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Dia: 7 de fevereiro de 2023

A Igreja do Brasil e do mundo convida a rezar pelas vítimas do Tráfico Humano

Um dia para lembrar das vítimas do tráfico humano, na data em que a Igreja celebra a festa de Santa Bakhita, que também foi vítima deste crime. No dia 8 de fevereiro, a Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Rede Internacional Talitha Kum, convida a participar da 9ª edição do Dia de Oração e Reflexão Contra o Tráfico de Pessoas. O Papa Francisco instituiu essa data para que as pessoas dediquem um tempo de orações e reflexões sobre o Tráfico de Pessoas. Em 2023 a proposta é a realização de uma “Romaria pela Dignidade Humana” (Baixar a celebração em PDF para rezar com sua comunidade). O tema deste ano é “caminhando pela dignidade”, tendo como inspiração o preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos que define a dignidade humana como horizonte da liberdade, da justiça e da paz. Se busca refletir e rezar pelas vítimas desta violência silenciosa, lembrando Santa Bakhita, vítima de uma realidade que provoca grande dor e sofrimento, pedindo que ela interceda pelas vítimas e inspire ações concretas. Dentre essas ações o Papa Francisco propõe a economia solidária, uma economia de cuidado, que cria oportunidades, não explora e defende a dignidade das pessoas: “uma economia sem tráfico de pessoas é uma economia com regras de mercado que promovem a justiça e não interesses especiais exclusivos”. Estamos diante de um crime que em 2022 atingiu 50 milhões de pessoas no mundo, vítimas da escravidão moderna. As causas são as situações de instabilidade econômica, política e ambiental, e tem nas mulheres e crianças o grupo de maior vulnerabilidade, sobretudo em países mais pobres. No Brasil, a situação é preocupante, pois nos últimos 4 anos o governo brasileiro enfraqueceu os mecanismos de proteção às vítimas e poucas ações foram realizadas para combater o crime. Buscando refletir sobre essa realidade no país a Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil busca caminhar para reconhecer os processos que induzem milhões de pessoas, especialmente os jovens, à exploração e ao tráfico de pessoas; caminhar para descobrir os passos dados diariamente por milhares de pessoas em busca de liberdade e dignidade, caminhos de cuidado, inclusão e empoderamento; caminhar para promover ações de enfrentamento do Tráfico que permita redescobrir a dignidade, despertar a alegria de viver e resgatar a esperança; caminhar para construir uma cultura de encontro que leve à conversão dos corações e a sociedades inclusivas, capazes de desmascarar estereótipos e tutelar os direitos de cada pessoa. Em nosso Regional Norte1, a Rede um Grito pela Vida organiza atividades nas diocese e prelazias em vista de contribuir para que cada pessoa tome consciência da necessidade de se envolver no combate a um crimem que acaba com a dignidade de muita gente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Disponibilizada Mini Cartilha do Instituto Federal de Roraima para Combate ao Racismo Indígena

Uma mini cartilha, intitulada Antirracismo Indígena foi disponibilizada para o público no início deste ano de 2023. O trabalho foi executado após as primeiras etapas do projeto “Racismo e suas implicações nos povos indígenas de Roraima. Percepções de estudantes do IFRR nos campus Amajari e Boa Vista Zona Oeste”, durante o ano de 2022. Com o objetivo de promover o respeito aos povos originários, por meio da linguagem, tendo como foco expressões racistas e/ou pejorativas ouvidas, constantemente por indígenas, o conteúdo é resultado de projeto de pesquisa, que contou com o apoio do Pipad (Programa de Incentivo à Pesquisa Aplicada – Docente) do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima), e foi antecedido por rodas de conversas e oficinas a respeito do racismo local. Segundo o coordenador da pesquisa, o professor do CBVZO (Campus Boa Vista Zona Oeste), Marcos Oliveira, a proposta inicial, junto com o estudante bolsista indígena do CAM (Campus Amajari), Renato Gabriel Francisco, foi investigar a existência de racismo com os povos indígenas, em particular, com os e as estudantes dos campi Amajari e Boa Vista Zona Oeste, e a partir das primeiras etapas de execução do projeto, já foi possível produzir o material, criado no sentido de ajudar estudantes indígenas e não indígenas a lidarem com o racismo no IFRR, ampliando esses conhecimentos para população em geral. “Gostaríamos de disponibilizar esse material para todos e todas que quiserem conhecer. Esperamos que de alguma maneira possamos contribuir para uma relação mais igualitária na nossa comunidade acadêmica e para a promoção de uma instituição antirracista”, ressaltou Oliveira. O projeto de pesquisa deverá ser finalizado neste ano de 2023, após a execução da última etapa, que será a aplicação de um questionário a estudantes indígenas dos dois campi envolvidos na pesquisa. Fonte: Rádio Monte Roraima FM

52 Seminaristas iniciam Ano Letivo no Seminário São José de Manaus

O Seminário São José da Arquidiocese de Manaus, onde se formam os seminaristas do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil celebrou nesta terça-feira 7 de fevereiro a Missa de abertura do Ano 2023. A celebração foi presidida pelo Reitor do Seminário São José, Padre Zenildo Lima, e concelebrada pelos formadores, o Padre Rubson Vilhena, do clero da Arquidiocese de Manaus, que acompanha a Etapa da Configuração, da qual fazem parte os 22 estudantes de Teologia, e o Padre Alex Mota, do clero da Prelazia de Itacoatiara, que será o formador da Etapa do Discipulado, formada pelos 30 estudantes de Filosofia. Em 2023 o número de seminaristas no Seminário São José é de 52, sendo 13, 11 no primeiro ano de Filosofia e 2 no primeiro ano de Teologia, os seminaristas que passam a integrar a comunidade formativa, sendo acolhidos na celebração de abertura. 4 seminaristas são da Diocese de Roraima, 4 da Diocese de Parintins, 6 da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, 4 da Prelazia de Itacoatiara, 6 da Diocese de Alto Solimões, 4 da Prelazia de Borba, 7 da Diocese de Coari e 17 da Arquidiocese de Manaus. Entre os seminaristas, 12 são indígenas, quase a quarta parte do total, são indígenas, 4 Tukanos, um Tikuna, 2 Kokamas, 3 Macuxis, um Maraguá e um Sateré Maué. Sua presença é importante em vista da proposta do Sínodo para a Amazônia de avançar numa Igreja com rosto indígena na Amazônia. Durante a homilia, o Padre Zenildo Lima, tomando como ponto de partida a leitura do Livro do Génesis, onde faz a narrativa da Criação, resgatou a Aula Inaugural da Faculdade Católica do Amazonas, aonde o Padre Adelson Araújo dos Santos, chamava a atenção para as implicações da fé e o meio ambiente e a relação com a ecologia, fazendo memória da Laudato Si´ e do Sínodo para a Amazônia, assim como também a intervenção da Professora Marilene Corrêa, que dizia que as políticas públicas não contemplam a nossa região da Amazônia, para quem o Brasil está de costas. O Reitor do Seminário São José insistiu na necessidade de que “estabeleçamos uma relação nova com toda a realidade criada, a partir da categoria do saber, do conhecimento”. Segundo o Padre Zenildo, “onde existe o conhecimento dos nossos povos ancestrais, a relação com toda a realidade criada é bem mais plena, é bem mais equilibrada”. O padre da Arquidiocese de Manaus fez ver aos seminaristas que “todo vocacionado ao ministério presbiteral é também um homem vocacionado ao saber para que se relacione de um modo novo com toda a realidade”. Se faz necessário, destacou o Reitor do Seminário São José de Manaus, “uma sadia experiência de ritualidade e de memória. Não vale a pena tradições e tradicionalismos que não nos permitam esse contato com a realidade”. No final da celebração foram chamados os novos seminaristas que vão compor a casa, assim como Hugo Barbosa, do 4º Ano de Teologia, e Michel Carlos, do 3º Ano de Teologia, que juntamente com o diácono Mateus Marques e o seminarista Marcos Vinicius, da Arquidiocese de Brasília, que está fazendo uma experiência na Arquidiocese de Manaus, irão constituir uma comunidade de seminaristas na Area Missionária São João Paulo II. Uma formação que está dividida em diferentes áreas: dimensão humana, dimensão intelectual, dimensão espiritual e dimensão pastoral, uma faceta que se concretiza no trabalho pastoral dos seminaristas nas paróquias e áreas missionárias onde são enviados aos finais de semana, visando sempre formar padres no coração da Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Fotos: Seminário São José 

Faculdade Católica do Amazonas: continuidade a uma formação teológica integral, pastoral e missionária

A Faculdade Católica do Amazonas iniciou seu primeiro ano letivo completo. Após seu lançamento em 23 de setembro de 2022, continuando o trabalho realizado pelo Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES), no dia 6 de fevereiro deu início aos trabalhos que pretendem contribuir com a formação da Igreja do Regional Norte1 da CNBB, num contexto amazônico, seguindo a bússola da caminhada da Igreja da Amazônia. Um momento que foi oportunidade para fazer memória da história do ensino da Igreja na região, que a Faculdade Católica do Amazonas quer dar continuidade com gratidão, paixão e esperança, na busca de novos caminhos e horizontes, a uma formação teológica integral, pastoral e missionária, buscando caminhos de diálogo, inserindo-se, inculturando-se e encarnando-se na vida das diversas comunidades amazônicas. A Aula Inaugural contou com a presença do Padre Adelson Araújo dos Santos, que refletiu sobre “Teologia, ecologia, espiritualidade e cosmovisão indígena: Ecos da Laudato Si´ e Querida Amazônia”. Desde Roma, com um coração amazonense, quis refletir de modo virtual sobre o diálogo entre Teologia e Ecologia. O professor da Universidade Gregoriana partiu da ideia de que a Laudato Si’ não é uma “encíclica verde”, e sim um escrito pontifício que defende “uma ecologia integral, apoiada na fé cristã”, na linha das outras dez encíclicas sociais, iniciadas em 1891 com a Rerum Novarum do Papa Leão XIII. Um texto que mostra o que a ecologia diz “respeito à evangelização, à missão da Igreja, ao serviço dos cristãos ao mundo”, afirmou o jesuíta manauara. Segundo ele, “não se pode falar de compromisso social cristão sem incluir a ecologia”, insistindo em que essa é uma atitude que nasce do pedido do Concílio Vaticano II que chama a Igreja a estar no mundo. De fato, o professor considera indissociável o trinômio Igreja-Reino-Mundo, pois “a missão da Igreja, de realizar o Reino de Deus, realiza-se no mundo e para o mundo”. O Reino de Deus tem “uma dimensão imanente, intra-histórica”, segundo o Padre Adelson. Ele defende que o conceito de ecologia “nos remete à relação do ser humano com o planeta como um todo”, considerando que o cristianismo concebe a ecologia numa tríplice relação: ser humano – natureza – Deus. Isso fez com que o conceito de ecologia fosse assumindo diferentes rostos no Magistério dos últimos pontífices. No Magistério do Papa Francisco, a ecologia é integral “porque envolve todas as relações do ser humano”, afirmou o jesuíta, “tudo está relacionado”, nos diz Laudato Si´. Daí podemos dizer que “é a nossa fé cristã que nos leva à preocupação pela ecologia e ao compromisso social pelo cuidado da nossa Casa Comum e seus habitantes”, insistiu o professor da Gregoriana. O Padre Adelson considera o Sínodo para a Amazônia, onde ele foi perito, como “um marco na caminhada da Igreja”. Segundo o religioso, na Amazônia, o anúncio de Cristo Jesus, “está sempre ligado à defesa da casa comum, à ecologia integral, à vida e à luta pela garantia dos direitos humanos”. Ele lembrou que a palavra central que atravessa o todo o Documento Final do sínodo é a palavra conversão: integral, pastoral, cultural, ecológica, sinodal. Uma conversão que “deve fazer parte de todos os programas formação e evangelização na Amazônia”, insistiu o professor. Ele fez um chamado a “criar uma Igreja com rosto indígena, crescer na fé e celebrar o mistério de Cristo em sua pluralidade cultural, com símbolos e gestos das culturas locais, numa verdadeira liturgia da Igreja na Amazônia”. Analisando os quatro sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia (social, cultural, ecológico e eclesial), o jesuíta destacou que o sentido desta Exortação é expressar as ressonâncias, ser caminho de diálogo e discernimento, um resumo de algumas das principais preocupações, ajudar e orientar, dentre outras. Um caminho que deve conduzir ao diálogo entre espiritualidade cristã e cosmovisões indígenas, que nos ensinam como buscar “uma conexão harmoniosa com a Mãe Terra e seu mundo espiritual”, dado que “a espiritualidade indígena é fortemente marcada por uma mística cosmológica, na qual o cosmos, a natureza, a comunidade e um senso de interdependência com todos os seres são características-chave”, destacou o professor da Universidade Gregoriana. Um Deus que é transcendente, mas que “está oculto na imanência de todas as coisas e de todos os seres presentes na natureza”. Umas espiritualidades “marcadamente sapienciais, ou seja, ensinam a sabedoria de viver em harmonia com a natureza”. Daí surgem caminhos de “eco espiritualidade” ou “eco teologia”, fundamentados numa espiritualidade ecológica que nos ensina a abraçar o Cosmos e o Deus do Cosmos. Umas cosmovisões indígenas que ajudam a compreender sua importância na preservação da vida em nosso mundo ameaçado, de renovar o compromisso do ser humano com a preservação da casa comum. Na segunda intervenção da Aula Inaugural, a Professora Marilene Corrêa levou os presentes a refletir sobre o tema “Educação e Ciência no Amazonas: Desafios e Esperanças em Tempos de Ataque à democracia“. Ela partiu da ideia de que no Brasil a democracia está em constante ameaça, são constantes a violência e os ataques à democracia no Brasil, numa sociedade reacionária, segundo a professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Num país governado por um sistema presidencialista, a organização do Estado e as políticas publicas fizeram com que durante muito tempo só o 30 por cento dos brasileiros participavam da plena cidadania. Políticas nacionais que deixam fora a Amazônia, que se restringem ao ambiente urbano, que demandam maior inclusão, o que desafia a transformar as políticas setoriais em políticas nacionais, dentre elas a educação. A professora colocou vários desafios para a sociedade brasileira, refletindo sobre a realidade amazônica ao longo da história do Brasil e o que ela representa na conjuntura mundial, com uma agenda que envolve a Amazônia, num momento em que o Brasil se afastou da América Latina, especialmente nos últimos 4 anos. As políticas de todo tipo não alcançam a Amazônia em sua totalidade, insistiu a professora, que denunciou a hipocrisia dos brasileiros em relação à Amazônia, chegando dizer que “o Brasil sempre esteve de costas para a Amazônia”,…
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