Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Dia: 29 de junho de 2023

Encontro Vocacional Indígena na Diocese de Alto Solimões: “Um olhar de Deus para se formar um desejo de vida em Jesus Cristo”

44 jovens indígenas, do Povo Ticuna, Kokama e Kanamari participaram de 25 a 29 de junho do 1º Encontro Vocacional Indígena 2023, realizado na paróquia São Francisco de Assis de Belém do Solimões, na diocese de Alto Solimões. São jovens das comunidades das paróquias de Benjamin Constant, Tabatinga e Belém do Solimões. O encontro, que teve como tema: Tupana cuca naca’! (Deus te chama!), foi uma oportunidade para participar de momentos de formação e testemunhos sobre cada vocação: Matrimonio, Vida Laical, Religiosa e Sacerdotal, mas também um encontro com momentos de oração: Leitura Orante, Eucaristia, Terço, Adoração, um tempo de trabalho, mas também de fraternidade e lazer. Os organizadores do encontro destacam a grande participação, mas também a seriedade, alegria e generosidade dos jovens e o fato de que, no final do encontro, cada vocacionado e vocacionada indígena renovou seus compromissos. Dentre os compromissos adquiridos, foram destacados rezar pessoalmente todos os dias e na comunidade toda semana, sobretudo o terço e a celebração da Palavra, pedindo pela própria vocação e pela vocação dos outros e das outras. Junto com isso, prestar um serviço em sua comunidade toda semana, na catequese, visita do Dízimo, grupos de jovens, animação do terço, visitas missionarias, dentre outros. Finalmente, falar de sua vocação com pessoas com mais experiência: ministro da Palavra, diácono, catequista, padre, frei, irmã. Uma das vocações indígenas nascidas na paróquia de Belém do Solimões é Hércules Vitorino, seminarista da diocese de Alto Solimões, que estuda 3º ano de Filosofia no Seminário São José de Manaus. O indígena do Povo Ticuna define a vocação como “um olhar de Deus para se formar um desejo de vida em Jesus Cristo”. Ele insiste em que “sempre Deus nos chama para ser a verdadeira Igreja de Cristo. Cada dia nosso coração sente o chamado a ser feliz”. Vocação que é um desejo de “fazer missão para o povo”, mas também “provar a vida de Jesus Cristo”, algo que ele disse estar fazendo, “provar sua vocação para se formar no bem”. Ele afirma se sentir chamado por Deus para seu povo, “um pequeno caminho para eles, eu sou porta para eles”, algo que ele vê nas palavras de Jesus. Uma vocação que para o seminarista indígena é “uma grande missão na Amazônia, não ter medo de falar de Deus”, algo que vai se compreendendo aos poucos. Como seminarista indígena se sente desafiado e chamado a se formar um bom pastor para seu povo, olhando para Jesus como Caminho, Verdade e Vida, o que lhe leva a não ter medo de falar de Deus e da fé nele, algo que aos poucos tem ido aprendendo na vivência de sua vocação. Os participantes do encontro agradeceram a toda a Equipe Vocacional Indígena, aos Frades Menores Capuchinhos, as Irmãs Missionárias da Imaculada e as Irmãs Cônegas, à equipe que cuidou da acolhida e alimentação. Finalmente, os organizadores do 1º Encontro Vocacional Indígena 2023, pedem rezar a fim de que, pela intercessão de Maria Mãe das Vocações, o Espírito do Senhor ilumine e conduza os vocacionados e vocacionadas do mundo inteiro. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações do Blog Povo Ticuna de Belém do Solimões

Pedro e Paulo, Tradição e Missão para perpetuar o Reino de Deus

Quase dois mil anos depois que Jesus confiou a Pedro comandar a Igreja, ela segue viva. Uma Igreja que nasceu pequena e que foi crescendo e sendo presença na vida do povo. Ela permanece porque está constituída sobre o fundamento dos Apóstolos, tendo Pedro na frente do grupo. Ela cresceu porque Paulo se empenhou em dar a conhecer uma mensagem, a mensagem do Evangelho, que fez com que ele mudasse de vida e de grande perseguidor passasse a ser o mais destacado missionário. Dois homens teimosos, também nas coisas de Deus, empenhados em levar para frente aquilo que acreditavam. Às vezes no caminho errado, mas sempre empenhados em fazer realidade o que eles iam descobrindo que Deus queria deles. Eles vão descobrindo aos poucos os planos de Deus em sua vida e se tornando alicerce e voz da Igreja que vai se consolidando. A festa de São Pedro é a festa do Papa, no tempo atual a festa de Francisco, o Papa 266 na história. O sucessor de Pedro continua sendo o rosto visível de uma Igreja que ao longo da história passou por dificuldades. Homens nem sempre aceitos, nem pela humanidade, nem dentro da própria Igreja, mas que enquanto continuadores da missão iniciada por aquele pescador de Galileia, aquele a quem Jesus lhe diz que vai lhe fazer pescador de homens, deve ser visto nessa perspectiva. O Papa Francisco sempre pede não esquecer de rezar por ele, uma oração que vai além de uma pessoa, uma oração que se dirige a Deus pedindo que aquele que sustenta a Tradição possa continuar guiando a barca de Pedro, guiando a Igreja. Somos Igreja quando queremos caminhar juntos, somos Igreja quando nos identificamos com essa comunidade de irmãos e irmãs que caminha sob a guia do sucessor de Pedro. Uma Igreja que cresce quando é fiel àquilo que Jesus espera dela, mas também quando testemunha essa proposta de vida e ajuda outros homens e mulheres a descobrir, igual aconteceu com Pedro e Paulo, que vale a pena seguir Aquele que os chama para caminhar com Ele. Jesus vai cativando a vida das pessoas, mas para isso se faz necessário muitos “Paulos”, homens e mulheres destemidos que assumem a necessidade de ser Igreja em saída, Igreja que vai ao encontro do povo e encontra modo de comunicar hoje essa mensagem que perpassa o tempo. Uma festa que em nossa Amazônia surca as águas, lembrando de tantos homens e mulheres que tiram seu sustento cotidiano dos rios. Um trabalho complicado, cada vez mais complicado, pois a poluição, a pesca predatória e tantas outras atitudes erradas, fazem com que esse sustento nem sempre chegue na messa daqueles que se esforçam pela sua sobrevivência. Com Pedro e com Paulo caminhemos juntos e sejamos uma Igreja inspirada naqueles dois pilares que sustentaram a vida e a caminhada da primeira Igreja. É tempo de continuar seguindo Jesus e dá-lo a conhecer a todos os povos. Será que Ele pode contar com a gente? Será que a Igreja pode encontrar em nós verdadeiras testemunhas que ajudem a Igreja a se manter viva na vida do povo?   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1