizado e a partilha com as comunidades, também com os povos indígenas. A situação que vive o Povo Yanomami o leva a destacar o trabalho realizado com esse povo pela Igreja de Roraima, sobretudo pelos missionários e missionárias da Consolata. Um trabalho de defesa, que “se dá por omissão das autoridades, que têm a competência de cuidar dos povos indígenas”. Diante desse momento de tristeza e de luto, Dom Mário Antônio chama a assumir uma verdadeira ecologia integral. O 2º Vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), faz um chamado a que “como católicos nos unamos em defesa da vida e da vida concreta”. Segundo ele, “hoje existem muitos discursos de defesa da vida, da fecundação até a morte natural, mas pouca prática em defesa da vida concreta existente diante dos nossos olhos, sobretudo quando ela está fragilizada”. O senhor foi Bispo da Diocese de Roraima durante quase seis anos. Por todos os lugares onde passamos, vai ficando um pedaço do nosso coração. O que o senhor deixou na Diocese de Roraima? Meu período em Roraima, quase seis anos, foi um período de muitos desafios, mas também de muito aprendizado, aprendizado com as comunidades, sobretudo daquelas que estavam mais distantes do grande centro, que é a capital. Mas um aprendizado ímpar com os povos e comunidades indígenas. Das muitas coisas que eu aprendi lá e procurei retribuir é a proximidade com as pessoas, a proximidade no aspecto de estar junto, não só para celebrar a missa, mas também para a convivência. E a convivência se dava nos arraiais, se dava nas quermesses, se dava até nos momentos de comensalidade, eram momentos muito bonitos. O que eu procurei também partilhar com as comunidades da Diocese de Roraima é que nós precisamos ter uma fé que é mais do que normas, sejam católicas ou bíblicas. Mas a nossa fé é adesão a Jesus Cristo e essa adesão é visibilizada pelo seguimento a Ele, na prática da paz, da justiça e da solidariedade. Foi isso que eu procurei partilhar com as pessoas, recebendo deles impulso e motivação para uma missão diante de tantos desafios. O senhor fala da importância da convivência com o povo. Entre os yanomami, a Diocese de Roraima se faz presente através dos missionários e missionárias da Consolata, na missão Catrimani, realizada desde a convivência com esse povo. Qual a importância dessa presença como Igreja no meio do Povo Yanomami e esse jeito de anunciar o Evangelho? A Diocese de Roraima sempre teve na sua história, sobretudo com os bispos anteriores, grande preocupação com os povos indígenas e também específica com o Povo Yanomami, com a presença dos missionários e as missionárias Consolata, uma presença heroica, de mulheres e homens na convivência com as comunidades do Povo Yanomami, no respeito à cultura, no respeito à religião, na convivência, no fomentar os valores e em valorizar a sabedoria do Povo Yanomami. No seu cuidado com a própria cultura, com a própria humanidade, com os membros de cada maloca, de cada comunidade, como também no cuidado da natureza, com o cuidado da floresta, dos rios, da obra do Criador. É um jeito de conviver muito respeitoso e que tem sementes do Evangelho, que realmente revela o que o ser humano tem de mais humano e divino, no estar, na interlocução e no confronto. Por isso, a Diocese de Roraima tem uma contribuição sem igual em toda a Igreja, para todo mundo, a través do testemunho dos missionários e missionárias da Consolata, essa presença de respeito, de valorização, e digna de ser chamada também do Reino de Deus à luz daquilo que nos fala São Paulo, da graça, paz e justiça do Espírito Santo. Uma presença que também foi de defesa diante de tantos ataques que os povos indígenas e sobretudo o Povo Yanomami têm sofrido nas últimas décadas. Por que é importante essa atitude de defesa da Igreja assumida pela Diocese de Roraima em favor dos povos indígenas, do Povo Yanomami? A gente gostaria que todo ser humano tivesse sua dignidade humana respeitada, seus valores reconhecidos, seus direitos cumpridos para que pudessem também seus deveres serem executados, sem traumas, sem sacrifícios, sem opressão e sem injustiça. Mas infelizmente é fantasia achar que a Igreja não precise estar na luta pelos mais empobrecidos. A Igreja de Roraima, como toda a Igreja católica, quando se coloca ao lado dos indefesos, dos mais pobres, tem sido a grande testemunha de Jesus Cristo. No caso do Povo Yanomami, os missionários e missionárias da Consolata abrem portas e abrem os nossos olhos para uma atitude fundamental, mesmo que específica, diante dos desafios dos povos yanomami, lutar pela dignidade da sua vida, da sua saúde, de sua própria religião, conservando e escutando a sua própria sabedoria. A defesa da Igreja se dá por algo que a gente fica muito triste, se dá por omissão das autoridades, que têm a competência de cuidar dos povos indígenas, da omissão do Governo Federal, do Governo Estadual e de outras instituições que têm a competência de cuidar dos povos indígenas. Esse abandono, esse descaso, esse desmonte de direitos fez com que os povos yanomami entrassem ainda em uma escuridão maior, em uma treva que não mereciam. Parece-me que agora vem aí uma nova luz, tem novas luzes que surgem. Uma luz que a Igreja sempre procurou manter, mesmo que de maneira limitada, com as suas forças e com a sua missão lá com o Povo Yanomami. Uma atitude que não é exclusiva da Igreja de Roraima, mas que poderíamos dizer que é assumida pela Igreja do Brasil e inclusive da Igreja universal com o apoio expresso do Papa Francisco aos povos indígenas. Como Vice-presidente 2º da CNBB, como o senhor pensa que a Igreja do Brasil está impulsando essa defesa e como o que está acontecendo com o Povo Yanomami desafia a Igreja…
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Padres de Coari, Tefé e Alto Solimões participam do Retiro anual

Os padres das igrejas locais da calha do Solimões participam na cidade de Coari de 23 a 27 de janeiro de 2023 do Retiro anual. O tema do retiro deste ano é “A Missão de cuidar e o cuidado da Missão, a partir da pedagogia de Jesus”, tendo como passagem iluminadora Lucas 24, 13-36. O tema está em concordância com as temáticas trabalhadas pelos presbíteros do Brasil nos últimos anos, tendo sido refletido no último Encontro Nacional dos Presbíteros, realizado em Aparecida em maio de 2022. Também está presente no retiro o III Ano Vocacional no Brasil, que está sendo realizado neste ano de 2023, com o tema “Corações ardentes, pés a caminho”. Um momento único para reencontrar com Deus, para renovar o ministério e a vocação. Cerca de 35 presbíteros da Diocese de Coari, a Diocese de Alto Solimões e a Prelatura de Tefé estão participando deste momento de oração. No retiro estão presente Dom José Altevir da Silva, Bispo da Prelazia de Tefé, que é o pregador do retiro, Dom Marcos Piatek, Bispo da Diocese de Coari e Dom Adolfo Zon, Bispo da Diocese de Alto Solimões. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Com informações e fotos do Pe. Marcelo Gualberto, Diocese de Alto Solimões