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Dia: 5 de fevereiro de 2023

Arquidiocese de Manaus, que “continua sendo a sua casa”, agradece e envia Dom José Albuquerque

Dom José Albuquerque de Araújo, que no próximo domingo 12 de fevereiro assume a Diocese de Parintins como Bispo diocesano, se despediu neste domingo 5 de fevereiro da Arquidiocese de Manaus, onde ele nasceu, foi ordenado presbítero e desde 2016 assumia a missão de Bispo Auxiliar. A despedida aconteceu numa celebração eucarística na Catedral da Imaculada Conceição e contou com a presença do Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, Dom Edson Damian, Bispo de São Gabriel da Cachoeira e Presidente do Regional Norte1 da CNBB, presbíteros, familiares e amigos de Dom José, dentre eles sua mãe, e o povo da Arquidiocese. Uma celebração de agradecimento e de envio, segundo lembrou Dom Leonardo, que mostrou o agradecimento pelo tempo que Dom José serviu a Arquidiocese de Manaus como presbítero e depois como Bispo auxiliar. Uma celebração para agradecer “o dom da sua vida, o dom do seu ministério, e que ele possa lá igualmente ajudar o povo de Deus a ser sal da terra e luz do mundo”. Na homilia, o Bispo eleito de Parintins disse que Jesus nos convoca a “ser sal da terra e luz do mundo”, destacando como algo impressionante o jeito de falar de Jesus, “simples, acessível, compreensível, mas de uma forma muito profunda”. Dom José definiu o ser sal como “saber fazer a diferença, o sal nos dá sabor”, dizendo que pelo fato de ser sal, “o cristão, a cristã no mundo é chamado a ser aquele que vai fazer a diferença, aquele que conhece a Cristo, que aceita o seu chamado, que responde o seu chamado e que procura por meio de seu vida dar um testemunho”, um testemunho que tem que ser uma luz. Dom José Albuquerque insistiu na necessidade de se importar com a vida do outro, afirmando que “um dos males do nosso tempo é sem dúvida a indiferença, a falta de sensibilidade, a falta de solidariedade, a falta de amor”, algo que ele vê como vocação e missão, “estarmos no mundo como uma presença consoladora, uma presença solidária”. Seguindo o texto do Profeta Isaías da liturgia do dia, o Bispo destacou que “a vida cristã tem que sempre nos levar a agirmos pela caridade”. Sua nomeação e envio como Bispo de Parintins é visto por Dom José Albuquerque como um presente dos céus, insistindo em que “o que mais me conforta o coração é saber que eu vou continuar servindo à Igreja na Amazônia”. Ele disse “como é bom dar continuidade a minha caminhada vocacional junto com um presbitério muito querido”, e em poder continuidade à missão de Dom Giuliano Frigenni, que está lá quase 24 anos como Bispo na Diocese de Parintins. Da sua nova diocese, Dom José destacou o fato de ser um povo muito fervoroso e com uma caminhada muito bonita de Igreja, dizendo levar em seu coração, em sua vida a Igreja de Manaus, a quem diz que sempre estará unido pela sua oração e pela gratidão que vai levar para a vida toda. Para isso o Bispo eleito de Parintins disse contar com a oração de todos, “para que eu não atrapalhe o Espírito Santo na missão de ser Bispo daquela Diocese”, dizendo se sentir “um instrumento, um servidor, alguém que vai de alguma forma ajudar a comunicar a Palavra e fazer com as pessoas possam se apaixonar por Cristo como eu sou apaixonado”. Em nome do Regional Norte1, seu Presidente Dom Edson Damian disse ser tão bonito “ver o Papa escolhendo padres daqui da Amazônia para serem os bispos das nossas dioceses”. O Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira mostrou a gratidão e estima fraterna do Regional Norte1, onde Dom José vai continuar seu ministério episcopal, também a colegialidade episcopal e fraternidade. Dom Edson agradeceu ao Cardeal Leonardo Steiner por sua visita ao Povo Yanomami que estava sofrendo um verdadeiro genocídio, em nome do Regional, do Papa Francisco e do episcopado brasileiro, “mostrando solidariedade e denunciando tantas atrocidades que foram cometidas lá naquela região”. Dom Leonardo disse em nome da Arquidiocese “agradecer de coração o seu ministério aqui em Manaus e desejamos todas as bençãos de Deus agora em Parintins”. Seguindo as palavras de Dom Edson, o Cardeal insistiu no fato do Papa Francisco ter buscado no meio do nosso clero, da nossa região, homens para servir à Igreja, pedindo poder continuar com isso, escolhendo “homens de nossa região, que compreendem nossa cultura, religiosidade e assim animar nossa Igreja a sermos sal da terra e luz do mundo”. O Arcebispo de Manaus pediu àquele que tem sido seu Bispo auxiliar que “esse sal seja o tempero que você possa levar junto do povo de Deus, que eles sintam sempre que Deus os acolhe, que Deus os tempera, que Deus os vivifica e restaura”. Dom Leonardo deu seu “muito obrigado pelo seu ministério aqui no nosso meio e que Deus o abençoe”, lembrando que “Manaus continua sendo a sua casa”. Em nome do clero, Monsenhor José Carlos Sabino de Andrade disse a Dom José, que “é filho desta terra”, que “você realizou um grande trabalho, serviu com dedicação, espírito de doação, entrega total por causa do Reino de Deus”, agradecendo por isso e pedindo a Deus ardor missionário para sua nova missão como Bispo da Diocese de Parintins, fazendo realidade uma Igreja em saída, insistindo em que Manaus é sua primeira casa e que “aqui será sempre recebido, será sempre acolhido, sempre se sentirá entre irmãos”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Sal da terra, luz do mundo, sermos uma presença transformadora não inofensiva, sem gosto, sem sabor”

Ser sal da terra e luz do mundo é aquilo que “Jesus continua a nos indicar a que fomos chamados”, nos lembra o Cardeal Leonardo Steiner no comentário às leituras do 5º Domingo do Tempo Comum. O Arcebispo de Manaus lembra que “no Evangelho do domingo que passou, vimos que fomos chamados a perseverar, a ser fidelidade, a permanecer a caminho, ser fiéis”. O chamado a ser sal e luz é visto pelo cardeal como a “necessidade de uma transformação radical do nosso existir”, insistindo em ser “sal e luz que anunciam o novo céu e a nova terra, onde possa desabrochar, livre de toda a servidão, uma nova felicidade. Somos, mais uma vez convidados à plenitude”. Lembrando que as bem-aventuranças nos ensinam “o modo de viver, de caminhar de jamais voltar para trás com a texto das chamadas”, vemos neste domingo “Jesus a nos dizer que somos sal da terra e luz do mundo. É o chamado à conversão radical, o retorno do coração à fonte do ser, a Deus. As palavras de Jesus a destravar, desvencilhar a nossa vida, para impulso dinâmico do sopro divino, sagrado, criador, iluminador, libertador da vida. Entrarmos na dinâmica da luz, do sal”. Fazendo ver que “o sal pode destruir por corrosão”, Dom Leonardo afirma que “o próprio do sal é conservar a comida, proteger contra a putrefação, a decomposição. Ele mantem os nossos alimentos saudáveis. Sobressai no sal a sua virtude protetora e purificadora, fazendo dele um condimento fisiologicamente necessário à vida, um remédio, símbolo da incorruptibilidade, de perenidade”. O cardeal lembra “o pacto de sal” no Antigo Testamento, “que designa uma aliança que Deus não pode romper com seu povo”. Segundo ele, “o sal que acompanha as ofertas e os sacrifícios. Como a mesa é o altar e toda refeição um sacrifício, o hebreu oferece aos convivas o pão e o sal. O sal é símbolo da hospitalidade e da comunhão”. Ser ouvintes de Jesus, nos torna “um povo que é sal, tempero, sinal, preservação da presença, do cuidado de Deus”, segundo Dom Leonardo. Citando um poeta, ele diz que “o sal a simbolizar o Povo de Israel, e o novo Povo de Deus, a Igreja”. Ser o sal da terra é “um testemunho da presença salvadora e criadora de Deus”, insistindo em cada um de nós e como comunidade de seguidores e seguidoras de Jesus, “se deixamos de ser sal, se deixarmos de sermos preservação, condimento necessário à vida, um remédio, o símbolo da incorruptibilidade, de perenidade, ‘não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens’”. Diante disso, “o sal que deveríamos ser, é dispensado, jogados fora”, ressalta Dom Leonardo, que questiona: “Se somos sal, qual a nossa valia, a nossa contribuição, na visibilização do Reino de Deus; da transformação da nossa sociedade como sal da terra?”. O Arcebispo vê o ser sal como “tempero de paz, de concórdia, de solidariedade, de samaritanidade; sal de justiça, de equidade; sal de ânimo, de caminho a ser percorrido, jamais desanimar”. Daí faz um chamado a “não deixar que a nossa humanidade esteja corrompida. O sal não pode deixar de salgar. Mas nós como sal da terra, podemos perder a força cuidadora, purificadora, salgadora, mostrando o sentido de conviver pelas sendas e caminhos de Deus”. Seguindo a tradução bíblica, “se somos sal e deixamos de ser sal, enlouquecemos, não sabemos mais quem somos, não conservaremos a preciosidade da vida, não preservamos mais a vida na sua totalidade”, diz Dom Leonardo. Ele reflete dizendo que “se um povo deixar de ser sal, se um povo enlouquecer, perder a razão de existir, de ser, quem executará a sua missão de salvar o mundo?”. Citando André Chouraqui em sua obra “A Bíblia Matyah”, o Cardeal diz que “Israel não será mais suficientemente forte para nada senão ser jogado fora e pisado pelos homens. É o que aconteceu efetivamente em 70 d.c., quando as legiões romanas destruirão a pátria e o templo de Israel, pisando no povo e jogando fora os sobreviventes, vendidos como escravos nos mercados do império romano”. Nesse ser sal da terra, o Cardeal Steiner afirma que “somos chamados, vocacionados a ser o tempero, o sabor da vida de tantas existências que perderam a razão de existir, de ser. Seguidores e seguidoras de Jesus somos, pela cruz e ressurreição de Jesus sal. A sinalizar o sentido da agradabilidade e suavidade do Reino”. “A luz se faz mais luz na noite, nas trevas”, segundo o Cardeal, que lembra que “na criação Deus concede a luz, tudo fica iluminado. A luz, o conhecimento, a iluminação, como o sopro de vida, o sopro de Deus, o Espírito que paira e ilumina.  A sua vibração é criadora, ela traz em si o real que ela forma e esculpe em sua transparência. A luz precede as trevas e as sucede tanto na ordem real quanto na iluminação interior de uma dualidade universal que se exprime desde os primeiros versículos do Gênesis”, se referindo novamente às palavras de André Chouraqui. Dom Leonardo ressalta que “a luz simboliza a vida, a salvação e o amor que brotam da fonte única: Deus que é própria Luz”. Ele destaca que “a dinâmica das palavras de Jesus segue o método talmúdico do geral ao particular”. Junto com isso, o Arcebispo de Manaus nos faz ver que “Jesus nos chamou de ‘luz do mundo’ porque, iluminados por Ele, verdadeira e eterna Luz, nos tornássemos, a luz que brilha nas trevas. Jesus é o Sol da Justiça; nos chama a todos para ser ‘luz do mundo’; pois é por meio de nós que irradia sobre o mundo a luz esplendorosa de Jesus”. Diante disso, “deveríamos, com nosso modo de vida, afugentar dos corações das pessoas as trevas do erro, da injustiça, do abandono, do desprezo, do egoísmo. Manifestar a luz da verdade, da bondade, da proximidade, da samaritanidade”. Recordando as palavras de São Paulo, nos diz que “iluminados por Jesus e pelos irmãos e irmãs que seguem a Jesus,…
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Yanomami. Artigo de Dom Leonardo no Jornal Em Tempo

A visita aos Yanomami durante a semana que passou, fez perceber que não há exagero quanto à catástrofe que se abateu sobre diversas aldeias Yanomami. Um dos testemunhos que me impactou profundamente foi ouvir que boa parte do Povo Yanomami está morto espiritualmente. Quais as causas testemunhadas? A destruição da floresta, os assassinatos e ataques de todo tipo que sofrem, humilhações, os estupros, o roubo de crianças, os suicídios. Tudo como consequência do garimpo, que tem levado as 120 comunidades Yanomami a situação de calamidade. “A exploração sexual no garimpo, inclusive de menores, e a morte violenta de mulheres indígenas, visando a desaparição dos povos originários e suas culturas, uma realidade que denunciada pelos próprios indígenas, tem impactado fortemente. De fato, as estatísticas dizem que 70% das mulheres assassinadas em Roraima nos últimos anos morreram no garimpo, uma realidade forjada na violência e controlado pelo crime organizado chegado de outras regiões. Uma violência que é reproduzida na cidade de Boa Vista, que tem como consequência uma sociedade cada vez mais dividida e omissa”. (Luis Miguel Modino) São manifestações de bestialidade relatados nas guerras. Não pode haver indiferença. Se trata da nossa humanidade, do nosso ser! As lideranças ouvidas, afirmam: “quem está matando é o garimpo, que está na Terra Indígena e na cidade”, insistindo que “o garimpo está banhado de sangue”. A desintrusão da terra Yanomami é urgente, se não desejarmos a continuidade do desaparecer lento de um povo. Quando um povo perde a espiritualidade, perde a sua alma, vegeta, há perda de horizonte, nasce o desejo da morte, desaparece a suavidade da alegria e as crianças deixam de sorrir. Além da situação do garimpo, o que levou à situação de desumanidade foi a falta de assistência de saúde. O Estado brasileiro foi omisso. Os relatos ouvidos o confirmam. O Relatório “Yanomami sob ataque”, evidencia e denuncia a violência contra o Povo Yanomami. Ele foi entregue em abril de 2022 aos 3 poderes, executivo, legislativo e judiciário. Não houve omissão da parte dos indígenas e suas organizações, não houve omissão da Igreja católica e outras organizações. No relatório foram recolhidos depoimentos e dados que mostram os efeitos devastadores do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Enfatiza a necessidade de articulação das organizações indígenas, que na atualidade contam com pessoas muito bem-preparadas e altamente organizadas. O serviço dos órgãos do Estado, o serviço dos organismos indígenas e os serviços da Igreja ajudarão a superar o estado de morte. Também há disponibilidade e sonho de olhar na busca de ações de futuro que possam devolver uma convivência digna, culturalmente própria, espiritualmente de fonte. Sempre há esperança quando floresce solidariedade, samaritanidade, amor ao próximo.   Cardeal Leonardo Steiner  – Arcebispo de Manaus

Prelazia de Tefé acolhe de 06 a 09 de fevereiro encontro dos Bispos do Regional Norte 1

A Prelazia de Tefé de Tefé acolhe de 06 a 09 de fevereiro de 2023 o encontro dos Bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No encontro está prevista a participação de 12 bispos além da presença do Padre Lúcio Nicoletto, administrador diocesano da Diocese de Roraima e da Secretária do Regional, Irmã Rose Bertoldo. No dia 06, os Bispos irão se encontrar com os padres da Prelazia de Tefé, lideranças pastorais e outras autoridades, continuando posteriormente sua programação. O primeiro dia do encontro será encerrado com a celebração eucarística de acolhida na Catedral de Santa Teresa. A celebração será transmitida ao vivo através do Facebook da Prelazia de Tefé @prelaziadetefe e pelo Facebook e site da Rádio Rural de Tefé FM 93,9. Na terça-feira 07 de fevereiro, os Bispos celebrarão nas paroquias da cidade e nas comunidades circunvizinhas, levando adiante a pauta marcada para o encontro, um trabalho que deve continuar no dia 08 de fevereiro. Os Bispos terão oportunidade de conhecer Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, onde é desenvolvido um Programa de Turismo de Base Comunitária. Os Bispos retornarão para Manaus no dia 10, desde onde se deslocarão até Parintins para participar da posse do novo Bispo da Diocese de Parintins, Dom José Albuquerque de Araújo.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da Prelazia de Tefé