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Dia: 25 de julho de 2023

Mensagem às Comunidades do 15º Intereclesial das CEBs: “Sentir o calor do testemunho, da resistência e da resiliência”

Os 1.500 participantes do 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, realizado em Rondonópolis (MT), de 18 a 22 de julho de 2022, enviaram uma “Mensagem às Comunidades” (ver aqui), que recolhe a alegria que marcou o encontro. Um encontro guiado pelo método ver-julgar-agir, que “revelou a identidade das comunidades com seus mais variados membros”, que segundo o texto “nos fizeram sentir o calor do testemunho, da resistência e da resiliência. Um rosto latino-americano, com expressões de todas as regiões do Brasil e de outros países”. Ao longo do 15º Intereclesial, os participantes afirmam ter visto “que a desigualdade social é fruto de um sistema capitalista neoliberal, político e financeiro, de natureza excludente e concentrador de renda”, constatando em decorrência dele uma triste realidade, que a mensagem relata com detalhe. Com relação ao interno da Igreja, o texto afirma que “por um lado, as CEBs se ressentem pela falta de apoio de parte significativa do clero e, por outro, sentem-se fortalecidas pelo carinho e atenção do Papa Francisco, com suas atitudes e documentos, e por um grupo de bispos, padres, religiosas e religiosos que caminham juntos, na trilha da Igreja Povo de Deus”. Ele destaca que “há nas CEBs, grande esperança no processo sinodal em curso, fomentando um imenso sonho de comunhão e participação em todos os âmbitos eclesiais, por uma Igreja toda ministerial, superando o clericalismo”. O horizonte de um novo céu e nova terra, marcou o caminhar do encontro, vistos como “horizontes dos sonhos, mas também se constituem no princípio articulador das mais diversas utopias que apontam para a grande utopia do Reino, realizado em Jesus e antecipado na vida das CEBs”. É por isso que, segundo a mensagem, “as CEBs, qual mulher grávida, continuam gerando o novo, recriando os caminhos de libertação, sob o impulso do verbo sair, que funciona como um fio condutor de toda a nossa existência”. Os participantes do 15º Intereclesial dizem se sentir enviados a “cuidar para não perdermos o entusiasmo, para não banalizarmos a missão, para que as CEBs sempre tenham o coração ardendo pela Palavra e os pés firmes na caminhada do povo periférico”, relatando alguns elementos a serem cuidados: grupos bíblicos de reflexão, a memória martirial e profética, as estruturas de comunhão e participação, o protagonismo das mulheres e das juventudes, a vida plena dos povos originários, a aliança e parceria com os movimentos populares, a força da sinodalidade que está na comunidade e dos processos de formação permanente. O texto destaca o fato de “valorizar a força dos pobres nas iniciativas comunitárias e não deixar que nos roubem as comunidades!” Uma mensagem que faz um chamado a seguir caminhando para as periferias e que anuncia que o próximo Intereclesial será no Estado do Espírito Santo. Fotos: Equipe de Comunicação 15º Intereclesial Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Inicia em Manaus o Curso sobre a Realidade Amazônica: “Um encontro muito importante para abrir horizontes”

28 missionários e missionárias chegados de diferentes países e regiões do Brasil iniciaram neste 24 de julho o Curso sobre a Realidade Amazônica, organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, em parceria com a CNBB Norte 1, a Comissão Episcopal para a Amazônia e em comunhão com a REPAM (Rede Eclesial Panamazônica), que até 05 de agosto pretende “formar agentes de evangelização a serviço da vida nestas terras e águas”. O curso responde ao desejo expressado pelos bispos da Amazônia em 2013, “investir na formação de presbíteros e de irmãos e irmãs de vida consagrada – autóctones e os que chegam de fora – para que sejam despojados, simples, não busquem a autopromoção, que sejam missionários e vivam em maior sintonia e contato com as comunidades e saibam trabalhar em equipe com os/as leigos/as, evitando centralismo, clericalização e autoritarismo”. É por isso, que o curso “pretende ser este espaço formativo de acolhida, reflexão e aprendizados para o serviço missionário neste chão e nestas águas”. Os participantes do curso, seguindo uma metodologia participativa, irão receber ao longo de duas semanas “um conjunto de informações mais sistematizadas sobre a própria região amazônica, concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio ambiente, a vida e a ação evangelizadora da Igreja. O curso pretende possibilitar uma imersão no território, na história e temáticas contemporâneas da realidade amazônica, refletindo sobre as questões pastorais emergentes para compreender a missão da Igreja como ‘amazonizar’ a teologia e as práticas missionárias, a partir de uma metodologia sinodal, descolonial e intercultural”. As temáticas abordadas têm a ver com a Antropologia, a Realidade sócio-política-econômica da Amazônia, os Movimentos Migratórios, a História da região amazônica e do cristianismo na Amazônia, os Povos Indígenas, Ribeirinhos e Urbanos, Bíblia e Teologia, Criação e Ecologia, Missiologia e Inculturação, Espiritualidade e Missão, a Identidade Eclesial, o Encontro de Santarém e o Sínodo para a Amazônia, os Grandes desafios pastorais e a Rede Eclesial Pan Amazônica. Também será abordada a Espiritualidade da Ecologia Integral e Laudato Si, a Juventude na Amazônia, a Questão indígena na Amazônia e o trabalho da Rede Um grito pela vida. O cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, que presidiu a Eucaristia de abertura, destacou que “o nosso Regional tem organizado todos os anos esse encontro com os missionários e missionárias que vem para nossa região, e é um encontro muito importante para abrir horizontes e as pessoas perceberem que vem para uma realidade que não é a realidade do país de onde vieram”. Dom Leonardo disse que “nós podemos proporcionar eles dimensões que possam ajudar na missão, se sentirem ainda mais missionários e missionárias, se sentirem ainda mais enviados e enviadas, mais vocacionados e vocacionadas à missão”. Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “é importante recordar aquilo que dizia o Documento de Santarém em 1972 retomado no Documento de 2022, encarnação e libertação, essas duas dimensões tão importantes, essas duas diretrizes que ajudam a orientar a nossa missionariedade, a missão da nossa Igreja que está na Amazônia”. O cardeal Steiner insistiu também em “esses missionários e missionárias puderem perceber a recomendação que faz Papa Francisco dos quatro sonhos. Levarmos em conta toda a realidade, a realidade social, a realidade eclesial, a realidade cultural, a realidade ambiental”. O arcebispo de Manaus ressaltou que “é ali que a Igreja vive, é nessa casa comum que a Igreja vive e que ela dá testemunho, é ali que ela vive e anuncia o Evangelho, e tudo necessita de transformação, tudo necessita de libertação”. Segundo Dom Leonardo, “talvez eles assim vão percebendo que há uma necessidade de inculturação, uma Igreja que procura se inculturar. O longo caminho que as igrejas na Amazônia têm percorrido e que nós desejamos que esses missionários e missionárias também possam percorrer e aprender. Se eles aprenderem a escutar já terão feito a metade do caminho”. Ir Antônia, das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, chegou de Moçambique para ser missionária na diocese de Roraima. Ela vê sua participação no Curso de Realidade Amazônica como “colocar os pés no chão, mãos na massa e escutar a realidade”. A religiosa insiste em que diante da atitude de alguns missionários e missionárias de chegar nos lugares para ensinar, ela disse que “aqui não é para ensinar, é para aprender com o diferente, e com o diferente tentar fazer a vida com a sensibilidade do povo amazônico”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1