Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Dia: 13 de setembro de 2023

Seminário de Ecoteologia, “um casamento feliz da fé cristã com a Ecologia”

Organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), a Arquidiocese de Manaus, a Comissão Episcopal para a Amazônia e o Regional Norte1, acontece no Centro de Treinamento de Lideranças da Arquidiocese de Manaus (Maromba), de 13 a 15 de setembro de 2023, o Seminário de Ecoteologia. Um encontro que começou refletindo sobre “Ecoteologia, Experiências e Práticas Ecológicas da Vida Pastoral: diagnóstico e aprofundamento”. Na Igreja católica, “vai crescendo a percepção da necessidade de refletir teologicamente sobre o meio ambiente e de incluir em nossa evangelização o meio ambiente”, segundo o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1. Ele destacou que “a importância está em tentarmos refletir teologicamente a questão do meio ambiente”. O arcebispo insistiu em que “a ecologia pode ser um discurso ético, de cuidado, mas também pode ser um discurso sistémico, de equilíbrio da terra”. Dom Leonardo recordou a visão que surgiu na Idade Média de todos os seres como um bem que se difunde, fazendo um chamado a resgatar o logos presente em todas as criaturas, as sementes do Verbo em todas as criaturas. Segundo o cardeal, temos muito a aprender com os povos originários e de seu modo de convivência. Se faz necessário entender o logos como relação com as criaturas, o que deve levar a pensar na relação que se estabelece entre nós e com as criaturas. O cardeal franciscano lembrou que o Cântico das Criaturas de São Francisco surgiu depois de uma noite de crise em que depois de reconhecer a presença misericordiosa de Deus descobre que todo está interligado. Nessa perspectiva, o presidente do Regional Norte1 destacou que o logos pede de nós em primeiro lugar uma admiração, afirmando que se o discurso teológico parte de uma admiração traz outra perspectiva. É por isso que não podemos ter medo de fazer uma outra reflexão a partir do pensamento do Papa Francisco. A Ecoteologia é vista pelo Ir. Afonso Murad como “um casamento feliz da fé cristã com a ecologia”. O religioso Marista, um dos maiores especialistas nesse campo teológico no Brasil, insistiu na necessidade de uma interação com a natureza, um aspecto relevante numa sociedade cada vez mais urbana, onde se fazem presentes aqueles que ele denominou “analfabetos ecológicos”. Murad falou dos três igarapés da Ecologia: Ciência, um novo modo de ver o mundo (paradigma), e práticas de cuidado com a casa comum, afirmando que a ecoteologia está ligada à questão das políticas públicas. Segundo o religioso Marista, a Teologia é o “exercício de pensar, refletir sobre a nossa fé e tudo o que está ligada com ela, e pensar sobre a nossa vida com a luz da fé”. Ele estabeleceu três degraus da Teologia: Teologia do dia a dia, iniciação à teologia ou teologia na pastoral, teologia acadêmica. Murad insistiu em usar uma linguagem que as pessoas entendem, incentivar a formação do laicato, e mostrou o desafio constante de uma comunicação entre as três, uma aprender da outra. “Nós povos indígenas temos muito a contribuir com essa reflexão, cada um desde os conhecimentos de seu povo”, afirmou o padre Justino Sarmento Rezende, salesiano do povo tuyuka. Segundo o doutor em antropologia, “ser sacerdote, religioso, nos leva para muito longe e não permite voltar às nossas origens. É importante retornar, voltar com outro olhar que a vida religiosa, sacerdotal proporcionou para você”. Partindo da concepção xamânica do mundo, própria dos povos originários, ele apresentou a cosmovisão dos povos do Alto Rio Negro, região onde o salesiano nasceu, que diz que o mundo está organizado em três níveis: Bupoamahsã (gente trovão), mahsã (pessoas) – yukumasã (gente floresta), e waimahsã (gente peixe). O padre Justino insistiu na ligação entre a vida dos povos indígenas e a vida cósmica. Ele fez um chamado a “amazonizar nossa cabeça”, lembrando as palavras do Papa Francisco durante o Sínodo para a Amazônia, fazendo ver aos povos da Amazônia que “precisam visibilizar o que vocês fazem lá”. É por isso que o salesiano indígena convidou a mergulhar na espiritualidade dos povos indígenas. Analisando as cosmovisões indígenas, ele falou do conceito de caminhos, em diferentes níveis, mas todos interligados, e da cosmovivência dos povos amazônicos como elemento que vai contribuir para a reflexão da Ecoteologia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

50ª Assembleia Regional Norte1: Continuar “o desejo de caminhar juntos, em sinodalidade”

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se prepara para um momento histórico, sua 50ª Assembleia Regional, que será realizada na Maromba de Manaus de 18 a 21 de setembro de 2023. Um momento para fazer memória de uma caminhada que começou em 1952, no primeiro encontro dos prelados da Amazônia, quando ressoou um desafio: “Trabalhemos juntos, se não cairemos no isolamento”. Segundo afirma o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, “o Caminho tomado desde seu início foi estreitar a colegialidade episcopal e caminhar juntos com religiosos, religiosas, agentes de pastoral, para encontrar caminhos para a evangelização desta vasta região da Amazônia”. Dom Leonardo insiste em que “o desejo de caminhar juntos, em sinodalidade, foi a marca que moldou uma Igreja povo de Deus”. Assim, em 1967 aconteceu a primeira assembleia do Regional Norte1, consolidando o processo iniciado em 1966. Uma caminhada que agora é celebrada fazendo memória da presença da Igreja que se encarnou e alarga sua tenda na Amazônia numa caminhada sinodal e profética alimentando sonhos e esperanças. Ao longo dos quatro dias de assembleia serão lembrados aqueles e aquelas que deram a vida pela igreja na Amazônia, sendo um momento para rememorar, celebrar e esperançar. Mas também será oportunidade para reafirmar as diretrizes da ação evangelizadora do Regional Norte 1, socializando os encaminhamentos nas Igrejas Locais e fortalecendo as propostas encaminhadas em âmbito regional. Uma assembleia que quer retomar a profecia como horizonte de atuação eclesial a partir das forças das comunidades com rosto amazônico comprometidas com o cuidado da casa comum.~ A assembleia será iniciada com uma grande celebração eucarística, uma missa amazônica, presidida pelo presidente do Regional, o cardeal Steiner, aberta à participação das paróquias e comunidades da Arquidiocese de Manaus e das outras igrejas do Regional, onde todos são convidados a participar. Ao longo da 50ª Assembleia Regional será apresentado o relatório da presidência, haverá uma coletiva de imprensa, será realizado um resgate histórico e conjuntural do caminho da Igreja da Amazônia anterior as Assembleias Regionais. Junto com isso, uma memória dos 50 anos de Assembleias do Regional, mostrando aspectos significativos, estacas que foram sendo colocadas no caminho, sendo destacados alguns elementos como o CENESC, a caminhada da Conferência dos Religiosos do Brasil ou a Faculdade Católica do Amazonas, resgatando igualmente as lideranças religiosas e leigas, as lutas e causas abraçadas ao longo dos anos. Cada uma das nove igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 apresentarão o desdobramento das diretrizes em cada diocese e prelazia, sendo indicado como as diretrizes do regional tem iluminado a construção dos planos diocesanos, as atividades realizadas, as propostas encaminhadas, os passos previstos e as luzes para novas iniciativas. Um trabalho que também será feito de modo similar pelas pastorais e organismos em nível regional. Finalmente serão apresentadas as luzes (inspirações) para a caminhada a partir da memória e os passos para continuar concretizando as diretrizes. Serão dadas algumas comunicações e será apresentado os passos que estão sendo dados para o Congresso Missionário Nacional, que será realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro de 2023. Ao finalizar a 50ª Assembleia Regional será inaugurada a torre da Rádio Rio Mar. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1