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Dia: 9 de março de 2023

Comissão realiza avaliação do Ano Vocacional e proposta de Texto das Diretrizes para o Serviço de Animação Vocacional do Brasil

A Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou na última sexta-feira, 3 de março, na sede da Conferência, em Brasília (DF), uma reunião ordinária, com o objetivo de planejar as atividades do ano e se organizar em vista da eleição dos próximos membros, prevista para acontecer em abril, durante a Assembleia Geral da CNBB, que será realizada em Aparecida (SP). A reunião contou com a presença dos bispos membros da Comissão, entre eles o presidente dom João Francisco Salm, o bispo referencial da Pastoral Vocacional, dom José Albuquerque, e dom André Vital Félix da Silva. Os assessores também estiveram presentes: os padres João Cândido Neto, Juarez Destro e a irmã Maristela Ganassini. “A Comissão tem uma dinâmica interna de trabalho que é bastante abrangente por abarcar vários segmentos – os ministérios ordenados, a vida consagrada, leigos consagrados, diáconos permanentes, então para dinamizar esse acompanhamento nós nos dividimos entre a gente”, explica o dom André. Para ele, a reunião presencial foi uma oportunidade de acompanhar a experiência que cada um tem em seus âmbitos de atuação. “Acredito ser muito valiosa porque facilita o trabalho e a gente compartilha lá na base, junto a esses segmentos, aquilo que é a proposta da nossa Comissão Episcopal”, acrescentou. Ano Vocacional Um dos assuntos da pauta foi o Ano Vocacional, iniciativa que teve início em toda a Igreja no Brasil em novembro de 2022, e que desde então vem promovendo a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade. O objetivo é suscitar o despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus. Na avaliação da irmã Maristela Ganassini, muitas dioceses, paróquias, congregações têm divulgado suas ações, dentro do contexto do Ano Vocacional, por meio das redes sociais ou até mesmo do site do Ano Vocacional. “Interessante é que esse movimento tem sido feito com todas as fases (adultos, crianças, jovens). E várias pastorais e comissões o assumiram junto conosco”, disse. A Comissão de Comunicação do Ano Vocacional, segundo a irmã, é uma das que mais tem trabalhado e se dedicado para o seu bom funcionamento. Diretrizes para o Serviço de Animação Vocacional Também assunto constante na pauta é a elaboração das Diretrizes para o Serviço de Animação Vocacional. O projeto foi uma das indicações do último Congresso Vocacional do Brasil e a proposta é que o Documento seja composto por três capítulos: Vocação: chamado e resposta ao amor; Um caminho de comunhão; Planejar é preciso.  “As Diretrizes são um anseio antigo registrado no documento conclusivo do Congresso Vocacional em 2019 e , aproveitando o Ano Vocacional, fizemos uma Comissão de subsídios e resolvemos enfrentar esse desafio envolvendo os coordenadores nacionais, mas também uma equipe de voluntários que já estava ajudando nos subsídios do Ano e com muito bom gosto se prontificaram a ajudar”, explica o padre Juarez Destro. Padre Juarez revela que a Comissão fez uma avaliação do texto das Diretrizes e que o mesmo ainda sofrerá alguns ajustes.  A proposta é que o documento esteja pronto e publicado em agosto de 2023, mês vocacional. Encontro Nacional do Serviço de Animação Vocacional  Após a reunião da Comissão aconteceu o Encontro Nacional do Serviço de Animação Vocacional, de 6 a 8 de março, no Centro Cultural de Brasília (CCB).  Dentro da programação, os coordenadores da animação vocacional nos regionais da CNBB também discutiram e aprofundaram o texto das Diretrizes do Serviço de Animação Vocacional. Fonte: CNBB

Mulheres numa Igreja sinodal

Brasília acolhe o Encontro Sinodal do Cone Sul da Etapa Continental do Sínodo 2021-2024, onde participam quase 200 representantes do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai, dentre eles quase 70 mulheres. Numa Igreja sinodal a presença da mulher tem que ser uma necessidade, também nos espaços de decisão. Aos poucos isso vai se tornando uma realidade, mas o caminho ainda é longo, é difícil. É complicado que as mulheres possam ocupar esses espaços de decisão, mas temos exemplos de que as coisas estão mudando. No encontro em Brasília está presente a teóloga leiga casada argentina Emilce Cuda, Secretária da Pontifícia Comissão para América Latina, uma das mulheres com maior responsabilidade na Cúria Vaticana, e a advogada Valeria López, também leiga e casada, que é Secretária Geral Adjunta da Conferência Episcopal do Chile. As mulheres no processo sinodal têm assumido um papel decisivo, são elas que mais falam, fazendo um grande trabalho de corresponsabilidade, mas sem ameaçar o lugar do clero, um temor na mente de alguns. O que as mulheres exigem é que sua palavra seja ouvida, que sua palavra seja reconhecida, que sua palavra influencie na toma de decisões. Mulheres sinodais que são presença de Deus quando estão nas comunidades, nas paróquias, mas também quando elas realizam seus trabalhos no dia a dia, no campo laboral, mas também em casa, nas suas famílias, assumindo a necessidade de unir, de caminhar junto com os outros como uma atitude que brota do coração. O Papa Francisco com as nomeações que ele vai fazendo, nos mostra que é possível reconhecer o papel das mulheres numa Igreja sinodal, querendo ser uma referência para a Igreja, mas também para a sociedade. Na sociedade as mulheres assumem cargos muitas vezes como consequência da pressão social. Na Igreja de Francisco, as mulheres assumem espaços de responsabilidade mesmo diante da pressão para que não seja assim. Mesmo diante das atitudes e palavras de alguns homens, mas também de algumas mulheres, ninguém pode negar o conhecimento e capacidade que muitas mulheres têm. Reconhecer isso pode ajudar a fazer realidade uma Igreja mais sinodal, onde todos e todas caminham juntos, onde a voz é escutada e o discernimento é fruto de todos e todas. Não podemos esquecer o grande aporte que as mulheres têm para ajudar a superar situações que os homens não conseguimos levar adiante. O olhar feminino, que não é melhor nem pior do que o masculino, na medida em que vive a complementariedade, ajuda a crescer a todos. As mulheres conseguem enfrentar os desafios de um outro modo, e por isso sua presença decisiva numa Igreja sinodal. É tempo de nos abrirmos ao Espírito, que nos conduz por novos caminhos, que nos desafia a não termos medo de olhar para os outros, para as outras, com sentimentos de complementariedade, de fraternidade, com vontade de caminhar juntos, entendendo que juntos somos mais. Será que temos coragem para dar esses espaços onde as mulheres possam ajudar a decidir caminhos que respondam àquilo que Deus quer de todos nós hoje? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Assembleia Sinodal do Cone Sul: As mulheres na Igreja são as cordas que seguram a Tenda

Numa Igreja onde o protagonismo feminino é crescente, a Assembleia Sinodal do Cone Sul, que tem lugar em Brasília de 6 a 10 de março de 2023, reconheceu esta importância e expressou a sua gratidão pela presença de tantos rostos femininos na Igreja na América Latina e no Caribe, uma presença que está a ajudar, no caminho sinodal, a encontrar, através do discernimento, os caminhos que tornam real o que Deus quer para o momento histórico atual. Uma história de luta numa sociedade que nem sempre reconheceu a importância do feminino, como foi evidente na cerimónia da manhã em que as mulheres comemoraram o seu dia, recordando os muitos clamores ainda presentes na vida de tantos que ainda hoje sofrem as consequências da falta de respeito pelas suas vidas e pela sua dignidade. No Dia da Mulher é importante recordar que “tudo tem uma história e é muito importante recordar”, disse Emilce Cuda. A secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina assinala que neste dia, “temos de saber que aqueles de nós que alcançaram lugares de reconhecimento devem a uma longa luta das mulheres para alcançar a igualdade na dignidade humana, uma luta que começou com as mulheres trabalhadoras e da qual hoje não somos o troféu, mas sim temos uma grande dívida”. A teóloga argentina vê o seu serviço na Cúria Vaticana como “um lugar que me desafia a incluir muitas mulheres na Igreja, uma conquista que este processo sinodal está a acompanhar”. As mulheres na Igreja são as cordas que seguram a Tenda, e fazem-no com a ajuda de vários instrumentos, como o demonstrou a oração de abertura do terceiro dia da Assembleia Sinodal. Pela Bíblia, a Palavra como fonte inesgotável de graça da qual Deus falou à humanidade no Antigo Testamento e nas boas novas do Novo Testamento. Por Maria, o modelo de uma mulher aberta à graça e aquela que disse o maior Sim da história. Pela Eucaristia, a oferta de Cristo de amor total por nós, que se dá e nos compromete a ser pão para os outros. Pelos instrumentos utilizados no mundo do trabalho, transformador e significante dos homens e mulheres do nosso tempo. Pela terra, um lugar de pertença que nos recorda as tradições dos nossos povos e culturas. No Dia da Mulher, Alessandra Miranda, da 6ª Semana Social Brasileira, apelou à participação no Sínodo “com especial atenção para o papel da mulher na Igreja”. Para tal, salientou a necessidade de dois movimentos: “reconhecer a mulher e o seu protagonismo nos espaços de poder na Igreja e trazer novas mulheres para serem incluídas em todos os processos decisórios da comunidade eclesial”, insistindo na importância da mulher no mundo, na sociedade e na Igreja. Nelly Leone Correa, capelã da Pastoral Carcerária e Vigária Pastoral da Diocese de San Felipe (Chile), expressou a sua alegria por poder refletir sobre o papel da mulher na Igreja juntamente com bispos, clero, vida religiosa e leigos, dizendo que “as mulheres são a espinha dorsal de todas as Igrejas do Cone Sul, da América e do mundo”. Contudo, salientou que “precisamos de dar mais um passo, como ser mais protagonistas na tomada de decisões da Igreja”, algo que as mulheres estão a pedir e querem enviar através dos participantes na Assembleia Sinodal de outubro, dizendo que “queremos propostas claras, respostas claras aos nossos pedidos“. Uma participação na Assembleia Sinodal do Cone Sul que Mercedes Ísola vê como uma grande alegria e responsabilidade, porque “sente-se um clima forte de presença palpável do Espírito Santo”. A partir daí, ela também insistiu em como as comunidades de discernimento têm vindo a “pensar em conjunto sobre o papel da mulher na Igreja, a corresponsabilidade que temos, a participação que temos como pessoas batizadas, como construímos a Igreja cada uma a partir do nosso papel específico”. A leiga argentina salientou que “é um apelo a ser corresponsável, a ser participante e a fazer parte da Igreja”, algo que ela vê como um compromisso a levar às comunidades, a fim de construir uma Igreja mais sinodal. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1