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Dia: 22 de fevereiro de 2023

Mensagem de Dom Altevir para a Quaresma: “Aproveitemos esse tempo como tempo da graça do Senhor!”

Lembrando que “a Igreja nos convida a trilhar mais uma vez o caminho quaresmal, com os olhos fixos na Páscoa do Senhor”, inicia Dom José Altevir da Silva sua Mensagem ao Povo da Prelazia de Tefé com motivo da Quaresma 2023. O Bispo prossegue dizendo que “Ele que, após passar pela cruz e pela morte, ressuscitou dos mortos e agora vive eternamente”. “A Quaresma não tem fim em si mesma, ela aponta para a Páscoa do Senhor! Ela é para nós uma espécie de retiro espiritual, afinal o recolhimento, o silêncio, a meditação, o jejum, a oração, as obras de misericórdia, a solidariedade e a penitência favorecem nossa busca pela conversão”, segundo Dom Altevir que lembra o texto da liturgia da Quarta-feira de Cinzas: “Rasgai o coração e não as vestes” (Jl 2, 13). O Bispo da Prelazia de Tefé faz um convite a que “aproveitemos esse tempo como tempo da graça do Senhor!”, citando o texto dos Atos dos Apóstolos: “Arrependei-vos e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados” (At 3,19). Junto com isso, ele faz um chamado a “manter vivas e atualizadas as práticas quaresmais já consagradas: o jejum, a esmola e a oração”. Dom Altevir cita uma das mensagens do Papa Francisco para a Quaresma, onde vê essas práticas quaresmais como “as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa”. Lembrando que neste ano a Quaresma começa no dia 22 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas e terminará no dia 06 de abril, Quinta-feira Santa, Dom Altevir disse que nesse tempo “os cristãos dedicam-se à reflexão e à conversão espiritual. Normalmente se recolhem em oração e penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e os sofrimentos que Ele suportou na Cruz”. Dom Altevir explica que a cor roxa usada na Quaresma simboliza tristeza e dor. Também lembra que nas celebrações se omite o Glória, evita-se cantos com o aleluia, excesso de instrumentos nas celebrações, sobriedade na ornamentação da Igreja. Junto com isso, ele faz ver que “devemos ter muita oração, perseverança na busca da conversão e na prática da caridade, durante os 40 dias da Quaresma”. Ele explica o sentido do número 40 na Bíblia, colocando alguns exemplos disso. Em relação à Campanha da Fraternidade, ele a define como “um verdadeiro instrumento de oração, misericórdia, partilha e conversão”, lembrando que em 2023 o tema é: “Fraternidade e Fome”, e o lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Uma campanha que busca “Sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo”. Por isso, Dom Altevir insiste em que “tudo isto nos ajuda a bem viver uma verdadeira quaresma”.  Finalmente, o Bispo da Prelazia de Tefé pede: “Confiantes na ação do Espírito Santo, vos pedimos: inspirai-nos o sonho de um mundo novo, de diálogo, justiça, igualdade e paz; ajudai-nos a promover uma sociedade mais solidária, sem fome, pobreza, violência e guerra; livrai-nos do pecado da indiferença com a vida”. Ele deseja uma “Boa vivência quaresmal para todos!”, e implora que “Deus abençoe nossa amada Prelazia de Tefé!” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Abertura da Campanha da Fraternidade em Manaus: A fome “é um pecado mortal que clama ao céu!”

A Feira da Manaus Moderna, lugar aonde chegam os alimentos na cidade, acolheu neste 22 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas, a Abertura da Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Manaus. Em 2023 a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Fome”, e como lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Um chamado a “sermos mais fraternos, sermos pessoas que sabem dividir, experimentar a solidariedade”, segundo o Cardeal Leonardo Steiner, que denunciou que “temos muitas pessoas passando fome, a insegurança alimentar é muito grande no Brasil”. Junto com isso o Arcebispo de Manaus fez ver que “existe a fome do lazer, existe a fome da saúde, existe a fome da educação”, chamando a descobrir que “há necessidade da partilha, do cuidado, há necessidade do emprego, há necessidade de mudarmos esse sistema econômico que privilegia alguns e descarta outras pessoas”. Uma reflexão, debate e oração do qual ele deseja que participem todas as pessoas. O Arcebispo destacou as práticas que a Igreja de Manaus realiza para combater a fome: refeitórios para crianças, ações de cuidado através da Caritas, afirmando a necessidade de aumentar essas ações, mas também de ser criadas “políticas públicas que ajudem a transformar essa situação”. O Cardeal disse que “a Quaresma é sempre um tempo de transformação, um tempo de conversão, um tempo de pensarmos no significado que tem a Vida, a Morte e a Ressurreição de Jesus. Quaresma é um caninho de transformação, é um caminho de renovação, a realidade que nós estamos vivendo de fome exige uma transformação muito profunda”. Ao redor da mesa com alimentos, sinal da fraternidade, querendo partilhar, uma oportunidade para viver a solidariedade que leve a viver a fraternidade, que “nos oferece a oportunidade de colocar em prática o que Jesus nos pede: Dai-lhes vós mesmos de comer!”, segundo disse Dom Leonardo,  foi realizada uma Celebração da Palavra. Comentando o Evangelho onde aparece o chamado de Jesus a dar de comer, Dom Tadeu Canavarros disse que “a fome não é um dado natural. Não é fruto do acaso ou do destino. Não é mera consequência de preguiça ou comodismo pessoal. Nem muito menos é vontade ou castigo de Deus”. O Bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus denunciou que a fome “é resultado de tremendas injustiças e desigualdades que caracterizam nossa sociedade e fazem com que uns tenham tanto e outros tenham tão pouco ou quase nada”. Dom Tadeu lembrou da situação do Povo Yanomami em Roraima como exemplo de injustiça e desigualdade, mais uma amostra do drama da fome presente no ao longo da história do Brasil. Por isso afirmou que a fome “é a expressão mais cruel e perversa do modelo capitalista de sociedade que se implantou aqui ao longo de mais de 500 anos”, num país que entrou de novo no mapa da fome em consequência do “desmonte progressivo das políticas públicas a partir de 2016. Relatando os números da fome no país, uma situação “escandalosa e criminosa se considerarmos que não falta alimento no Brasil”, Dom Tadeu insistiu em que “a fome no Brasil é fruto da injustiça e da desigualdade social. É um pecado mortal que clama ao céu! E pode ser eliminada com a solidariedade de todos e com vontade e decisões políticas”. Superar a fome “é questão de humanidade e justiça social! Isso é questão de fé e critério de salvação ou condenação”, concluiu o Bispo auxiliar. Uma celebração onde os participantes levaram alimentos que depois foram partilhados com aqueles que passam fome, expressão de uma Igreja samaritana que em Manaus, através das diferentes pastorais, acolhe o chamado de Jesus a seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Mensagem do Papa Francisco pela Campanha da Fraternidade: “Voltemos o nosso olhar aos afetados pelo flagelo da fome”

A Quaresma é um tempo em que “somos chamados por Deus a trilhar um caminho de verdadeira e sincera conversão, redirecionando toda a nossa vida para Ele”, afirma o Papa Francisco na mensagem enviada ao Brasil com motivo da Campanha da Fraternidade 2023 (Ver aqui). Um tempo em que “encontramos na oração, na esmola e no jejum, vividos de modo mais intenso durante este tempo, práticas penitenciais que nos ajudam a colaborar com a ação do Espírito Santo, autor da nossa santificação”. O Pontífice lembra que o povo brasileiro é chamado neste ano a “que voltemos o nosso olhar para os nossos irmãos mais necessitados, afetados pelo flagelo da fome”. Lembrando suas palavras aos Movimentos Populares, ele disse que “milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável”. Diante disso, o Santo Padre lembra que “a indicação dada por Jesus aos seus apóstolos “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16) é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos – do muito ou do pouco que temos – com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome”. Isso porque “indo ao encontro das necessidades daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos”, segundo nos lembra Mateus 25. O Papa Francisco chama a ações concretas, que ele vê necessárias, “que venham de modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome”. Uma atitude de partilha que pede fazer presente nas paróquias e dioceses, mas também nos órgãos de governo em todos os níveis e nas entidades da sociedade civil, a fim de que, “trabalhando todos em conjunto, possam definitivamente extirpar das terras brasileiras o flagelo da fome”, pois “aqueles que sofrem a miséria não são diferentes de nós”. Sob a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, o Papa envia sua Benção Apostólica a todos os brasileiros e brasileiras, “de modo especial àqueles que se empenham incansavelmente para que ninguém passe fome”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1