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Dia: 1 de abril de 2023

Domingo de Ramos: Contemplar o rosto de Jesus no rosto dos sofredores de hoje

Com motivo da Solenidade do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, a Ir. Cidinha Fernandes afirma que “certamente muitas memórias retornam a nós: as caminhadas, os ramos verdes, muitas vezes medicinais, carregados por nossos pais, avós; a intrigante imagem do jumentinho, o contraste de uma entrada triunfal em Jerusalém em que Jesus é aclamado rei do universo, seguida logo depois com a proclamação da paixão do Senhor”. A religiosa Catequista Franciscana faz um convite a que “abramos o nosso coração para iniciarmos esta semana santa caminhando com Jesus que adentra a cidade de Jerusalém, ali contemplaremos o mistério pascal, sua Paixão, Morte e Ressurreição”. Analisando a passagem do Evangelho de Mateus 21, 1-11, a religiosa diz que “nos conta o início deste caminhar, Jesus é aclamado pela multidão que, reconhecendo sua realeza enfeitam o caminho com suas vestes e ramos de oliveiras gritando: ‘Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor!’ Ao entrar em Jerusalém a cidade se agita e começa a perguntar ‘Quem é este homem?’”. “A resposta a esta pergunta vamos encontrar nas leituras de Isaias, Filipenses e na narração da paixão”, afirma a religiosa.  Segundo ela, “em Isaías, já podemos ouvir o servo sofredor, sua dor e fidelidade, a confiança num Deus que é auxiliador. E o que dizer da Carta de São Paulo aos Filipenses, uma verdadeira descida a essência de quem é este Jesus: convite ao esvaziamento, o assumir a condição de servo, a humilhação, obediência até a morte de Cruz. Este é o Jesus que é o Senhor. O servo obediente, o rei do jumentinho da paz e não dos cavalos de guerra”. Falando do relato da Paixão, a Ir. Cidinha repara na frase: “Meus Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”, destacando que “a Palavra de Deus nos convida neste domingo a um profundo silêncio, um silêncio necessário diante da morte anunciada de um inocente; o silêncio para compreender a multidão que aclama que Jesus é Rei e do esquema político que o leva a morte; o silêncio acolhedor de um Jesus, o servo sofredor que é obediente ao pai, até o fim”. A religiosa destaca que “nesta semana vamos caminhar de forma orante com Jesus, contemplando o seu rosto no rosto dos sofredores de hoje: os povos originários na luta e defesa da casa comum, imigrantes, famintos de pão, mulheres vítima de tantas formas de violência, jovens sem estudo, trabalho ou falta de sentido de vida, desempregados, refugiados, as vítimas da guerra…e tantos outros e outras”. Ela pergunta: “Vamos buscar na realidade da nossa comunidade, do nosso bairro, da nossa cidade, quem precisa de nós? Com quem estou disposta a caminhar até o calvário?” “Jesus, encontrou no caminho da Paixão e da Cruz pessoas solidárias, Cirineu, Verônica, Madalena, outras mulheres e Maria que não arredaram pé da Cruz, permaneceram com ele até o fim. Somos convocadas por Jesus a não abandonar os sofredores de hoje, precisamos permanecer firmes, não arredar pé, porque acreditamos na vida, somos mulheres e homens da Ressurreição.  Precisamos permanecer incansáveis, obedientes ao pai, até a aurora da Ressurreição”, lembra a Ir. Cidinha. Finalmente, ela deseja “uma boa caminhada de fé para todos nós e nossas comunidades. Que estejamos juntos, fortalecendo a fé, a esperança e o amor, fazendo a travessia da morte para a vida, porque a morte é uma realidade, mas a Ressurreição é nossa certeza!”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Missa dos Santos Óleos na Diocese de Borba

A Missa da Unidade – Santos Óleos da Diocese de Borba aconteceu neste último dia 30 deste mês de março de 2023. Todo o clero e paroquianos de todas as comunidades da Diocese reuniram-se na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, também chamada de Catedral Ecológica borbense. Na celebração dois pontos marcaram o momento; a Benção dos Santos óleos, que são os óleos do Crisma, dos Enfermos e do Batismo e a Renovação das Promessas Sacerdotais na presença do Bispo Diocesano Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. O Óleo do Santo Crisma marca a plenitude do Cristão, que deve irradiar a presença do Espírito Santo, assim, com o perfume de Cristo, a mancha da culpa é apagada e a unção do Crisma traz a serenidade da purificação. O Óleo do Crisma é o Óleo da Alegria, assim declarou Dom Zenildo. O Óleo dos enfermos foi conduzido ao altar por um Diácono. Neste óleo, o Bispo Diocesano explicou que está a fortaleza do cristão em tempos de dor, cura dos enfermos e alívio em sua páscoa, e na bênção do Óleo do Batismo ou Óleo dos Catecúmenos, a prece oracional indicava o dom da força aos catecúmenos. No Batismo o cristão é confirmado na fé, recebendo a sabedoria e as virtudes divinas.   Na homilia feita por Dom Zenildo foi destacado “que a igreja de Cristo estava reunida para ouvir a voz do Senhor. Como operários colaboradores e servos, uma vez que a unção dos Santos Óleos perpassa pela cura, pela santificação e pelo serviço. O Bispo Diocesano frisou as “luzes desta nova Diocese como; a Escola Diaconal, a criação das Foranias, a abertura dos Congressos Forânicos em um Ano Vocacional que segue a cultura vocacional.” Assim, na Renovação das Promessas Sacerdotais, outro ponto forte do momento, os sacerdotes renovaram suas promessas presbiterais perante o Bispo e o povo de Deus. O presidente da celebração apontou que “o Sacerdote é convidado a viver o ministério profundo de amor.” “O padre tem que exalar o cheiro das ovelhas,” como disse o Santo Padre, o Papa Francisco. Assim como no evangelho, que Jesus inicia a vida pública dizendo“O Espírito do Senhor está sobre mim”. Dom Zenildo Também colocou que a celebração dos Santos Óleos concluiu dois dias de intensa oração, sonhos e projetos iluminados pelo Espírito Santo de Deus, recordando as reuniões do Clero, CRB e dos Vigários Forâneos que aconteceram nos dias 29 e 30 de março, para alinhamento das demais missões que ocorrerão neste semestre. Após a celebração, o Bispo Diocesano convidou toda a comunidade presente para um jantar de confraternização no Seminário Nossa Senhora Aparecida, concluindo assim o momento de verdadeira unidade fraternal. Diocese de Borba – AM  Coordenação Diocesana da Pastoral de Comunicação – PASCOM

Síntese Fase Continental na América Latina e Caribe: “Esperança crescente de um novo tempo para a Igreja”

“É possível caminhar com Cristo no centro e deixarmo-nos guiar pelo Espírito de Deus. Temos a esperança crescente de viver já um novo tempo para a Igreja“. Com estas palavras de um dos participantes da Fase Continental do Sínodo, começa a Síntese da Fase Continental do Sínodo da Sinodalidade na América Latina e Caribe, refletindo o entusiasmo que o processo suscitou. Uma síntese em 107 parágrafos, que reúne o que foi vivido numa Igreja de experiências participativas e que é alimentada pela diversidade social e cultural de cada região, o que motivou a realização de 4 encontros regionais nos quais participaram 415 pessoas, de acordo com a população de cada país e a diversidade dos ministérios eclesiais, reunindo 423 sínteses com intuições, tensões e temas a aprofundar, aos quais se juntou o resultado de algumas outras realidades. Os encontros foram marcados pela espiritualidade, um clima de encontro com Deus e um sentido de comunidade fraterna para além da diversidade. O que foi reunido foi utilizado para a elaboração desta síntese, realizada de 17 a 20 de março na sede do Celam, que foi feita com base no discernimento à luz do Espírito, cujo resultado foi apresentado aos secretários-gerais e presidentes das conferências episcopais, na presença do Cardeal Jean-Claude Hollerich S.J., relator do Sínodo; Dom Luis Marín de San Martín, subsecretário da Secretaria Geral do Sínodo; e o P. Giacomo Costa, coordenador da Comissão Preparatória do Sínodo. Começando pela Introdução, que aborda a questão de uma Igreja numa chave sinodal, e na qual se destaca a longa história da vida conciliar, sinodal e colegial no continente, o texto é dividido em 8 partes, tentando responder à pergunta da Secretaria do Sínodo: “como é que este ‘caminhar juntos’, que permite à Igreja proclamar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe foi confiada, se realiza hoje a vários níveis (do local ao universal) e que passos nos convida o Espírito a dar para crescer como Igreja sinodal?”. O primeiro ponto da Síntese fala do papel de liderança do Espírito numa Igreja sinodal, que desde Pentecostes “a leva a fluir e a percorrer a história com relevância e significado e que a conduz pelos caminhos da renovação e do futuro”, encorajando-a a uma autêntica conversão, procurando superar “a tentação do intimismo, fundamentalismos e ideologias que nos fazem disfarçar de querer Deus quando são a busca de interesses particulares”. Num segundo momento, é abordada a sinodalidade do Povo de Deus, sempre num caminho de esperança, um povo peregrino “que percorre a vida em busca da felicidade”. A partir daí, insiste-se que “o Povo de Deus a caminho é o tema da comunhão sinodal”, sublinhando que “a sinodalidade ajuda-nos a ser uma Igreja mais participativa e corresponsável”. Uma comunidade de irmãos e irmãs, “chamados a ser sujeitos ativos, participando no único sacerdócio de Cristo”. A sinodalidade, como se afirma na terceira secção, é a forma de ser e de agir na Igreja, a partir da catolicidade de um rosto pluriforme, que tem como fonte de vida e inspiração para discípulos missionários, a Eucaristia, a Palavra de Deus, a religiosidade popular. Esta Igreja sinodal tem de assumir na sua forma de ser e agir um discernimento comunitário baseado na escuta mútua do Espírito e no diálogo verdadeiro e confiante, algo que tem como método de conversa espiritual, com o qual intuições, tensões e prioridades emergem, permitindo-nos falar livremente sobre questões desconfortáveis e dolorosas, numa experiência de relação horizontal. Uma Igreja missionária sinodal é o elemento presente no quarto ponto, que mostra a urgência de “estruturas que assegurem uma sinodalidade missionária, incluindo todos os membros da periferia”. Uma Igreja missionária ao serviço da fraternidade universal, que dá continuidade à “missão de Jesus, contribuindo para o crescimento do Reino”. Uma missão que não é proselitismo, é “a proclamação alegre e gratuita de Jesus Cristo e do seu mistério pascal a toda a humanidade, numa relação intercultural”, encarnando o Evangelho nas culturas através da participação de todos os batizados, superando uma Igreja preocupada em resolver problemas internos e uma evangelização centrada no pecado, que reconhece o papel da mulher na transmissão da fé. A quinta secção reflete sobre a sinodalidade como um compromisso socioambiental num mundo fragmentado. Isto baseia-se no fato de que a sinodalidade motiva a Igreja a sair de si mesma e a colocar a si própria e toda a sua missão ao serviço da sociedade. A realidade do continente é analisada, fragmentada, desigual, com marginalização e exclusão, com forte polarização ideológica e política, denunciando “o distanciamento das Igrejas locais da realidade”, perante o qual se mostra que uma Igreja sinodal é chamada a “ser uma Igreja mais profética e samaritana”, chamada a “ouvir o grito dos povos e da terra”, com um agir ecuménico e inter-religioso, que também deve ser levado a cabo no mundo digital. A conversão sinodal e a reforma das estruturas ocupam a sexta secção, uma dinâmica a que o Concílio Vaticano II apela e que o Papa Francisco recuperou, algo que provoca tensões, mas que também exige processos e espaços de escuta, diálogo e discernimento que conduzam a uma autêntica sinodalização de toda a Igreja, o que requer formação em diferentes áreas, também de seminaristas, e a obrigação dos diferentes Conselhos nas dioceses e paróquias. Vocações, Carismas e Ministérios numa chave sinodal é uma reflexão presente na sétima secção, insistindo na sua diversidade e no fato de que “a Igreja é um Povo profético, sacerdotal e de serviço real, onde todos os seus membros são súbditos”, com uma grande diversidade de ministérios. Isto exige “um profundo discernimento comunitário sobre quais os ministérios a criar ou promover à luz dos sinais dos tempos, especialmente entre os leigos”, que deve levar  a “participar nas instâncias de decisão aos leigos e, especialmente, as mulheres e jovens”, ajudando a superar o clericalismo, entendido como a expressão do autoritarismo clerical. Por esta razão, apela a um repensar do modelo de ministério ordenado. Finalmente, a oitava secção contém as contribuições do itinerário sinodal da América Latina…
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