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Dia: 26 de junho de 2023

Prelazia de Itacoatiara inicia celebrações de Ação de Graças pelos 60 anos de missão

No dia 13 de julho de 1963, em pleno andamento do Concilio Vaticano II, o Papa Paulo VI criou três prelazias: Itacoatiara, Borba, que em 18 de novembro de 2022 foi elevada a diocese e neste 25 de junho celebrou a instalação da diocese, e Coari, elevada a diocese em 9 de outubro de 2013. 60 anos de igrejas particulares, acompanhando a vida de fé do povo da Amazônia, que são motivo de gratidão. “Queremos agradecer a Deus esses 60 anos de nossa história”, segundo dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da prelazia de Itacoatiara. Para isso irá acontecer a partir de hoje 26 de junho até dia 13 de julho, uma celebração em cada paróquia e área missionária de Ação de Graças, atividades que também serão realizadas em algumas comunidades do interior. A celebração principal em cada local será “uma Eucaristia onde vai se tentar fazer uma memória do tempo de existência de paróquia dentro dos 60 anos de existência da prelazia”, enfatizou o bispo. Dom Ionilton insistiu em que “quer ser uma celebração de Ação de Graças, mas ao mesmo tempo de resgate da história, de fazer memória de tudo aquilo que Deus nos permitiu viver nesses 60 anos na prelazia e em cada paróquia e em cada comunidade, para a gente dar graças a Deus por tantos homens e mulheres que fizeram parte dessa história, que já não estão aqui conosco, já estão na glória do céu”. A celebração quer ser também um momento de “ação de graças a Deus por tantos homens e mulheres que ainda, graças a Deus, estão fazendo parte dessa história, agora que a prelazia faz 60 anos, e pedir benção e graças a Deus para que nós prossigamos a nossa missão”, enfatizou o bispo. Ele lembrou que a prelazia de Itacoatiara faz parte do Regional Norte1 da CNBB e da Igreja que está na Amazônia brasileira. Por tanto, afirmou o bispo, “nós, prelazia de Itacoatiara, ao celebrarmos os 60 anos da nossa história, queremos pedir a Deus que nos ajude a ser aquilo que o Papa Francisco tem pedido tanto à gente, desde a preparação do Sínodo para a Amazônia, no Sínodo e no pós-Sínodo, na exortação apostólica ‘Querida Amazônia’, que seja uma Igreja cada vez mais missionária, samaritana, sinodal, que seja uma Igreja de comunhão e participação, em saída, uma Igreja que tenha cada vez mais rosto amazônico”. Celebrando os 60 anos, Dom Ionilton pediu conseguir ser “uma prelazia, com todas as paróquias e comunidades, pastorais, organismos, grupos e movimentos, que faça o Reino de Deus ir acontecendo nessa área territorial, que a Igreja denominou prelazia de Itacoatiara lá em 13 de julho de 1963, e é claro também, fortalecer o encontro entre as pessoas, a presença nossa como bispo da prelazia, indo até as 13 matrizes de cada paróquia, algumas comunidades, realizando alguma reunião, algum encontro, alguma participação em atividade cultural através da música, da poesia, de rodas de conversa para lembrar a história”, ressaltando que “é assim que nós estamos querendo celebrar esses dias”. As comemorações serão encerradas no dia 13, data em que a prelazia completa 60 anos de sua criação, com uma celebração na catedral Nossa Senhora do Rosário, para a que estão motivando para que as paróquias possam enviar seus representantes e assim poder celebrar como prelazia e completar todo esse roteiro de ação de graças que inicia neste 26 de junho. O objetivo é “avivar a chama dessa pertença à Igreja, da pertença à prelazia, a partir de cada comunidade, de cada paróquia, mas acima de tudo a pertença à Igreja de Jesus Cristo e despertar o compromisso para essa caminhada com rosto amazónico, com vocações próprias de nossa região, com o fortalecimento do trabalho vocacional, e também uma Igreja que seja de fato de comunhão e participação e que cuida da mãe natureza, que cuida do bioma Amazônia, dessa ‘Querida Amazônia’, como chama o Papa Francisco, dando um olhar especial aos empobrecidos aos excluídos, aos migrantes que passam muitas vezes por nossas paróquias e comunidades”, disse Dom Ionilton. O bispo insistiu em ser “uma Igreja que acolhe, uma Igreja de porta aberta, como diz o Papa Francisco, e uma Igreja que quer ser sempre servidora, uma Igreja a serviço do povo de Deus”. Dom Ionilton pede para acompanhar esses momentos de celebração, mas também a quem não puder acompanhar que reze a Deus e a Nossa Senhora para que intercedam pela prelazia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo Steiner: Não tenhais medo!

“Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais!” No envio, na missão recebida, no caminhar pelas incertezas, pode nascer receios, medos. Jesus a confortar: “Não tenhais medo!”. O Evangelho de hoje a nos libertar do medo: nada de encoberto, mas revelado; nada de escondido, mas conhecido; Luz, não escuridão; Proclamação em praça pública, não cochichos escamoteados, escondidos. O corpo pode passar pela morte, a alma permanece vida; ser viventes! São muitos os medos que fazem as pessoas sofrer em silêncio, no escondimento. Medo do sofrimento, medo da fome, medo da perda do amado, da amada, medo da perda dos filhos, medos do desamparo, medo do desemprego, medo da morte. No medo, a vida definha, se apaga; a alegria desaparece, o medo causa danos, afasta; uma vida tomada pelo medo definha. O medo afasta da solidariedade, da bondade. O medo nos afasta de Deus. “Não temais”, se repete por três vezes no Evangelho proclamado. Ao enviar os discípulos Jesus assegura a sua presença, a sua ajuda, a sua proteção, no desejo de que os discípulos superem o medo e a angústia que resultarem do confronto, do embate, da perseguição. Jesus oferece três ensinamentos para a superação do medo: pede aos discípulos que o medo não impeça a proclamação da Boa Nova. A mensagem libertadora de Jesus não pode correr o risco de ficar, por causa do medo, circunscrita a um pequeno grupo, recolhido, escondido e comodamente fechado dentro de quatro paredes. A proclamação corre riscos, incomoda. A proclamação da vida nova, do Reino, tenha ousadia, coragem, convicção, coerência, esperança. Por isso, quanto mais livre e visível melhor: à luz do dia. Uma mensagem transformativa e transformadora para todos. Ele ensina às discípulas e aos discípulos que se deixem guiar pela vida em plenitude, não pela morte. Não se deixem vencer pelo medo da morte física. O que é decisivo, para os discípulos, não é que os perseguidores o possam eliminar fisicamente, mas é perder a possibilidade de chegar à vida plena, à consumação da vida, à vida definitiva. A vida do Reino que é anunciado, a vida definitiva, é um dom de Deus. Os discípulos que percorrem com fidelidade o caminho de Jesus não precisam, viver angustiados pelo medo da morte. E Jesus convida os discípulos a confiarem em Deus: Ele cuida dos pássaros! Revela a tocante ternura e cuidado de Deus por todas as criaturas, mesmo as que consideramos insignificantes e indefesas. Deus sabe a quantia de cabelos que temos em nossa cabeça, isto é nos conhece na profundidade de nós mesmos. Ele conhece de forma única, profunda, os nossos problemas, as nossas dificuldades, os nossos dons. É cheio de amor e de ternura, sempre preocupado em cuidar dos seus filhos e filhas. Ora, depois de terem descoberto este “rosto” de Deus, os discípulos têm alguma razão para ter medo? A certeza de ser filho, de ser filha de Deus é, sem dúvida, algo que alimenta a capacidade do discípulo em empenhar-se, sem medo, sem prevenções, sem preconceitos, sem condições, na missão de anunciar o Reino de Deus. Reino da liberdade e da graça, Reino da verdade da justiça, do amor e da paz. Nada, nem as dificuldades, nem as perseguições, deveriam calar os discípulos e as discípulas, pois guiados e guiadas, direcionados e direcionadas pela confiança na solicitude, no cuidado e no amor de Deus, o Pai. Jesus na sua pregação, com a sua presença, com os seus milagres, buscou despertar confiança. Se Deus cuida com tanta ternura dos pardais do campo, os pequeninos pássaros da Galileia, como não vai cuidar der nós, de cada um de nós? Se faz crescer as ervas do campo e faz florir os campos, como não vela e se debruça sobre cada um de nós? Para Deus somos muito mais importantes e queridos que todos os pássaros do céu e as flores do campo. Como nos diz um texto dos primeiros tempos do cristianismo: “Descarregai em Deus tudo que vos abate ou oprime, pois a Ele só interessa o vosso bem”. Jesus que sempre transmitia esperança, confortava, buscava espantar o medo que se aninhava nos pobres, nos famintos, nas viúvas e nos órfãos. E repetia e animava e espantava o medo: Tem fé; a tua fé te salvou; Vai em paz, não voltes a pecar; Não julgueis, vive em paz. Deveríamos ser discipulas e discípulos de Jesus, comunidades, que espantam o medo e oferecem o Evangelho da confiança. Uma comunidade onde se respira uma paz contagiosa e se vive o amor entranhável, que escuta o apelo de Jesus: “Não tenhais medo”! Ao deixarmos ressoar as palavras de Jesus “não tenhas medo”, talvez possamos fazer a experiência de sermos amados por Deus. Tudo o que nasce dele é confiança e amor. Dele recebemos a vida, não a morte, a paz e o bem, não a violência e a guerra. Podemos até afastar-nos dele, mas ele não se afasta de nós. Deus nos ama incondicionalmente. Não temos necessidade de conquistarmos a Deus, apenas nossa abrirmos à sua graça e ao seu amor. Mesmo não sendo melhores, santos, santas, continuamos a ser amados por Deus. “Não ter medo.  Jesus encoraja os discípulos, nos ensina Papa Francisco. Fala do cuidado amoroso e providente do Pai, que se preocupa com os lírios do campo e as aves do céu, e, portanto, ainda mais com os seus filhos. Assim, não devemos preocupar-nos, nem nos agitar: a nossa história está firmemente nas mãos de Deus. Este convite de Jesus a não ter medo encoraja-nos. Com efeito, às vezes sentimo-nos presos num sentimento de desconfiança e angústia: é o medo de falhar, de não ser reconhecido e amado, o receio de não ser capaz de realizar os próprios projetos, de nunca ser feliz, e assim por diante. Então lutamos para procurar soluções, para encontrar algum espaço onde sobressair, para acumular bens e riquezas, para alcançar seguranças; e como acabamos? Acabamos por viver na ansiedade e na preocupação constante. Jesus, ao contrário, tranquiliza-nos: não tenhais medo! Confiai no Pai,…
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