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Dia: 8 de abril de 2023

Dom Edson Damian: “Em tempos de sinodalidade, Páscoa é a esperança de nova primavera eclesial”

“Páscoa, passagem, vida nova” são as palavras com as que Dom Edson Damian inicia a Mensagem de Páscoa do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Presidente do Regional fala de “passagem da morte cruel de Jesus na Cruz para a Vida Nova da Ressurreição. Sempre passagem do que produz morte para o que gera vida, para todos e todas”. O Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira foi explicitando o que isso representa hoje na vida do Brasil: “para 33 milhões de brasileiros atingidos pelo flagelo da fome é acordar sabendo que poderão comer. Para 9 milhões de desempregados, Páscoa é passar de um desespero do desemprego ao trabalho com um salário justo. Para milhares que ainda trabalham em regime semelhante à escravidão, Páscoa é trabalhar com direitos trabalhistas garantidos”. Para os povos indígenas, uma realidade muito presente na Diocese de São Gabriel da Cachoeira e no Regional Norte1, “Páscoa é libertação do genocídio gerado pelo garimpo para viver em terras demarcadas e homologadas, pois a morte da floresta é o fim da nossa vida”. Em relação às mulheres, “as primeiras testemunhas da Ressurreição, Páscoa é a libertação da exploração sexual, o feminicídio e de tantas outras crueldades”. “Em tempos de sinodalidade, Páscoa é a esperança de nova primavera eclesial, com a comunhão, com a participação de todos e todas na vida e missão da Igreja”, insistiu Dom Edson Damian. Junto com isso, “Páscoa é tempo de prosseguir construindo democracia com liberdade, direitos humanos, justiça social, paz para todos e todas”, disse o Presidente do Regional Norte1. Finalmente, mostrando que “Cristo Ressuscitou, ressuscitemos com Ele”, Dom Edson Damian desejou para todos e todas, “uma Feliz e abençoada Páscoa”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Domingo da Páscoa: O Evangelho confirma o protagonismo das mulheres na Ressurreição

Comentando o Evangelho de João 20,1-9, presente na Liturgia da Palavra do Domingo da Páscoa, Conceição Silva destaca que “nessa leitura temos 3 personagens que nos inspiram uma reflexão mais clara da nossa realidade: Maria Madalena, Pedro e João (o discípulo amado)“. A membro das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, destaca que “é muito importante quando o Evangelho relata que Maria Madalena, uma mulher, foi a primeira a chegar no túmulo vazio. Certamente o evangelista quer ressaltar a importância das mulheres que sempre estiveram com Jesus”. Segundo ela, “com isso essa leitura nos remete a confirmar o protagonismo das mulheres, pois nós somos sinônimo de vida nova em nossas famílias, em nossas comunidades, nas pastorais e movimentos, enfim na sociedade, quando lutamos por justiça social e pela vida”. Falando sobre os dias de hoje, Conceição Silva enfatiza que “nossas mulheres sofrem todos os tipos de abusos, são perseguidas, espancadas e mortas, mais, temos um espírito de guerreiras que lutam. São líderes, fortes, e sempre estão sendo exemplos de sabedoria, resiliência, persistência, fé e amor”. Isso a leva a afirmar que “isso é ressurreição, a persistência em lutar a favor da vida dos mais pobres e necessitados”. Ela destaca a mensagem de Pedro, “que, pelos acontecimentos em torno da morte de Jesus, estava triste, desolado, principalmente pela culpa de o ter negado 3 vezes, preferiu acreditar que tinham roubado o corpo de Jesus, ele não lembrou dos ensinamentos deixados por ele quando falava da ressurreição”. Contemplando a atitude de Pedro, ele afirma que “assim como Pedro, também ficamos desmotivados, tristes, parecendo que acabou nossas esperanças, principalmente depois de muitas lutas contra as situações de morte como: a fome, o feminicídio, a morte dos nossos irmãos indígenas, a destruição da nossa floresta, os diversos tipos de violência contra as mulheres, crianças, os desmontes de nossas políticas públicas”, insistindo em que “isso nos desmotiva, nos faz perder as esperanças, o entusiasmo, e até mesmo a fé”. Segundo Conceição Silva, “mesmo que tenhamos começado cedo a buscá-lo, nós nos perdemos dele e saímos a procurá-lo fora de nós, nos túmulos do mundo. Nas dúvidas sobre acontecimentos facilmente perdemos Jesus de vista”. Finalmente, “na terceira mensagem o discípulo amado humildemente esperou por Pedro para testemunhar junto com ele que Jesus tinha ressuscitado, pois, quando entrou logo lembrou das palavras de Jesus, pois seu coração já sabia que ele tinha ressuscitado”, afirma a membro das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus. Ela insiste em que “assim também somos nós, é a fé e a esperança que nos motivam para agir com amor, seguindo os passos de Jesus”. Isso sem esquecer que “a Páscoa para nós hoje é compartilharmos compaixão, justiça, reconciliação, fé, amor e principalmente nos encorajarmos uns aos outros a sermos pessoas de esperança, de Ressurreição, pois, Jesus ressuscita da morte cada vez que vivemos o seu modo de vida, quando temos o cuidado e  a preocupação com a vida”. Por isso, ela pede que “nessa Páscoa de Jesus, ele nos confirma a sua proteção, seu amparo, seu conforto e seu amor, por isso, nunca podemos nos sentir sozinhas ou sozinhos, porque Jesus vive no meio de nós e a Ressurreição é a vida que vence a morte”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1