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Dia: 27 de janeiro de 2023

Encerrado Retiro do Clero de Coari, Tefé e Alto Solimões: caminhar com Jesus como discípulos de Emaús

Encerrou na manhã do dia 27 de janeiro o Retiro Interdiocesano do clero das Igrejas locais de Coari, Alto Solimões e Tefé, as Igrejas que ficam as margens do Rio Solimões. Um retiro que aconteceu na Casa de Retiro Santo Afonso na cidade de Coari, e que contou com a participação de 37 padres. Junto com eles estiveram presentes os três bispos: Dom Adolfo Zon da Diocese de Alto Solimões, Dom Marcos Piatek da Diocese de Coari e Dom José Altevir da Silva da Prelazia de Tefé, que foi o pregador do retiro. Ao longo dos dias de retiro, Dom Altevir traçou 7 passos para os participantes refletiram a partir da pedagogia de Jesus em seu caminhar com os discípulos que iam a caminho de Emaús. Na sua reflexão o Bispo da Prelazia de Tefé, no primeiro passo que seria o encontro, partiu da ideia de que “o caminhar com é dispor-se a conhecer, é sentir de perto a necessidade do outro”. Num segundo passo, a escuta nos leva a descobrir que “Jesus toma a iniciativa, mas não interrompe o assunto. Ouvir faz parte do acolhimento”, questionando aos presentes sobre se “eu sinto a dor do meu irmão presbítero?”. O terceiro passo, a realidade, vendo que “Jesus quer entendê-los nos seus sofrimentos, nas suas angustias e buscas”, levou Dom Altevir a refletir sobre a identidade do discípulo missionária a partir do Documento de Aparecida e questionar se “meu irmão presbítero importa para mim?”. O quarto passo, a catequese, levou a pensar em como “a Palavra de Deus ajuda a entender os fatos aquece o coração, pois as Escrituras indicam o caminho a seguir”, fazendo um convite a se colocar ao dispor daquele que chama. No quinto passo, a acolhida, Dom Altevir quis mostrar que “a sensibilidade aumenta à medida que se conhece as Escrituras”, pois isso faz com que “cresce a confiança e vem o convite”. O Bispo mostrou ao clero que “fomos escolhidos e enviados pelo próprio Deus a sermos discípulos”, pedindo que Deus os anime na caminhada. O sexto passo, o celebrar, mostrou que “é a memória do jeito de ser e fazer de Jesus que nos permite abrir os olhos e reconhecer a presença viva do Ressuscitado”. Finalmente, o último passo refletido foi a missão, sendo chamados a descobrir que “é através da experiência de caminhar e de partir o pão que os nossos olhos se abrem para a missão”, assumindo que “já não sou eu, é Cristo que vive em mim”. Um elemento que tem que levar os padres a se perguntar se eles confiam no irmão padre e se o outro pode contar com eles. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Com informações do Padre Marcelo Gualberto e fotos do Padre Valdivino

A Bíblia protagonista da 4ª Etapa da Escola de Formação da Diocese de São Gabriel da Cachoeira

A Diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou durante a segunda quinzena do mês de janeiro a 4ª Etapa da Escola de Formação de Lideranças, que contou com a participação de cerca de 70 lideranças das diferentes paróquias e pastorais. Desta vez foi estudada a Palavra de Deus. Na primeira semana a Ir. Tea Frigerio abordou o tema da Mulher na Bíblia, algo que a religiosa enfrentou como um desafio, dado que teria que falar sobre essa temática para os povos originários, que são a grande maioria na Diocese. Ela disse ter sentido o receio de “confrontar meu pensar com o pensar das culturas indígenas sobre a mulher”, mas após a experiência ela disse ter saído enriquecida. Um auditório formado em sua maioria por homens, “mas o diálogo, a troca de ideias, as conversas, a inculturação daquilo que eu dizia, no mundo e na cultura deles, foi muito enriquecedor para mim. Perceber como em todas as realidades têm ideias, têm ideologias, têm pensamentos sobre a questão da mulher, sobre a estrutura social onde a mulher ela é dominada, ela é relegada a um papel dependente. Isso legitimado pela Bíblia e legitimado também pelas culturas. Legitimado muitas vezes pelos mitos ou pelas narrações bíblicas”. O curso começou partindo do que é um paradigma, convidando a desconstruir, a se abrir a outras maneiras de pensar, a propostas de igualdade e de inclusão, afirmou a assessora. No caso da mulher, “ela propõe a reflexão sobre as diferenças culturais, sobre as exclusões, sobre as hierarquias que nós fazemos na sociedade”, afirmou a Ir. Tea. Ela apresentou um método da leitura feminista, libertadora da Bíblia, a partir da vida de hoje e da vida na Bíblia. A partir do texto bíblico foi estudada a figura da mulher israelita, na sociedade, na família e na religião, e como isso influencia a atuação de Jesus. Foi abordada a questão das mães e das matriarcas em Israel, seguindo um itinerário e mostrando sua relação com o poço, sempre trazendo o olhar para os nossos dias. A partir das mulheres que não tem nome na Bíblia foi refletido sobre a violência contra a mulher, o feminicídio e a violência doméstica, estudando diferentes mulheres na Bíblia. Também foi estudado sobre as profetisas, destacando que em sua profecia, o centro é a vida. Em relação à mulher no Segundo Testamento foi abordada a prática profética de Jesus com as mulheres. A reflexão mostrou que “as mulheres na relação com Jesus, elas educam, formam e ensinam a Jesus”, se parando em algumas mulheres, que se encontraram com Jesus e interagiram com ele, se tornando protagonistas de seu próprio destino e entraram a formar parte do grupo de discípulos e discípulas que acompanharam Jesus. Foi estudado o Evangelho de João, onde aparecem 7 mulheres, todas elas protagonistas na comunidade ao lado de Jesus. Tudo na perspectiva do hoje, se questionando sobre o papel da mulher na Igreja, em casa, sobre a violência, o feminicídio, o caminho que a mulher esta percorrendo para encontrar seu protagonismo na sociedade e na Igreja, como presença que defende a vida em seu agir e relacionar. Tudo isso permitiu “interagir com muita simplicidade, muita lealdade, muita honestidade, reconhecendo que muitas vezes, na própria mitologia da cultura indígena como na mitologia da Bíblia se vitimiza e se mantem à mulher num papel subordinado, mas a mulher saber encontrar brechas para saber ser protagonista”, insistiu a Ir. Tea. O curso foi também oportunidade para estudar o Livro dos Atos dos Apóstolos, “percebendo nele o testemunho do nascimento da Igreja”, segundo o padre Luciano Motti, assessor desta parte. Um texto de grande importância “para a compreensão da identidade da Igreja, para a identidade da missão da Igreja”, que nasce como comunidade, que é onde se dá a vivência da fé em Jesus. Segundo o assessor é “uma comunidade que se forma em torno da experiência do testemunho da Páscoa de Jesus, que se sustenta no ensino dos apóstolos e no aprofundamento da Palavra de Deus, se sustenta pela comunhão fraterna, se sustenta por uma vida de oração e na Eucaristia”. “A Igreja apresentada nos Atos dos Apóstolos é uma Igreja que além de nascer comunidade, ela nasce missionária, nasce voltada para fora, nasce essencialmente como testemunho”, destacou o Padre Luciano. Ele destacou nessa Igreja “a abertura aos outros, a abertura aos mais diversos, aos excluídos, aos estrangeiros, aos pagãos”, assim como aos ministérios, destacando o papel protagonista da mulher. O assessor lembrou que a comunidade nascente não perfeita, tem seus dramas, tem seus conflitos, mas é uma Igreja que os resolve pela via do diálogo e em assembleia, respeitando a diversidade de ministérios, com espaço para o protagonismo de todos os cristãos. O padre destacou que tem sido uma semana para ler juntos os Atos dos Apóstolos e buscar “aprofundar a compreensão desta experiência original, originante, fundante do cristianismo, tendo os olhos na vida das nossas comunidades, pisando o chão que é pisado pelas nossas comunidades”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1