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Dia: 30 de abril de 2023

Encontro Igrejas na Tríplice Fronteira: partilhar a vida e encontrar caminhos comuns de missão

A Amazônia não tem fronteiras, e a Igreja que caminha na região amazônica também está empenhada em superar divisões nacionais, pois na Amazônia os rios não separam, eles unem. Lá onde o Rio Amazonas entra no Brasil, lá onde as águas juntam colombianos, peruanos e brasileiros, se tornou costume que os missionários e missionárias que atuam na região se encontrem para confraternizar, partilhar a vida e encontrar caminhos comuns de missão. No dia 26 de abril de 2023 aconteceu mais um desses encontros, o primeiro de 2023, desta vez em Islândia no Peru. 31 participantes, dos três países, leigos e leigas, padres, irmãs e irmãos religiosos, da diocese de Alto Solimões (Brasil, o vicariato de Leticia (Colômbia) e o vicariato de São José do Amazonas (Peru). O desejo é impulsionar a sinodalidade em terras e águas amazônicas.  Animados pela vivência do caminho de Emaús, foi lembrado que a missão começa onde a gente está, segundo informam os participantes, que insistiram em que “a vida é mais forte que a morte”, e que “somos chamados para a vivência amorosa do Evangelho na construção do Reino de Deus”. Um encontro que serviu para acolher os novos missionários e missionárias, lembrando os que passaram e deixaram suas marcas nessa tríplice fronteira. “A nossa missão é cuidar de tudo. Quando cuidamos da natureza ela cuida de nós. Somos comunidades internacionais, Inter congregacionais e Inter vocacionais. A riqueza da biodiversidade se reflete também na riqueza da vida e experiências eclesiais”, segundo os missionários e missionárias. Os missionários e missionárias destacaram a necessidade de se aproximar, da troca de experiências, de não ficar sozinhos, pois “para cuidar do povo é preciso saber cuidar de si mesmo, porque algumas vezes temos dificuldades. Precisamos uns dos outros, como anjos de uma asa só que necessitam uns dos outros para poderem voar”. Uma caminhada que surgiu da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), por meio do Núcleo Igreja em Fronteiras, buscando fazer realidade o desejo de “todos e todas ser uma grande família. Protegendo-nos e cuidando do próximo. Pregando a boa nova de Jesus Cristo e promovendo o Bem Viver na construção coletiva de um mundo melhor”. Um encontro no espírito da sinodalidade, pois “sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe”, algo que apareceu na partilha das experiências de sinodalidade nos territórios onde realizam a missão, um compartir onde foi destacado a abertura, semeadura, acolhida, convivência, caminho novo, escuta, companhia amorosa, caminhada, ajuri, desafio, respeito, aproximação, sentir, misericórdia, comungar, amizade, biodiversidade. Nessas palavras insistiram no ajuri, uma palavra vem dos povos originários. Recorda o bem de todos e não de alguns. Não se trata de fazer somente um trabalho juntos. Na verdade o ajuri começa antes e vai depois do encontro. Antes porque é preciso gente para preparar o ajuri e depois porque é necessário dar seguimento ao que foi feito. No Ajuri todas as pessoas são valorizadas. Todos colaboram até mesmo as pessoas que são de fora. Todos trabalham para o nosso. Ninguém é mais do que todos nós juntos. Isso desde a dinâmica do Bem Comum, do caminhar juntos, lado a lado, assumindo que o outro sempre é mais importante. O desafio é descobrir o bem no outro e enxergar o bem do outro. Assumir que, diante das inúmeras fraturas sociais e humanas, se faz urgente olhar a realidade na perspectiva do outro. Precisamos sentir com o outro, a terra, a água, a humanidade, a floresta, os seres, toda a criação, o caminho e o destino nosso de vida plena e integral. Os participantes foram convidados para participar do 15º Intereclesial das CEBs em julho em Rondonópolis (MT), e do encontro preparatório em Tabatinga nos dias 5 e 6 de maio. Também foram partilhadas experiências de caminhada sinodal, como é o projeto “Igreja Sinodal com rosto Magüta”, que busca o fortalecimento do espaço de encontro das missionárias e missionários da tríplice fronteira para afiançar os laços de uma Igreja sinodal e fraterna além das fronteiras eclesiais e politicas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação Regional Norte1 – Com informações do padre Carlos (Diocese de Alto Solimões)

Dom Leonardo: “Jesus, aquele que cuida das ovelhas e nos convida a uma nova passagem”

No quarto domingo da Páscoa, Dom Leonardo Steiner começou sua reflexão lembrando que “celebramos passagem de Jesus: da morte para vida! das trevas para a luz! Passagem, pois não só recorda a morte e ressurreição do Senhor, mas também que nós passamos da morte à vida. Não pertencemos mais à morte. Foi-nos oferecida a vida. Esperamos participar definitivamente da vitória sobre a morte; triunfo manifestado, visibilizado na ressurreição de Jesus”, citando a Santo Agostinho. Neste domingo, “Jesus se apresenta como aquele que cuida das ovelhas e nos convida a uma nova passagem: “Eu sou a porta”. Por ser passagem, Jesus, no Evangelho, é o Bom Pastor, a quem as ovelhas escutam e seguem, ele chama a cada uma pelo nome, caminha com as ovelhas, e elas conhecem e reconhecem a sua voz, mas não reconhecem a voz de estranhos”, segundo o arcebispo de Manaus. O cardeal lembro quem era e qual a função do pastor, cuidar das ovelhas, “quase sempre estava a serviço de outra pessoa; cuidava das ovelhas de outros. Dedicado, cuidadoso, conhecia cada uma das ovelhas, dava nome a cada uma, para onde ele ia as ovelhas acompanhavam. Quando ele chamava, elas obedeciam, pois reconheciam a sua voz: ele sempre estava com elas, não as abandonava. Ele as protegia e as defendia. Ele estava dia e noite cuidado elas. Esse estar dia e noite criava laços de confiança, de segurança. As ovelhas sabiam que podiam seguir o pastor. Ele era tão cuidadoso que as conduzia a lugares onde havia pastagens e fontes. Conduzidas por ele não passavam nem fome e nem sede, pois Ele acompanha, conduz, cuida, alimenta, oferece fontes de água viva”. Uma imagem que ele aplica ao seguimento de Jesus, “na tentativa de vivermos o Evangelho vamos nos deixando guiar, conduzir, alimentar, saciar por ele. Ele cuida de nós, vela por nós. E na medida em que meditamos as suas palavras vamos distinguindo a sua voz da voz dos estranhos. Vamos percebendo como e por onde ele nos conduz”, recordando as palavras de Santo Agostinho, em que mostra as atitudes do pastor: “Procurarei a ovelha perdida, reconduzirei a desgarrada, enfaixarei a quebrada, fortalecerei a doente e vigiarei a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito”. Dom Leonardo lembrou que Jesus é “a porta, a passagem; passagem de salvação, de libertação. Jesus a porta porque nossa vida, nosso caminho! Uma porta estreita, larga, generosa. Nela passamos todo-inteiros, necessitamos apenas deixar do lado de fora as sobras, os empecilhos”. Uma porta que nem sempre vemos: “pode, no entanto, acontecer que não vejamos mais a porta, a abertura, a saída, a passagem. Manifestam-se os momentos em que não entrevemos mais a passagem entre a dor, sofrimento, morte e a vida. Não enxergamos mais a porta. Os momentos mais difíceis onde perdemos a referência, o sentido. Quando tocados na profundidade de nosso ser, atingidos no convívio amoroso e nos sentimos, no sem sentido da morte de um filho, da esposa, do esposo, de nosso pai, de nossa mãe, pode acontecer que não vejamos mais a porta, a saída. Às vezes quando somos assaltados pela doença grave, incurável, as portas todas não apenas se fecham, mas elas simplesmente não existem mais. Quantas pessoas na depressão, na angústia, no desespero, não encontram mais a porta. E parece, desaparecer a passagem. E Jesus nos diz: Eu sou a porta! Ele sempre é a passagem, uma nova possibilidade, a realização da vida plena”. Jesus “a porta da fé”, como diz Atos, “que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma”, lembrando as palavras de Bento XVI. “A porta da fé que nos conduz ao banquete da vida, até a vida eterna. A porta da salvação!”, reforçou Dom Leonardo. Segundo o cardeal, “Eu sou a porta, eu sou a passagem, significa que Jesus é o lugar de acesso para que possamos encontrar o significado da vida e o espaço, a paisagem que dão vida. Passar pela porta significa aderir a Ele, segui-lo, acolher a sua vida o seu modo de viver. As ‘ovelhas’ que passam pela porta que é Jesus os que aderem a Ele, podem passar para a terra da liberdade onde encontrarão pastos verdejantes, isto é, vida em plenitude. Jesus porta, passagem, pois só procura que deseja que cada pessoa encontre vida em plenitude”. “Ele vai abrindo a porta do consolo, do perdão, da reconciliação, da fraternidade, da esperança, da fé, do amor expansivo. Quantas portas Ele vai abrindo através da Palavra, dos sacramentos, da caridade, da solidariedade? A porta que possibilita a reconciliação, a paz! Paz tão necessitada e desejada. E Jesus a abrir passagens para mundo sempre mais amplo, livre, liberto, fraterno, amoroso”, lembrou o cardeal. Dom Leonardo convidou a nesse tempo pascal “reconhecer a Jesus como Aquele que cuida de nós, está conosco, nos acompanha nos caminhos difíceis e esburacados, enlameados; O Ressuscitado está conosco na travessia, na busca da outra margem, na busca de outras lugares que alimentam, a outras fontes que refrescam a nossa vida; está conosco em todos os momentos, em todos os lugares, não nos abandona, porque deu sua vida por nós”. Segundo o arcebispo, “Jesus provavelmente a nos convidar a sermos porta, passagem. Porta da vida: a mãe, o pai que geram vida e dela cuidam. São passagem da vida e da fé. Passagem da maturação, da percepção do amor como realização de uma existência. As nossas famílias como porta, pois ali se faz a experiência da entrega, do perdão, da maturação do existir. Sermos porta da passagem da solidariedade, do encontro. Porta passagem da oração, da prece em comunidade. Porta quando somos passagem da reconciliação, perdão. Porta quando deixamos passagem à paz para superação da violência, da morte. Quantas vezes cai a noite, sopra o vento contrário, o nosso barco é sacudido pelo banzeiro, e somos tomados pelo medo.…
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Arquidiocese de Manaus tem mais um presbítero, ordenado “para servir ao povo de Deus”

A Arquidiocese de Manaus tem mais um presbítero, Mateus Marques da Costa, ordenado neste sábado 29 de abril na Catedral da Imaculada Conceição. Um momento de festa que contou com a presença de 5 bispos, mais de 60 padres, um bom número de diáconos, os seminaristas do Seminário São Jose, e muitos representantes das comunidades, áreas missionárias e paróquias que fizeram parte da vida de fé do novo presbítero. Um irmão ordenado na véspera do Domingo do Bom Pastor e o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, “para o serviço da compaixão e o ensino”, segundo o cardeal Leonardo Steiner, que foi o ordenante. O arcebispo disse, seguindo o texto do Evangelho, que os discípulos “continuam a missão de ensinar, anunciar, quase perdidos nos afazeres”. De volta da missão Jesus os convida para a solidão, para estar só com Deus, mas Jesus se depara com um uma multidão que está como ovelhas sem pastor. “Uma multidão em busca, a caminho, mas sem direção”, e mesmo a caminho da solidão, Jesus “se faz um com a multidão, com cada uma das pessoas da multidão. E no ensinar conduz para o lugar fecundo e desdesertificado, onde corre leite e mel: O Reino de Deus!”, afirmou Dom Leonardo. O cardeal insistiu em que Jesus viu, “e por isso foi tocado com a compaixão”, ainda mais, “a compaixão tomou conta do seu coração, porque viu as necessidades da multidão”, ele é atingido nas entranhas, “ele se comove, ele é atingido pela busca daquela multidão que se pôs a caminho, que se fez caminho”, ressaltou o arcebispo de Manaus. No meio do povo que o busca, como luz, direção, horizonte, Dom Leonardo apresentou Jesus “no meio da multidão, sem descanso, sem aflição, sem desconforto, mas na liberdade, na liberalidade, a despertar a saudade do Reino de Deus”. O cardeal destacou a importância da ordenação no Dia de Oração Mundial pelas Vocações, no dia do Bom Pastor, insistindo em que seria ordenado “para servir ao povo de Deus”, lhe dizendo: “seja também para ti, as necessidades dos irmãos e irmãs o teu descanso, as necessidades materiais e espirituais dos irmãos sejam o lugar de estares só no todo, inteiro por inteiro, sem dobras”. Um ser presbítero que deve estar “tomado, banhado, revestido, alimentado pela compaixão”, disse Dom Leonardo, afirmando que “será ela a guiar teus passos a realizar teus sonhos missionários”. O caminho é “ser presbítero, padre, na Igreja, Igreja missionária, uma Igreja misericordiosa. Ser missionário é inclinar-se, às necessidades de todos, especialmente dos mais pobres e necessitados”, ressaltou o cardeal, acrescentado que “a proximidade com os últimos evangeliza, pois visibiliza o Reino”. Ele chamou aquele que ia ser ordenado a que “sejam teus passos ousados, humildes, alegres, não apresados, capaz de encontros”. Na primeira leitura de Atos, o cardeal destacou a necessidade de como pai, o novo padre insista, liberte, acolha, perdoe, e como mãe aconchegue, abrace, beije. Na segunda, a necessidade de como sacerdotes seguir os passos de Jesus. Finalmente, depois de lembrar as palavras do Papa Francisco sobre a missão, Dom Leonardo agradeceu aos formadores, àqueles “que na casa da formação foram para ti alento, ânimo, prece, convivência forte-suave”. Uma gratidão que estendeu aos país e à família. No final da celebração, o novo presbítero fez seus agradecimentos, lembrando os nomes que fizeram parte da sua vida e de sua caminhada na Igreja. Ele foi acolhido no presbitério da Arquidiocese de Manaus pelo coordenador da Pastoral Presbiteral, padre Gilson Pinto, que mostrou a alegria dos presbíteros pelo fato de receber mais um irmão no meio deles. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1