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Dia: 28 de agosto de 2023

Encontro dos participantes da América Latina y Caribe no Sínodo: Partilhar as vivências de uma Igreja sinodal

A sede do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam), em Bogotá (Colômbia), acolhe de 29 a 31 de agosto o encontro daqueles que irão participar da Assembleia Sinodal em outubro no Vaticano como membros e como facilitadores. Quase 50 participantes, bispos, leigos e leigas, representantes da Vida Religiosa, presbíteros, chegados das 22 conferências episcopais que fazem parte do Celam. O cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB é um dos cinco bispos eleitos pelo episcopado brasileiro para o representar em Roma. Dom Leonardo destaca a importância de ouvir, “nós não queremos que o Sínodo seja uma participação, então ouvir quem vai participar, deixar repercutir, naquilo que cada um traz, cada uma traz”. Ele insiste em que “isso é sinal de comunhão da América Latina que deseja participar”. Estamos diante de um momento de muito encontro, segundo o cardeal, “para ajudar também a preparar as nossas falas, as nossas participações, mas sempre em vista da Igreja que está na América Latina”. Essa Igreja da América Latina e do Caribe, marcada pela sinodalidade em seu caminhar nas últimas décadas é uma Igreja da qual a Igreja universal espera seus aportes. Nesse sentido, o presidente do Regional Norte1 da CNBB não duvida em defini-la como “uma Igreja que evangeliza, uma Igreja que leva em conta todos os ministérios, vocações e serviços, as pastorais da Igreja”. Uma Igreja que dom Leonardo vê como missionária, “mas que só será missionária quando todos os membros, todos os batizados forem ativos”. Ele insistiu em que “nós temos uma belíssima experiência na Amazônia, nossa Igreja já respira há muito tempo, dadas as iniciativas do passado, uma Igreja sinodal, as nossas assembleias são sinodais, as nossas assembleias diocesanas são sinodais, no Regional são sinodais, mas também das igrejas que estão na Amazônia, nós vemos a participação de todos”. Uma dinâmica fundamental é “trazermos os leigos para participar”, lembrando que nos Atos dos Apóstolos, “eles estão lá participando ativamente e também fundam igrejas”, o que dom Leonardo define como muito bonito. É por isso que ressalta que “se nós pudermos como América Latina, como Brasil, levar isso para o Sínodo, para que nossa Igreja seja cada vez mais sinodal, será uma grande contribuição”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Assembleia do CNLB Roraima reflete sobre a profecia e elege novo conselho

A diocese de Roraima realizou de 25 a 27 de agosto a Assembleia formativa e eletiva do Conselho de Leigos e Leigas da Diocese – CNLB Roraima. O tema de reflexão ao longo do encontro foi “Não deixemos morrer a Profecia”. A assembleia contou com a participação de representantes de diferentes paróquias da diocese, de dom Evaristo Spengler, bispo diocesano, e de Francisco Meirelles, presidente do Conselho Nacional do Laicato Brasileiro Regional Norte. Ao longo da Assembleia foram abordados diferentes temas, dentre eles a formação em preparação ao Mês da Bíblia, que se inicia no dia 1º de setembro e que neste ano de 2023 realizará o estudo da Carta aos Efésios. Também foi refletido sobre o tema central da assembleia: “Não deixamos morrer a Profecia”, sendo realizado um trabalho em grupos com a seguinte pergunta: “quem são os profetas e profetizas hoje na diocese?”. As reflexões nos diferentes grupos foram partilhadas em plenário. A mesma temática foi abordada em nível regional e nacional, tendo como ponto de partida os vídeos de dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara e referencial do laicato em nível regional, e Sônia Gomes de Oliveira, presidenta do Conselho Nacional do Laicato. A eleição do novo conselho, seguindo o regimento, aconteceu no domingo 27 de agosto, dia em que dentro do Mês Vocacional se reza pelas vocações laicais e se celebra o Dia do Catequista, um ministério onde o laicato tem um papel fundamental. Após a celebração da Eucaristia, presidida pelo padre Mauro Maia, foi realizada a eleição entre as duas chapas concorrentes, sendo eleito Lincoln, leigo engajado na Caritas Roraima e nas Pastorais Sociais. Os participantes encerraram a assembleia com a benção indígena, uma realidade muito presente no Estado de Roraima, e o gesto de lava-pés da ex-presidente do CNLB da diocese de Roraima aos novos eleitos para coordenar o laicato nos próximos anos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cultura e espiritualidade marcam encontro transfronteiriço do Povo Magüta

Um encontro para refletir sobre os quatro pilares da nação Magüta: Maü (origem), Naé (território), porá (cultura), fá (espiritualidade). Este foi o objetivo do encontro realizado na reserva indígena de Nazaré (Colômbia), de 25 a 27 de agosto de 2023, baseado na reflexão ancestral sobre a cultura, espiritualidade e identidade Magüta. Conforme relatado pelo Padre Ferney Pereira Augusto, sacerdote diocesano do Vicariato Apostólico de Letícia, indígena Ticuna, pároco da Sagrada Família de Nazaré (Colômbia), membro da coordenação do Projeto Igreja Sinodal com rosto Magüta, projeto implementado por um grupo de missionários da Tríplice Fronteira Brasil-Colômbia-Peru, o projeto contou com a participação de avós sábios (xamãs), médicos tradicionais, jovens, avôs, catequistas e agentes de pastoral das reservas indígenas de El Progreso, Arara, Nazaré, na Colômbia e de Umariaçu e dos Lassalistas de Tabatinga, na diocese de Alto Solimões. Grimaldo Ramos Bautista, autoridade Magüta e sábio da comunidade de Nazaré, refletiu sobre a importância da cultura da nação Magüta, especialmente a tradicional festa da puberdade (pelazón), sua importância na harmonia que os membros do povo Magüta devem ter com a natureza, com Deus e consigo mesmos. Outro membro da comunidade de Nazaré, Celestino Careca, médico tradicional (xamã), ajudou a aprofundar o território da nação Magüta, os lugares sagrados, as estradas, a cartografia Magüta e o grande território Magüta que atravessa a Tríplice Fronteira Brasil – Colômbia – Peru, mostrando que o povo Magüta não tem limites, que a terra é de todos e por isso deve ser cuidada como uma única casa comum. A origem do povo Magüta foi o ponto central da reflexão do xamã Javier Ramos, professor da reserva indígena de Arara, que enfocou a criação do mundo, a origem do homem Magüta, os clãs, refletindo sobre a importância de conhecer e praticar as tradições ancestrais para uma boa convivência na comunidade e sua relação com o mundo ocidental. O nascimento e o batismo tradicional, o rito da puberdade, a origem dos médicos tradicionais e a medicina ancestral como alternativa de cura espiritual e corporal do povo Magüta, foram elementos presentes na reflexão de Robinson Ríos, um jovem aprendiz de xamã, que destacou a importância dos xamãs na sobrevivência espiritual do povo Magüta e no cuidado com o meio ambiente. O encontro cultural e espiritual foi desenvolvido em torno do diálogo ancestral e da prática espiritual, destacando a importância da vida espiritual para o povo Magüta. São espaços onde o povo Magüta se encontra para a cura física e espiritual, um espaço para os avós e médicos tradicionais, onde curam e protegem o povo das suas doenças corporais e problemas espirituais. O encontro foi uma oportunidade para o xamã Magüta Sixto Ramos, da reserva indígena de Progreso, tratar pacientes com dores no corpo, especialmente as causadas por uma maldição de bruxaria. Humberto Pascual, xamã do povo Magüta da reserva indígena de Nazaré, especialista em tratamento de maldições de feitiçaria, proteção e cuidado do mundo espiritual, recomendou aos participantes a preservação da cultura, da espiritualidade ancestral, através da prática cultural e da conservação da casa do saber (maloca), que é o lugar sagrado mais próximo que a nação Magüta tem para cuidar do povo Ticuna ou Magüta. Um encontro em que os participantes foram nutridos espiritual, corporal e cognitivamente pelas reflexões e diálogos com os pajés, que lhes deram recomendações sobre o cuidado com o mundo natural, o mundo sobrenatural, o mundo espiritual e o mundo terreno. Foi sublinhado que estes mundos estão hoje quebrados devido à não prática e à não transmissão dos conhecimentos ancestrais à nova geração do povo Magüta, que está impregnada pela contaminação do mundo exterior (Korí, ocidental), o que tem enfraquecido a força espiritual, cultural e social do povo Magüta atual. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1